Parte 3
Sábado. Abro os olhos e encaro seriamente o teto de minha cama, hoje sei que será um dia infernal. Porque? Porque Draco Malfoy ira assumir um relacionamento comigo perante todos, porque Harry, Ron, Ginny e outras mil pessoas irão me julgar e questionar por estar com ele, e porque não poderei questionar ou recusar qualquer chamado que ele faça.
Sabe quando você faz as coisas sem ao menos perceber que está fazendo? Estou assim hoje, quando dou por mim já estou descendo as escadas para tomar o café da manhã e esperar pelo grande espetáculo. Lembranças da noite passada invadem minha mente sem pedir permissão.
Flashback
Ele me beija segurando minha cintura e minhas mãos seguram sua nuca, como se eu estivesse com medo de que ele fosse fugir; realmente não entendo como duas pessoas que se odeiam tanto, como nós dois, podem se beijar como se fossem amantes por toda a vida. ”Como se fosse o que por toda a vida?” minha mente grita e tenho que me afastar.
“O que foi?” ele pergunta buscando meus lábios para continuar o beijo.
“Posso respirar?” pergunto fugindo das mãos possessivas dele, que toque é esse? Por alguns segundos ele me olha, estreitando os olhos, para segundos depois sorrir, um sorriso vitorioso. O que se passa com você, loiro?
“Está com medo.” diz simplesmente e senta-se no tapete.
“Medo?” pergunto indignada pois acho que ele entrou em minha mente. Realmente tenho medo dele, medo de não me segurar e grudar esse loiro na parede e me deixar levar por suas mãos. “Medo de que, Draco?”
“De mim... de nós...” responde baixo e me chama para sentar ao seu lado, não sei se quero ficar perto dele quando sei que minha mente está trabalhando por cantos que eu nunca fui e tenho certeza que estão me fazendo corar.
“Não seja idiota, além do que já é. Medo de você?” digo como se fosse a coisa mais idiota que ele já me falou, mas sento ao seu lado tremendo de leve, somente por estar sentindo ele me olhar.
“Sabe do que você tem medo?” pergunta e o olho levantando minhas sobrancelhas esperando a continuação. “De se deixar levar. De deixar que eu te toque além do que já foi tocada e depois se arrependa.” vejo ele se aproximar e dizer as últimas palavras baixas em meu ouvido.
Não consigo responder, ele está certo, realmente tenho medo dos toques dele em minha pele, em meu corpo, não confio em mim quando estou com ele. Sua mão desliza por meu pescoço me puxando para um beijo, mas ele fala com os lábios encostado aos meus.
“Ao contrário do que você pensa, não ataco virgens descuidadas. Se tenho um relacionamento com você, por mais absurdo que seja ele, espero pela sua decisão de se entregar.”
Certo, Malfoy é um idiota de marca maior, mas quando quer ser gentil, delicado carinhoso e apaixonante, ele consegue; não nego que tem partes dele que não confio, mas as palavras dele são tão sinceras que acho que acredito. Ele me beija com carinho e me deita no tapete, mas parece que não preciso dizer nada, ele fala no meu lugar.
“Isso será só um beijo, não precisa travar toda.” ri de canto de boca e volta a me beijar segurando com as mãos meu rosto; as mãos dele só se moveram para me ajudar a levantar, quando percebemos que já deveríamos estar dormindo faz tempo.
“Não confio em mim quando estou com você.” digo ao sairmos da sala, ele me olha surpreso e me prensa na parede com seu corpo, me fazendo sentir algo que estive ignorando a noite toda, mesmo que fosse quase impossível não perceber aquilo; mas ele fecha os olhos com força, como se lutasse contra si mesmo.
“Eu também não confio em mim quando estou com você.” diz e passa a ponta do dedo indicador contornando meus lábios. “Melhor ir garota, antes que te prense nessa parede outra vez.”
Não espero que ele fale outra vez e saiu andando, olho para trás e o vejo parado no mesmo lugar, as mãos nos bolsos, o cabelo caindo nos olhos e me olhando ir embora. O que fez comigo, Draco Malfoy?
Fim do Flashback
Entro no grande salão e para minha sorte vejo que está lotado de alunos, algo um tanto incomum para uma manhã de sábado que não tem passeio em Hogsmead. Meus pés parecem pesados e me arrasto até meus amigos, sem querer realmente encara-los.
“Bom dia.” desejo para todos me sentando ao lado de Harry; Ginny chega logo em seguida e se senta do meu outro lado, essa parece que está radiante em me ver.
“Bom dia, Hermione.” ela diz e um sorriso maroto passa por seus lábios, o que ela tem? “Por onde andou ontem de noite?”
Algo gelado desce por minha garganta e vejo Ron e Harry pararem de conversar para prestar atenção ao que estamos conversando. Olho rapidamente para a mesa da Slytherin e vejo que Draco está sentado bem em minha frente; seus lábios esboçam aquele sorriso radiante de triunfo e nem percebo que estou afundando na banco.
“Eu tive detenção com Snape a noite.” respondo pegando uma torrada e procuro a geléia de uva.
“Sua detenção durou até as 2 da manhã?” ela pergunta sorrindo travessamente, será que ela quer que eu diga que estive com alguém, para que Harry e Ron me questionem pelo resto da manhã?
“Depois fui dar uma volta. Como sabe o horário que cheguei?” ela me olha dentro dos olhos, algo me diz que Ron e Harry estão extremamente atentos as minhas palavras.
“Estava estudando e dormi em uma das poltronas. Acordei quando você chegou, mas você nem me viu.” ela respondeu pegando uma torrada e passando geléia de morango. Cadê a de uva? “Então, onde estava?”
Ela quer me ouvir responder o que? Que eu estive com alguém? Pode ser que ela me deixe em paz se eu contar uma meia verdade.
“Estive por ai com alguém.” respondo puxando o pote de geléia de uva e passo um pouco em minha torrada.
“Com quem?” pergunta Harry e me viro para olha-lo, vendo Ron debruçado sobre ele para escutar a conversa também.
“Uma pessoa.” respondo mordendo minha torrada e olho novamente para frente, algo está faltando naquele cenário, cadê aquele loiro de sorriso avassalador?
“Quem?” foi Ron que perguntou e o olho sem realmente querer responder.
“Uma pessoa.” respondo novamente, mas eles parecem não querer me deixar comer em paz, porque continuam a me olhar, esperando por um nome.
“Hermione, conta quem é.” pede Ginny me fazendo olhar para ela com certa raiva. Essa ruiva tirou o dia para me destruir um pouco mais?
“Ainda não.” respondo e vejo Harry largar o pão no prato e me segurar pelos ombros. Olho seus olhos, ele está sério, algo que raramente vejo, e quando vejo sinto medo.
“Pode nos contar quem é. Não vamos deixar nossa melhor amiga andando com qualquer um por aí.” Harry, você vai me odiar se eu te contar, pare de me questionar.
“Hermione.” uma voz me chama e percebo que não é nenhum de meus amigos, agora percebo porque o loiro não estava mais em sua mesa, está em pé ao meu lado “Será que poderia ter uma palavrinha com você?”
“Caí fora, Malfoy.” diz Ron se levantando, tenho que tomar uma atitude. Merlin, me protege.
“Draco.” eu respondo me levantando, porém as mãos de Harry me trazem para o banco outra vez.
“Draco?!” ele questiona e me solto de suas mãos. Não quero deixar meus amigos falando sozinhos, mas a situação pede isso. Saio do banco e fico olhando Draco, aquele sorriso de vitória está preso a seus lábios, que nem se seu falecido pai entrasse em Hogwarts agora iria tira-lo de lá. O que eu fiz para merecer tanta desgraça de uma só vez?
“O que foi?” pergunto já sabendo o que ele tem a dizer, mas realmente não achei que essa hora chegaria.
“Bem, preciso te perguntar uma coisa.” ele começa e percebo que está tão nervoso quanto eu, vejo seus olhos percorrerem todo o salão; me viro e vejo que estão todos quietos e nos olhando. “Obrigado, Merlin.” Hoje em dia se você pede por proteção acaba ganhando constrangimento. “As coisas entre nós estão boas... Quer namorar comigo?”
Eu não consigo responder, pois Harry e Ron avançam sobre o loiro e só o que consigo ver é uma massa de pernas, braços e cabeças rolando no chão.
“PAREM.” grito fazendo os três me olharem. Infelizmente não sei qual meu problema, mas decido ajudar Draco a se levantar. Qual foi o feitiço que ele usou para que meu cérebro perdesse toda sua função?
“O que está acontecendo entre vocês?” pergunta Harry se levantando com ajuda de Ginny. Posso te contar mesmo, Harry?
“Estamos juntos.” o loiro resolveu responder em meu lugar? Deveria ter deixado ele apanhar um pouco mais, talvez perdesse alguns dentes ou ficasse com a boca inchada, impedindo de falar mais do que deveria.
O resultado era o que eu esperava, Harry, Ron e Ginny passam por mim sem ao menos me olharem e eu sei que toda a escola agora fofoca sobre o começo do namoro de Hermione Granger e Draco Malfoy. Merlin, será que se eu pedir para sumir você consegue me fazer sumir mesmo?
“Não me respondeu.” o olho e vejo que ele ignora todo e qualquer comentário que estejam fazendo sobre nós, me perco outra vez naqueles olhos.
“Sabe a resposta. Está no contrato.” digo em sua orelha e deixo que me beije, afinal é parte do acordo nunca recusar. Me sinto beneficiada em todos os lado desse acordo. Será que me sentirei assim amanhã?
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Olho na direção dos meus amigos, eles não sentam perto de mim faz uma semana, e agora a comida em minha frente está fria e sem graça, até quando eles me trataram assim?
Não quero dar o braço a torcer e dizer que estou fazendo algo errado, mas como resistir? Como dizer não para Draco quando ele assumiu perante toda Hogwarts que tem um relacionamento sério comigo? Como dizer não a algo que me consome de um jeito único?
“Podemos conversar?” uma voz me tira dos meus devaneios, mas realmente não quero conversar com ele porque sei que acabaremos brigando. Porém não posso recusar já que ele é que veio falar comigo.
“Claro, Harry.” respondo e ele se senta na minha frente, olha para a mesa.
“Quando começou isso?” ele me pergunta, mas será que você realmente quer ouvir a resposta, Harry?
“Na detenção.” ele me olha pela primeira vez desde que se sentou a minha frente, parece muito surpreso.
“Então pode se dizer que foi minha culpa?” ele fala como se tentasse entender algo muito difícil, eu apenas sorrio fracamente.
“Culpa não, porém foi ali que começou.” respondo tentando não contar sobre certas partes de meu corpo que tiveram culpa nisso também. “Sabia que vocês não aceitariam, mas não achei que me tratariam assim.”
Ele nada fala, apenas me olha de jeito carinhoso, sei que está arrependido de me tratar daquele jeito e eu estou arrependida de ter começado aquele relacionamento sem falar com eles antes; sem perceber direito o que faço seguro a mão dele que está sobre a mesa e entrelaço nossos dedos, fazendo ele sorrir e sinto uma paz me inundar nesse momento.
“Você está feliz?” ele pergunta apertando a minha mãe e faz carinho com o dedo em meu pulso.
“Sim. Acho que sim.” respondo sorrindo e levando a outra mão até a mesa, fazendo carinho no braço de Harry. ”O que estou fazendo?” me pego pensando.
“O que importa é isso.” vejo que ele não diz com muita firmeza essas palavras, mas tenta parecer sincero. Sorrio olhando fundo naqueles olhos verdes e sinto sua mão soltar a minha, passando a acariciar meu braço; o que ele pretende com isso?
“E você e Ginny?” pergunto tentando desesperadamente mudar de assunto, porque os dedos dele estão mandando sinal por meu corpo e acho que estou levando essa história de caricia de amigo longe demais.
“Não sei.” diz como se estivesse totalmente alheio ao caso. “O que faz com Malfoy?”
“Como assim?” acabei de engasgar, será que você me perguntou isso mesmo que eu escutei, Harry?
“O que fazem quando estão juntos?”
“Coisas de casais.” sinceramente nem eu acreditei nas minhas próprias palavras, mas era a única resposta cabível para responder ao Harry.
“Que coisas?” pergunta ainda fazendo carinho no meu braço.
“Onde quer chegar?” eu pergunto, mas a resposta que ele me dá é um sorriso travesso e abaixa a cabeça.
“Estrela?” diz Malfoy atrás de mim e Harry para de me fazer carinho no braço, olhando estranho para o loiro. Esse apelido ‘carinhoso’ está me irritando, e ele sabe disso, por isso que me chama assim.
“Oi.” tento ser o mais normal possível, falho como nunca. “Tudo bem?” me viro e me levanto.
“Podemos conversar?” ele pede me segurando pelo braço e me arrastando pelo Salão em direção as portas, tento me soltar, mas ele é mais forte. Ele me empurra na parede do primeiro corredor que passamos e prensa meu corpo com o seu. “O que foi aquilo?”
“Aquilo o que?” eu pergunto esfregando o braço que está dolorido.
“Você e o Cicatriz. Que carinhos eram aqueles?” sua voz está começando a me assustar, tento afastá-lo, mas ele me prensa ainda mais na parede.
“Ciúmes?” pergunto fingindo achar graça, mas estou um pouco assustada com essa atitude dele.
Ele me liberta, porém me puxa e abre uma porta, me empurrando para dentro; desde quando Malfoy tem essa autoridade sobre mim? Vejo ele fechar a porta e me olhar com severidade, me empurra em uma mesa que tem ali e passa as mãos ao lado de minha cintura, me colando ao seu corpo; olho em seus olhos e percebo, que apesar da pouca iluminação do local, seus olhos brilhando de raiva.
“Quando tenho uma coisa, ela é só minha. Isso inclui você.” pode parar tudo, quem disse que sou propriedade dele?
“Não sou seu boneco, Malfoy.” ele estreita os olhos e continua a me prensar na mesa, sinto todo seu quadril preso ao meu. “Harry é meu amigo, seu ciúme é sem fundamento.”
“É minha sim, ou esqueceu do nosso contrato?” ele diz baixo passando os lábios de leve na curva do meu pescoço.
“O contrato não lhe dá o direito de se achar meu dono.” certo, essa história de lábios beijando meu pescoço em uma sala escura, com um garoto que me faz subir pelas paredes não vai dar certo.
“Porém eu sou.” responde simplesmente antes de sentir sua mão subindo por minha coxa esquerda, levantando minha saia devagar. Cadê a calça do uniforme quando preciso? “Só eu posso tocar seu corpo, ter a atenção de seus olhos, o gosto dos seus lábios.”
Ok, é aqui onde eu normalmente sairia correndo e sem olhar para trás, não? Mas não consigo, ele parece me hipnotizar e não consigo resistir ao seu toque, suas palavras derrubam minhas defesas, todas elas. Sua mão acaricia minha coxa, enquanto a outra que se encontra em minha nuca desce devagar por meu pescoço, segurando-o como se fosse me enforcar; porém não faz força, apensa segura.
"Hermione Jane Granger!” amo muito minha mente que consegue me acordar para perceber nas situações de perigo que me encontro ultimamente, abro meus olhos, quando eu os fechei mesmo? O azul-grafite de seus olhos estão quase transformados em preto, me assustando; ele levanta uma sobrancelha e sorri pelo canto da boca, minhas pernas tremem, e sua mão em minha coxa, a aperta.
“Todo seu corpo é meu, ouviu Hermione?” pergunta ainda me prensando na mesa, não consigo pensar em mais nada a não ser nos olhos transformados dele. Isso tudo é desejo? “Seus beijos, seu corpo, seus pensamentos... Tudo me pertence.” seu jeito possessivo me assusta e me agrada, porém minha curiosidade é maior que tudo.
“Pede isso de mim, mas posso esperar isso de você?” minhas mãos estão enroscadas nos cabelos dele, quem as colocou lá? Vejo ele mover os lábios para meu pescoço, dando uma leve mordida e depois responde contra minha pele.
“Se você ainda não percebeu, não posso fazer nada. Mas a reação em meu corpo é uma das respostas.” ele ri contra a curva do meu pescoço, onde agora beija devagar.
Se ‘aquilo’ era uma resposta, eu deveria considerar aquilo uma santa resposta. Sinto a mão em minha coxa começar a abrir caminho para a parte internada de minha perna e o afasto devagar. Espera aí, faz minutos que estávamos brigando, e agora não conseguimos tirar as mãos um do outro? Brigas de casais acabam sempre assim? ”Assim espero.”.
“Não sou sua propriedade. Você não pode controlar a situação se achando meu dono.” digo tentando fazer ele entender que não é meu dono, que por mais que eu esteja junto dele, eu mando em mim; ao menos acho que sim.
Ele me olha, os olhos vidrados em um tom negro, me assusto e recuo alguns passos, mas será que vou viver entre paredes e esse loiro? A parede da sala é gelada e faz meu corpo tremer, porém já não sei se é de frio ou de medo que tremo, ele vem em minha direção. Não consigo me mexer, ele parece um tigre cercando a indefesa presa, pois é bem assim que me sinto, uma presa nas mãos do predador. As mãos dele agarram minha cintura em um toque gentil e possessivo, os lábios se colam aos meus em um beijo urgente, o corpo está quente e não posso negar que sinto as reações que causo nele.
“Não... por favor...” digo quase implorando para que pare e minha mente se divide entre certo e errado, Draco e Hermione, insanidade temporária e gostar de verdade. Não posso negar que o quero, mas eu deveria pensar bem antes de tomar uma decisão como essas; ele se afasta um pouco do meu corpo, apenas para olhar em meus olhos.
“Como você faz isso?” a voz dele está rouca, como se a muito tempo não a usasse, suas mãos passeiam preguiçosamente entre minhas coxas e cintura.
“Faço o que?” percebo que minha voz está falha; Merlin, quando esse loiro começou a causar tal efeito em mim?
“Me deixa louco por você.” não esperava por essa resposta, porém ele se vira e respira fundo. “Melhor você ir, Hermione.”
“Porque?” pergunta idiota, eu sei, mas preciso saber; encosto a mão em seu ombro e ele se afasta como se meu toque o machucasse. “Fala comigo. Porque quer que eu vá embora?”
“Você é burra ou o que?” ele fala com a voz carregada de desespero.
“Não sou burra, só quero entender o porque de você estar me afastando.” falo sentindo que deveria aproveitar essa oportunidade de ir embora antes que não consiga mais.
“Deixa eu te explicar então.” ele avança sobre mim eu me afasto andando de costas, porém tropeço e caio, ele se abaixa e deita sobre meu corpo, sem me deixar sair, me segurando ao chão; meu corpo treme e aqueles olhos extremamente negros me assustam mais uma vez. “Granger eu não sou uma pessoa que esconde o que quer, porém está no contrato que te respeitarei e estou fazendo isso.” ele para de falar puxando ar para os pulmões e passa a língua nos lábios. “Mas você não me ajuda quando atiça meus sentidos e me deixa com uma severa raiva de te ver com outro. Então quando eu falar pra você se afastar ou ir embora, é porque estou me segurando.”
Ok, ele está me assustando muito agora, porque certo volume em sua calça está crescendo a cada palavra que ele diz e receio que o respeito que ele sente por mim está indo para o espaço nesse exato momento.
“Se segurando?” porque tenho uma boca tão grande? Merlin me ajuda, porque ele desceu os beijos para meu pescoço e não acho que vou conseguir sair daqui tão cedo agora.
“Me segurando para não te prensar em uma parede e te devorar.” as palavras saem da boca dele carregadas de desejo e não nego que gostei, afinal não é todo dia que me desejam desse jeito; porém não me sinto pronta para algo assim, ou será que me sinto?
“Me desculpe se lhe atiço, não é minha intenção.” ”Não totalmente.” penso tentando tirar ele de cima de mim.
Ele se levanta respirando fundo, percebo que ele luta contra si mesmo para não voltar e me agarrar, eu também estou dividida em chamá-lo ou ir embora, mas fico com a segunda opção. Me levanto arrumando minha roupa e ele continua virado de costas pra mim, não sei se eu o chamo ou não.
“Vai para a casa de seus pais amanhã?” ele pergunta, sua voz está rouca e baixa, porém não se vira para me olhar.
“Não, eles vão passar o Natal na casa de uns parentes distantes. O Ron me convidou para passar o Natal na casa deles, mas isso foi antes da briga, agora já não sei.” respondo achando estranho falar com as costas dele. “E você?” conversa de casal é tão estranha.
“Não, mas não quero ficar no castelo.” ele responde se virando devagar e olha pra mim, sua voz já sai com mais firmeza. “Muito menos sozinho.” escutei alguma indireta nessa frase?
“Porque não vai pra sua casa?” sei, sei, pergunta idiota, a mãe enlouqueceu e está internada no St. Mungus e o pai morreu, com quem ele passaria o Natal? Sou a pior namorada do mundo. ”Eu me chamei de namorada?”
Ele não responde, apenas me olha, esperando que eu fale que vou falar para Ron que nós vamos para a casa dele, mas como farei isso?
“Se o Potter já aceitou o Weasley também vai, Estrela.” diz como se estivesse lendo meus pensamentos. Ah, como odeio esse apelido.
“Sabia que as pessoas podem começar a querer saber o porque de você me chamar assim? E eu não quero que ninguém mais saiba que tenho essa estrela.” respondo indo em direção a porta. “Falarei com Ron e lhe aviso, certo?” antes de sair vejo ele sorrir vitorioso. Porque sinto que ele só quer ir para atormentar os meninos? Ou será que é para ficar comigo? Preciso me decidir se acredito que ele quer ficar ao meu lado ou se está comigo para atormentar a vida dos meninos mais um pouco; sempre tendo a seguir o segundo caminho.
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