-Não foi assim, disse Simas em sua defesa, enquanto se afastava do ruivo que avançava sobre ele. -Eu não estava tentando convencê-la de nada, eu juro.
-Tanta coisa por não ser capaz de guardar um segredo, Harry murmurou para si mesmo, enquanto balançava a cabeça tristemente.
-Eu apenas procurei a sua irmã, porque eu percebi que ela já sabia, disse Simas, esperando que isso fosse aplacar Rony. -Eu nunca falei para Lilá ou qualquer outra pessoa descobrir.
-Gina? Rony disse, olhando para sua irmã, que mordeu o lábio, mas não respondeu. -Bem?
-Bem o quê? ela perguntou evasivamente.
-Ele disse para Lilá ou não?
-Hum, Gina murmurou, presa entre dois desejos conflitantes. Por um lado Simas foi o responsável por Lilá descobrir, ainda que em uma conversa no corredor. Mas ainda assim tinha sido um acidente. É claro que se ela disse isso para seu irmão, ele provavelmente ia deixar o intrometido irlandês vivo, o que significaria que ela perderia toda a diversão mais uma vez. Ele nunca lhe perguntou se foi intencional ou não, Gina lembrou-se pouco antes de responder. -Bem, ele não disse para Lilá fazer o que fez. Ela admitiu. –Mas ele contou para Lilá e Parvati.
-Não contei, protestou Simas. -Ela me ouviu.
-O que significa que você disse a ela, afirmou Gina ironicamente.
-Não de propósito.
-Você ainda lhe disse. Gina insistiu.
-Mas eu não quis.
-Mas você ainda fez, Hermione cortou - intencional ou não, isso é tudo culpa sua.
-Eu não era o único olhando por baixo da camisa dela, disparou o loiro de volta, na esperança de que se lembrasse Hermione desse fato, ela se voltaria para Rony e eles iriam distrair um ao outro o tempo suficiente para ele executar sua fuga. Infelizmente, não teve exatamente o efeito desejado. Os olhos de Hermione permaneceram trancados sobre ele, embora tenham se estreitado consideravelmente, e Rony realmente rosnou para ele.
-Eu adoraria discordar, retorquiu Hermione. –Mas cada um de vocês é culpado por olhar, acrescentou ela, arrastando os olhos do Simas a Harry e Neville, que abaixou a cabeça e olhava o chão à medida que corava.
-A diferença é que não temos namoradas, Simas insistiu.
-E você nunca terá, Gina falou para si mesma. -Se você sair por aí escolhendo meninas como se fossem um pedaço de carne.
-Tudo bem, Hermione suspirou, - Eu já ouvi o suficiente. Não importa. Já está feito, mas eu quero falar com você, disse ela, apontando para Rony. -Sozinhos. Vocês não se importam se eu usar o seu quarto por alguns minutos, não é?
-Não, Harry respondeu quase instantaneamente, encolhendo os ombros quando Rony lhe lançou um olhar que dizia: ‘Oh caramba, obrigado pelo apoio. Ela está prestes a me matar, sabia’?
-Ronald? Hermione disse, depois de caminhar até a escadaria que levava até o dormitório dos meninos e girando para esperar por ele.
-Não vá pensando que você está livre, Finnigan, o ruivo sussurrou, batendo com o ombro intencionalmente contra seu companheiro de quarto quando ele começou a marchar para sua namorada. -Se você correr, você só vai morrer cansado, porque eu sei onde você dorme.
***
-Hermione, eu sei que você está chateada, mas ela não significa nada. Juro, Rony insistiu, logo que ele entrou em seu quarto e fechou a porta atrás de si. -Eu não fiz isso de propósito. Era apenas Lilá... e eu não poderia ajudá-la.
‘Oh sim’, isso é simplesmente brilhante, Weasley’, ele pensou, encolhendo-se interiormente em sua própria estupidez. Porque não inventa uma boa desculpa? Isso é o melhor que você tem? Em seguida, você estará dando motivos para todos cavarem sua cova. E como você sabe, que NUNCA recusam esse trabalho, então cale a boca, antes de enterrar-se mais fundo. Sua única chance agora é receber o que ela jogar em você como você merece. Desculpar-se até que ela esteja cansada de ouvir as palavras "Sinto muito", provavelmente não é uma ideia tão ruim.
-Sinto muito.
-Você gosta dos dela mais do que dos meus? Hermione perguntou, olhando para seu próprio peito antes de olhar para ele, hesitante.
‘Não responda’! Uma voz gritou dentro da cabeça de Rony. ‘É uma armadilha’.
-Eu sei que os dela são maiores, continuou ela, colocando seus próprios seios nas mãos como se estivesse tentando calibrar o quanto adequados eles eram. -Por que razão isso é tão importante? Todos não são praticamente iguais?
-Como diabos eu vou saber? Rony gritou, sentindo-se ainda mais em pânico agora, do que quando entrou no dormitório. -Eu só toquei os seus, ele acrescentou, desconfortavelmente, rezando para que fosse capaz de encontrar uma maneira de sair dessa e ir para longe dela antes que ela percebesse que ele estava excitado. Ele sabia o que ela estava pensando, e se descobrir, ela pensará que é por causa de Lilá e sendo esse o caso, ia esfolá-lo vivo. –Eu não quero tocar qualquer outra pessoa, Rony falou como um idiota delirante. –Os seus são grandes e eu adoro quando você me deixar tocá-los.
‘OH! MEU! DEUS! Apenas cale a boca, seu imbecil’, a voz mais sensata gritava em sua cabeça.
‘Mas é a verdade’, ele argumentou.
‘Você é um cachorro doente, sabia, Weasley’? A voz afirmou. ‘Aqui está ela, prestes a esganar você e você está excitado’.
‘Não posso fazer nada’, ele rebateu. ’ Adoro quando ela fica toda nervosinha. E não são todos os dias que eu tenho duas meninas brigando por mim. Nossa, como estava quente. Observá-la tocar-se não está ajudando’, ele gemeu internamente.
‘Contenha-se, homem. Você está enfrentando dor e morte iminente aqui. Continue a pedir desculpas’.
-Eu... Eu não sei por que eu olhei, Rony disse em voz alta. -Eu juro que não queria. Eu ia dizer a ela para se afastar, mas quando eu voltei para dizer que... ela era ... eram ... Sinto muito. Realmente eu sinto. Eu nunca vou fazer isso de novo. Eu prometo
-Claro que você vai, disse Hermione, balançando a cabeça para trás e para frente de um modo que ele positivamente percebeu ser de desaprovação. -Você poderia ser um pouco mais sutil sobre isso, sabe. Todos vocês podem, continuou ela. -Eu quero dizer, honestamente, vocês quatro estavam praticamente babando.
-Isso não quer dizer nada, disse Rony miseravelmente.
-Eu sei, ela suspirou infeliz. -É... às vezes é difícil. Nunca ser notada quer dizer.
-Do que você está falando? Ele perguntou, seu rosto se enrugando com a confusão. -Eu noto você. Eu olho só para você o tempo todo.
-Ninguém mais olha, ela rebateu.
-E é melhor assim, disse Rony irritado. –Porque irei matá-los se olharem. O que, você quer outros caras olhando para você assim? ele perguntou asperamente.
-Não foi isso que eu quis dizer.
-Mas foi o que você disse.
-É... às vezes eu odeio ser tão ... normal.
-Normal? Ele se voltou de surpresa. -Você é débil mental? Você é a bruxa mais brilhante de toda a escola sangrenta, pelo amor de Merlin.
-Sim, brilhante, estudiosa, sabe tudo. É tudo o que alguém vê, porque nada mais sobre mim se destaca. Eu não sou curvilínea como Lilá ou exótica, como Parvati. Meu cabelo não é liso e brilhante como o de Gina. É apenas como tudo o mais sobre mim; chato, marrom e normal.
‘Oh, eu entendi’, ele pensou, quando suas palavras e seu significado congelavam em sua mente. Se havia uma coisa que Rony Weasley entendia, era como se sentir inseguro.
-Se você pensar que eu estava olhando para ela, porque eu não te acho atraente, ou porque eu acho que ela é melhor do que você de alguma maneira, então você está errada. Mortalmente errada, afirmou, não vendo razão para permanecer no assunto ou tentar encontrar uma maneira diplomática para explicá-lo. -Eu olhei porque ela estava lá, e bem, era difícil não olhar. Mas eu não senti nada perto do que eu sinto quando eu olho para você, acrescentou ele, diminuindo a distância entre eles e envolveu os seus braços ao redor de seus ombros, puxando-a para frente contra o bom senso, de modo que ela seria capaz de sentir a maneira como seu corpo reagiu. -Isso aconteceu por causa de você, não dela, afirmou.
-Ronald Weasley! Hermione ofegou em choque, empurrando-o para longe quando ela sentiu sua excitação imprensada contra seu estômago. -Eu não posso acreditar... você estava ... você está ... o que diabos está acontecendo com você?
-O quê? Ele perguntou timidamente, atirando um de seus sorrisos tortos. -A mulher que eu amo exigiu uma posição de mim de uma maneira dramática e muito pública. Eu não ficaria surpreso se metade da escola já estivesse sabendo agora.
-Não é pra tanto, maldição.
-Você provavelmente não deveria ter usado o Lànain na frente de todos, disse ele, ignorando completamente o seu comentário. -Foi uma coisa boa todos estarem tão chocados ou teriam percebido que você nem tirou sua varinha para fora.
-Foi isso que aconteceu? Hermione perguntou, enquanto repassava o momento em que Lilá foi arremessada do outro lado da Sala Comunal de novo em sua cabeça.
-Você não sabia? Rony perguntou incrédulo. -Então, como você fez aquilo?
-Não sei, respondeu ela honestamente, tentando descobrir isso por si mesma. -Eu certamente não queria fazer. Simplesmente aconteceu. Em um segundo eu estava olhando para ela inclinando-se sobre você e no outro ela não estava mais.
‘Mas o que aconteceu nesse meio tempo’? Ela perguntou a si mesma. Nada. ‘Eu entrei e ela estava flertando com ele. Ela se inclinou e tocou-lhe o cabelo e eu estava com ciúmes’. Não apenas com ciúmes, lembrou a si mesma. ‘Ciumenta e irritada e possessiva. Que deve ser o que desencadeou o fato, mas como’?
-Mas eu não fiz nada, disse ela em voz alta. -Tudo que fiz foi...
-Foi o quê? Rony perguntou, curioso para saber como trabalhar a magia por si mesmo, no caso de ele precisar.
-Tudo que fiz foi pensar: 'Tira as mãos dele', respondeu ela, cobrindo os olhos com uma mão e deixando escapar um suspiro quando ela percebeu que tinha sido o pensamento de que desencadeou a magia.
-Tudo o que você fez foi pensar isso? perguntou ele. - Perversa.
-Não foi maldade, ela repreendeu. -Eu poderia ter machucado ela.
-Mas você não machucou, disse Rony. -Além disso, ela foi ... quente ... er ... um bocado lisonjeira, sabe? Quer dizer, eu sei como você se sente sobre mim e tudo, mas estou feliz que agora todo mundo sabe sobre isso também. Eu estava ficando doente e cansado de ver cada coisinha que eu dizia ou fazia, explicou. -Você tem alguma ideia do quão difícil tem sido me segurar o tempo todo? perguntou ele, passando os braços em torno dela novamente. -Mas não preciso me preocupar mais com isso, afirmou feliz. -Eu posso te tocar ou beijar a qualquer hora e em qualquer lugar que eu quiser.
-É mesmo? Hermione perguntou.
-Sim, respondeu ele, inclinando-se para frente para beijá-la brevemente, apenas para enfatizar sua opinião.
-Não nas aulas, afirmou, claramente estabelecendo um novo conjunto de diretrizes para ele seguir, ou quando eu estiver tentando estudar.
-Isso é três quartos do dia e metade da noite, ele gemeu.
-E não se qualquer um dos alunos mais jovens estiver ao redor.
-Ah, vamos lá, Rony reclamou. –Os alunos do primeiro ano não vão se importar se eu segurar sua mão.
-Eu estou falando de beijar e você sabe disso, ela repreendeu. -Não haverá absolutamente nenhum beijo ou qualquer comportamento questionável na frente do primeiro e segundo anos. Somos Monitores acima de tudo.
-Percy também foi Monitor, Rony respondeu, - mas isso não o impediu de ficar agarrando e beijando sua namorada em salas de aula vazias por toda a escola. E ele ainda se tornou Monitor-chefe, sabe? Assim como Gui, já que tocamos no assunto. McGonagall não vai tirar o seu crachá só porque você tem um namorado. Na verdade, agora que penso nisso, acrescentou com um sorriso: - Eu aposto que ela já sabia sobre nós naquele dia, ela deu o seu crachá de volta no escritório de Snape, o que significa que temos a sua benção e você não tem nada para se preocupar.
-Não iremos nos beijar na frente dos alunos mais novos, Hermione insistiu.
-Não vejo qualquer aluno do primeiro ou segundo ano em torno agora, ele respondeu com um sorriso. -Nós terminamos com nossas aulas e você não está estudando, acrescentou ele, seu sorriso tornando-se ainda maior. –Nem temos ronda porque hoje é noite de sexta. Você tem algo a dizer sobre isso?
-Você é impossível, disse ela, balançando a cabeça de um lado para o outro, infeliz, e tentando não sorrir. Mas, mesmo mordendo o lábio para segurá-lo no lugar, não funcionou por muito tempo. -Eu não sei o que fazer com você.
-Eu faço, ele se inclinou para frente e sussurrou, pouco antes de seus lábios flutuarem sobre seu pescoço. -Eu me lembro de você me dizendo uma vez que eu tiro o fôlego, disse ele, ao chupar o ponto sensível debaixo de sua orelha. -Vamos ver se eu ainda posso fazer isso, ele se afastou e murmurou, pouco antes de os dedos de Hermione entrelaçarem-se em seus cabelos e seus lábios se flexionarem contra os dele.
***
-Eles estão lá em cima há muito tempo, disse Neville a Harry, olhando para o relógio pela quinta vez desde que começaram a jogar ‘Snap Explosivo’. -O que você acha que eles estão fazendo?
-Ela está provavelmente tentando encontrar um lugar para esconder o corpo, sugeriu Simas.
-Cuidado Finnigan, Harry avisou, seus olhos verdes se estreitamento por trás dos óculos com as insinuações brutais de seu companheiro de quarto. -Rony não é o único capaz de te amaldiçoar.
-Na verdade eu estava me referindo ao corpo sem vida do Weasley, Simas respondeu, como se tivesse acabado de ser ofendido. -A mente de alguém está, certamente, na sarjeta, e por incrível que pareça, não é a minha. Ele riu.
-Basta ver o que você diz sobre Hermione, Harry advertiu.
-Oh, certo, Simas disparou de volta. –Sabemos que não há qualquer chance do Weasley ter sorte. Ele está lá em cima com Hermione Granger. A sabe-tudo. Ela provavelmente já o amaldiçoou três vezes até agora. Ou não, acrescentou, quando o casal em questão descia para a Sala Comunal juntos e de mãos dadas.
-Estou faminto, informou Rony a Harry, depois de soltar a mão de Hermione e andar até seu amigo. -Você está pronto para ir jantar?
-Sim, claro, Harry respondeu, levantando-se da cadeira.
-E quanto a Simas? Neville perguntou.
-O que tem ele? Rony disse, sua ameaça de assassinato ao companheiro de quarto boca grande em seu sono esquecido depois do amasso da tarde.
-Você não quer ... OW!
-Cale-se, Longbottom, Simas sibilou, dando cotoveladas em Neville antes que ele pudesse lembrar a Rony que era suposto que ele ainda estivesse com raiva.
-Neville, você diz a Gina que já descemos? Hermione perguntou, após a digitalizar a Sala Comunal e não achar o cabelo vermelho brilhante de sua amiga. -Eu iria lá em cima dizer, ela acrescentou, - mas isso provavelmente não é uma boa ideia agora.
-Sim, com certeza, eu vou dizer a ela, respondeu Neville, inclinando-se sobre as cartas na mesa em frente a ele e reunindo-as novamente em uma pilha ordenada.
-Que diabos você está olhando? Rony latiu para um grupo de garotas do quarto ano da Lufa-Lufa, que teve a audácia de se embasbacar com o trio enquanto eles fizeram o seu caminho descendo as escadas de mármore que conduziam ao Grande Salão.
-Ron, Hermione disse suavemente.
-Eles não são mesmo sutis sobre isso, queixou-se, inquieto com os olhares abertos que ele recebeu nos corredores durante o seu caminho até o jantar.
-E isso te surpreende? Harry perguntou. -Merlin sabe que eles olharam assim para mim, por tempo até demais.
-Os grinfinórios não estão agindo assim, insistiu Rony.
-Isso é porque eles têm de conviver com você, Harry riu, enquanto se aproximavam das portas do Salão Principal.
-O que você quer dizer com isso? Rony perguntou.
-Quero dizer que eles viram você ameaçar Simas e eles sabem que você sabe onde eles dormem também.
-Pode rir, Potter, Rony disse, sarcasticamente, enquanto seguia Harry através das enormes portas de carvalho.
-Tudo bem, eu vou parar.
-Inferno sangrento! Rony gemeu baixinho, com o rosto todo corando quando ele entrou na sala cheia de alunos conversando, muitos dos quais abruptamente cortaram a conversa quando pegaram o flash de seu cabelo vermelho, e imediatamente começaram a cutucar seus vizinhos do lado, antes de virar em sua direção.
-É só ignorá-los, Hermione, que estava mais acostumada a esse tipo de atenção indesejada, aconselhou, empurrando Harry, que estava rindo baixinho para si mesmo. -Todos eles, acrescentou ela, quando ela viu Rony dardejar os olhos para a mesa da Sonserina e mirar Malfoy, que apontou para eles inclinando-se para frente e sussurrou algo para seus amigos, os quais imediatamente começaram a rir.
-Oh, Merlin, Rony murmurou sob sua respiração. -Eu mudei de ideia, disse ele um pouco mais alto. -Eu acho que eu perdi meu apetite.
-É só ignorá-los, afirmou Hermione novamente. -Vamos lá, disse ela, pegando sua mão e arrastando ele para a mesa da Grinfinória, sabendo que a visão e o cheiro de todos os alimentos que estavam ali resolveriam rapidamente esse problema particular. -Quando eu descobrir quem foram esses alunos do segundo ano..., disse para si mesma. -Honestamente... saindo por aí e dizendo para quem quiser ouvir que eu bati e ataquei uma outra estudante, quando foi claramente um acidente.
‘Não me pareceu um acidente’ Harry pensou, mas ele sabiamente manteve o comentário para si mesmo.
-Quando eu descobrir quem eles são, continuou ela, olhando para baixo no final da mesa onde a maioria dos alunos mais jovens estavam sentados. –Seria muita bondade se eu lhes der somente uma detenção.
-Por quê? Harry perguntou, quando se sentou ao lado dela. -Eles não quebraram nenhuma regra.
-Talvez não, ela concordou. -Mas cedo ou tarde eles irão quebrar, e quando o fizerem eu vou castigá-los tão rápido que eles não vão nem saber o que aconteceu.
-Ah, Hermione, deixe-os em paz, disse Rony, enquanto enchia seu prato de comida. -Eles já estão intimidados por você. Se você começar a segui-los esperando para pegá-los em alguma coisa, você vai traumatizar os pobres coitados.
-Eu? Não sou eu que fico os chamando de gnomos.
-Eu só faço isso quando me dão nos nervos, mas é engraçado, Rony anunciou.
-Para você, talvez.
-Se vocês dois não pararem de brigar e começarem a comer, a comida vai ficar fria, Harry disse com um sorriso. Aparentemente, algumas coisas realmente nunca mudam.
***
-Eu fico para jogar com o vencedor dessa vez, disse Gina da cadeira, enquanto estudava o tabuleiro montado entre Rony e Harry.
-Que seja, resmungou o irmão dela, sem sequer olhar para ela quando forçou seu cavaleiro para seguir em frente apesar dos protestos veementes da peça de xadrez. Se Rony estivesse prestando atenção, ele teria notado como os olhos de Gina tinham escurecido mais e parado em Harry enquanto ela falava, ou o fato de que ela estava tentando conter um sorriso, mas a verdade era que ele estava muito longe para se deixar distrair por Hermione ou pegar sua irmã num delírio qualquer.
Harry, no entanto, não estava distraído e tinha notado. Ele tinha notado um monte de coisas na verdade. Como o fato de Hermione, que estava deitada no sofá ao lado de Rony usando-o como um travesseiro, enquanto ela lia, teve seu livro apoiado no colo e foi virando as páginas com uma mão, porque o outro lado tinha deslizado por trás das costas de Rony não muito tempo depois que o primeiro jogo começou. Ele tinha percebido que a camisa de seu oponente tinha andado um pouco sobre o lado direito até o início de seu segundo jogo e que de vez em quando ele se movia, porque Hermione estava traçando círculos de luz no corpo volta de Rony com os dedos.
Harry percebeu coisas além de seu companheiro também. Como a maneira que os olhos brilhantes de Gina se iluminaram quando ela estudou o tabuleiro de xadrez e viu o que seu irmão tinha perdido. Ele percebeu o jeito que ela tinha olhado para ele, seus olhos dançando com alegria e sorriu. E como ela tão rapidamente escondeu aquele sorriso antes que ele pudesse tornar-se um sorriso maior, e então lutou para manter uma expressão impassível, como se não quisesse partilhar um segredo. Ele observou Gina morder o lábio inferior para não rir quando ele se inclinou para frente ao mover manualmente sua próxima peça de modo que Rony não teria nenhum aviso sequer.
‘Ela tem os lábios sempre cor de rosa’? Ele se perguntou, olhando para Gina, em vez de para a peça de xadrez agora segura em sua mão. E suas bochechas, elas são um tipo de cor de rosa também, mas num tom um pouco diferente, pensou. E o que aconteceu com suas sardas? Elas parecem mais leves do que costumavam ser. Ou talvez elas foram sempre assim e eu apenas confundi com um de seus irmãos. Mas o cabelo dela é definitivamente brilhante. O cabelo de Rony não reflete a luz do fogo assim, não é? O que você está fazendo? Ele perguntou a si mesmo, enquanto seus olhos se voltaram para o lábio inferior úmido que ela estava a maltratar com os dentes e de repente ele percebeu para onde sua mente estava indo. Ela é irmã do seu melhor amigo, pelo amor de Merlin. Parar de pensar nela desse jeito. É apenas Gina.
-Xeque-mate, declarou Harry presunçosamente, depois de definir a peça na mão para baixo na frente do Rei do Rony.
-O QUE! Rony gritou, sentando-se ereto e lançando Hermione para frente no processo. Pego de surpresa, ela não tinha escolha a não ser deixar o livro cair sem cerimônia no chão e usar a mão livre para segurar a si mesma quando Rony se inclinou sobre a mesa e olhou para as peças de xadrez em descrença. -De jeito nenhum! Ele declarou em voz alta, enquanto Hermione bufou ao lado dele e se endireitou. -Como você... não é ... você ... este jogo não conta, afirmou, fazendo sua irmã finalmente soltar o ar e cair na gargalhada.
-O inferno que não, Gina riu. –Você o desafiou Rony, e ele ganhou de forma justa.
-Não foi justo, insistiu Rony. -Eu não conseguia me concentrar por que..., ele começou a dizer, mas pareceu mudar de ideia no meio da frase: - Bem, apenas porque, ele terminou, seu rosto se tornou ainda mais brilhante do que o de Gina. -Exijo uma revanche.
-Eu já fui chamada para o próximo jogo, Gina insistiu. -Então, você só vai ter que esperar sua vez.
-Droga Gina! Rony bufou.
-Ron, Hermione sussurrou, empurrando-o na lateral. -Não fale com sua irmã assim.
-Harry, eu gostaria de lhe apresentar o meu irmão Rony, o mau perdedor, Gina gargalhou.
-Calada!
-Ele sempre foi assim? Harry perguntou com uma gargalhada de sua autoria.
-Você não tem ideia, Gina riu em resposta. -Quando éramos pequenos ele costumava virar jogos de tabuleiro e jogar suas peças nos gêmeos. É verdade que eles eram geralmente trapaceavam, mas o que mais você poderia esperar de Fred e Jorge?
-Pelo menos eu não fui chorando para minha mãe e a fiz obrigar os outros a me deixar vencer.
-Eu não sabia.
-Sabia sim.
-Sem espírito esportivo.
-Bebê da mamãe.
-Oh meu deus, Hermione riu. -De repente me dei conta de que fui muito feliz em minha infância. E você Harry? Perguntou ela.
-Bem, eu cresci com o Duda, respondeu ele relembrando. –Se eu dissesse que fomos tratados igualmente, estaria mentindo, acrescentou. -Mas eu acho que Duda é o pior perdedor do planeta. Uma vez eu mesmo o vi jogar seu computador para fora da janela de seu quarto em um acesso de raiva depois de perder um jogo de videogame. Parecia o certo a fazer para um imbecil como ele, mas ele nunca foi muito brilhante. Claro que ele só teve que sofrer uma noite sem jogos de videogame, porque o meu tio saiu e comprou-lhe um computador ainda melhor na manhã seguinte apenas para calá-lo.
-Portanto, não foi uma atitude muito idiota, afinal, disse Gina. -Não, se ele ganhou algo ainda melhor depois.
-Que tipo de punição distorcida é essa? Rony perguntou. -Se eu tivesse tentado algo parecido minha mãe teria tirado tudo o que possuía e teria mantido tudo trancado em algum lugar até que eu consertasse tudo o que estraguei.
-E é por isso que você aprecia as coisas que você tem e compreende o valor do trabalho duro, Hermione acrescentou: - ao contrário de pessoas como Duda ou Malfoy, que recebem tudo o que sempre quiseram em uma bandeja de prata. Sua mãe, obviamente, sabe como ser uma boa mãe.
-Então, o que foi que você quebrou? Harry perguntou a Rony.
-Oh não foi Rony, disse Gina, com um sorriso e um brilho nos olhos. -Foi Carlinhos.
-Carlinhos e Gui, na verdade, Rony corrigiu. -Eles estavam brigando sobre quem merecia usar a melhor vassoura. Gui sempre usava porque ele era o mais velho, mas Carlinhos não achou que foi justo, por isso ele esperou do lado de fora um dia e agarrou-a.
-Só que Gui decidiu arrancá-la dele, Gina continuou, - e encurtando a história, Carlinhos decidiu que se ele nunca ia poder usá-la, estão Gui não deveria usá-la também.
-Assim, ele escapou para o armário de vassouras mais tarde naquela noite e cortou-a com um machado, Rony terminou. -Mamãe passou pelo telhado e é claro que ela sabia tudo que ele argumentou, por isso não foi muito difícil descobrir quem tinha feito aquilo.
-Acho que Carlinhos não contava com isso, Gina riu para si mesma.
-Ele teria levado o verão inteiro trabalhando para pagar a vassoura se Gui não tivesse o tivesse ajudado, Rony continuou.
-Gui ajudou a trabalhar para pagá-la apesar de ter sido sua vassoura que havia sido destruída? Harry perguntou.
-Sim foi isso que meu irmão fez, respondeu Rony. -Além disso, minha mãe deu-lhe a vassoura de Carlinhos para que ele não fosse o único preso jogando quadribol em uma velha Shooting Star que puxava para a esquerda. Dar a vassoura foi a punição em si.
-Você deve saber, Gina riu. -Você é o único que ficou tendo que usá-la nos últimos anos.
-Carlinhos foi apanhador, o irmão dela disparou de volta. -Ele não poderia pegar o pomo em uma vassoura velha e defeituosa assim.
-Claro, que foi por isso, Gina riu. –Ele era nobre como você. Não tinha absolutamente nada a ver com o fato de que o obrigaram a usá-la. Corrijam-me se eu estiver errada, mas esta vassoura já não estava fora dos padrões estabelecidos quando permitiram que você brincasse com ela? Perguntou ela, apesar do fato de ela já saber a verdade.
-Sim, ok, Rony relutantemente admitiu. -Não foi isso também, mas dada a escolha entre voar num pedaço de lixo ou ficar no chão vendo você...
-Destemido. Gina disparou de volta. -As piadas sobre você não é? ela riu. -Enquanto você estava preso voando em círculos sobre aquele pedaço degradado de porcaria, eu estava voando com a vassoura de Gui no galpão.
-Porque você é uma sacana, ele disparou de volta à irmã.
-Você está ofendido, porque eu era inteligente o suficiente para convencer Jorge a me ensinar a arrombar uma fechadura sem usar magia e você nunca pensou em pedir.
-Tanto faz. Eu quero uma revanche, disse Rony para Harry.
-Bem, isso é bem mais difícil, respondeu sua irmã em seu lugar. -Você vai ter que esperar sua vez, como qualquer outro perdedor.
-Oh, vamos deixá-los jogar, Hermione se inclinou para frente e disse baixinho, enquanto pegava a mão de Rony na dela.
-Você é a razão de porque eu perdi para começar, Rony resmungou.
-Eu sei, admitiu. -Sinto muito. Eu não quis que isso acontecesse. Mas olhe pelo lado bom.
-Há um lado bom de ser um grande perdedor?
-Olhe ao redor da sala e me diga o que você vê, disse Hermione, quando Harry começou a reposicionar as peças para que pudessem começar um novo jogo.
-Nada, respondeu Rony, depois de fazer o lhe foi dito.
-Exatamente, disse Hermione. -Quase todo mundo já foi para cama.
-Incluindo o primeiro e segundo anos, Rony disse com um sorriso, como ele finalmente entendeu o que ela estava insinuando. -Então isso significa que você planeja usar esse tempo para fazer as pazes comigo? ele perguntou com um sorriso arrogante.
-Bem, suponho que depende de quanto tempo dura o seu jogo, Hermione provocou , mas eu estaria disposta a experimentá-lo.
-OW! O que vocês estão pretendendo fazer? Fingir que somos invisíveis ou algo assim? Gina exclamou em voz alta. -Se você vai beijá-lo pode ir para outro lugar. Harry e eu certamente não queremos assistir, disse ela com um arrepio de repulsa. -Eu ainda tenho pesadelos com aquela primeira vez que eu entrei no quarto e peguei vocês...
-Todos têm o direito de ficar aqui. Rony disse em voz alta, na esperança de jogá-la para fora. -Tenho certeza que Harry não quer ouvir nada sobre isso.
-Não particularmente, não, Harry respondeu quase que instantaneamente . ‘Eu provavelmente vou começar a sonhar com isso também’, ele pensou em silêncio. E a última coisa que eu preciso é mais imagens mentais de Hermione sem roupa’
-Harry?
‘Eu preciso encontrar uma menina para fixar os olhos, continuou ele, olhando para Gina brevemente, antes de forçar os olhos para baixo no tabuleiro de xadrez. Mas não a irmã de seu melhor amigo. O que você está pensando? Rony realmente vai matar você em seu sono, mesmo se você considerar o uso de sua irmã como um ursinho de pelúcia’.
-Você está me escutando?
‘Ursinho de pelúcia? De onde diabos veio isso? Cristo, eu estou me transformando em Simas agora’.
-HARRY!
-Huh?
-Eu perguntei se você nunca vai se mover, Gina disse, dando-lhe um olhar estranho.
-Oh, certo, desculpa, disse ele, movendo um peão para a frente para começar o jogo. -Minha mente estava longe.
-Obviamente, Gina respondeu. -Você certamente não precisa se concentrar para fazer um movimento como esse, continuou ela, enviando seu próprio peão para frente.
-Não há nada de errado, certo? Hermione perguntou, baixando a voz, apesar de a sala estar praticamente vazia. -Quero dizer, não era Voldemort ou algo parecido, não é? ela sussurrou.
-Não, não nada disso, Harry insistiu. -Ele ainda está tentando me bloquear. Pelo menos eu acho que está. Eu não estou mais tendo aquelas visões.
-Você já tentou? Gina perguntou.
-O quê? Forçando minha entrada em sua cabeça? Harry perguntou, incrédulo. -Claro que não.
-Que tipo de movimento ridículo seria esse? Rony perguntou, encarando sua irmã.
-O quê? Gina disse: - Não acredito que você nunca pensou nisso. Se ele pode possuir Harry, então é lógico que Harry poderia possuí-lo.
-Mas ele não pode possuir o Harry, Hermione sussurrou. -Pelo menos não por muito tempo. Não foi isso que Dumbledore lhe disse? Perguntou ela.
-Mais ou menos. Era muito doloroso para ele. Todas as emoções que eu estava sentindo, ou algo assim, eles eram muito dolorosas. Ele não aguentou senti-las.
-Provavelmente seria o mesmo pra você, Hermione disse, - Ter todo o ódio e a maldade dele se tornar uma parte de você, mesmo que por alguns minutos. Seria insuportável. Não há nenhuma razão para sequer pensar em se colocar em perigo desse jeito.
-Bem, foi apenas um pensamento, Gina disse um pouco defensivamente.
-Pare de pensar e comece a jogar, insistiu Rony, - para que eu possa ter minha revanche.
‘Pergunto-me, porém’, Hermione pensava silenciosamente com os olhos caindo sobre Gina. ‘O que aconteceria se Harry estivesse ligado a alguém que o amava por uma Poção da União. Mesmo que fosse apenas uma conexão temporária e não tão forte como o que Rony e eu vamos fazer? Se Harry está ligado a ele, e ela fosse ligada a Harry com a poção, então ela estaria conectada a Voldemort também? E se ele a amava e ela amava Harry, então Voldemort poderia senti-lo duas vezes. Se ele não podia suportar as emoções de Harry por si só, como seria lidar com sentir as emoções de duas pessoas ao mesmo tempo? Será que ele pode ser capaz de lidar com isso? Seria possível para os dois se ele usasse essa conexão para reforçar-se mutuamente, e ao mesmo tempo’?
‘Há tantas perguntas’, ela gemeu silenciosamente em frustração, ‘e não há maneira de saber as respostas. A menos que nós experimentemos um pouco com ele. Rony e eu poderíamos sempre ligar-nos a Harry temporariamente, uma vez que ele não melhorou sua oclumência, e ver o que acontece. Mas mesmo uma conexão temporária tem a duração de duas semanas e isso é muito tempo para forçar Harry a experimentar os nossos sentimentos. Muito tempo na verdade. A menos que haja outra escolha.
Mas se eu salvar um pouco da Poção de União em sua forma básica, antes de Rony e eu adicionarmos os ingredientes extras, então, teoricamente, nós três devemos ser capazes de tomá-la logo antes da batalha final, e não só a alma de Harry será conectada a nós e protegida contra a Maldição da Morte, haverá dois conjuntos adicionais de emoções para lidar com Voldemort. Talvez os três juntos fossem fortes o suficiente para dominá-lo. Ou talvez nós vamos simplesmente acabar parecendo loucos durante duas semanas’.
‘Você está ficando à frente de si mesma, novamente, esse é o problema. Você precisa descobrir como trabalhar a conexão entre duas pessoas antes de sequer pensar em tentar isso com três. Então, basta dar um passo para trás e se concentrar em obter a poção concluída e se ligar a Rony. Isso é que é importante agora. Vai levar tempo para descobrir como gerenciar a conexão sem incluir outra pessoa completamente diferente no processo. Graças a deus é só sentimentos poderosos e não pensamentos que são transmitidos, caso contrário, estaríamos completamente perdidos’.
‘Mesmo assim, eu provavelmente deveria dizer a alguém o que estamos planejando, caso algo dê errado. E eu não posso dizer ao Harry, ainda não, por isso vai ter que ser Gina, Rony goste ou não. Mas pode esperar até o Dia das Bruxas. Ela não precisa saber nada até então, e assim me dá um tempo para descobrir como eu vou explicar’.
-Mione?
-Hum? ela respondeu, quando ela sentiu Rony se movimentar ao lado dela.
-Está tudo bem, amor? Você ficou em um terrível silêncio.
-Oh sim, estou apenas um pouco cansado, eu acho.
-Por que você não vai para a cama, então? Sugeriu ele.
-Bem, eu não estava exatamente pensando em ir até lá hoje à noite, ela respondeu com certa relutância. -Eu pensei que seria melhor se eu der algum tempo para Lilá, explicou ela. -Eu vou pedir desculpas a ela amanhã, mas por enquanto eu acho que é melhor se eu ficar longe.
-Você pode vir comigo, então, ele sussurrou. -Como nós tínhamos originalmente planejado.
-Não, ela disse, parecendo um pouco decepcionada. -Eu não acho que essa seja uma ideia muito boa. Não esta noite não. Com todo mundo sabendo sobre nós e Simas estar lá dentro e tudo. Uma coisa é esgueirar-se lá em cima como eu fiz antes, mas seria diferente ter todo mundo sabendo que eu estava lá. É só não ... não é uma boa ideia.
-Então, onde você vai dormir? Rony perguntou.
-Bem aqui.
-No sofá? Sozinha?
-A menos que você queira se juntar a mim, ela acrescentou silenciosamente.
-Opa, essa é uma boa ideia. Rony disse, com os olhos brilhando. -A ideia mais brilhante, na verdade. Vou apenas ao dormitório pegar um travesseiro e um cobertor, que você acha?
-Você pode me emprestar algo para dormir? Hermione perguntou.
-Eu posso fazer melhor do que isso, disse ele, levantando-se rapidamente e segurando sua mão. -Vamos lá, acrescentou ele, puxando-a para os pés também.
-Para onde vamos? Hermione perguntou, quando Rony começou a puxá-la longe do sofá onde eles estavam sentados.
-Lá em cima, respondeu ele com naturalidade.
-Mas Ron... ela protestou, arrastando os pés.
-Apenas confie em mim, ele insistiu. -Estaremos de volta em alguns minutos, acrescentou ele, para o benefício de Harry. -Portanto, não vá começar outro jogo ou qualquer coisa. Basta preparar o tabuleiro.
-Saiam! Rony gritou, no instante em que pisou em seu quarto, pegando seus companheiros de quarto completamente de surpresa.
-Cai fora, Weasley, Simas retrucou por trás das cortinas de sua cama. -É o nosso dormitório também.
-Talvez sim, mas você ainda vai sair.
-Cai fora!
-Só por alguns minutos, Rony disse à Neville, que aparentemente tinha acabado de regar seu Mimbulus Mimbletonia, porque ele congelou ao lado da planta olhando para ele completamente confuso.
-Por quê? Neville perguntou, largando a pequena lata que estava segurando em cima da cômoda, quando Rony tirou os sapatos e as calças, antes de procurar em uma gaveta aberta e substituindo-os por um par de calças de pijama que ficaram vários centímetros mais curtas nos tornozelos.
-Hermione precisa de um lugar para trocar de roupa, explicou ele, propositalmente virando as costas para Neville antes de jogar sua camisa de botão branca em uma cadeira e substituí-la por uma camiseta de uma gaveta diferente. -Graças ao Finnigan aqui, ela não pode usar o seu próprio dormitório esta noite, acrescentou, - então eu preciso que vocês esperem lá em baixo, só por um minuto.
-Oh, ok, disse Neville, seu rosto ruborizando muito rapidamente quando ele começou a se mover em direção à porta.
-Você também, disse a Rony à Simas, que não fez nenhum movimento para sair de sua cama.
-Bem, ela é mais que bem-vinda a se mudar aqui, o jovem irlandês respondeu levianamente, - mas eu não vou embora.
-O inferno que não, Rony resmungou. -Você tem duas escolhas. Ou você sai daquela cama e sai para o corredor com suas próprias pernas e sem fazer comentários rudes, acrescentou. -Ou eu vou amaldiçoar você e tirá-lo eu mesmo. Sim, eu pensei que isso é o que você escolher, disse ele, quando Simas puxou a cortina aberta e saiu da cama, resmungando alguma coisa em voz baixa sobre o chão frio e os pés descalços.
-Você tem cinco minutos e então eu vou voltar, ele disse, enquanto seguia Neville pela porta.
-Você vai voltar quando eu deixá-lo fazer isso, Rony disse, empurrando seu companheiro de quarto irritado pela porta e o seguindo depois. -É toda sua, ele disse a Hermione, que estava no corredor esperando por eles. -Deixei as gavetas abertas para você. Coloque qualquer coisa que você gostar.
-Obrigado, disse ela, antes de soltar o braço de Rony e entrar na sala, fechando a porta atrás dela.
-Eu deveria ter imaginado, Simas bufou.
-Imaginado o quê? Rony perguntou sem pensar.
-Que ela ia fazer você esperar aqui conosco enquanto se trocava. Deus me livre você pegar um vislumbre de sua calcinha. O mundo pode parar de girar.
-Cala essa boca, Rony rosnou, levantando a mão e apontando a varinha diretamente para Simas, que foi claramente surpreendido, apesar do fato de que o ruivo já o tinha avisado. -Silencio, disse ele, silenciando eficazmente seu companheiro de quarto para garantir que ele era incapaz de fazer quaisquer comentários adicionais, enquanto Hermione estava ao alcance da voz. -Talvez da próxima vez você vá me ouvir quando eu lhe digo para não fazer algo, Rony disse, cruzando os braços na frente de seu peito e se encostando na parede à esquerda da porta como Simas agarrou sua garganta e em seus olhos surgiu um brilho assassino.
É claro que o irlandês não necessitou do uso de sua voz para mandar sua mensagem, porque seus dedos ainda funcionavam muito bem. Os outros dois assistiam a tudo, quando o dedo médio da mão direita de Simas se curvou e ele levantou-o no ar.
-Exatamente o que penso a seu respeito. Rony ria, poucos segundos antes de a porta se abrir e ele ouvir Hermione ofegar quando ficou cara a cara com Simas, que estava furioso por alguma razão desconhecida.
-Como você ousa, ela rosnou, inchando o peito com o distintivo de Monitor, quando ela saiu para o corredor em um par de calças de pijama de Rony, que estavam enroladas em torno de seus tornozelos e um blusão marrom que claramente não lhe servia mais, mas ainda era demasiado grande para ela. -Cinco pontos da Grinfinória por mostrar desrespeito a um Monitor, ela retrucou: - e na próxima vez que eu vir esse dedo apontado na minha frente, ela acrescentou, - vai ser uma detenção. Você ouviu isso? Bem? perguntou ela, quando a boca de Simas se abriu e ele não respondeu.
-Er... ele não pode responder a você, exclamou Neville.
-Por que não? Hermione exigia.
-Er ... Bem, você vê...
-Porque eu o amaldiçoei, por isso, Rony respondeu sumido.
-Você o amaldiçoou? Ela perguntou, incrédula.
-Eu tinha o direito e eu fiz. Ele foi grosseiro, então eu resolvi calá-lo.
-Ron! Hermione chorou. -Você não pode simplesmente fazer algo assim.
-Bem, eu fiz, e eu não estou arrependido. Ele merece coisa muito pior depois de toda a merda que ele aprontou hoje. Eu diria que ele safou muito fácil.
-Dê-me isso, disse Hermione, jogando a colcha que estava segurando no chão, esperando a varinha de Rony estar fora de suas mãos e apontou-a para Simas. –Finite Incantatem.
-Há algo que você queira dizer para mim, Finnigan? Rony perguntou, quando Hermione entregou sua varinha de volta.
-Não, respondeu Simas, olhando por cima de Hermione. ‘mas vou ter’, pensou ele, decidindo que provavelmente seria melhor esperar e poupar-se da detenção que iria ganhar se falasse o que estava em sua mente agora.
-Obrigado por me emprestar o seu quarto novamente, disse Hermione, enquanto Rony se inclinava e agarrava a colcha do chão, prendendo-a sob o braço. -Boa noite, acrescentou ela, agarrando a mão de Rony e arrastando-o de volta para as escadas.