Fechando a porta atrás de si, Hermione Granger entrou no quarto com um olhar furioso.
“Que porra é essa?” Ela gritou para um bando de primeiro e segundo anistas inocentes, segurando uma camisinha cheia de maionese (ao menos era o que ela esperava) na mão. “E quem a colocou na porra do meu quarto?”
“Eeww,” gritou Matilda Groshook, uma segundo anista. Ela torceu a cara.
Hermione caminhou até a garota trêmula. “Você acha isso engraçado, não?”
“Mas –“
“Mas o que? Você não quer que eu a culpe, é isso?”
“Não, mas – “
“Eu pensei que não.” Hermione afastou-se do rosto de Matilda. Então jogou o preservativo no chão e caminhou até seu quarto de monitora.
George Turntindle, um quarto anista que estava escondido em seu quarto, deu um tapinha nas costas de seu amigo, Andrew. “Belo trabalho.” Ele sorriu. “Ela nunca irá descobrir.”
Para o azar deles, Hermione, que ainda estava no corredor, escutou. Ela correu para o quarto.
“HA!” Ela gritou triunfante. “Eu sabia!” Então, esbofeteando os dois garotos sonoramente, acompanhou-os para fora do quadro de entrada para ver Dumbledore.
No caminho para a sala do diretor, Hermione encontrou Snape, que encarou-a.
“Srta Granger...” Ele assobiou. “...você acha conveniente machucar esses dois...” Pausou. “...jovens garotos?”
Hermione encarou-o de volta. “Professor, estou apenas acompanhando-os até a sala do diretor.”
“Acompanhando, você diz? Eu não diria isso -” Ele apontou para as marcas que as mãos de Hermione haviam deixado nas orelhas dos garotos. “Acompanhando, quero dizer.” Ele diminuiu o tom de voz. “Diria que considero isso abuso.” E mudou novamente o tom de voz, demorado e baixo, ao pronunciar a última sílaba. Por alguma razão, Hermione arrepiou-se e desviou o olhar. Parecia que um leve calor despencou de seu estomago até seus pés.
Então toda intensidade despencou de sua voz. “Vinte e cinco pontos a menos para a Grifinória, srta Granger.” Ele disse com alegria, e foi embora.
Os dois garotos começaram a se debater novamente quando a atenção de Hermione voltou a eles. “Muito bem vocês dois...” Ela disse rudemente. “...vamos.”
Enquanto caminhavam para a sala de Dumbledore, Hermione ficou agitada. Porque ela se arrepiou quando o professor se dirigiu a ela daquela maneira? Bom, se dirigiu a eles daquela maneira. Embora parecesse que ele estava falando diretamente com ela. Não. Ele não estava.
“Gotas de limão.” Hermione grunhiu para a gárgula, que deu caminho para deixar o grupinho de criminais entrar na sala de Dumbledore.
“Professor Dumbledore?” Chamou Hermione. “Tenho um assunto urgente para discutir com você.” “Entre, minha querida.” Dumbledore disse. A escada em espiral desceu e os três subiram nela.
Dumbledore estava usando vestes rosa-bebê e um chapéu verde fluorescente quando os saudou. Suas mãos estavam oleosas e ele estava usando lentes grossas.
Vendo Hermione ladeada por seus dois tratantes, ele começou. “Oh, céus, eu me esqueci. Limpar!” E ficou limpo. Ele acariciou sua barba e olhou para Hermione, pensativo.
“O que posso fazer por você, e esse dois cavalheiros?” Ele perguntou.
“Bem, Andrew, porque você não conta ao professor Dumbledore o que você fez.” Após ouvir o caso, Dumbledore explodiu em risadas. Hermione tentou furá-lo com os olhos, mas Dumbledore apenas sorriu.
“Garotos…” Ele disse, tentanto parecer rude. “…vocês sabem que isso não é apropriado, não sabem? Embora pareça hilário, e para ser honesto, eu concordo, não é uma boa idéia sair por aí depositando pequenas…lembranças onde elas não são bem vindas. Entendido?”
Os garotos se sentiram punidos. “Entendido.” Eles entoaram. E pareciam estar arrependidos.
Após dispensá-los, Dumbledore pediu que Hermione ficasse por uns minutos.
“Minha querida…” Ele começou. “…você já considerou que talvez esteja sendo muito…” Ele pausou para colocar a frase num tom mais delicado. “…dura com os estudantes?”
“Pensei que fosse meu dever mantê-los na linha.” Hermione respondeu.
“Sim, mas existe um limite. Não posso resolver todas suas disputas.” Ele disse gentilmente. “Mas seus esforços são apreciados. O que quero dizer é, tenha mais discrição quando precisar me ver. E tente ter um pouco de senso de humor. Você não vai longe sem isso.”
“Ok.” Hermione tentou sorrir. “Acho que foi um pouco engraçado.”
“Esse é o espírito.” Dumbledore deu um tapinha em suas costas e ela voltou até o salão comunal.
Na semana seguinte, voltando da aula de poções, ela encontrou um pelúcio em seu quarto. O mesmo cenário do preservativo se repetiu, incluindo sua crise.
Na café da manhã, Hermione reclamou a Harry e Rony sobre o mau comportamento dos primeiro e segundo anistas.
“Quem eles pensam que são? Eles não tem respeito?” Harry e Rony se entreolharam arrependidos.
“Você não acha que está sendo um pouco exagerada?” Harry perguntou.
“Não.” Ela disse forçadamente. “Acredito estar fazendo a coisa certa. Eles precisam aprender a respeitar os mais velhos. E estando numa posição de poder, sinto que tenho a responsabilidade de ajudá-los no aprendizado.”
Rony a olhou cuidadosamente. “Hermione, você parece um pouco incomodada. Você está se sentindo bem?”
“Sim, estou ótima.” Ela respondeu. “Muito obrigada pelo voto de confiança.” Ela engoliu sua torrada apressadamente e se levantou, encarando os dois. “Só para deixar claro…” Ela disparou. “…vocês dois nunca poderiam ser psiquiatras.”
“Não estava nos meus planos.” Rony grunhiu.
“O que foi isso?” Hermione perguntou, com relâmpagos nos olhos.
“Ah, apenas disse que devia experimentar as batatas doce.” Disse Rony rapidamente, tentando disfarçar.
“Muito bem.” E soltando vapor, Hermione foi para a biblioteca.
“Quer apostar quanto que ela vai até a seção de enciclopédias primeiro?” Rony sorriu.
Harry também sorriu e deu um tabefe na cabeça de Rony. “Não fale assim. Ela pode ouvi-lo. Ela tem uma audição ótima.”
Mais tarde naquele dia, na dobradinha de poções, Hermione pegou Snape olhando-a durante a preparação da poção polissuco. Bem, não olhando, encarando. Ela teria dado tudo para saber o que se passava por trás daqueles olhos negros.
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