Sempre há aquela pequena chance de o impossível acontecer e Teddy era um cara que acreditava nisso. Ora, ele mesmo provou que a chance existia, quando acidentalmente beijou Victoire e ela, conscientemente, o beijou de volta com a mesma intensidade.
Às vezes parecia tão improvável que ela se sentisse do mesmo jeito que ele. Teddy passou metade da vida recebendo giradas dignas daquele olhar francês quando, sem sucesso, ele tentava agradá-la com suas gracinhas que, para ela, eram sempre estúpidas e infantis.
“Você devia crescer”, dava a dica, mesmo que ela fosse a mais nova.
E você devia ser menos bonita, ele pensava sempre reparando nos seus cabelos louros ondulados e cumpridos, que balançavam hipnoticamente toda vez que ela desfilava pelos corredores do castelo, atraindo olhares de todos os garotos inclusive o seu. Ou dar no mínimo alguma atenção para o que eu faço!
E quando Victoire começou a dar essa atenção desejada, ele mal acreditou. Teve de se segurar várias vezes para não dizer coisas estúpidas, para não encher o saco dela, para crescer, mas no final seu esforço valeu à pena. Ela viu alguma coisa nele. Teddy não sabia o quê, mas se ela não o desprezava como antes, Victoire estava vendo alguma coisa nele.
“Oi!”, ele chamou da janela de seu quarto. Tinha ido buscá-la no Chalé das Conchas durante as férias de verão. Bill ia matá-lo se soubesse que ele ia levar Vic a cidade por um dia inteiro, mas mesmo assim gostava de aparecer às escondidas no quarto dela. Para assustá-la, admirá-la, deixá-la irritada, encabulada, o que viesse primeiro.
“Teddy!”, exclamou Victoire pulando de susto e havia um quê de frustração no seu sotaque quando o viu. “E se eu estivesse pelada, seu safado?”
Rindo, ele colocou o pé direito no chão do quarto e depois o esquerdo, entrando sem fazer barulho suspeito – o que exigia um esforço tremendo para alguém tão desastrado como ele. Teddy estava usando uma camiseta das Esquisitonas que combinava com a cor do seu cabelo roxo, penteado em um pequeno moicano já característico do rapaz. Ele parecia um daqueles punks – sorridentes – que invadiam quartos de garotas toda hora.
“Aí eu ficaria muito mais feliz em te ver”, ele respondeu de um jeito maroto. “E então, vejo que você nem colocou seus brincos ainda.”
“Você chegou cedo”, ela comentou enquanto procurava os brincos em cima da cama. “Achei que ia chegar às três horas. São duas e meia ainda, não estou totalmente pronta.”
“Você parece ótima para mim”, ele disse.
“Só pareço?”, ela ergueu as sobrancelhas, sem deixar de sorrir. Colocou os dois brincos e encarou Teddy significativamente, esperando comentários mais sugestivos.
Victoire estava esplêndida, como sempre. Usava uma blusa e uma saia bem simples e até o simples ficava perfeito nela. Seu cabelo lindo e brilhante tirava um pouco do fôlego que restava em Teddy.
“Hum, é melhor sairmos logo do seu quarto antes que eu perca o controle”, ele fingiu que estava hipnotizado observando as coxas dela, fazendo-a soltar uma risada satisfeita.
“Parado assim você não vai ter nenhum controle para perder, bobão. Vamos!”, pegou a bolsa em cima da mesinha e segurou a mão dele, gesto que o deixou genuinamente feliz. “Pedi a Dominique para nos dar cobertura caso papai descobrir que saí com você.”
“Oba, aventura”, exclamou, pulando a janela. “Aposto que essa é a coisa mais excitante que você fez na sua vida. Dar uma escapada pela noite, para ir ao show das Esquisitonas comigo, sem seus pais saberem.”
“Naaah”, ela fez um gesto com a mão quando pulou ao lado dele, cambaleante. “Já fiz coisas mais rebeldes, acredite.”
“Roubou o batom da sua mãe?”
“Não. O delineador”, acrescentou e os dois riram.
Eles andaram em direção a praia, onde o carro de Teddy estava estacionado. Victoire detestava aparatar, ela sempre ficava enjoada. Por isso, agradeceu intimamente por Teddy ter se lembrado daquele detalhe, trazendo o carro azul que ganhara do seu padrinho no aniversário de dezessete anos.
“Preparada para a grande escapada?”, ele sorriu de lado, abrindo a porta para Victoire num gesto muito intencional.
“Eu nasci preparada”, ela respondeu, acomodando-se no banco. “E desde quando você é cavalheiro?” estranhou com uma risada baixinha.
Teddy entrou no carro e antes de ligá-lo, ele virou seu rosto para o dela, rebatendo: “E desde quando você me deixa fazer isso em você?” Antes que Victoire pudesse perguntar “O q-...” ele a beijou.
E o verão ficava mais quente quando ela correspondia.
Viajaram juntos, conversando sobre qualquer tipo de coisa. Eles nunca deixavam de ter assunto. Antes eram discussões, agora essas discussões viraram conversas animadas e sorrisos sinceros, demonstrando cada vez mais a maneira como os tempos mudaram. Eles mudaram.
Subitamente desejavam passar o tempo todo sozinhos, fugir das pessoas e desejá-las desaparecidas.
Eles queriam o mundo e o tempo todo só para eles. Eram jovens, destemidos, livres e apaixonadamente egoístas. Escapavam para não serem vistos, e se beijavam como se nada os preocupasse.
Exceto um único problema.
“Teddy... é amanhã”, Victoire sussurrou em meio a beijo que compartilhavam dentro do carro, quando o show acabou e eles tinham que se despedir.
“Amanhã é o quê?” Estava desnorteado, não queria parar para conversar.
“Hogwarts”, ela também não queria formar muitas palavras, mas apenas aquela fez Teddy entender. Sendo assim, afastou seus lábios e deu um beijinho na ponta do nariz dela para depois encará-la. “Como ficaremos nessa distância?”
Eles roçavam seus dedos.
“Esperando”, respondeu o rapaz. “Não é? Eu quero continuar com você.”
“Vou te mandar um monte de cartas”, prometeu ela. “E você vai me contar tudo o que acontecer no Ministério.”
“Por falar em contar...”
Victoire não o deixou terminar e respondeu: “Uma hora ou outra minha família vai descobrir. Não precisamos nos apressar para contar.”
“Mas a gente precisa continuar se escondendo assim? Não que eu não goste, mas...”
“Oh, Teddy, sabe, não é porque não quero que meus pais nos vejam juntos. É porque nossos beijos”, a voz dela estava sedutoramente doce e baixa quando abraçou seu pescoço “são proibidos para menores de treze anos, entende? Meus primos não podem ver.”
Teddy deu risada e ela o beijou outra vez, com paixão e calmaria. “Só para menores de treze anos?”, ele ergueu as sobrancelhas, devolvendo o beijo com intensidade. Suas línguas se entrelaçaram e ele segurou o rosto dela, mordiscando levemente seus lábios quentes, nos quais um sorriso perpassava enquanto ela puxava o cabelo sedoso dele e aprofundava o gosto do beijo. Teddy inclinou o corpo para ficar colado ao de Vic, segurando um arquejo quando ela roçou a língua no seu lábio inferior e o apertou contra si. Ele fez o mesmo logo em seguida e, no calor do momento, não conseguiu ficar com as mãos paradas. Precisava explorar aquele corpo tão maravilhoso.
Victoire afastou os lábios para Teddy começar a beijá-la no pescoço, sugando sua pele perfumada e macia. As mãos dele agiam um pouco abaixo do cós da saia, e quando ele colocou as mãos na sua coxa, considerou-se o cara mais sortudo do mundo. Vic deixou-o no paraíso quando permitiu que a mão dele afastasse a saia.
Voltaram a se beijar, com mais fogo do que antes, com mais urgência. Logo, a mão dele subiu até o seio dela por cima da blusa, fazendo-a arquejar. O toque era sutil e habilidoso, deixando-a maluca.
Mas ela não perdeu tempo e sentiu-se tentada a deixá-lo assim também, roçando os dedos dentro da blusa dele. Teddy se arrepiou e precisou tirar a blusa, quando sentiu muito calor. Subitamente, Victoire abriu o zíper de sua calça e eles pararam de se beijar.
Sem dizer nada, Teddy observou a mão dela entrar na calça e ele quase mordeu a língua quando gemeu fraquinho. Seu membro estava duro, sendo instigado pelos dedos firmes e delicados dela. Ele fechou os olhos, suspirava e ofegava. A expressão dela era apreensiva, mas excitada, enquanto o masturbava lentamente. Teddy encostou a cabeça no banco e quando Victoire parou de repente, ele quase gozou.
Mas antes que pudesse sequer protestar, Victoire abriu a calça dele, sem tirá-la totalmente, porque o lugar era muito apertado, e depois sentou em seu colo. Seus membros se tocaram por cima da roupa de baixo que cada um usava. Ela tirou sua própria blusa, ficando apenas de sutiã. Teddy moldou a palma de suas mãos na cintura esbelta de Victoire e notou como o mundo era perfeito, enquanto beijava seu peito e lambia seu pescoço. Seus corpos se moveram. Gemeram.
“Você é incrível”, ele murmurou, transpirando e abaixando a cueca naquele espaço mínimo. “E eu te amo.”
Victoire não tinha medo do que eles faziam. Eles encostaram as testas enquanto Ted vestia a camisinha. Ofegavam ansiosos. Victoire tentou apressá-lo. Finalmente se encaixaram como duas almas que estavam perdidas e precisavam se completar. Estavam tão alucinados que o carro balançava, ela gritava em euforia e excitação, ele a amava mais e mais a cada movimento que o quadril dela fazia contra ele. Estavam se amando como jamais se amaram antes. Era louco e arriscado, mas eles fizeram. Muito menos se arrependeram.
“Eu também te amo”, Victoire sussurrou colada com os lábios rosados na boca dele. A voz saiu abafada, ofegante. “Sempre. E me desculpe por não ter enxergado isso antes...”
“Valeu à pena esperar... quinze anos”, ele sorriu, passando um dedo em seu rosto, gentilmente.
“Vou sentir sua falta em Hogwarts.”
“Eu sei.”
“Convencido, né.”
“Só um pouco”, ele riu, dando um beijo em seus lábios outra vez, com amor.
“Acabei de descobrir que os melhores momentos da minha vida aconteceram com você, Teddy.”
“Devemos escapar mais vezes então.”
Antiga e desenterrada. Victoire e Teddy. Tirei essa shot da lixeira de 2010 aqui no computador, mas dei umas ajeitadinhas recentes. Como faz?! Se gostaram deixem um recadinho que eu vou agradecer :B
Pokie.
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Muito fofa. Adorei o Ted de cabelo roxo, meio punk. Muito bom. Ele deve ser bem gostosinho, kkkkkk. Mas ele é da Vic, é claro. :D Parabéns pela one. Ficou linda, fofinha e sexy. Perfect.
Aiiiiiii que fofura, gente *-* Amo Teddy e Vic é é muito difícil encontrar fic decente deles dois +_+
Vc tá de parabéns, de verdade. Já virou uma das minhas autoras favoritas da FeB, acredita? KKKKKKKKKKKKKK continue escrevendo, para eu continuar sempre lendo e comentando *-*
Ah, adorei a shot, foi perfeita adoraria se vc fizesse algumas escapadas aleatórias para acompanhar essa. o eu já dando palpite de novo... é que eu adoro a s suas fics, as suas NC's não uma das melhores que já li Pra mim; a sua a Landa e a Josy ficam empatadas nas NC's, sabe cada uma tem um jeito de escrever elas diferentes, mas gosto das tres igualmente parabéns por essa aqui. :)
caralho, que linda! Adoro as tuas NC's, acho as melhores que eu já li na vida e todos os elementos bacanas estão aqui, além do NC. Temos um amor lindo, personagens carismáticos e uma atmosfera incrível de verão. Não consegui ouvir a música, mas acho que consegui entrar no clima mesmo sem ela. Menina, 2010 e tu já escrevia bem assim? rsrsrs Até mais, bjs
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