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10. Capitulo X


Fic: Não Brinque Com Fogo!


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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*** Sarinhaaa *** : É. O homem sabe como convencer uma garota. Pena que não deu certo na viagem, vamos ver agora não?
Carla Ligia Ferreira : É, mas ele vai ter que admitir. Hermione não pode fazer mais nada não?
Karla : Já postei! =D Obrigada por ler Karla.
Paulinha Mark's : Bom, eu achei a decisão da Hermione A MELHOR. Não poderia ter feito igual. ;)
Nick Granger Potter : Que isso, imagina. ;) Bom, está tudo ai o que aconteceu. ;)



Capitulo X

"Ele não era suficiente para Hermione."

Durante a semana seguinte, cada vez que esse pensamento lhe ocorria, Harry o afastava. Tentava se concentrar em coisas mais importantes, como finalizar o relatório sobre o controle da situação no caso de Bartlett. Folhas de papel, propostas e orçamentos estavam espalhados por toda parte. Havia já se preparado para outra viagem, uma ao norte do país planejava por Hermione havia muito, ele acabara de cancelar, pois decidira que seu tempo e seus pensamentos seriam melhor ocupados trabalhando no custo do planejamento de outra incorporação. Mas na sexta-feira, quando se deparou olhando pela janela do escritório, pensando no que Hermione estaria fazendo, finalmente admitiu que nada daquilo adiantaria.

Não podia parar de pensar em Hermione, parar de imaginar como a noite que planejara com tanto cuidado pudera acabar tão mal!

Comprara flores caras, um vinho raro. Oferecera-lhe um banquete -- que ela mal provara -- em um esforço de lhe fornecer uma noite inesquecível. Conversaram. Tocaram-se. Beijaram-se.

E ela fugira.

As lembranças o torturavam.

Quando Hermione saíra de seu quarto fora uma desolação para ele. Quisera discutir o assunto, fazê-la desistir de sua decisão. Quisera destruir a apreensão dela de último instante, fazendo-a desejá-lo. Mas deixara ir, e andara pelo quarto durante uma hora, dando-lhe tempo para mudar de idéia, dando há si mesmo tempo para se acalmar. Depois fora ao quarto de Hermione a fim de tentar arrumar as coisas, e descobrira que ela se fora.

Harry amassou um papel cheio de dados que preparara com cuidado. Odiava o modo como Hermione o fazia se sentir, preocupado e tenso de uma emoção que se assemelhava a medo.

Mas ainda tinha esperança de abrandar a situação quando retornasse a Chicago. Enrolara o projeto Bartlett o mais depressa possível e voltara.

Batera e batera na porta do apartamento de Hermione até finalmente Gin abrir a dela. E lhe dissera que a amiga queria ficar só, que não queria vê-lo nunca mais.

De forma alguma Harry iria a um lugar onde não era desejado. Tivera o suficiente de situação semelhante quando menino. Daí concentrou-se no fato de que a veria no trabalho segunda-feira. Falaria com ela então.

Preparara suas defesas e argumentos. Preparara suas desculpas e justificativas. Mas Hermione não aparecera para ouvi-las. Em vez disso, tudo o que tivera fora um telefonema do departamento pessoal, dizendo que Hermione usaria o seu tempo de férias nas duas semanas seguintes, como aviso prévio. Retirava-se do trabalho através de um telefonema -- nada de desculpas, nada de remorsos.

OK, tudo bem, Harry pensara. Recebera o recado. Deixaria-a sozinha. Exceto que as lembranças dela não o deixariam sozinho. Fora ver a sala de Hermione como se ela ainda estivesse lá. Como se ela pudesse aparecer à porta a qualquer momento para lançar um de seus olhares reprovadores. Ou um de seus sorrisos.

Porém ela não apareceria. Era melhor que se acostumasse à idéia.

Olhou pela janela de novo. Não a culpava por ter fugido. Não realmente. Sabia não ser o homem que satisfaria seus sonhos. Mas, se ela pretendia dizer "não", por que não fizera antes em vez de causar a ambos aquela agonia? Isso porque Hermione o desejava também, claro. Tanto quanto ele a desejava. Pensava Hermione que ele não sabia disso? Podia ter enganado a si mesma acreditando que não o desejava, mas não o enganara. Harry vira o desejo em seu olhar, nos lábios trêmulos. Alguns minutos mais e ela seria sua. Ao menos por algum tempo.

Se ao menos não tivesse deixado escapar que estivera no hotel antes. Mas isso fora havia tanto tempo! Antes mesmo de ela ter começado a trabalhar na firma. Harry poderia ter explicado isso... porém não quisera entrar profundamente no assunto.

Não quisera que Hermione se lembrasse de que não era o tipo de homem que ela desejava. Hermione mesmo dissera: Nem todos são como você, Harry. Capazes de apenas breves relacionamentos. Ambos sabiam que ele nunca tivera um "verdadeiro" relacionamento. Que ele não era um bom elemento "para sempre", que não era um candidato ao casamento, a constituir família.

Por Deus, não tivera uma família desde os doze anos de idade. Aprendera a viver sem isso. Teve de aceitar. Para sobreviver passara de pais adotivos a pais adotivos. E não se apegara muito a nenhum deles. A marinha fora perfeita em seu caso, pois ia de base para base, de país para país. A universidade fora outra parada temporária. Depois passara de firma a firma, subindo os degraus da escada até chegar a presente posição, com Kane Haley.

Esse fora o lugar que ocupara por mais tempo. Fizera bons amigos lá, como o próprio Kane. E o mais importante de tudo, fora onde conhecera Hermione.

Ele a conhecia por três anos! Não havia ninguém em sua vida que ele conhecia tão bem como conhecia Hermione. Ou com quem se preocupava mais. Desde o instante em que a vira, gostara dela. Foram bons amigos desde o início. Mas então, quando Hermione dissera que queria um homem, tudo mudara. Após o beijo, ele quis ser mais do que apenas um amigo, quis ser seu amante, uma importante parte de sua vida, durante algum tempo.

Contudo, em vez disso, agora não a tinha mais em sua vida.

Amassou uns papéis que estavam sobre a escrivaninha e jogou-os no lixo. Saiu da sala, andou a esmo pelo corredor e entrou no elevador. Saiu no andar seguinte. Não queria falar com ninguém. Não queria ser cortês com ninguém. Não tinha um destino em mente, não tinha nenhum lugar para ir.

Não devia estar sofrendo tanto por causa de Hermione, pensou. Mulheres vieram e foram de sua vida o tempo todo, sem que ele se tivesse dado conta disso. Havia sido um menino só desde pequeno, mas nunca solitário.

E sentia-se solitário sem Hermione. Não podia tirá-la da cabeça. Imagens sobre ela o atormentavam. O choque impresso no rosto de Hermione quando lhe perguntara se estava grávida. A expressão do olhar quando ela lhe dissera que queria um homem. A feição preocupada quando ele lhe dera aquele beijo no apartamento. Assim Harry a via. De repente, ouviu-lhe a voz...

Parou de sonhar. Sentia-se com a boca seca. Estaria ficando louco? Não, aquela era a voz de Hermione. Vinda da lanchonete.

Espiou da porta... e a viu. Com a instintiva reação de um caçador nato, escondeu-se atrás do batente a fim de observá-la sem ser visto.

Hermione estava no topo de uma escada, com os braços erguidos para colocar um ramo de mistletoe em um arame pendurado no teto. Usava jeans e suéter. Um lenço cobria seus cabelos. Erguera as mangas até os cotovelos.

Concentrava-se no que fazia. Estava pálida e um pouco mais magra. Porém linda.

Harry fitava-a, faminto, mas foi só depois que Brandon, o rapaz do correio, falou, que ele percebeu que havia outras pessoas na sala: Brandon e o velho Artie Dodge.

-- Ei, Hermione -- Brandon chamou-a do alto de outra escada, em um canto afastado. -- Devo pôr alguns galhos de mistletoes aqui também?

-- Não vamos exagerar -- ela respondeu, olhando naquela direção. -- Acho que chega.

Mesmo a distância Harry pôde ler a expressão do rosto de Brandon, que dizia: como pode ser possível haver mistletoes demais, ou beijos demais? Brandon só pensava no prazer que teria em beijar a moça que passava em baixo do mistletoe, conforme o costume.

-- Os músicos que você selecionou são bons? -- Brandon continuava falando com Hermione.

-- Os melhores que pude encontrar.

-- Toca música moderna?

-- Tocam todo o tipo de música, Brandon -- Hermione respondeu sorrindo. -- Para o gosto de qualquer idade.

-- Bom. -- Agora era Artie quem falava, com sua voz rouca. -- Não se pode dançar ao som do que chamam de música, hoje.

Brandon prosseguiu falando mas Harry não prestou atenção, pois examinava a sala. Havia guirlanda de flores e lantejoulas sobre uma cadeira. Arranjos de velas agrupados em uma mesa perto das toalhas vermelhas. Sem dúvida Hermione decorava o lugar para a festa de Natal daquela noite.

Quando Kane soubera que Hermione saíra da firma, contratara Júlia Parker para terminar com os arranjos da festa. Mas embora não tivesse prestado muita atenção no momento, Harry ouvira falar que Júlia estava grávida, e que não se sentia bem. A própria Júlia de certo telefonara a Hermione comunicando o fato, e Hermione se prontificara a cuidar do caso.

Aquilo era bem de Hermione, Harry pensou. Ela amava o Natal e não queria desapontar ninguém acerca da festa. Para a maioria das pessoas, Harry sabia, Natal era apenas um tempo de fazer decorações na casa, distribuir presentes, beber, celebrar, e um pretexto, uma desculpa para se divertir. Porém o espírito de Natal era o importante no caso de Hermione. Ela via o Natal como uma oportunidade de se dar às pessoas. De mostrar-lhes que se interessava por elas.

Não, não seria capaz de deixar seu trabalho inacabado, tampouco recusar uma ajuda à amiga Júlia. Imaginando que Harry estaria fora da cidade, não teria chance de se encontrar com ele. Nunca mais, como supunha. Isso a fazia sofrer como uma punhalada no coração.

Quanto a Harry, morria de vontade de ir falar com ela. Desejava obter algumas respostas, fazê-la ouvir o que tinha a dizer. Hermione se encontrava no alto de uma escada. Como poderia escapar dessa vez?

Mas, entre todas as lembranças que tinha de Hermione, a que mais o perturbava era a tristeza que vira nos lindos olhos azuis quando ela fugira de seu quarto no hotel. Quando fugira dele.

Pensando nisso afastou-se, indo para o corredor.

Hermione parou por um momento fora da lanchonete, quando voltou à noite. Espiou antes de entrar o arranjo estava lindo.

As mesas redondas de metal haviam adquirido mais elegância com as simples toalhas de mesa vermelhas, e flores também vermelhas no centro. As velas escondidas no meio das flores davam à sala uma luminosidade suave, enquanto as lâmpadas do teto acrescentavam um pouco mais de claridade à sala quase escura.

Uma árvore de Natal colorida ficava em um canto, o bar improvisado no outro. As mesas de comida, com pratos para satisfazer todos os gostos, haviam sido enfileirados lá perto. Havia peru e presunto. Hermione sentiu o aroma de canela e maçã vindo de um recipiente de cristal que ela colocara no canto de uma das mesas. O ar estava cheio do ruído da conversa, e do suave som do rock.

Quase todos riam e conversavam em grupos. Os recém-casados, Jack e Sharon Davies, já dançavam. Ken Lawson estava no bar, Matthew e Jennifer Holder escolhiam em uma das mesas o que desejavam comer. Todos pareciam estar se divertindo, todos pareciam felizes por estar lá.

Exceto ela.

Hermione olhou ao redor mais uma vez, mas não viu Harry em parte alguma. Suspirando fundo foi à mesa dos refrescos a fim de verificar o que havia. Não quisera ir à festa de Natal da firma, mas não conseguira recusar. Não quando Júlia lhe pedira ajuda.

Tentara explicar isso a Gin mais cedo naquela noite, enquanto se arrumava para a festa.

-- Não vá -- Gin lhe repetira muitas vezes ao arrumar os cabelos da amiga. -- Você já se afastou do homem deixando seu emprego como fez. Receio que, vendo-o de novo, volte atrás.

-- Harry não irá. Está viajando -- Hermione respondera.

-- Deixe alguém que trabalha na firma ajudar Júlia.

-- Ela pediu para mim. Não são muitas as pessoas que sabem que ela está grávida. E Júlia não deseja que todos saibam que não se sente bem. Júlia só quer que eu esteja lá para o caso de ter de sair subitamente.

-- É que não quero que você se magoe mais uma vez -- Gin dissera, com muita bondade.

Hermione esboçou um sorriso triste ao olhar para os pratos. Serviu-se. Não podia culpar Gin por se preocupar. A amiga ficara muito aborrecida quando Hermione aparecera à sua porta sozinha, uma semana atrás.

Sair do quarto de Harry, no hotel, fora a coisa mais dura que Hermione fizera em toda sua vida. De volta ao próprio quarto, percebera que não poderia ficar no hotel com ele tão perto, por isso pegara a roupa que pusera na mala com tanto cuidado, e jogara dentro. Chamou um táxi e voltou para casa. O preço da viagem fora alto, mas valera a pena. Cada quilômetro que a distanciava de Harry era mais um quilômetro entre si e a tentação de voltar para os braços dele mais uma vez.

Não chorara durante o longo trajeto de volta. Mas quando vira Gin e lhe contara o que se passara, a dor voltara com toda a força e ela rompera em pranto convulsivo. Gin a consolara com abraços e lhe dera o que comer. Gin ouvira-a pacientemente, discutira cada detalhe, até Hermione chegar à conclusão de que não havia outra coisa que ela pudesse fazer. Nem uma vez Harry confessara que a amava de verdade.

Sim, ela fizera o que era certo, fugindo, Hermione pensou, enquanto arrumava seu prato de salada. A pena era que fazendo o que era certo sofria tanto.

Porém, sofrendo ou não sofrendo, precisava continuar vivendo. Precisava pôr tudo aquilo para trás.

-- Mas, e se Harry aparecer na festa? -- Gin lhe perguntara, aflita. -- O que você fará?

-- Terei que manobrar a situação. Não posso continuar fugindo dele para sempre -- Hermione respondera com calma. -- Fugir foi a única solução que pude encontrar naquele momento, mas não quero fazer da fuga um meio de vida.

Gin não se convencera.

-- Ainda acho que ir a essa festa é como pôr um alcoólatra em um bar onde se servem bebidas, o perfeito passo para um desastre. Porém se você insiste em cometer suicídio emocional, posso prepará-la para a morte. Farei suas unhas. -- Gin pegou um vidro de esmalte e sacudiu-o vigorosamente. -- Que cor prefere?

Hermione escolhera vermelho vivo, não porque estava louca, mas porque combinava com seu vestido vermelho. E também não era uma alcoólatra.

Apenas amava Harry, pensou, ao se servir de carne.

Embora sentindo-se doente pela tensão, quis terminar com sua tarefa e, após comer, deu uma volta pelo local. Estava quase se encontrando com Júlia que se achava sozinha perto da árvore de Natal, quando viu Harry.

Seu coração bateu mais forte. Ondas geladas percorreram-lhe o corpo. Ele tinha um copo em uma das mãos e a outra no bolso do paletó. Conversava com Kane e Maggie.

Maggie disse qualquer coisa e, no instante em que ele inclinou a cabeça para ouvi-la, sorriu.

Hermione ficou com a boca seca. Virou-se e foi para o bar. Precisava de um drinque.

Porém antes de obtê-lo, Brandon apareceu ao lado dela.

-- Alô, Hermione. Pensei que você nunca chegasse. Está linda!

-- Estou? -- Hermione olhou disfarçadamente para ver o que Harry fazia no momento.

-- Está -- Brandon confirmou, com admiração. -- Você fica bem de vermelho.

Oh, ele falava do vestido, Hermione concluiu.

-- Obrigada, Brandon. Você está muito elegante também.

-- Quer dançar? -- ele perguntou.

Dançar? Em um lugar onde Harry poderia vê-la? Não, definitivamente, não. Mas então viu o olhar esperançoso de Brandon e achou que se esconder não poderia ser sua opção de vida para sempre. Sorriu e respondeu:

-- Com muito prazer, Brandon.

Brandon conduziu-a ao centro da pista. Era uma música rápida, um ritmo latino. Hermione tentava dançar discretamente, conversando e mantendo seu corpo bem separado do de seu par. Mas Brandon dançava com abandono, seu corpo jovem, atlético, era cheio de graça e vigor. Sem dúvida o melhor dançarino da pista, digno de ser apreciado. Hermione tentava o tempo todo pôr mais espaço entre os dois.

A música enfim chegou ao fim. Hermione deu um suspiro de alívio.

-- Obrigada, Brandon -- disse. -- Foi muito bom. Eu, na verdade...

Uma ligeira pancada em seu ombro a fez esquecer-se do que ia dizer. Virou-se.

Artie estava ao lado dela. Saudou-a e convidou-a:

-- Gostaria de dançar comigo, miss Hermione?

Agora a música era mais lenta. Hermione seguia os passos da velho Artie, Uma das mãos no ombro dele, a outra na mão calorosa.

Eles encostaram ligeiramente em um outro par e Artie segurou-a com mais firmeza. Concentrou-se em acompanhar a música antes de voltar a conversar. E comentou:

-- Preciso cuidar para que esses jovens não cheguem muito perto de nós. Enfim, estou dançando com a moça mais linda do salão.

Ela não era a mais linda, naturalmente. Mas a sinceridade vinda dos lábios de Artie fez com que aceitasse o elogio com um sorriso grato.

-- Obrigada, Artie. Você é um amor.

Hermione sentiu outro toque em seu braço. Dessa vez era Frank Stephens.

E assim continuou. Homem após homem, dança após dança. Ela cruzou a pista com James Griffin, com Ralph Riess e outra vez com Bradon. Até Kane Haley solicitou sua vez. Hermione dizia a si mesma que nunca fora tão requisitada.

De qualquer forma, isso não a fazia muito feliz, pois não conseguia parar de pensar em Hermione. Sentia-se tensa aguardando o momento do encontro. Porém ele não chegava perto dela. Pelo visto, decidira deixá-la só. Boa coisa, Hermione concluiu, mas assim mesmo uma onda de tristeza invadiu-a.

-- É uma festa linda -- Ken Lawson, seu par de dança no momento, falou, interrompendo seus pensamentos. -- Mas há uma coisa da qual você se esqueceu. -- Ele sacudiu a cabeça.

-- O quê?

-- Mistletoe. Brandon estava se queixando disso para mim, que não havia mistletoes em quantidade suficiente nessa festa, e tenho de confessar, o rapaz tem razão.

-- Pelo que ouço falar por aí, você não precisa de mistletoes como desculpa para beijar uma mulher, Ken.

-- Ora, ora! -- Ele tentou fingir-se ofendido, mas não conseguiu. -- Essas conversas que você ouve são mentirosas, todas elas. Sou um homem às antigas. Dou valor às tradições natalinas, só por isso quero os mistletoes.

Ken olhou um segundo para o teto e Hermione notou que ele a conduzia para o galho de mistletoes que ela pendurara em um canto da sala. Ken já havia beijado várias mulheres sob esse galho. Pelo visto, ela seria a próxima vítima.

Porém antes de ele ter podido manobrá-la para o lugar certo, foram interrompidos.

-- É minha vez -- uma voz profunda se fez ouvir.

O coração de Hermione deu um salto. Ela ergueu a cabeça e viu Harry.

Ken pareceu querer protestar. Mas depois de olhar para Harry, deu um suspiro e cedeu.

-- Ok -- disse. -- Eu me encontrarei com você mais tarde.

-- Eu não contaria com isso, não -- Harry murmurou tão logo Ken se foi. A música deu uma parada. Ele olhou para Hermione. -- Alô -- disse, com suavidade.

-- Estou contente por você ter vindo, Hermione.

-- Eu também estou contente de ter vindo. -- Bem, ela conseguira falar sem cair aos pedaços. Não uma conversa animada, talvez, mas mesmo assim...

A música recomeçou.

-- Quer dançar? -- ele perguntou.

-- Eu, bem, eu... -- Hermione ia dizer "não", mas antes que pudesse articular uma recusa amável Harry pôs o braço em volta da cintura dela e ambos se moveram lentamente pelo chão.

Ela sentia os quadris queimarem onde a palma da mão de Harry tocava. Com a outra mão, quente, ele segurava-a firme. Ela sabia que tremia, mas Harry não parecia notar.

-- Sua canção -- ele sussurrou.

-- Minha canção?

-- A moça de vermelho.

Até um segundo atrás Hermione não se dera conta de que estavam dançando vagarosamente aquela sedutora canção de amor.

-- Sim, de fato estou totalmente de vermelho -- ela falou, tentando ter um tom de voz normal.

-- E está totalmente linda esta noite.

De repente, Hermione achou que não deveria ter ido à festa, pois teria chance de ver Harry cedo demais após o rompimento. Gin estava certa, ela não se encontrava pronta. Amar Harry não era um estado de espírito do qual poderia se livrar quando bem entendesse, mas um estado do coração, que levaria um tempo para cicatrizar.

Fez um esforço para se liberar, mas dessa vez Harry não a deixou escapar. E disse:

-- Hermione, olhe para cima.

Sem pensar, ela obedeceu. E viu o galho de mistletoes, e depois, os olhos dele. Fechou os seus para evitar o olhar profundo de seu par. E os lábios de Harry juntaram-se aos dela.

Beijá-lo de novo foi como estar no paraíso e como estar no inferno. Não foi um beijo longo, mas profundo, possessivo. Tão logo Harry ergueu a cabeça, Hermione afastou-se.

-- Preciso voltar ao meu trabalho -- ela explicou. -- Preciso ver se tudo vai bem.

Mas Harry pareceu não ouvir o que ela dizia. Ainda segurando-lhe a mão, levou-a para o corredor.

-- Harry... espere. Pare um minuto.

Ele parou, e olhou ao redor. Deu alguns passos na direção de uma porta bem perto dele e abriu-a, fazendo-a entrar. Fechou-a.

Por um momento a escuridão os envolveu. Harry tocou um botão na parede e a luz acendeu.

-- Onde estamos? -- Hermione perguntou.

-- Acho que na despensa -- ele respondeu, sem se preocupar muito sobre onde se encontravam.

Enormes latas de legumes estavam amontoadas no balcão de aço. Morangos, pêssegos, também. Havia grande quantidade de panelas.

-- Mas por que estamos na despensa? -- Hermione perguntou.

-- Porque precisamos conversar.

-- Já conversamos, Harry.

-- Não. Você conversou, eu não.

Hermione corou, depois empalideceu de novo. Engolia com dificuldade.

-- Sim -- ela concordou. -- Eu sei.

-- Hermione... por favor. -- Harry foi ao encontro dela mas parou, quando Hermione se afastou. -- Sinto muito sobre a outra noite. Eu nunca deveria ter levado você para aquele hotel. Quero iniciar tudo de novo. Ter um novo começo.

-- Harry... -- A voz dela falhou. -- Preciso ir. Não quero entrar no seu jogo de novo.

-- Não é um jogo. Nunca foi um jogo com você. É verdade. Sei que minha fama nesse setor de relacionamentos não é boa. Mas por Deus, nunca estive tão interessado em uma mulher como estou por você, para chamar isso de jogo. Contou-me que mudara por fora, mas não por dentro. Pois bem, desde que a conheci, mudei por dentro. Quero mais em minha vida do que breves affairs, uniões sem sentido. Quero uma mulher a meu lado, sempre, uma mulher com quem pretendo construir uma vida.

Os olhos dele se tornaram mais escuros, o tom de voz mais intenso. Harry estava bem diante dela agora e, antes que Hermione percebesse o que ele fazia, tomou-lhe a mão na sua.

-- Nesta semana que se passou -- ele prosseguiu -- vi como era terrível viver sem você. Senti uma saudade imensa de você. Por favor, querida, volte para mim. Sem você, não tenho ninguém com quem falar, ninguém com quem jogar meu basquete, nosso xadrez. Não tenho ninguém para cuidar. Oh, Hermione, sem você não tenho ninguém para amar.

Amar. A palavra ficou pendurada no ar, então, como uma gota de chuva caindo em um lago. Espalhando admiração, espalhando alegria.

-- Oh, Harry, amo você tanto! -- Os olhos dela estavam úmidos, o sorriso brilhante.

Por um longo tempo Harry limitou-se a fitá-la sem se mover. Depois tomou-a nos braços, beijando-a com fervor.

-- Oh, Hermione, meu amor... -- Ele beijou-a mais uma vez e sussurrou: -- Quero estar com você cada dia e cada noite de minha vida.

-- Morarmos juntos, é isso o que quer dizer?

-- É claro que quero morar junto com você... logo depois que nos casarmos. Quero que pertença a mim totalmente, e quero que cada macho ousado, que se aproximar de você, saiba que me pertence.

Harry pôs a mão no bolso e tirou de dentro um pequeno estojo de veludo negro. Abriu-o e pegou um solitário de diamante.

-- Oh, Harry... -- Lágrimas escorreram pelo rosto dela. Hermione admirou o anel, virando-o na mão de um lado para o outro. -- É lindo! É maravilhoso!

-- Esse anel significa que você é minha. -- E selou-lhe a boca com um beijo.

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