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6. Capitulo VI


Fic: Não Brinque Com Fogo!


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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Gente, desculpem pela demora!
É que eu ando em uma correria que só, por isso dessa vez nem estou respondendo os comentários de vocês. Mas obrigada mesmo por estarem lendo e comentando! :)
No próximo capitulo eu respondo os comentários okay?


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Capitulo VI

Harry não pretendera beijá-la. Fora um movimento impulsivo, provocado pela tensão do desentendimento que tiveram, e por vê-la morder o lábio rosado.. Ele não pôde agüentar mais.

Porém, tão logo as bocas se juntaram, concluiu que beijar Hermione fora uma das atitudes mais inteligentes que fizera na vida.

Os lábios que tremeram sob os dele eram incrivelmente macios, tinham um sabor incrivelmente doce. Harry abraçou-a pela cintura, apertando-a bem junto a si.

Ele gemeu, um gemido roco, e a frase... essa é Hermione!... ecoou por algum tempo em sua mente.

Pareceu-lhe tão natural, e ao mesmo tempo tão estranho, segurá-la daquele jeito! Já pusera o braço em volta dos ombros dela, já colocara a mão nas costas centenas de vezes, mais nunca sentira os seios firmes apertados contra seu tórax. Deu-se conta de como a cintura que tinha entre as mãos era pequena. Muito pequena.

Ergueu a cabeça para vê-la melhor. Hermione tinha os olhos fechados e os escuros cílios tocavam as faces rosadas. Os lábios estavam inchados, úmidos e semi-abertos, convidando para mais beijos. Ela moveu-se contra o corpo de Harry, e seu desejo aumentou.

Segurando-lhe a cabeça, Harry juntou a boca à dela. Beijou-lhe os cantos dos lábios e passou a língua ao longo do lábio inferior. Beijou-a longamente.

Percorreu o interior da boca de Hermione com a língua, querendo descobrir-lhe todos os segredos, querendo devorá-la. Por um segundo Hermione resistiu, mas logo, com um gemido, agarrou-o pelo pescoço, entregando-se assim a carícias mais íntimas. Harry sentiu os quatro botões pressionando seu tórax, e os botões dos mamilos também.

Ele beijara dúzias de mulheres na vida, mas nenhuma se ajeitara tão bem em seus braços.

Porque essa era Hermione...

Harry a beijava... Esse pensamento ricocheteava na mente de Hermione enquanto Harry a beijava. Ela sentiu-se atordoada, leve como uma pluma. Respirava ofegante. Braços rijos seguravam-na com firmeza, quase com indelicadeza. Mas mesmo assim era queria ficar mais perto.

Podia sentir os lábios dele movendo-se em seu rosto, indo até o pescoço. Gemeu quando Harry beijou-lhe as orelhas. Ela continuava com os olhos fechados.

Não queria ver, queria apenas sentir, saborear a sensação que crescia dentro de si. Harry estava tão quente! Irradiava um calor que queimava a camisa dele, penetrando em seu custume vermelho, penetrando em sua pele. Contudo, ainda tremeu quando a enorme mão acariciou-lhe as costas sobre a roupa que vestia.

Às cegas, Hermione ergueu a mão e afagou-lhe a face. Enroscou os dedos nos cabelos crespos, gostando de sentir os suaves fios entre seus dedos. Beijara alguns homens em sua vida, mas nenhum a fizera sentir-se daquela maneira. Tinha a impressão de que suas pernas não a sustentavam mais e que a única coisa que a mantinha de pé era o forte braço de Harry ao redor de sua cintura.

A um dado momento o beijo foi tão profundo que a deixou sem ar. Ela era consciente de apenas uma coisa, dele.

Harry! Harry a consumia, queimava-a com seu desejo.

Ele ergueu-a pela cintura. Os seios roçaram o tórax firme, e a sutil fricção fez com que seus mamilos endurecessem ainda mais. A necessidade de que Harry a tocasse crescia tanto que, quando enfim ele tocou-lhe o mamilo, Hermione sentiu quase um violento alívio.

-- Não... -- gemeu.

Erguendo a mão cobriu os olhos, pois abriram-se de repente. A luz que incidia sobre eles, e a vista do rosto de Harry, a machucavam igualmente.

Para Hermione, ele pareceu um estranho.

-- Hermione... -- Harry gemeu.

-- Não quero mais isso -- Hermione sussurrou. As palavras vieram balbuciadas. Ela ofegava como se tivesse tomado parte de uma corrida. -- Isso tudo não passa de um divertimento para você, Harry. Um jogo do qual me recuso a tomar parte. Jamais serei um de suas mulheres.

Ele não se moveu. Não precisava. Limitou-se a ficar onde estava, com tensão faminta no olhar, aliás, um argumento mais persuasivo do que palavras.

Porém não iria destruir a resolução dela, pois já fora bastante longe, mais do que imaginaria possível.

Hermione pegou a bolsa, o casaco e começou a andar. Suas pernas pareciam de borracha quando tomaram a direção da porta que de repente lhe dera a impressão de estar a mais de cem quilômetros de distância.

Enfim, conseguiu andar até o elevador.

Harry observou-a desaparecer. Sorriu. Apesar de perturbado, estava contente. Porque com aquele beijo tudo se enquadrara, tudo ficara perfeitamente claro.

Ele queria Hermione, mudara de imagem, toda sua aparência mudara, porque desejava um homem. E agora acabara de encontrar um.

Ele.

Vencera sua batalha, disse a si mesmo.

Não que Hermione admitisse isso, ele sabia. Ao menos não imediatamente. Sua observação final tornara mais do que claro que não queria desejá-lo. Continuava com a idéia de encontrar o homem de seus sonhos, um relacionamento romântico, que existia apenas em seus sonhos. Sua ingenuidade idealista criava esse casamento desejado. Ela era inexperiente demais para saber que o "para sempre" não existia, não era possível.

Mas Harry era experiente. Tivera muitas namoradas, embora tendo ido para cama com apenas algumas. E fora fiel a essas, enquanto o affair durava, permanecia fiel, e seria fiel a Hermione enquanto o deles durasse, também.

Porém não duraria para sempre. Nada durava para sempre. Apesar de nunca ter se sentido tão faminto por uma mulher antes, sabia que a necessidade acabaria um dia. E então, se tivesse sabedoria, continuariam amigos, como ele e Hermione haviam sido antes que tudo tivesse começado.

Sim, as coisas faziam sentido. O que teria de fazer era aplacar os escrúpulos de Hermione, a aparente raiva que tinha dele, e poderiam começar a usufruir uma nova dimensão de amizade.

Não que fosse fácil, mas ele tivera experiências difíceis antes. Saberia como agir. Começaria por ganhar a confiança dela, fazendo-a lembrar-se do antigo relacionamento, dos bons tempos que tiveram no passado. Então, quando Hermione confiasse nele de novo, tudo estaria resolvido.

E fariam amor com uma profundidade que ela jamais imaginara possível em seus mais loucos sonhos.

Sim, Hermione descobriria que, no referente a controlar uma situação, Harry Potter era um perito.

E ele fazia aquilo de novo.

Hermione não precisava erguer a cabeça da análise de preços que examinava para saber que os olhos de seu chefe estavam nela, ali sentada diante da mesa dele. Sentia aquele olhar insistente caminhando ao longo de seu corpo, como uma carícia demorada, deixando atrás de si uma onda de calor.

Esforçava-se para aparentar indiferença. Resistiu à necessidade de se mover na cadeira, de puxar a barra do vestido de malha verde-esmeralda até abaixo dos joelhos. Resistiu à necessidade de tocar nos botões pretos na altura do peito a fim de verificar se estavam fechados.

Em vez disso, fixou os olhos nos números espalhados pela página. Até que, finalmente, e graças ao bom Deus!, ele voltou sua atenção ao contrato que tinha nas mãos.

Hermione suspirou, aliviada. Prosseguiu verificando o relatório em seu colo, mas a mente concentrava-se em Harry e no novo jogo com que ele se entretinha.

Desde aquele beijo de dois dias atrás, as coisas mudaram. Hermione dissera que não queria ser uma de suas mulheres, e Harry parecera aceitar o fato com gentileza. Pelo visto, aceitara a decisão de manter as coisas platonicamente.

O único problema era que palavras como cumprir o que foi aceito não faziam parte do vocabulário de Harry. Contudo, ele mudara um pouco. Não era próprio de Harry não mencionar o tal beijo, não a provocar. Ele não fez nenhum das duas coisas. Nem uma só vez.

No começo, Hermione considerou essa uma boa atitude. Ficou grata. Porém logo se deu conta de que Harry iniciara nova guerra, ainda que mais velada. Nos últimos dois dias uma tensão pairava no ar cada vez que ele estava por perto. Hermione o surpreendia fitando-a com uma expressão agitada no olhar. Sentia-se como a pobre cabritinha do filme do dinossauro, amarrada em uma estaca na clareira da floresta, sabendo haver perigo um pouco adiante mas incapaz de fazer qualquer coisa além de esperar que o animal predador saltasse por cima dela.

Se bem que precisava admitir que uma pequena parte de si se envaidecia pelo súbito interesse de Harry, porém uma parte muito maior a deixava alarmada, apavorada. Já havia sido bastante difícil lutar contra sua fraqueza pelo chefe quando ele a ignorava. Mas era duplamente mais difícil ignorá-lo quando lhe enviava olhares famintos.

Harry tinha de acabar com aquilo. Imediatamente. Se ela aprendera uma coisa nas últimas semanas, além de melhorar suas roupas, fora parar de fazer escolhas tolas em relação a homens. Mudara, sim, mas Harry, não. A única coisa diferente havia sido sua reação a seu novo aspecto.

Mas ele continuava sendo o tipo de homem que não se apaixonava. Ainda não acreditava em casamento ou no "para sempre". Em todas as modalidades era ainda o homem errado para uma mulher envolver.

Portanto, pelo que concluíra, tinha de conservá-lo à distância. Que fosse procurar por outras mulheres. Que enchesse sua agenda de endereços com mais Nancys, Amys e Maureens.

E uma vez que sua atitude parecia não ter sido clara, Hermione resolveu falar às claras o que tinha em mente.

A velha Hermione se encolhia toda só em pensar discutir sobre assunto tão delicado. A nova Hermione endireitou os ombros com determinação.

-- Harry?

-- Sim? -- ele não ergueu a cabeça do relatório.

-- Sobre aquele beijo...

Por um momento Harry não se moveu. Depois, bem devagar, levantou a cabeça até cruzar seu olhar com o dela. Fitou-a com expressão enigmática.

-- Você sabe... o beijo do outro dia -- ela gaguejou, irritada pelo estranho silêncio. Não se lembrava? Céus! Era como se se beijassem constantemente. Suspirou e continuou com mais firmeza. -- Acho que precisamos conversar acerca disso.

Ele colocou o contrato sobre a escrivaninha. Sorriu, intrigado, e Hermione sentiu seus dedos do pé encolherem nas botas de couro.

-- Você quer conversar sobre nosso beijo?

-- Sim... sim, quero.

-- Tudo bem. Venho querendo fazer isso também.

Harry levantou-se, deu a volta pela escrivaninha, pôs as mãos nos bolsos. Depois, lentamente, começou a contornar a cadeira dela.

Hermione retesou o corpo, como para protestar. Mas controlou-se.

-- Por onde devemos começar? -- Ele coçou o queixo. -- Talvez comentando como você é saborosa?

Hermione corou.

-- Não! Eu quis dizer...

-- Quer falar sobre aquele gemido suave que deu quando acariciei suas...

-- Não!

-- ...costas? -- Ele fitou-a com o olhar mais inocente do mundo.

Hermione ficou de pé e quase gritou:

-- Naturalmente que não quero falar sobre... nada disso. Só quero que saiba que, apesar de... agradável... o beijo não significou nada.

-- Agradável?

-- Sim. Mas acho que devemos nos esquecer de tudo o que houve.

-- Você trouxe o assunto do beijo para me dizer que esqueça dele?

-- Sim. Quero que entenda que aquilo não deve acontecer nunca mais.

-- Ah, sei. -- Harry examinou-a da cabeça aos pés. -- Não acha que estamos perdendo uma ótima oportunidade de nos conhecer melhor?

-- Conheço você tanto quanto desejo conhecer.

-- É mesmo? Está me dizendo que não sentiu nada mais do que "agradável" quando estava em meus braços?

Hermione quis dizer "sim". Mas não ousou. Harry a chamaria de mentirosa.

-- Talvez... uma pouco mais -- ela respondeu. -- Mas só porque me tomou de surpresa.

-- Que tal tentarmos de novo?

-- Claro que não! Como já disse, nunca deverá acontecer outra vez.

Harry observou-a por longo tempo, enquanto Hermione lutava para conservar uma expressão firme, mas suas pernas fraquejaram e sentou-se. Pegou o contrato e começou a relaxar.

Enfim ele disse, sem a fitar:

-- Não seja tão segura disso, Hermione. Nunca não existe. Pode ser um tempo longo, nada mais.

Paciência, Harry sabia, era uma virtude. Porém ele nunca fora bom no departamento da virtude, em especial quando desejava alguma coisa.

E, definitivamente, desejava Hermione.

No entanto, durante vários dias após a sentença de Hermione de que não iriam se beijar mais uma vez, ele adotou uma atitude exclusivamente profissional. Trabalhavam um ao lado do outro, discutiam sobre os contratos, incorporações, reuniões, e ele agia como se nada tivesse acontecido. Permitia que Hermione mantivesse uma distância entre os dois sem demonstrar que isso o incomodava.

Mas o incomodava.

O mais inocente roçar dos dedos dela nos seus, o farfalhar da seda quando cruzava as pernas, o sutil aroma do novo perfume, deixavam-no louco. Céus, ele nem podia ouvir as opiniões de Hermione sem desejar arrastá-la para junto de si e mostrar-lhe o que um satisfatório beijo era.

E lá estava ele, quatro noites mais tarde, em pé à porta de Hermione, às sete horas da noite com intenções que nada tinham a ver com profissionais.

Bateu, esfregou as mãos e bateu de novo. Segundos mais tarde, Hermione abriu-a.

Dessa vez ela não usava roupa casual, mas uma blusa de seda azul que enfatizava a cor de seus olhos, e calça preta que tornava suas pernas mais longas e mais elegantes. E dessa vez não houve um sorriso em seus lábios mas uma ruga na testa.

-- Bem, dê-me uma chance para lhe explicar -- Harry pediu antes que Hermione pudesse falar. -- Não vim aqui para atormentá-la, e não quero brigar. Vim lhe trazer esta árvore de Natal. Quando, eu e ela, a árvore, passamos por sua porta, achei que você não se importaria de dar à pobrezinha um copo de água.

Harry mencionara depois do almoço que pegaria uma árvore após o trabalho e a levaria para ela, mas Hermione cortesmente recusara a oferta, dizendo que já tinha providenciado uma através de amigos.

Harry não acreditara. E ainda não acreditava. Daí, ao ver um pequeno pinheiro abandonado em uma área deserta, enquanto seguia para casa, sem outras árvores por perto, ele resolveu pegá-lo. Hermione jamais rejeitaria qualquer coisa abandonada.

Mas por um longo momento ela ficou parada à porta, examinando a expressão do rosto de Harry.

Depois olhou para a árvore... e Harry concluiu que acertara.

Com um sorriso, ela disse:

-- Oh, Harry, onde encontrou essa pobre árvore? -- Hermione abriu a porta par a par, com um silencioso convite para ele entrar.

A tensão de Harry diminuiu. Sim, Hermione gostara da árvore, exatamente como pensara. E disse:

-- Quero que saiba que se trata de uma árvore de Chicago, nascida e crescida aqui. É um pinheiro com personalidade.

-- Com personalidade, eu acredito. Não há dúvida -- Hermione concordou, olhando para a árvore.

Tinha apenas um metro e meio de altura, mas também um metro e meio de largura. Os galhos se espalhavam criando dificuldade em passar pela porta. Não era por ser a árvore tão larga, de acordo com Hermione, a árvore não queria entrar. Harry vergou um galho, mas outro pulou e ficou preso no batente. O aroma do pinheiro logo encheu o ar.

-- Talvez você deva deixar essa árvore livre -- Hermione sugeriu, esfregando os braços para aquecê-los, pois estavam gelados com a porta aberta tanto tempo. -- Esse pinheiro parece não querer ser domesticado.

-- Mas vai ser, querendo ou não -- Harry protestou, quando um galho chicoteou-lhe o rosto, arranhando-o bastante. -- Não chegue perto -- ele ordenou, quando Hermione tentou ajudar. -- Já lutei com isso o suficiente antes, na Marinha -- ele inventou, para fazê-la sorrir. Quando conseguiu, sorriu também, sentindo um calor se espalhar por seu corpo todo.

Finalmente a árvore passou pela porta, e Hermione bem depressa fechou-a.

Harry tirou o paletó e arregaçou as mangas. Segurou o pinheiro que encheu o pequeno hall, sacudiu-o para remover a neve dos galhos. Algumas agulhas caíram no chão.

-- Ele precisa de água -- Harry comentou. -- Por que não vai buscar seu suporte de árvore?

Hermione foi procurar o suporte e encontrou o mesmo que Harry lhe dera dois anos atrás. A sala já estava sendo decorada para o Natal, ele notou. Havia velas listradas de vermelho e branco sobre um móvel, uma rena de madeira na lareira. O aroma de canela misturava-se ao do pinheiro.

Hermione e Harry, juntos, começaram a cuidar da árvore, antes de tudo pondo água. Harry não queria dar tempo a Hermione de se lembrar que ele não era sua visita favorita no momento.

-- Agora que a planta já bebeu, que tal eu? -- ele fitou-a com esperança de ser atendido.

-- Alguma coisa quente ou fria?

-- Quente é melhor.

-- Vou fazer um chá, então. -- Ela correu para o fogão.

Por que o deixara entrar?, Hermione se perguntou enquanto pegava a xícara. Por que havia de ser tão difícil dizer não a esse homem?

Hermione encheu uma xícara de água e colocou-a no microondas. O que deveria ter dito era: "Foi um lindo gesto, Harry, mas não, muito obrigada." Pensaria ele que poderia chegar com uma árvore e ir entrando, que ela cairia a seus pés, como as agulhas do pinheiro? Só porque fizera algo tão amável, tão charmoso, tão...

Bem, ele não desistiria. Não era tolo, era? Ela colocou a xícara de chá numa bandeja, alguns biscoitos que fizera havia pouco, e levou para Harry.

Ele estava deitado de bruços no chão da sala, amarrando bem a árvore no suporte, a cabeça escondida por baixo dos galhos. Não podendo evitar, Hermione pôs-se a percorrer-lhe o corpo com o olhar, as longas pernas, os ombros largos, os músculos das costas e os bíceps de atleta, enquanto ele amarrava o beligerante e lindo pinheiro.

Hermione mordeu o lábio e desviou o olhar.

-- É melhor que eu vá buscar os objetos de decoração da árvore -- ela disse, colocando a bandeja sobre a mesa.

-- Oh, sim. Isso me faz lembrar... -- Harry levantou-se do chão. -- Deixei uma coisa no carro.

Com algumas passadas chegou até a porta.

Se tivesse certeza de que seria melhor para ela, trancaria a porta depois da saída de Harry, Hermione pensou. Mas em vez disso ficou olhando para a porta aberta enquanto Harry descia as escadas, pegava alguma coisa no porta-malas do carro, e subia as escadas de novo, dois degraus de cada vez.

Ele nem ao menos respirava ofegante ao entrar no apartamento. Fechando a porta, entregou dois pacotes a Hermione.

-- O que é isso? -- Ela fitou-o, surpreendida.

-- Seus presentes de Natal.

-- Você nunca me deu presentes antes.

-- Então, é a primeira vez. São duas coisas que escolhi enquanto fazia compras.

-- Fazia compras, você? -- ela insistiu.

-- Talvez faça compras de maneira não tão criativa como você faz... -- Harry disse secamente, lembrando-se da mais recente aquisição dela, que quase o matara -- ...mas faço o melhor que posso. Vamos, Hermione, não se trata de grande problema. Abra esses pacotes.

Hermione sentou-se no sofá e colocou os presentes a seu lado. Abriu o pacote maior.

-- Um jogo de xadrez! -- Ela olhou para as peças cuidadosamente colocadas no estojo. Algumas eram de cristal, outras de vidro fosco. -- Que maravilha, Harry... Mas não sei jogar.

-- Posso ensiná-la.

A nota grave da voz dele, a promessa do olhar, fizeram Hermione desviar o rosto. Com um quase incompreensível murmúrio de agradecimento, pôs o estojo ao lado.

Grata por ter surgido algo que a distraíra do primeiro impacto, abriu o segundo pacote, e exclamou:

-- Oh, Harry... -- Em um berço de tecido rosa havia um anjo, com os braços estendidos em sinal de alegria. Cabelos dourados contornavam o rosto de porcelana. Os olhos eram azuis, as faces rosadas. Os lábios curvos em um sorriso amável pareciam bem humanos para ente tão divino.

Só em ver seu anjo, ela sorriu também. Tocou-lhe a pequena mão.

-- É lindo, Harry.

-- Que bom que você gostou -- Harry disse, e com franqueza. A felicidade expressa no rosto de Hermione agradou-o mais do que esperara. No instante em que viu o anjo fitando-o do alto de uma árvore na vitrine de uma loja, pensou em Hermione. Comprou-o imediatamente, achando que Hermione gostaria do presente.

Nos dois dias, enquanto ela o ignorava, ele revira tudo o que acontecera nos últimos tempos, tentando pensar onde errara. Pensara na noite em que tudo começara, a primeira noite em que fora a casa dela. E lembrou-se do suéter que Hermione tricotava.

Preocupara-se muito pensando naquilo. Era grande demais, grande demais para uma mulher. Talvez fosse para seu novo amigo Gin, mas duvidava. Marrom era uma cor que ele usava bastante, a mesma cor do cachecol que Hermione lhe fizera no último ano. Juntando todas as evidências, teve quase certeza de que ela estava fazendo o suéter para ele, e não para Gin. Hermione tivera tanto trabalho com aquilo e não queria privá-la do prazer de lhe dar o presente. Por isso decidiu tornar as coisas mais fáceis para ela.

-- Você não tem nada para mim? -- Harry perguntou.

-- Oh, sim, tenho. -- Com relutância Hermione pôs o anjo sobre o sofá, levantou-se e foi até o local onde havia uma pilha de presentes. Coisas pequenas, Harry notou logo, pequenas demais para um suéter, e todos os pacotes mais o menos do mesmo tamanho.

Ela pegou um deles e deu-o a Harry, que o abriu. Havia uma caneta de ouro dentro.

-- Uma caneta?! -- ele exclamou.

-- Não gosta?

-- Sim, sim, é linda, mas é que... -- Ele franziu a testa. -- O suéter que você estava fazendo não era para mim?

-- Era. Mas mudei de idéia.

Ah, Harry sentiu uma onda de triunfo. Então, Hermione o fizera para ele!

-- Vamos, Hermione, não é justo mudar de idéia e não me dar o suéter. Gostei dele.

Hermione fitou-o com ar de caçoada e depois sorriu.

-- Tudo bem -- ela disse com voz terna. -- Pode ficar com o suéter.

Aí foi até o cesto que estava sobre a lareira e tirou de dentro um enorme novelo de lã. Jogou-o para Harry.

Automaticamente, ele pegou-o, dizendo:

-- Isto é meu suéter?

-- Fiz um erro enquanto o tricotava e corrigi o erro.

-- Que erro, e que correção?! -- Harry disse secamente.

Pela primeira vez ele deu-se conta de que fazer Hermione mudar de comportamento sobre as coisas não iria ser tão fácil como imaginara. Fitou-a e disse:

-- Hermione...

A campainha tocou.

-- Os outros devem estar chegando. -- Ela foi à porta.

Até o presente momento Harry não acreditara na história de Hermione, que convidara amigos para ajudá-la na decoração da árvore. Mas ao ver entrar uma mulher de cabelos escuros e um rapaz louro, viu que se enganara.

-- Espero não estarmos atrasados -- a mulher começou a falar logo. -- Sam acabou de chegar da loja e... Oh! -- Ela viu Harry e olhou para Hermione. -- Você deve ser...

-- Harry -- ele apresentou-se. Deu um passo à frente, estendeu a mão e disse: -- E você é...

-- Esta é Gin Leonardo -- Hermione foi logo dizendo. -- Já me ouviu falar dela muitas vezes. E este é o noivo de Gin, Sam McNally.

Então, aquela era a Gin que tanto o preocupara, Harry pensou. Devia ter sabido. Não via a hora de contar a Hermione sobre sua surpresa, de fazê-la rir um pouco.

-- Prazer em conhecê-los -- ele disse, e apertou a mão do casal.

A campainha tocou de novo.

Dessa vez, quando Hermione atendeu à porta, apareceu um enorme pinheiro. Grande, majestosa árvore com densa folhagem.

Um homem surgiu por detrás das agulhas verdes.

-- Hermione? -- ele disse.

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