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ATENÇÃO: Esta fic pode conter linguagem e conteúdo inapropriados para menores de idade então o leitor está concordando com os termos descritos.

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10. Oportunista


Fic: Síndrome de Estocolmo ::Dramione::CAP NOVO ON


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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9. Oportunista

"Não aja como se nunca tivesse usado uma oportunidade a seu favor. No final do dia, não é apenas de valores que somos feitos. Nem eu e nem o maldito Wood que você vive defendendo." 
- Harry Potter 

Hermione Pov

Acordei com a sensação que levara um soco na cabeça ou que um carro passara por debaixo de mim. Tentei levantar, mas uma tontura tão forte passou pelo meu corpo que tive que usar todo o poder de concentração para não vomitar no elegante tapete de mais uma casa desconhecida. Eu pensava que não havia nada pior que ressaca. Ledo engano.

Talvez fosse uma consequência do abuso dos meus poderes. Eu estava esgotada, todas minhas forças haviam sido drenadas. Ao menos parte de minha sanidade estava voltando e com ela a culpa pelas ações. 

Durante o período que fiquei fora do ar tudo era assustadoramente real. A profecia não lhe transforma em algo que você não seja, ela só potencializa a sua verdadeira personalidade, aquela que você tenta esconder com o bom senso. Durante as poucas horas, eu manipulei Halliwell -  dessa eu não me arrependo mesmo -, uma trouxa inocente que provavelmente estava morta por minha causa e Gina, que nunca ia me perdoar. Eu percebi pela situação dela e de Eric que Harry já sabia o que tinha acontecido. Pouco antes de ser atingida, assisti Harry tentando matar Eric e falhando. 

- Hermione? 

Com os cotovelos apoiados nos joelhos e levemente encurvada virei-me para Eric, que também acordava depois de horas de sono induzido.

- Eric - assenti cansada.

- Que horas são?

Meus olhos pousaram sobre o relógio atado a parede rústica da casa de Olívio.

- Já passa das três da tarde - eu o informei passando a mão pela cabeça, perguntando-me onde estava Gina e Olívio, provavelmente dormindo em camas confortáveis ao invés de um sofá duro.

Eric me encarou por um tempo além do considerado normal e confortável. Aguardei pacientemente a coragem chegar para que ele finalmente falasse.

- Nós temos que conversar.

- Sim, nós temos - concordei avançando em sua direção prendendo minhas mãos em seu pescoço. Se todos começaram a achar que tinha perdido a cabeça, era hora de lucrar algo com essa história toda. - Chegou à hora de mostrar as cartas.

- Do que você... - ele balbuciou arregalando os olhos.

- Sabe muito bem do que estou falando, não dê um de sonso para cima de mim. Como soube do que aconteceu comigo na guerra?

Espero ter sido clara suficiente, honestamente, mal tinha forças para continuar em pé, que dirá ameaçar alguém mantendo aquela estranha posição intimidadora, a qual não estava habituada a interpretar. 

Quem eu queria enganar? Estava exausta, essa vida desgastante de nômade já havia sugado toda minha energia. Contudo, Eric parecia genuinamente intimidado.

- Eu... - ele pigarreou parecendo um tanto desconfortável - eu estava lá.

Meus joelhos cederam. Não de cansaço, mas de espanto. Era mil vezes pior do que eu pensava. Meu Deus, se Eric estava lá, ele assistiu tudo acontecer a vivo e a cores na sua frente, a vergonha e a raiva cruzaram meu rosto. Por que diabos ele não fez nada para impedir?

-Sei o que está pensando - ele disse deslizando os dedos pelo pescoço livre do meu alcance. Saiu do sofá, circulando pela sala enquanto monologava - Mas não havia nada que eu pudesse fazer. Eu não me orgulho daquele dia, naquela hora eu estava me fingindo de morto. Aliás, não estava muito longe disso. Se a equipe de resgate não tivesse chegado a tempo, provavelmente não estaríamos tendo essa conversa.

Pisquei abobada com a avalanche de novas informações invadindo minha mente que se revoltava por falta de espaço. 

- E identificou quem era? - perguntei sem realmente querer ouvir a resposta.

- Eu sei tanto quanto você, Mione - o uso do apelido foi registrado como forma de me amaciar diante do assunto delicado. Era exatamente aquilo que eu queria evitar, o tratamento especial e o tão odiado olhar de pena. - Devo ter apagado logo depois do Weasley aparecer.

Assenti novamente, dessa vez um tanto perdida. Todo o texto preparado para falar, a maneira como agir havia caído por terra agora que sabia a verdade, que não era nem perto do que suspeitara. Se Eric tivesse alguma culpa nas costas, seria mais fácil de lidar com a raiva de ser traída a ter que lidar com a piedade dele. 

- Agora você vai apagar minha memória? - Eric questionou resignado.

- Não! - exclamei chocada e levantando-me - Merlin, por que de repente todo mundo acha que vou fazer isso? - pela visão de seu rosto obtive a minha resposta. - Certo, talvez eu tenha perdido um pouco do controle nos últimos dias, mas isso não significa que eu vá sair daqui distribuindo Imperius.

- Fico feliz em saber disso - ele comentou lacônico.

- Ah, por favor. Nem tente me julgar pelo que houve com você e a Gina. Não é como se você tivesse saído prejudicado - falei cruzando os braços.

- Não é bem assim, Hermione - Eric replicou começando a se aborrecer - Caso não tenha percebido, Potter tentou me matar.

- E não conseguiu - acrescentei inteligentemente.

- É, brilhante observação a sua - ele resmungou – Porém, não se esqueça que esse não é o único problema.

- Sejamos francos, a Gina já é bem grandinha. Ela vai sobreviver - falei indiferente - no momento, temos coisas mais importantes para lidar.

- Esta aí algo que me interessa ouvir.

Não foi Eric que fez a pergunta, mas a própria Gina que descia as escadas com a cara fechada. Ela tinha os olhos inchados e a aparência devastada, eu também não devia estar no auge da disposição. Avaliamo-nos por instantes até que resolvi quebrar o clima pesado e incômodo. 

Retirei o frasco de memória completamente intacto do bolso interno da capa que usara o tempo todo comigo. 

-A prova do que Halliwell estava fazendo com Eric - respondi sorrindo. Era incomum termos notícias boas, então esperei pela comemoração...

Que nunca veio.

- Espera, não foi Halliwell que usou o feitiço em mim - ele me corrigiu. Franzi a testa, confusa.

- Oras, mas foi dela que tomei a memória - falei balançando o frasco em sua frente. Gina apenas nos observava com uma expressão indecifrável, enquanto Olívio estava Merlin-sabe-onde.

- Ela realmente estava lá - Eric explicou - Ajudando Potter, porém quem realizou no fim das contas o feitiço foi ele. 

- Você tem certeza disso? - Gina perguntou franzindo a testa.

- Sim, acredite ou não, eu não teria como confundir o Eleito com outra pessoa - Eric respondeu cerrando os dentes desviando olhar dela.

Com todos os recentes contratempos em minha vida, interpretar o papel de vela numa briga de casal não estava em meus planos.

- Isso não muda nada - falei guardando o frasco de onde viera - essa continua sendo a única prova que temos contra eles.

- Você não pode estar falando sério - retrucou Gina e revirei os olhos impaciente com a previsão de uma nova discussão - essa prova vai prejudicar apenas o Harry.

- Na verdade, vai prejudicar os dois e nada posso fazer por ele, afinal foi ele quem escolheu essa sina ao se juntar com Halliwell.

- Ele fez isso para nos proteger! - ela gritou.

- É, diga isso para o rosto de Eric! - gritei de volta. - Sabe Gina, é muito fácil vir aqui e reclamar das provas que temos, mas no que você ajudou até agora, hã? A única coisa que parece fazer é se lamentar pelos cantos e descartar qualquer oportunidade que temos.

"Isso quando não resolve dormir com um dos seus parceiros de fuga" acrescentei mentalmente porque falar aquilo seria como detonar uma granada e não querer ouvir a explosão. 

Agora ela parecia realmente ofendida e cruzou os braços decidida.

- Bom, eu não vou ajudar vocês. 

Surpreendente!



- Obrigada pelo apoio, embora eu não tenha pedido sua opinião - eu falei desviando o olhar dela. Gina conseguia me irritar de uma forma que quase mandei para o espaço a minha resolução de não usar mais Imperius - como eu dizia, Eric...

-Eu não vou deixar você fazer isso, Hermione - ela me interrompeu se colocando de frente para mim como uma muralha.

- Gostaria de lhe assistir tentar - retruquei cerrando os dentes também preparando-me para empurrá-la da frente se necessário.

Eric usou um pouco de autoridade para se colocar no meio. Se eu não queria ser a terceira roda, aposto que ele não esperava ficar entre um briga de mulheres.

- Talvez seja melhor nos acalmarmos um pouco - ele disse com as duas mãos esticadas, como se tivesse que nos impedir de nos atacar. 

- Diga isso para Hermione que saiu distribuindo Imperius de graça - ela disse e não pude evitar ser atingida pelo veneno em suas palavras.

- Era efeito da Profecia - eu a lembrei. - Você podia agir um pouco mais sensível a tudo isso porque ontem fui eu. A próxima afetada pode ser você. Vai gostar de ouvir a mesma coisa?

- É impossível dizer se vou gostar de algo que ainda não aconteceu. O que posso afirmar com certeza é que odiei acordar hoje percebendo que tinham sumido com metade da minha memória - ela retrucou furiosa por cima das costas de Eric que tentava conter toda aquela agitação.

- A culpa não foi da Hermione - Ele interpôs roubando a atenção de ambas - Como ela bem disse estava afetada pela Profecia, já eu era o único lúcido ali e nada fiz para impedir. Portanto, se você tem alguém para culpar, que seja eu.

Perdi a voz momentaneamente pela fala de Eric. Não era do feitio dele sair assumindo a culpa dos outros. Ainda mais quando era tão óbvio quem foi a verdadeira culpada.

Contudo, eu não estava lá para me torturar pelo que tinha feito. Haveria muito tempo para isso depois.

-Que tal pararmos de tentar descobrir quem é o culpado de tudo e dar o fora de uma vez? - falei objetivamente preparando-me para buscar meus pertences, para então lembrar que eles não existiam mais. 

- Você quer fugir de novo? - Gina se revoltou - Agora que finalmente estamos em segurança... Qual o seu problema, Hermione?

Bufei tentando manter a calma.

- Eu odeio ser a mensageira de más notícias - comecei estreitando os olhos - Nós não estamos seguros aqui, sem querer ofender o seu irmão, Eric - falei arriscando um olhar em sua direção, ele pareceu desconfiado. - tenho certeza que ele está ajudando o grupo de Halliwell.

- Ele não me trairia - Eric protestou.

- Pense um pouco. Que eu saiba, Olívio vive para o trabalho desde que conseguiu o novo cargo, porém foi só receber sua coruja de madrugada com pouca informação que ele saiu correndo a sua procura poucas horas depois. Não te parece meio atípico? E tem mais, eu não acho que nós três recém-acordados e Olívio sejamos páreos para o grupo completo de Haliwell e ainda assim, cá estamos. Como ele conseguiu recuperar nossos corpos desmaiados e ainda puxar Gina a tempo de uma Chave de Portal é um mistério. Como ele sabia que precisaríamos de uma é algo ainda mais suspeito.

Finalizei o monólogo atenta a reação de meus companheiros.

-Você chegou a pedir que ele fizesse uma Chave? - Gina perguntou a Eric cruzando os braços.

- Não - ele respondeu em choque por só ter dado conta de um detalhe tão óbvio horas depois - Não podemos simplesmente fugir, nem sabemos direito nossa localização atual. 

- Não foi isso que me impediu das outras vezes - falei levantando energicamente.

Gina assentiu e se pôs ao meu lado. Agora reparava que ela havia trocado a camisola para um vestido largo demais para ser dela. Olívio provavelmente o emprestou. A falta de meus pertences estava começando a testar meus nervos. Só o que me restara havia sido a varinha e a memória. O pergaminho continuava intacto debaixo do colchão da cama a qual fora arrancada, torcia para que ninguém tivesse o encontrado.

Eric ainda não tinha se convencido.

- Por que eles fariam um acordo com meu irmão para nos manter em sua casa? 

- Porque assim eles poderiam escolher o nosso momento mais vulnerável para atacar. Não é exatamente seguro tentar fazer isso do modo convencional diante nossa situação - eu disse com certa urgência. Já estava demorando para que a causa da nossa conversa desse as caras e isso começava a me preocupar.

Sem esperar para ver o que eles iriam se decidir ou não, andei até a porta da frente e tentei abri-la.

O que aconteceu em seguida foi a prova que Eric precisava para ter certeza que havia sido traído. Infelizmente, seria tarde demais para que pensássemos em qualquer plano.

Um alarme não apenas incrivelmente alto como agudo soou do momento que toquei na maçaneta. A porta, é claro, estava trancada por feitiço. 

Eu sabia, como os outros, que aquele era o fim da linha. De jeito nenhum, iríamos escapar daquela vez. Ao menos, não todos nós. 

Foi pensando nisso que corri até a Gina, agarrando o frasco com uma das mãos. Agora ela também compreendia por que Halliwell e companhia estavam nos caçando tanto. Além de fugitivo, tínhamos uma arma contra eles, a qual não podia ficar com um alvo como eu.

Seria atrás de mim que todos iriam quando o momento chegasse e este estava próximo.


- Tome - falei empurrando a memória em suas mãos. Ela recuou, balançando a cabeça em negação. - Anda, Gina. Não temos muito tempo.

- Não tem que ser assim - ela falou e bufei achando que iria voltar a defender Harry - Mesmo não concordando com isso esse objeto pode servir como chantagem. Precisamos de garantia. Hoje um de nós pelo menos vai ser pego, não precisa ser você nem Eric. Eu sou a isca fácil.

- As coisas mudaram - falei recordando do último olhar de Zabini, de Malfoy e de Halliwell. Haveria um acerto de contas com todos eles e por mais que temesse esse reencontro, tinha noção que não poderia escapar para sempre. 

- Não - Eric se meteu novamente. - Hermione, você tem mais chance de escapar. Tem mais necessidade também - acrescentou e trocamos um olhar de compreensão. - Nós os distraímos. 

Eu queria discutir. Eu dever a isca. Seria tão mais fácil deixá-los para trás, depois seria muito mais difícil conseguir dormir sabendo que optei por salvar a minha pele.

Antes que eu pudesse tomasse a minha decisão o destino resolveu optar por mim. Mais uma vez os muros que nos defendiam foram abaixo , nos deixando perdidos num universo de fumaça e luzes mortais. Apertando a memória entre meus dedos, fiz o que minha consciência berrava para recusar. Pegando um corredor qualquer, escapei do efeito da fumaça sufocante que provocava um ataque de tosse em Gina e Eric atrás de mim. Depois disso, o medo começou a fluir por entre meus ossos e nenhum pensamento coerente podia ser processado.

Eu tinha certeza que ia morrer.

Quero dizer, todo mundo morre um dia.J á me acostumei com isso. Não se tratava de alguma crise existencial. Meu problema era bem menos complexo.

Não. Eu sabia que a minha hora tinha chegado.

Meus pés não eram rápidos suficientes para a minha fuga. O ar entrava com dificuldade nos meus pulmões e as minhas pernas protestaram do esforço excessivo. Nas minhas trêmulas mãos estava a razão de toda a perseguição, da eterna perseguição. Aquela informação era perigosa demais para ser exposta ao mundo.

A adrenalina que corria em minhas veias era o único combustível que me mantinha em movimento.

Agora estava perto. A curva que fiz no corredor escuro me permitia ver a porta de saída e ouvir o tráfego caótico de carros. A rua, banhada pela gloriosa luz do dia, era a minha salvação.


Todavia alguém se colocou na frente da passagem milagrosa e com segundos de atrasos percebi que haviam outros deles, sempre exibindo sorrisos vitoriosos por acharem que conseguiriam capturar a presa mais arisca de todas. Eu.

Infelizmente para mim, eles pareciam ter motivo para a presunção.

Parei ofegante com as mãos cobrindo meus joelhos. O desespero estava fluindo pelo meu corpo. Eu sempre soube que mais cedo ou mais tarde seria capturada.

Contudo, eu não podia deixar que destruíssem a única prova que tinha.

Senti a aproximação dele atrás de mim e eu já estava cansada demais para lutar. Sua mão deslizou perigosamente pela minha cintura me mantendo atada a ele. Sua voz roçou em meus ouvidos.

- Bons sonhos, pequena.

O cheiro de éter engolfou-me por completo, tentei lutar contra o seu poder, apertando o objeto em minhas mãos com força como se a dor fosse o despertador que eu precisasse.

Eu podia apelar, pedir, suplicar, agir como uma maldita donzela em perigo no entanto se durante toda a minha vida nunca entreguei os pontos, não seria agora às portas do meu inferno que o faria.

As forças foram se esvaindo e minha cabeça tombou de lado antes de levar o resto de mim. A mão que segurava minha cintura não estava mais lá, pela visão turva percebi que eles se aproximavam.

Com algum esforço fiz um gesto obceno aos inimigos que riram, não se intimidando. Não tive tempo de me frustrar.

Finalmente a escuridão me tragou.


Gina Pov

Imersos num tipo desconhecido de fumaça tóxica, eu e Eric perdemos completamente a noção de espaço. Havia alguma substância naquela neblina cinza que provocava uma tosse sem fim e irritação nos olhos. Éramos a isca perfeita, paralisados pela falta de visão e expostos pelo barulho da tosse compulsiva. 

No entanto, mesmo tão facilmente capturáveis ali não chamamos a atenção que queríamos. Só o que pude ver antes da neblina ocupar meus olhos vultos correndo em direção de Hermione. Uma mão puxou a minha e eu não estava em posição de recusar ajuda, principalmente depois de ser atingida por algum feitiço que passou de raspão pelo meu cotovelo, cortando-o numa dor aguda e profunda. A tosse sufocou o grito de dor e a cegueira momentânea impediu que eu visse a ferida, pela ardência imaginei ser profunda.

Amparando o cotovelo com uma das mãos e sendo levada pela outra, me vi subindo cambaleante pela janela e sentindo a grama arranhar meus joelhos. A irritação dos olhos não era tão intensa mais, de forma que pude enxergar o muro que pulamos. Pude enxergar a movimentada rua que estávamos dando toda a proteção que podíamos desejar o som do tráfego de carros nunca pareceu tão pacífico. 

Estávamos salvos. 

De alguma forma, eles pensaram que a fumaça iria nos imobilizar até voltarem com Hermione, provavelmente teria me paralisado se não contasse com a ajuda de Eric. Ele sempre estava em movimento. Mesmo agora, que nos encontrávamos fora de perigo, ele não hesitou em aparatar me levando junto.

Minha varinha escondida no bolso interno do vestido emprestado espetou minhas costas ao cair em um ângulo estranho em mais uma paisagem desconhecida. Ergui a cabeça perdida.

- Onde estamos? - foi a primeira pergunta que pude processar depois de levantar.

Uma casa abandonada se apresentava em nossa frente. Uma vizinhança calma e bruxa podia ser vista a nossa volta.

 -Estamos na antiga casa de meus pais - suspirou Eric absorvendo todas as lembranças amargas que deviam vir com a construção, pois sua face não era das melhores. 

- Nós temos que voltar - eu falei perfeitamente ciente que ele não concordaria com o que eu tinha a dizer - Não podemos deixar Hermione para trás.

- Acabamos de fazer isso. Já é tarde demais para arrependimento - respondeu resignado. 

Balancei a cabeça, não aceitando aquilo como explicação. Nós não podíamos deixar ela para trás lidando com os problemas que de certo modo nós três causamos. 

- Não foi tarde demais quando eu não quis deixá-lo no esconderijo de Halliwell - repliquei decidida.

- É verdade, mas te dei essa opção - ele falou autoritário - não me obrigue a te carregar para dentro, Gina.

Arregalei os olhos com a ameaça. Toda minha teimosia natural simplesmente aflorou em mim e me vi negando mais uma vez.

- Eu não vou entrar aí. Olívio nos traiu e pode nos achar num piscar de olhos.

Eric sorriu.



- Ele pode até saber a nossa localização, mas não vai conseguir entrar - falou cruzando os braços - ele não pode entrar nessa casa.

- O quê?

-Foi expulso de casa. Bagagem de família serve afinal para alguma coisa - Eric disse cruzando os braços meio impaciente. - Vai entrar por vontade própria ou terei que carregá-la? Seu cotovelo parece estar precisando de atenção.

Parecia mesmo. Um pouco de sangue manchava o vestido antes branco e a pressão da minha mão não era suficiente para estancar o fluxo. Bufei derrotada seguindo com Eric para mais uma casa desconhecida. 

Por mais que me odiasse por ter abandonado Hermione, sabia que não seria útil agora para resgatá-la. Era a hora da bonança, de se recuperar e refazer as energias. 

Por que eu ia voltar para buscar Hermione, aquela era uma promessa e se Eric não estava de acordo, arranjaria um modo de apagá-lo para escapar.


Draco Pov

- Enervate - falei calmamente observando o jato de luz acertar o alvo que abriu os olhos em choque. Ela parecia ainda mais agitada do que quando conseguíamos prendê-la. 

Uma pequena parte da roupa que usava havia se mantido intacta depois de sua fuga, pouco ficara para contar a história e cobrir seu corpo. Mantive o contato visual, decidido a não me distrair com um detalhe que servia como lembrete das noites que passamos juntos. Não havia se passado mais que uma semana, embora devido aos recentes acontecimentos, tenha me parecido anos atrás.

- Malfoy - ela me cumprimentou com um sorriso irônico como se já esperava que me encontrar assim que abrisse os olhos. - Parece que você não desiste de me prender em uma jaula.

Seus cabelos bagunçados em volta do seu rosto debochado faziam jus a reputação de perigosa que ela conquistara em poucos dias.No entanto, eu não participaria de seu jogo de manipulações.

- Não creio que esteja em posição de reclamar, dessa vez providenciamos um local mais aconchegante para nossa hóspede favorita - falei munido da máscara de boa educação. Se era indireta que ela jogava que estivesse preparada para um retorno. - Já que sua estadia será mais demorada.

- Isso é o que veremos - ela insinuou sem diminuir o sorriso convencido - Aliás, que decoração infeliz. Quem foi que fez esse lixo?

Entendi a falha provocação. Talvez a decoração rosa do quarto não fosse do agrado de Granger, mas quem passou de casa desconhecida para outra obviamente não tinha decoração de bom gosto como prioridade.

- Halliwell providenciou esse quarto para você, podia ser mais grata - informei e percebi que algo mudou em seus pensamentos. Sua mente estava mais fraca que o normal, mas ainda não era possível invadi-la. Apenas sondar as emoções mais fortes e uma suspeita animação apossou de sua mente repentinamente. - Principalmente depois de ter marcado seu rosto.

- Do que está falando? - ela perguntou num tom estudamente entediado.

- Da cicatriz que deixou de souvenir a Halliwell ou vai se fazer de idiota comigo?

Granger me fitou verdadeiramente perdida. Havia uma vulnerabilidade ali, plantada em seu rosto, se arrastando pelo seu corpo, o qual que eu gostaria de explorar. 

O momento de fraqueza durou poucos segundos até sua expressão endurecer em raiva.

- Vaca - murmurou revoltada - Halliwell fez isso de propósito. 

- O quê? Vai querer me convencer que ela se feriu intencionalmente para fazer você parecer perigosa? Porque você não precisava de muita ajuda para formar sua nova reputação.

- Eu não a feri! - ela exclamou exaltada – Apenas peguei a memória e fugi. Eu não tenho tempo e nem paciência para pequenas torturas físicas ou psicológicas como você e seu bando.

- Acha que tentar me ofender vai ajudar um pouco a sua situação? - perguntei cruzando os braços encostado na porta.

-Esclareça a minha situação aqui, Malfoy. Ando meio confusa com a constante troca de papéis, talvez você possa me atualizar, qual o meu crime e a punição?

- Eu não preciso falar o que fez de errado. Ninguém usou obliviate em você e quanto à punição, seja bem vinda a ela - falei erguendo os braços sarcasticamente.

Ela piscou sem entender até a compreensão acertá-la com um golpe pesado de realidade.

- Você não pode me manter como prisioneira aqui! - gritou furiosa tentando se soltar das amarras em seus braços e pernas.

Ela tinha chances nulas de escapar, mas confesso que eu tinha que admirar seu esforço.

- Vai aprender a não subestimar o poder da minha vontade, Granger.

- E você vai aprender a sentir a minha mão em sua fuça - ela vociferou como um bicho selvagem querendo se soltar.

- Eu vou? - perguntei num tom perigoso e suave me aproximando – Engraçado... Da última vez que chequei era eu quem tinha o controle aqui.

- Por pouco tempo - Granger replicou fitando-me e percebi o que ela estava tentando fazer.

E que não iria funcionar.

O feitiço de Halliwell serviu para algo, além de fornecer a localização deles. Num curto pedaço de espaço, como esse quarto, seu poder estava inibido. Claro que se ela realmente se esforçasse para manipular alguém, o bloqueio provavelmente seria quebrado. 

Obviamente, ela não precisava dessa informação por enquanto.

-Mas que diabos... - ela balbuciou notando a falta de sua mais nova habilidade.

- Como eu disse é tudo questão de controle - completei sentando na beira da cama, a qual Granger estava atada.

- O que você fez comigo? - ela perguntou me fuzilando com os olhos.

- Pergunta errada, Granger. O que deveria estar questionando é o que farei com você se continuar com esse mau comportamento. Acredite, o homem do armazém será fichinha do que terá pela frente.

Ela engoliu em seco para então erguer o rosto de maneira desafiadora.

- Não tenho medo de você - anunciou sacudindo os ombros.

- Ah, você tem - eu constatei sério - Da última vez que constatei você ainda era Hermione Granger, uma garota inteligente como você tem algum senso de autopreservação.

Ela suspirou e olhou para os lados como se esperasse ver uma escapatória ali. Deve ter se frustrado por que voltou a me encarar exibindo desagrado.

- Não me trancariam aqui com o torturador da equipe se não quisessem algo de mim. Vocês já tem a memória de Halliwell e conseguiram me manter em observação. O que falta?

Era bom que ela já tivesse inteirada como eu trabalhava. Poupava tempo e discussões desnecessárias.

- A localização dos outros.

Granger riu como se eu acabasse de contar uma piada.

- Vocês conseguiram perder Eric e Gina mesmo os tendo na frente de vocês? Isso que eu chamo de competência - ela comentou balançando a cabeça.

- Não brinque comigo, Granger - repreendi sério - não quando sabe o que posso fazer para arrancar a verdade de você.

-Pois então faça! - ela desafiou - Porque eu garanto que não vou colaborar com vocês. Podem usar Veritasserum se quiserem, não serei de nenhuma utilidade. Ou se quiser começar o seu bizarro passatempo que chama de trabalho, pode separar cada pedaço do meu corpo, mas não terá lugar para mandar. Eric e Gina vão continuar foragidos se depender de mim.

- Sorte a nossa que não depende - comentei - seus amigos vão voltar para te buscar e você sabe disso.

- Os dois estão bem irritados comigo agora para investirem numa missão-resgate. Desculpe desapontá-lo.

- Não se preocupe, estou bem tranqüilo em relação a isso. Conheço a mente da Coelha - falei levantando da cama, resolvi deixar Granger aproveitar a própria companhia.

- Onde você vai? - ela perguntou e pela primeira vez pude notar o pânico em sua voz.

- Receio que não seja da sua conta - respondi sem olhar para trás.

- Você não pode me trancafiar aqui dentro! - Granger soou histérica e seus movimentos mais alterados que antes.

- Dê um motivo razoável para que não - a desafiei.

- Porque isso é sequestro - ela disse com ênfase.

- Particularmente prefiro chamar de intervenção, mas pode nomear como quiser - respondi com um sorriso irônico alcançando a maçaneta da porta.

- Espere! - ela gritou e o desespero era palpável no ar. Congelei aguardando Granger continuar com o seu discurso. - Eu preciso falar com Harry. É do interesse dele.

- Verei o que posso fazer.

Foi o que falei antes de bater a porta, deixando Granger desfrutar de sua agradável companhia sozinha.

Ao procurar Harry, infelizmente deparei-me com os ossos do ofício, o que nesse caso significa a convivência com Zabini e Halliwell.

- O que estava fazendo a sós com ela? - o primeiro interceptou-me antes que pudesse falar qualquer coisa.

-Não é da sua conta - rosnei impaciente.

- Acredito que seja, Malfoy -ele replicou presunçosamente - a partir do momento que formamos uma equipe.

- Uma equipe?  - o cortei - no inferno, talvez. O que sei é que geralmente integrantes de uma equipe confiam um nos outros. 

- Formamos uma equipe diferente - ele disse sacudindo os ombros.

-Nós não formamos nada, nem grupo ou equipe. - sibilei entre dentes - De fato, a única coisa que me impede de quebrar seu pescoço nesse momento é o Voto.

Pensei que a agressividade em minhas palavras fosse intimidá-lo, mas ao contrário, parecia diverti-lo.

- Portanto, você terá que se acostumar com a minha presença - disse fazendo questão de soar mais inconveniente possível - Tal como minha participação na experiência que tiver desenvolvendo com Granger.

- Você realmente acha que sou idiota? Sei muito bem que tipo de experiência quer fazer com ela, Zabini, e espero não ter que repetir: Fique longe da Hermione.

- Vou tomar isso como um convite - ele provocou liberando finalmente a minha passagem pelo corredor que levava a sala onde Harry e Halliwell esperavam notícias. - Como está íntimo da prisioneira, Malfoy. Pergunto-me se você é a escolha acertada para tomar conta dela. Talvez o resto do conselho tenha algo a dizer sobre o assunto.

- E talvez eu tenha muito a dizer sobre o que te vi fazendo com ela. O que pensa disso?

Seu sorriso convencido murchou e parecia finalmente intimidado.

- Essa conversa não acaba aqui, guarde minhas palavras - ele falou quando eu já estava prestes a sair de seu campo de visão.

Tentando não pensar na discussão com Zabini, entrei na sala notando a ansiedade fluir de Harry. 

- Ela pediu para vê-lo.

Com marcas escuras ao redor dos olhos e um ar resignado, Harry assentiu e deixou o cômodo. Halliwell ao perceber que estávamos sozinhos virou sua atenção para mim.

- Você sabe que ainda estou esperando o agradecimento - ela comentou cruzando as pernas sobre a poltrona enquanto fazia uma análise rápida em meu semblante. -  Se não fosse pela minha extensa agenda de contatos que por um acaso incluía Olívio Wood, vocês estariam perdidos.

-Para começar, por alguma misteriosa razão que não consigo acreditar que tenha sido por um mero acaso, você me parece o tipo de pessoa que planeja cada detalhe dos seus planos. Sabia que Olívio seria necessário porque seu irmão faz parte da profecia que por outro misterioso motivo conseguiu conquistar sua atenção. Agora me responda: há quanto tempo planeja tudo isso?

Halliwell riu como se eu fosse algum tipo de lunático. Ela se ajeitou na poltrona de veludo e cruzou os braços despreocupada.

- Assim você me ofende, Malfoy. Não sou esse monstro calculista que insiste em idealizar.

- Tampouco é uma inocente - acrescentei erguendo a sobrancelha.

- Bom, suponho que isso apenas o tempo dirá.

Assenti de cara fechada. Não havia nada mais o que fazer senão manter os olhos abertos e torcer para que meus instintos estivessem errados.

Hermione Pov

Poucos minutos depois, Harry atravessava a porta da minha nova jaula que insistem em chamar de quarto e me fitava seriamente. Seus olhos continham tanto julgamento, quanto aquele quarto continha a pavorosa cor rosa-bebê. Pela primeira vez na vida optei em ser direta. 

- Não odeie Gina - atirei a primeira frase que veio em mente.

- Você deve ter realmente perdido a cabeça - ele comentou fechando a porta e se encostando a ela.

- A culpa não foi dela - argumentei tentando soar mais digna que parecia com todas aquelas cordas prendendo meu corpo.

- Eu não preciso de ninguém defendendo a Gina, Hermione. 

- Não estou. Eu a manipulei. - expliquei afundando meus ombros em sinal de desculpas.

- Você o quê? Você a manipulou para dormir com o Wood? - seu tom sugeria que eu fosse internada imediatamente.

- Bem, não exatamente - balbuciei nervosa.

- Explique-se - Harry mandou irritadiço.

- Eu apaguei toda a memória que ela tinha de você.

Surpresa e mágoa cruzaram seus olhos. Com algum esforço, eu encontrei as palavras para prosseguir.

- Ela estava me irritando...

- O quê? - ele se revoltou chocado - de que diabos pensa que está falando?

-Eu não sei o porquê fiz aquilo, apenas senti a vontade de me livrar dela e de sua teimosia irritante, fazê-la se ocupar com Eric pareceu uma boa idéia.

Eu tinha ciência de quão cruéis meus motivos soavam e o quão perturbada eu parecia. Contudo, eu tinha que contar a verdade, afinal era a única maneira de me redimir.

-Pareceu-lhe uma boa idéia? Você consegue ouvir o que está dizendo? - falou Harry tão surpreso quanto indignado.

- Eu estava fora de mim.

- Então essa é a sua desculpa? - vociferou ele em minha direção.

- Essa é a causa. Não existe desculpa para o que fiz - expliquei usando apenas da razão para sobreviver daquela discussão. Aquilo acalmou Harry, mesmo que minimamente.

- Ainda não explica nada - replicou ele irredutível - Gina sabe como lidar com Imperius.

- Aparentemente não com a minha. Halliwell também não foi capaz. Talvez eu poderia agendar até mesmo um teste com você se tivesse interessado - o veneno fluía em mim insaciável. 

- Eu não quero ouvir mais nada. Não te reconheço mais.

Diante daquela declaração eu só pude rir, mais que isso, gargalhar. Não de divertimento, mas de indignação.

- Você diz que não me reconhece mais. Bom, talvez isso esteja acontecendo porque nunca me conheceu de verdade, daí saberia que nunca fui a garota perfeita que vocês criaram.

- Eu, melhor que ninguém, sei que você não é perfeita. Eu estive com você todos esses anos.

- Isso não é engraçado? - comentei ironicamente - Porque mesmo estando do meu lado há muito mais tempo, é só com Gina que escuto você se desculpar por ter partido depois da Guerra.

- Era disso que precisava para não sair manipulando a Gina? Um maldito pedido de desculpas?

- Não, Harry, eu precisava de muito mais! -agora não havia mais nenhum traço de divertimento em meu rosto lívido - Eu, você e Ron éramos um time muito antes do seu envolvimento com Gina, mas parece que você só importou em deixá-la para trás. Você ao menos sabe o inferno que tive que passar depois na guerra? Ao menos se importa? Não, você apenas fugiu de todos com seu novo melhor amigo Malfoy.

- É disso que se trata? Você queria me punir?

- Não, eu não queria. Embora que agora refletindo sobre o assunto, percebo que merecesse. Tudo que você falava de amizade, que considerava importante, que não queria que fôssemos caçar as horcruxes para nos proteger. Tudo mentira! - eu gritava e as acusações cuidadosamente guardadas em segredo eram expostas numa velocidade impressionante - Ou então você só se importou com Ron, por que depois que ele morreu, que o mundo se explodisse. 

- Não fale do que não sabe - Harry replicou surpreendentemente calmo depois do que ouviu - Não tem idéia dos meus motivos para fugir.

-Certo, você matou Ron e daí? Já me viu te culpar ainda que uma vez por isso? Algum dia eu deixei de te apoiar, mesmo quando Ron não estava lá? Eu nunca pedi nada em troca. Eu só queria meu melhor amigo e você nunca estava lá e eu... - tive que tomar fôlego para continuar sem que as traidoras lágrimas caíssem -...Precisava tanto de alguém.

Eu realmente pensei que depois daquele monólogo carente e humilhante, Harry ficaria desarmado. 

Ledo engano.
 
- Seu melhor amigo matou o seu namorado. Você definitivamente não precisava de alguém como ele do seu lado.

-Precisava sim. Há tanto que não sabe, que nem importa mais. Por que não faria diferença se soubesse.

-Claro que faria, Hermione e ainda faz.

-Se fizesse você não teria ignorado cada carta que te mandei. Se fizesse, teria se explicado para mim, como fez com Gina. Você não tentou nada disso - falei sacudindo os ombros como se no final das contas não fizesse diferença para mim. 

Obviamente fazia, ou não estaríamos presos em argumentos falhos numa discussão perdida para ambos lados.

- Essa conversa acaba aqui - afirmou ele se virando para ir embora.

- Não pode lidar com uma saudável dose de verdade, Potter? - não pude deixar escapar a provocação frigida.

- A cada dia começo a pensar que você que não possa - ele voltou a olhar em minha direção.

- Como?

- Eu sei o inferno que passou, Hermione. Aliás, foi por isso que desisti de me explicar.

- Desistiu? - repeti desconcertada - Você nunca ao menos tentou!

- Ah, eu tentei. Você estava saindo do St. Mungus e eu lembro de ter achado estranho. Já fazia três meses da Guerra. Então entrei lá para arrancar a verdade de alguém.

- E conseguiu? - a pergunta saltou da minha boca, voraz e ansiosa.

- Ser Harry Potter tem lá suas vantagens - meneou a cabeça não dando muito crédito ao fato - de todo modo, eu descobri o que aconteceu. Não quero que você me odeie por estar te contando agora. Naquele momento eu soube que ninguém podia lidar com mais uma notícia ruim. Perceber que havia chance de recuperar parte de Ron para depois perder isso também... Não deve ter sido fácil para você.

Harry me fitava com um olhar que beirava a pena e o que é pior pelos motivos errados. Para mudar de assunto, assumi uma posição defensiva.

- Por que não contou que sabia do aborto?

- Porque você obviamente não queria que ninguém soubesse e eu respeitei isso.

- Malfoy sabe? - antes que pudesse me conter as palavras já haviam saído. 

- Não - ele respondeu um tanto desconfiado – Por quê? Ele deveria saber?

- Só checando - repliquei rapidamente. - Isso não muda nada, espero que entenda. Mesmo que tenha tido seus supostos motivos você não tinha que deixar todo mundo para trás, certamente não a mim. Tampouco ter escondido que sabia do meu segredo! 

Harry revirou os olhos como se eu tivesse comportando como uma criança.
Mesmo que eu tivesse em tudo que disse havia um fundo de verdade.
- Eu lhe pergunto Hermione: Se eu tivesse feito diferente o que isso realmente teria mudado? - ele quis saber cruzando os braços. - A profecia ainda assim teria se realizado e você estaria detida aqui.

- Talvez você tenha razão nisso - ponderei por segundos – Ao menos, eu teria uma pessoa para confiar aqui dentro. Em minha opinião, faria toda a diferença.

Gina Pov

Uma mancha roxa e feia havia marcado meu cotovelo, uma marca do que aconteceu horas atrás. Sorri tristemente para o fantasma da ferida, eu mereci aquilo, assim como merecia tanto mais.

Chequei se Eric ainda dormia do meu lado, os braços espalhados na cama e a expressão serena como uma criança. Era mais fácil se eu conseguisse ser a pessoa que Hermione criou na noite anterior. Não é que eu não o amasse. Contudo, nada era comparável o que sentia por Harry. Talvez Eric fosse o mais saudável para mim, mas não era o que eu queria.
 
 Levantando com cuidado, já devidamente limpa e munida de roupas, essas maiores que meu tamanho; guardei minha varinha e dei um último olhar para Eric. Ele parecia tão indefeso que me doeu abandoná-lo desse jeito. Pensei em escrever uma carta, mas não queria fornecer combustível para um possível surto de fúria.

Talvez essa seja a minha função. Deixar as pessoas quando elas precisam de mim. Afinal, eu larguei Hermione para ser raptada enquanto fugia, não larguei? E agora abandonava um Eric vulnerável para trás. Se são as ações que mais falam sobre nós, o que as minhas últimas têm dito sobre mim?

 Não, eu não devo ficar remoendo o passado. É por isso que estou recorrer a quem nunca esperei precisar. Em uma tentativa de reparar o dano mesmo que já seja tarde demais.

 Assim que deixei a casa de Eric, respirei consideravelmente aliviada que ele não estava correndo atrás de mim com a varinha nas mãos e o olhar assassino nos olhos.

Sem olhar para trás, aparatei direto na propriedade do indivíduo mais arrogante que conheci.

Se ainda resta dúvidas, estou me referindo a Malfoy. 

Nem me ocorreu tocar a campainha. Seria estúpido demais bater a porta depois de fugir incansavelmente do dono da casa. 

 Olhando em volta da pequena mansão, vi alguns ramos e plantas que cresciam pelas paredes até o telhado. Eu não podia confiar na elasticidade das folhas, mas podia confiar no radar de magia que Malfoy devia dispor. Sentindo-me mais idiota que nunca, peguei impulso nas primeiras e aos poucos fui escalando a parede pela frágil plantação em volta. Não sei o que mais me surpreendia: a ausência de veneno na folhagem ou meu desempenho até chegar ao parapeito de uma janela do segundo andar. 

Abandonando todo cuidado e discrição que havia tomado conta de mim, chutei o vidro da janela - o que produziu um barulho estridente - e pulei para dentro do cômodo.

Nunca acreditei em sorte. No entanto, se ela de fato existe deve estar bem longe por que a pessoa presente no quarto que eu tão bruscamente entrei era a última pessoa que eu queria em minha frente.


Tão estupefato quanto eu, Harry me encarava como se uma tropa de hipogrifos tivesse subitamente invadido seu território. A julgar pelo seu olhar, ele teria preferido eles que a mim.

- Você deve me odiar - falei quebrando o silêncio chocado.

Ele demorou a responder.

- Hermione explicou o que aconteceu - disse por fim, claramente tão desconfortável quanto eu que me ocupava em tirar os cacos de vidro dos sapatos.

Eu o encarei querendo tanto acreditar que aquelas palavras eram sinceras. Harry me prendeu entre a parede e o seu corpo sem escapatória para fugir.

- Você sabe que eu só vim buscar Hermione - balancei minha cabeça, já que eu estava nervosa com aquela proximidade toda  - eu nem sabia que iria encontrá-lo.

- E se soubesse teria feito diferente?

Chega um ponto que mentir não era mais uma opção, ele não acreditaria e até por que eu não tinha mais nada a perder.

- Não.

Harry levou uma de suas mãos ao meu rosto fazendo uma curva sinuosa até meu pescoço me provocando calafrios.

- Para com isso - eu pedi tentando me afastar.

- Por causa do Wood? - ele perguntou erguendo a sobrancelha - ele não consegue fazer com você o que eu faço. Ele te faz gritar como eu fiz?

Corei com as lembranças que aquela fala provocava.

- Por que está fazendo isso comigo? Você me quer presa por um crime que eu não cometi e da última vez que nos vimos eu acabei presa no pior erro que cometi... - fui temporariamente distraída pelo peitoral de Harry tão próximo de mim, mas consegui voltar ao foco - como posso confiar que depois de uma noite não vai me mandar para Askaban?

Passei por debaixo dos seus braços, contundo não saí correndo do quarto já que sabia  que ele me puxaria de volta. Ao invés disse observei a floresta sombria da propriedade dele. Senti invejas daquelas árvores tão fixas e seguras presas ao chão quando eu possuía a certeza que eu estava a alguns segundos de desmoronar.

Ouvi os passos de Harry atrás de mim e senti completamente tensa suas mãos subirem pela minha cintura até meus seios os sustentando. Como eu sentia falta daquele toque, ao mesmo tempo tão doce e tão sensual.

Fechei os olhos aproveitando as sensações que só poderia experimentar nos braços dele.

- Você acha mesmo que uma noite seria o suficiente para sanar a minha necessidade por você? - ele disse com aquela voz rouca antes de morder delicadamente a lateral do meu pescoço e eu tive que reprimir meu gemido embora algo no corpo tenha me denunciado - sei que você quer o mesmo que eu, Gina. Por que você ainda não tentou fugir? Nem mesmo você tem ainda forças para negar.

- É complicado - consegui dizer esforçando-me para não mandar as complicações para o inferno.

-Não tem que ser. Você se recorda daquela noite? - eu não precisava responder. Não havia um dia em que não me torturasse com aquela memória - foi tão simples e perfeita. Esqueça o mundo lá fora somos nós dois agora.

Ele apertou meus seios aspirando agora minha nuca e dessa vez não consegui reprimir um gemido fraco. Eu pude ouvir sua risada presunçosa.

Com aquelas mãos habilidosas ele me virou para encarar aqueles olhos que tantas vezes quis fugir, hoje me tragavam para dentro como um imã.

- Só uma noite,Gina. Nós merecemos isso.

Eu estava cansada de tentar escapar tudo que eu queria estava naquele quarto. Algo nos meus olhos anunciou a minha resposta porque Harry calou qualquer tentativa minha de falar.

O beijo era mais pesado do que esperava havia muita desconfiança e mágoa nele. Era exigente e tentava sugar as minhas forças eminha resistência. Nossas línguas se enroscavam numa dança já conhecida, até que ele interrompesse o beijo para morder meu lábio inferior como prova de que ele estava no controle.


Por enquanto.

Eu fui o empurrando e ele me encarou confuso sem entender a minha reação até que eu o jogar na cama sorrindo convencida. Harry me encarou surpreso e rindo.

Ainda sem acreditar na minha audácia, ajoelhei na cama com cada uma das pernas de um lado de seu corpo e me curvei para beijá-lo da minha maneira. Agora eu estava no comando e aquela sensação era melhor que imaginava, baguncei seus cabelos me apoiando pelos cotovelos na cama enquanto explorava a boca que tanto senti falta.

Até que fui pega de surpresa por Harry que numa manobra rápida inverteu as posições erguendo a sobrancelha para mim.

- Acho que já experimentou estar no poder por muito tempo - ele anunciou afundando sua cabeça em meu pescoço sugando-o para descer então para meu colo enquanto uma de suas mãos subia cada vez mais pela minha coxa invadindo o espaço da saia.

- Pena que não compartilho da sua opinião - afirmei o empurrando com toda a minha força que acabou caindo no chão para o meu divertimento.

Ajoelhei-me na sua frente desabotoando a minha blusa o mais devagar possível testando sua paciência.

- Pena que não pedi sua opinião - Harry debochou abrindo minha blusa com brutalidade fazendo com que alguns botões voassem longe.

- Você vai comprar outra igual - reclamei sorrindo e ele revirou os olhos me pondo no tapete enquanto tirava meu sutiã com habilidade.

- Bota na minha conta - respondeu abocanhando meus seios num ritmo torturante fazendo com que fosse impossível não gemer em resposta. Mordeu o bico fazendo voltas e voltas até dar atenção ao outro aumentando a volume da minha voz.

Sua língua deslizou pela minha barriga até que ele puxasse impaciente minha saia que desceu com a minha calcinha me deixando numa (o quê?) diante de seus olhos sob o tapete. Sorrindo maliciosamente quando ele desceu sua boca até a minha intimidade, de onde não pude reprimi o grito de surpresa ao sentir sua respiração numa área tão sensível, entretanto os gritos vieram mesmo quando senti sua língua lá me manipulando a gritar cada vez mais alto e o seu nome e na beira do precipício interromper.

- Não - protestei me arqueando no tapete.

- Entendeu agora quem manda? - ele brincou subindo seu rosto na altura do meu e em resposta tirei sua blusa violentamente e arranhei seu peitoral e suas costas.

Desci minhas mãos até seu membro que já estava ereto. Comecei a manipulá-lo com as mãos e observei Harry jogar a cabeça para trás com a respiração acelerada .Sorri impressionada com o meu próprio poder logo comecei a escutar a sua voz, o que me fez subir as minhas mãos para seu peitoral arranhando-o.

Um lamento escapou de seus lábios.

- Não me torture, Gina.

- Torturar? - perguntei me fazendo de desentendida e descendo minhas mãos para quase encostar em seu membro, para depois subir novamente  e me divertindo com a sua reação.

Harry pareceu se revoltar por que subitamente se ergueu me provocando um susto me pondo em seu colo me penetrando de uma vez só. Senti-lo dentro de mim fez com que eu recuasse as costas que eram amparadas por ele que começou a investir num ritmo acelerado e presa no momento, comecei a me movimentar em seu colo enquanto sentia sua boca em meus seios.

O ritmo acelerava, a temperatura subia e nossos corpos estavam cada vez mais conectados. Seu prazer era o meu, sua respiração acelerada era a minha. Ele investia cada vez mais forte e profundo. Senti o clímax chegar e gritei seu nome como só faria com ele.

O meu grito o arrastou para o clímax também e o senti jorrar dentro de mim apertando meu corpo ao dele pedindo que esse momento durasse para sempre.

Extasiados, permanecemos por algum tempo sentindo as respirações voltando ao normal, mas ainda abraçados e caídos no tapete. Harry retirou seu membro de mim e fez um afago nas minhas costas.

Ele ficou me encarando daquela maneira desconcertante e pela primeira vez não fugi de seus olhos.

- Quer começar a ser normal e ir para a cama?

Sorri em resposta e me carregando no colo ele me pôs na cama se colocando atrás de mim.

Sorri sabendo que seria uma longa noite.

Pela primeira vez aquela não era uma constatação ruim.

Draco Pov

- Eu ainda não entendo o motivo dessa reunião - Zabini fez questão de apontar o óbvio assim que fechei a porta da sala. 

Ignorando o atraente impulso de socá-lo, sentei-me encarando as quatro pessoas a minha frente. Apenas uma delas era confiável enquanto outra era definitivamente um filho da puta, havia ainda a cobra manipuladora na forma de Halliwell e a eterna incógnita na de Olívio Wood. No geral, eu não estava trabalhando nas melhores condições do mundo, mas hoje em dia quem está?

- Eu os chamei aqui para informar sobre a experiência que está sendo realizada com Granger - falei descontente de estar naquela posição - Zabini, por motivos que certamente só pertencem a ele, demonstrou curioso interesse sobre a direção que tomaríamos daqui para frente. Por isso, achei uma boa idéia contrariar o habitual modo de se fazer as coisas por aqui e esclarecer a situação.

- Eu não tenho certeza se gosto da acusação por trás das suas palavras, Malfoy - disse Zabini aparentemente ofendido.

- Oh, eu não tinha imaginado. Minhas profundas desculpas - ironizei seguindo adiante - Como eu ia dizendo, Harry e eu desenvolvemos um modo de arrancar a verdade de Granger sem ferir qualquer um dos envolvidos.

- Não me diga que achou outra profecia milagrosa - debochou Halliwell com sua irritante mania de mexer compulsivamente nas unhas, quase num lembrete diário de quão compridas eram.


- Antes fosse - sibilei impaciente. - Caso alguém ainda não saiba, a Weasley já deu o ar de sua graça por aqui. Particularmente achei que fosse demorar mais, embora um detalhe desses não importe agora. Uma vez aqui, já podemos realizar o que temos em mente e...

- Espere aí, Malfoy! - exclamou Halliwell irritada assustando todos com sua estranha reação - Como é que não fui informada disso? Onde ela esteve esse tempo todo entre uma noite e outra, será que posso saber?

Um silêncio constrangido cruzou a mesa e encadeio Harry, a espera de sua resposta. Ele pigarreou um tanto desconfortável e disse:

- Não faremos um grande espetáculo disso, você está sendo informada agora de forma que não vejo motivo de tanta atitude - ele desconversou - mas se alguém realmente precisa saber, ela estava comigo.

- Em que sentido? - avançou Halliwell em busca da informação, o que considerei minimamente suspeito. Que diabos ela tinha haver com aquilo?

- Em todos os sentido da palavra - Harry optou em ser curto e grosso. Logo depois, no entanto, pareceu se arrepender. - podemos prosseguir?

- Por favor - pediu Olívio levemente perturbado pelo acréscimo de informação.

- Com o cabelo da Weasley, induziremos Granger a pensar que sua amiga está sendo torturada. O instinto grifinório aparece, com mais meia dúzia de valores e a verdade vem à tona. Simples - expliquei breviamente.


- Suponho que Polissuco pareça um bom plano - começou Halliwell com todo jeito de quem já tem uma crítica a caminho. - porém tem alguns detalhes faltando.

- Seriam esses... - Harry a motivou.

- Quem seria a infeliz a ser torturada no lugar da Weasley? 

- Boa pergunta - falei num surto de boa educação - será a trouxa encontrada na casa onde estavam.

- E o senhor Potter não se opõe a isso? - ela perguntou.

- Nada a reclamar - Harry respondeu dando de ombros.

- E onde está a ruiva? - Zabini falou em muito tempo, acordando de um transe.


- Ela está em sono induzido - explicou Harry fazendo que todos o fitassem surpresos.

- Você está me saindo um belo de um grifinório - comentou Halliwell sorrindo.

O que se passou na cabeça de Harry, não sei dizer, e o quer que tenha sido não pareceu ser agradável. Não que importasse, já que ele resolveu manter as opiniões ocultas.

- Não estamos pedindo opinião, apenas informando o que vai acontecer - replicou Harry.

- E você viu alguém protestar? - retrucou Zabini aborrecido. - Mande a trouxa para lá e veremos se esse plano funciona.

- Com licença, mas alguém já considerou nas consequências disso? O que vai acontecer quando as duas descobrirem o que fizeram? - Halliwell começou seu interrogatório com uma semelhança tão incrível com Dolores Umbridge, que agora me ocorre que seu pai tem sérias explicações a dar.

- Será um problema nosso. Achei que tínhamos sido claros suficiente, mas dessa vez me farei entender: estamos apenas informando a vocês o plano - repliquei cruzando os braços com a paciência no limite -  esse não é um debate nem mesmo uma votação. Além disso, ainda não entendo a origem da preocupação em relação a Granger e a Weasley.


- Deixe-me eu colocar dessa forma: não me agrada ficar debaixo do mesmo teto que duas pessoas influenciadas pela Profecia, principalmente quando elas estão prestes a descobrir que foram traídas. 

- Se te deixa tão preocupada estar aqui com a possibilidade de um descontrole delas, não se acanhe em deixar a casa - repliquei me levantando sem conseguir ingerir outra conversa com Halliwell.


- Bom, eu não vou sair daqui - ela anunciou se erguendo altiva e revirei os olhos em impaciência – Porém, quando esse plano cair por terra, e vai, não diga que não avisei.

- Então está decidido - Harry finalizou a discussão - Draco, eu prefiro que não tenhamos muita platéia e sem ofensas, vocês não são exatamente as pessoas favoritas delas.

- Tampouco Malfoy é - cortou Zabini nem um pouco ofendido - no entanto, por alguma razão é ele quem está cuidando de Granger.

Harry o encarou confuso. Eu obviamente não perdi a oportunidade de alfinetar.

- Desculpe, mas isso é você se candidatando ao cargo?

- E se for? - Zabini cruzou os braços


- Não fará a menor diferença - retruquei inflexível.

Halliwell nos observava com certo desagrado, o que me levou a crer que ela sabia o real motivo da briga. Harry tinha a testa franzida tentando somar dois mais dois.

- Há algo que não estou sabendo? - perguntou ele desconfiado.

Há, era o que eu queria dizer. Mas, pela calma de espírito de Harry, me mantive calado, assim como o resto de nós.

- Quer saber, eu nem quero saber - ele disse levantando os braços em desistência - pelo menos, não agora.

- Como quiser, Harry - disse louco para deixar a sala nem se fosse apenas para começar o plano falho. - mais tarde, informo os resultados.

Sem esperar resposta ou desejos de boa sorte - que não viriam - parti do cômodo sem olhar para trás e depois em passos firmes, não parei. Tirei a trouxa do cela, fazendo com que ela bebesse a poção e realizando o Imperius nela, para que acreditasse que fosse Gina Weasley.   Sua expressão assustada certamente fazia jus à pessoa.   

Ao chegar ao quarto de Granger, esta me encarou pronta para algum comentário voraz, contudo a visão de sua amiga atrás de mim a deixou sem palavras. 

- Olha quem resolver se juntar a festa... - falei friamente o que nesse momento fazia parte do teatro que o plano exigia e eu estava disposto a realizar bem o meu papel, mesmo que isso eventualmente fizesse Granger me odiar.

- Gina, o que está fazendo aqui? - ela retrucou sem esconder a irritação - era para ter ficado com Eric! 

- Eu tentei fugir, Mione - falou a impostora num tom muito parecido ao que a própria faria. - Mas eu não consegui fugir a tempo.

Granger estudou a expressão da Weasley um tanto desconfiada. Até sacudindo os ombros, voltou sua atenção a mim.

- Como poder ver, Malfoy, ainda tem um fugitivo a solta e não há nada que possa fazer para saber seu paradeiro - disse Granger controlada - Então parabéns ao que tem feito, anda sendo bem eficiente.

Tentei ignorar a onda de raiva que se apossou sem aviso, mas percebi que não precisaria fugir dela. Inclusive seria necessária.

- Você está errada. Há uma maneira de arrancar a verdade de você e ela não envolve Veritasserum. Essa segue o mesmo padrão do meu... Como foi mesmo que o definiu? - parei como se estivesse tentando me lembrar de algo - Ah sim, bizarro passatempo que chamo de trabalho.

- Malfoy, o que você... - ela começou com pânico na voz.

Entretanto, Granger nunca completou a frase. Puxei Weasley para frente sem grandes delicadezas e erguendo a varinha, lancei o feitiço que, por ironia do destino ou não, seria o original da Coelha verdadeira.

- Crucio.

 Ao ver sua amiga cair se contorcendo ao chão, uma reação rapidamente foi arrancada de Granger. Ela tentou sair das amarras, gritou algumas ofensas e logo sua voz se misturou ao da trouxa disfarçada. 

 - Malfoy, pare! - Granger pediu desesperada, ao que ignorei. Estava mais ocupado em acelerar o processo. Numa sessão normal, onde eu tinha horas à disposição a minha frente, podia fazer um trabalho mais bem feito já nesse eu tinha apenas o horário da poção, e mesmo que resolvesse tirar a trouxa dali para uma nova dose, ficaria muito suspeito para alguém que descobriu as vantagens da Poção Polissuco com doze anos. Portanto, resolvi botar em pratica truques novos. 

O som seco de galho se quebrando foi ouvido, porém ao invés de madeira, eram ossos. Granger observou horrorizada quando sua amiga foi obrigada a cair, por ter sido atingido nas pernas.


- Não pode fazer isso! Harry não permitiria.

Sorri sentindo o antigo instinto sádico despertar, já fazia um tempo que essa parte de minha personalidade distorcida que algum tempo não se mostrava. Um doentio prazer chegou acompanhado do reconhecimento, dentro do meu território eu sabia muito bem o que fazer.

 - O bem estar dela deixou de ser nossa prioridade, Granger. Você sabe muito bem o motivo. Aliás, vê Harry por aqui?

Hermione pov


É tudo minha culpa, sei disso.

Se não fosse a teimosia e o descontrole... Porém, do que adianta me lamentar agora? Gina está sendo torturada na minha frente e não há nada que possa fazer para impedir. O passado de Eric Wood é uma página em branco, tanto para ele quanto para o resto do universo.

- Hermione! - gritou Gina arrastando-me para a realidade. Agora que eu não sabia mais quantos ossos Malfoy havia quebrado, ele passara para uma nova fase. A quebrar todos os dedos de sua mão, restaurá-los e voltar do início. O rosto de Gina já estava manchado de lágrimas, cópia fiel do meu. 

Aquilo era muito vezes pior que o episódio do armazém. Naquela época, é claro que o choque foi maior, era a primeira vez que presenciava uma tortura de perto, mas isso... Eu podia sentir o peso oco dos ossos se partindo dolorosamente e sendo reconstruídos só para se quebrarem de novo num ciclo sádico. Fechei os olhos tentando me libertar de toda aquela dor, aquele desespero que Malfoy sempre conseguia provocar em suas vítimas. Foi experimentando a sensação que pude conhecer seu poder destrutivo.

- Pare! - berrei fechando os olhos apenas para não ver sua expressão de vitória.

- O que disse, Granger? - a sua voz tingida de soberba se aproximava de mim. 

- O que quiser saber, eu vou falar. Qualquer coisa. Só liberte a Gina primeiro - pedi odiando ser posta nessa posição submissa.

- Nada feito - Malfoy falou inflexível - Se quiser algum acordo comigo, pode começar a me dar informações sobre Wood.

Dividida entre discutir e aceitar, observei o estado deplorável de Gina. Eu podia ver os dentes trincados a impedindo de liberar outro grito de dor. Seus músculos estavam tensos sob a pele pálida e a posição rígida não escondia seu desespero. O sangue que eu mal conseguia olhar manchava o chão de forma doentia. Não saberia dizer o porquê, mas não consegui desviar o olhar do vermelho vivo sob o mármore enquanto falava.

- Ele e Olívio nunca se deram bem, o irmão pode ser uma fraqueza. Ou talvez, mesmo Gina, a julgar pela sua indiferença com seu sequestro, diria que conheço Eric menos que achava.

Ele me fitou com uma expressão avaliadora. 

- Isso não é de nenhuma ajuda - retrucou franzindo a testa.

Engolindo a resposta mal educada que queria dar, me limitei a erguer a cabeça tentando esconder minhas mãos tremulas. Há muito tempo que não sentira tanto medo.  


- Liberte a Gina - tentei mais uma vez.

- Sou eu que dito as regras por aqui. Sua parte primeiro já disse.

Baixei a testa em derrota. Engolindo meu orgulho, forcei-me a continuar.

- Olívio foi expulso de casa logo depois que saiu de Hogwarts. Eu diria que banido seria o termo correto... Talvez Eric se aproveitou disso para tornar o lugar impenetrável. Tanto para Olívio como para o resto de nós.



Malfoy cruzou os braços e pude perceber que outro pensamento o atentou.

- Isso é tudo que sabe sobre Eric? - replicou ceticamente.

- É, dou minha palavra - falei olhando preocupada de Malfoy para Gina que já estava prestes a desmaiar. - por favor, solte a Gina. Ela não tem nada haver com o que aconteceu.

- O que quer dizer com isso? - Malfoy ergueu a sobrancelha confuso e logo percebi que Harry não havia compartilhado a nossa conversa de mais cedo. Se aquilo era sinal de raiva ou confiança, não havia como saber. No entanto, ainda era bom saber que podia contar com o seu silêncio.

Infelizmente, também significava que teria que expor pela segunda vez o tipo de pessoa que me tornara.

- Manipulei Gina a ficar com Eric, eu apaguei todas suas memórias a respeito do Harry. Você já sabe o resto - expliquei seca para Malfoy que parecia impressionado.

- Pelo visto temos superestimado sua virtude grifinória - comentou me avaliando.

- Eu estava sob efeito da profecia - falei indignada - não que isso seja da sua conta.

- Mas assim você fere meus sentimentos, Granger. Tudo que você pensa é da minha conta.

Encarei suas costas, odiando-o com todas minhas forças. Antes que ele liberasse Gina, virou-se para mim decidido.

- Antes que me esqueça há outra pergunta a ser feita. O que exatamente aconteceu entre você e Zabini antes?

Senti meus olhos crescendo e minha boca abrindo, ele guardara o pior para o final.  

- Isso não está relacionado a profecia ou a Eric, de forma que...

- Você vai me contar tudo que sabe se quiser dar alguma paz a sua até então amiga - ele completou a varinha apontada para Gina.

Percebendo que Malfoy seria implacável, respirei fundo tentando me controlar. Com a garganta seca, pigarrei antes de falar.

- O que você viu Zabini fazendo não foi a primeira vez.

Surpreso seria pouco para descrever sua reação. Não foi preciso Legimência para notar na sua raiva.

- Onde ele tentou antes? E não pense em mentir para mim, Granger, se eu descobrir por Veritasserum será muito pior.


Sacudi os ombros, sentindo mais coragem agora que não tinha muita coisa a perder.

- Não vejo como poderia fazer pior que seu amigo, Malfoy. Foi em uma batalha durante a guerra, eu estava fraca e ele conseguiu me desarmar. Se não fosse por Ron, ele teria me matado depois que conseguiu o que queria.

Malfoy me fitou miraculosamente em silêncio.

- Pare de me encarar com esse olhar de pena que odeio - falei evitando o contato visual.

- Eu não estou com pena, e sim raiva - ele disse e não perdi a chance de soltar algum veneno. 

- Por não ter chegado primeiro? 

Sabia exatamente do que o acusara, todavia optava por um ataque absurdo desses que continuar a falar sobre o passado. Eu havia jurado nunca contar a ninguém sobre aquilo, construí barreiras supostamente indestrutíveis naquela ferida. Reviver tudo era como jogar sal em cortes abertos, era doloroso e desnecessário. Eu me sentia completamente exposta e esperava que Malfoy fizesse jus a sua reputação e usasse essa fraqueza para me destruir.

Provavelmente chamaria Zabini ou criaria um novo método de tortura. Enquanto aguardava impaciente sua investida, um espasmo percorreu o corpo de Gina que arquejou. Estranhei aquele tipo de reação e Malfoy a segurou pelos ombros arrastando-a para fora do quarto. Virando para mim soltou uma ultima frase antes de me deixar só.

- É incrível como me conhece bem, Granger.

 A porta se bateu com violência, único resquício de sua furiosa presença.

Gina Pov

Deitada tão perto do corpo de Harry, presa pelo seu cheiro que sua pele emanava a quem eu queria enganar? Não passava de uma simples refém de seus gestos, imponente ao seu efeito. Será que um dia Harry saberia o que tive que sacrificar por ele?

- Já está acordada? - sua voz saiu rouca pela falta de uso nas últimas horas.

- Uhum - sussurrei me aconchegando um pouco mais em seu corpo. Seria questão de tempo para que ele buscasse distância.

- No que está pensando? - Harry perguntou franzindo a testa.

- Em como fazer esse momento prolongar para sempre, essa calma inabalável, aqui é como as não fossemos inimigos declarados - eu falei com um sorriso triste.

-Nós nunca fomos inimigos e sabe disso - ele replicou franzindo a testa.

- É, acho que isso explica toda a perseguição sem sentido - ironizei sentando-me puxando parte do lençol em meu colo.

- Se você simplesmente contasse a localização do Wood - Harry tentou me convencer como sabia que tentaria.

- Harry, sabe que não posso fazer isso - neguei balancei a cabeça.

- Por que não? - Harry insistiu puxando-me de volta à cama. Seu corpo pendia acima do meu, ele provavelmente percebia que estava de um golpe baixo para conseguir o que queria.

Roçando os lábios nos meus tentadoramente, palavras a princípio incoerentes escaparam de sua boca. Levou alguns segundos a mais para que minha mente desnorteada percebesse o sentido.

- Apenas diga.

Seria tão fácil fazer o que ele me pediu, todavia uma promessa nunca exige o fácil de nós.

- Não insista - eu pedi tentando fazer que sua guarda baixasse - ele nunca mais vai nos incomodar, provavelmente foi para longe e não vai voltar. Não existe mais razão para ele voltar.

- Eu queria acreditar nisso - Harry falou balançando a cabeça e frustrado. Seus braços que sustentavam o peso de seu corpo me cercavam e erguendo levemente minha mão passei os dedos pelos seus traços definidos - Mas ele vai voltar por você. 

- E você não tem que se preocupar com isso! Eu estou aqui, não estou? Minha escolha foi feita há muito tempo.

- Isso ainda não me acalma. Ele nunca foi bom perdedor, muitas vezes tentou nos colocar um contra outro.

Revirei os olhos, incomodada com o curso que nossa conversa estava tomando. São em momentos como esse que acho que estar do lado de Harry nunca será fácil.

- Ele parece não precisar fazer muito agora, já que você está exercendo muito bem sua função. Quando vai entender que minha lealdade não está em negociação aqui?

- Fale o que esta em negociação então! -replicou ele e num rompante se levantou e se vestiu em tempo recorde. Tentou achar a blusa pelo quarto, mas desistiu ao ver que estava rasgada. Aborrecido, voltou-se para mim. - A morte de mais de quinze pessoas, o que acha disso?

- Do que está falando? - perguntei com raiva também me levantando. Todo o clima de lua de mel havia se evaporado junto com meu bom humor.

-Leia você mesma, se não acredita em minhas palavras.

Olhei incrédula para o jornal que ele me atirara, a manchete não negava o que Harry falava.

"Ataque a trouxas choca em Londres
                       Por Alyssa Halliwell

 Parece que foi ontem mesmo que saímos de uma Guerra grandiosa que ameaçava não apenas os bruxos como os trouxas. Antes que comece a se acostumar com essa nova onda de paz, é preciso ficar alerta.
Na dia de ontem, quinze trouxas foram encontrados mortos espalhados pelo centro de Londres em diferentes locais de uma mesma rua. Os aurores desconfiam que chamar atenção era justamente a intenção do assassino.
No mundo trouxa, as pessoas pensam que se trata de uma epidemia de doença desconhecida. O boato foi vazado pelo Diretor de Controle de Danos, David Goodfield (35), que compartilha aqui sugestões de segurança: "Todo cuidado é pouco, tememos que se trata de um sujeito perigoso,pois não se preocupa em manter um pingo de discrição. Haverá um toque de recolher até que a situação seja esclarecida." 
Quando questionado se desconfia do mesmo raptor de Hermione Granger (21) e Gina Weasley (20), o eterno herói Harry Potter  (21), enfatiza sua preocupação. "Não gosto de acusar ninguém sem provas, mas colocando da forma mais direta: eu não ficaria surpreso se ele tivesse atrás desses crimes."
Só resta a toda a comunidade bruxa torcer para que o responsável seja descoberto e até que isso aconteça, se precaver para que esse triste episódio não passe de uma situação isolada.

Na página 6: Teste seu conhecimento e descubra como anda seu radar de aprendizes de Comensais!
E mais: a ficha completa do suspeito para sua segurança."
  

 - Ótimo! - gritei furiosa rasgando o jornal em mil pedaços - Vocês conseguiram destruir a reputação de uma pessoa inocente, parabéns! Quem disse que Eric é o culpado?

- Tem razão, talvez devêssemos investigar mais profundamente. Pode ser Voldemort... Ah, espere. Ele está morto!

- E mesmo que ele tenha matado essa pessoas, ele estava sob efeito da Profecia - falei o ignorando abertamente - Agora vocês colocam isso no Profeta Diário arruinando qualquer chance dele levar uma vida normal depois que isso passar! - falei andando de um lado para outro.

Harry riu ironicamente.

- Wood vai ter que pagar pelo que fez, essa profecia não é um passe livre para sair por aí matando as pessoas. Seu amigo terá que acertar as contas antes de pensar em levar uma vida normal - falou com o que desconfiei ser uma nota de prazer em sua voz.
  
 - E você pelo visto adorou isso, não? - retruquei mal acreditando que há minutos estávamos um no braço do outro. - Não cansa de atacar o Eric?

- Talvez, se você parar de defendê-lo tão cegamente. Acha que está ajudando alguém? Acobertando-o está motivando esse tipo de manchete.

- Manchete escrita por ninguém menos que sua nova aliada Halliwell, não pude evitar notar isso.

- Quer parar com a implicância com ela? Halliwell está apenas fazendo o seu trabalho.

- Não me faça rir, eu não me surpreenderia em saber que tudo isso não passa de uma dúzia de mentiras, assim como o resto das porcarias que ela escreveu sobre nós!

- Ela não estava mentindo! Wood não anda sendo exatamente discreto. Em breve metade dos aurores estarão caçando a sua cabeça.

- E o que quer de mim, Harry? Devo fazer tudo que me pede quando eu devo simplesmente aceitar o que anda fazendo? As torturas, a prisão, a aliança com Halliwell; sabe que eu sou contra tudo isso.

- Quanto a Halliwell tenho que admitir, não gosto também de me aliar com ela e Zabini, porém tive os meus motivos para isso.

- Convença-me. Use o feitiço que atacou Eric em mim.

- Não.

- Por que eu sou tão diferente dele?

- Porque se algo desse errado e a pessoa acabasse morrendo, eu não podia ligar menos com Wood morto, diferente se fosse com você ou Hermione.

- Alguma hora você vai ter que fazer em mim e como foi provado pelo jornal, Eric anda bem vivo.

- Dissendium!

O jato me perfurou, a dor aguda como a lâmina de uma espada, arquejei, sugando oxigênio tentando controlar o desconforto. Mas era impossível. O ar ardia em meus pulmões e a raiva por estar sendo atingida sangrava por dentro de mim. Ofegando, tentei me erguer e o feitiço mais poderoso que previra, empurrou-me para baixo. Tentei pedir ajuda, mas Harry ignorou. Ele pôde ver estava numa espécie de transe incapaz de me ajudar.

Logo meus gritos preencheram o quarto. Sangue escorria do meu nariz, toda minha energia estava sendo sugada. Tentava respirar, porém meus pulmões pareciam esmagados por uma força invisível.

 Algo inflamava e explodia por dentro. Arquejei colocando a mão na costela de onde a dor deu origem. O ferimento parecia estar se espalhando rapidamente, tal como meu desespero. Antes de entregar os pontos, tentei gritei seu nome.

Aquilo pareceu acordá-lo. Quando ele abriu os olhos, estava mais disposto que antes. Havia um sorriso escorregando pelos seus lábios com um aceno simples de varinha toda a pressão cessou. 

- Satisfeita?

Apesar da minha revolta a esse tipo de comentário, não havia tempo para isso. Fazendo um enorme esforço para falar, apertei sua mão.

- Acho que estou ferida... aqui - apontei para a costela. Harry sem rodeios ergueu a blusa recém-posta examinando o estrago. Ele contrariando todo meu desespero falou.

- Isso é simples - e colocando a mão no machucado, alguma energia foi passada para a carne castigada. A ferida se fechou e a dor desapareceu. Eu ainda estava suada e ofegante.

Foi com segundos de atrasado que percebi que ele desabotoava os botões da minha blusa. Pensei que se tratasse de alguma ferida que passara despercebida, mas ao invés disso, suas mãos se concentraram em meu colo descendo numa provocante demora. Confusa, o fitei.

Ele se aproximou devorando cada partícula do meu corpo com os olhos. Harry nunca tinha olhado assim para mim, e foi só por ter parecido com uma pessoa tão diferente que conhecia que me afastei. Nem o corajoso de Hogwarts ou o frio pós-Guerra, esse Harry parecia transformado. Havia algo de diabólico nele.

- O que pensa que está fazendo? - perguntei numa tentativa frustrada de sair de seu alcance. Resolvi tentar chamar sua atenção novamente disfarçando minha apreensão. – Harry, me escute: Esse feitiço obviamente tem algum efeito colateral. Eu quase morri e você está...

- Mas não morreu, graças a mim - ele sorriu varrendo meu corpo com os olhos parando no busto - talvez você possa agradecer propriamente. Agora... Onde estávamos mesmo? - seus lábios desceram até meu colo provocando arrepios, quase me fazendo esquecer o absurdo da situação. Suas mãos agarraram possessivamente meus seios e seus dentes cravaram em um. A mistura de choque e prazer me libertou da prisão de sedução, a qual ele me infligira.

Saí do seu poder e rolei para o lado. Quando olhei para ele, reservei toda minha fúria.

- O que pensa que está fazendo?

- Um favor - ele disse sorrindo de forma sacana - e que eu lembre, parecia estar gostando.

- Harry, nós temos que discutir sobre esse feitiço. Halliwell claramente deve ter te dado um alterado por que esse é perigoso. Ele podia ter me deixado com mais que apenas algumas feridas - tentei inutilmente colocar alguma razão em sua cabeça.

- O que me lembra que tem uma dívida comigo... - ele se aproximou.

- Fique longe de mim! - gritei num misto de raiva e medo.

- Por que a histeria, Gina? Parecia tão solicita há pouco tempo atrás.

Havia algo de errado com Harry. Uma áurea nociva circulava sob sua pele causando um certo desconforto em meus hormônios, entretanto tudo que atraía, também parecia ter uma origem nada natural. Tentei me lembrar de algum efeito colateral parecido, mas nada me veio em mente.

- Você se sente diferente?

- Um pouco mais disposto por assim dizer.

Num salto, andei até a porta para descobrir sem nenhuma surpresa que estava trancada. 

- Abra! - mandei de braços cruzados.

- É impressão minha ou está mais esquiva ultimamente? - Harry falou sarcástico lembrando-me demais a Eric e Hermione quando alterados. 

Pensando rápido, calculei as minhas chances de sair de lá com ele nesse estado. Ao perceber que a sorte não estava do meu lado, resolvi fazer o que aprendi com a convivência difícil dos últimos dias. Por mais distorcida que sua personalidade pareça, por mais que meus instintos gritem para eu tentar sair dali. O único jeito de sair imune era jogando de acordo com as regras deles. Ou do quer que assumisse seus corpos durante a transe.

Com uma mão de cada lado do meu corpo, me prensando contra a parede da porta, Harry encostou nossas testas com aquele sorriso que não pertencia a ele. 

- Algo me diz que você não vai sair desse quarto tão cedo, Gina.

Não sei ao certo dizer se o que senti foi medo ou desejo. Talvez tenha sido uma mistura dos dois, ou o próximo movimento de Harry tenha confundido minhas percepções. Com uma mão no meu queixo, sem escapatórias sua boca exigiu a minha, envolvendo-me numa dança sensual e perigosa. Seus braços ergueram minhas pernas as levando ao redor de sua cintura. Suas mãos pediram passagem pela minha pele arrancando o que sobrara da minha blusa. 

O beijo foi ficando mais ávido e eu já não lembrava o motivo da minha preocupação. Provavelmente devia haver um razoável para nossa discussão, mas havia algo de hipnótico no que ele fazia. Não havia espaço para pensar em outra coisa que não fosse em me encolher e arquejar com o contato da sua pele contra a minha, com a pressão que ele fazia e a urgência de voltar à cama, de onde nunca deveríamos ter saído.

Como se lesse meus pensamentos, Harry me carregou até a cama onde me colocou cobrindo meu corpo com o seu. Suas mãos puxaram meu cabelo com mais força que eu estava acostumada e a mordida em meus lábio inferior arrancou um pouco de sangue,mas nada disso importava. Era como se eu estivesse sendo arrastada para o estado de transe com ele e nem estivesse fazendo força para resistir. As roupas saíram de cena rapidamente, deixando-me completamente nua de frente a esse novo lado de Harry, esse amante ao mesmo tempo possessivo como agressivo. 
  
E quando ele finalmente investiu sobre mim, cada vez mais rápido e forte, mais fraca eu me sentia. Uma estranha tontura me sentia cada vez que vinha a seu encontro e voltava. O quarto foi preenchido com o som de nossas vozes entrecortadas e a angustiante subida ao topo. Enquanto minhas forças se esvaíam, Harry parecia ganhar mais cor no rosto e eu podia jurar que era como se ele tivesse com mais energia que nunca, o que era bem estranho já que comigo acontecia exatamente o contrário.

Então, antes da queda livre e do clímax que podia pressentir, a tontura ficou ainda mais forte e sem que eu avisasse - não que ele fosse me ouvir ou prestar atenção em qualquer coisa que eu dissesse - ou pudesse esboçar qualquer reação, fui arrastada para o vazio da inconsciência. 

Draco Pov

Eu não estava ansioso para rever Granger. Durante o período em que estivera fora de seu quarto, me vi protelando o momento onde teria que voltar e avisar sobre a mudança de planos. Nós nunca tínhamos de fato pensado como faríamos com ela ali ou se tentaríamos ocupá-la de algum modo.

No entanto, depois do que ouvi a única coisa que podia me desviar do instinto bestial de massacrar o rosto de Zabini com meu próprio punho era me certificar que aquilo nunca mais aconteceria. 

Ontem eu pude ver exatamente o que Granger tentou tão inultimente esconder, diferentemente do que imaginei descobrir a sua fraqueza não me tornara mais feliz. Apenas fornecia mais ódio na conta de Zabini, que nem desconfia que eu saiba a verdade.

Abri a porta sem bater e como Granger ganhou o privilegio de poder andar sem amarras, já estava com roupas novas a andando como um bicho enjaulado inquieto. 

- Vejo que não tentou se afogar no banho - comentei sem me surpreender no seu desagrado ao me ver.

- Onde está Gina? - ela vociferou e um simples gesto da varinha foi suficiente para mandá-la de volta para a cama, novamente amarrada por cordas.

- Sabe Granger, você é um exemplo clássico de quem não sabe aproveitar a liberdade.

Ela apenas me fuzilou com os olhos e insistiu.

- Por que está fugindo da questão, Malfoy? Cadê a Gina?

Essa pergunta era difícil de se responder. A verdadeira Gina estava desacordada num quarto especial para ela. Harry aparentemente aceitou a idéia de testar o feitiço nela e algo deu muito errado. Ele não quis dar muitos motivos, mas posso imaginar que descontrole e falta de senso se encaixam nisso. Segundo Halliwell, ela ficará bem.  Com certeza haverá consequências para um ou ambos os lados. Harry disse que se sente normal, mas não sei se acredito. 

Enquanto isso, a falsa Weasley estava definhando diante de nossos olhos. Como ninguém sabia o que havia de errado com ela, aplicamos um feitiço de memória nela e a mandamos para o hospital com a desculpa que provavelmente que Wood era o responsável. Não é como se eu estivesse me remoendo de culpa, o homem não é exatamente inocente.

De todo modo, a situação não parece boa para nenhuma das duas, mentir me pareceu o caminho mais óbvio.

 - Anda melhor que você, se realmente quer saber.

O alívio nela foi tão transparente que me perguntei como Granger não desconfiou da mentira. Talvez seja verdade que algumas pessoas escutam apenas o que querem ouvir.

- Veio arrancar mais alguma coisa de mim - ela perguntou com raiva. - ou para perguntar o que achei da matéria que a vaca da Halliwell escreveu?

- Vejo que Harry te deixou um exemplar do Profeta, ele sabe que você não gosta de ficar desatualizada - comentei observando o jornal em pedaços no chão.

- Corte o sarcasmo, Malfoy - Granger disse - Eu não sei o que vocês pretendem com esse teatro mal interpretado de que Eric é o vilão da história, mas aviso que não funcionará.

 - Você tem razão. Já posso imaginar um grande grupo de pessoas defendendo seu amigo e atacando o herói da Guerra, Harry Potter - debochei me divertindo com sua expressão furiosa. - Para seu governo, nada aqui é inventado. Wood matou de fato quinze pessoas, parece que sem você e a Coelha para controlarem, o rapaz perde o sentido do razoável.

- Você é a ultima pessoa a julgar o razoável, ainda mais depois do que fez com Gina.

Revirei os olhos.

- Por azar o seu essa pessoa é a que está impedindo que você fuja para se juntar a Wood. Agora - ergui a varinha e desatei os nós das cordas que a prendia. - levante-se que temos muito a fazer.

- Eu não farei você nada que mande - a teimosia de Granger me surpreendeu de novo.

- Eu não subestimaria o poder da minha vontade se fosse você. Não depois de ontem.

Granger engoliu em seco e me encarou resignada.

 - O que quer que eu faça, Malfoy?

 - Anime-se, Granger. Hoje começa o seu treinamento.

N/A: Finalmente, a cena do prólogo!
Agora o título da fic vai realmente entrar na historia e tudo vai fazer sentido. Eu andei pesquisando sobre o tema e eis que na maioria das vezes o seqüestrador já conhece a vítima. A afeição que se cria entre eles não depende da experiência passada, mas de todo o tempo que eles passam juntos e principalmente para a seqüestrada já que o algoz é basicamente a única pessoa que ela tem contato. Foi por isso que eu não queria que DRAMIONE fosse o foco da primeira parte da história, ou não daria para explorar o tema como e queria. Aliás, não teria nem propósito se eles já fossem um casal. No momento, são apenas duas pessoas com química e uma resistência tamanha de ceder. 

E esse treinamento? Alguma idéia para sua finalidade?

Esse chegou rápido, né?  Hahahaha NOT
A maioria do capítulo já estava pronta, ou no papel ou na minha cabeça. Mas escrever foi foda, por diversos motivos. Antes com todo o tempo a disposição, a danada da inspiração não vinha. Depois, comecei a faculdade e a trabalhar e aí foi correria pura. Como é um capítulo de muita expectativa, espero não ter decepcionado ninguém. Ah, preparei um bônus para vocês.


Carol beta sempre arrasando, como agradecer por uma amiga tão companheira como você? Tudo do melhor para você em 2013, xará :)

Um pouquinho do que vem por aí:


(10. Imprudente )
"Fui controlada a minha vida toda. Agora que consegui me libertar, ninguém vai conseguir me prender de novo."
Gina Weasley

(11.Obcecado)
"-Vai ser preciso mais que isso para me deter."
Draco Malfoy

(12.Arisca)
"Desde quando você manda em mim?"
Hermione Granger

(13. Destrutivo)
"-Ron?"
Harry Potter

(14. Rancorosa)
"Como pôde me trair?"
Gina Weasley

(15. Vingativo)
"-Eu nunca vou te perdoar por isso."
Draco Malfoy

(16. - Hermione)
"-Faça sua escolha, Granger, e pare de testar minha paciência!"
Zabini

(Epílogo)
"-Ele está morto e a culpa é sua."
????

Faltam 8 capítulos - mas o último será lançado junto com o epílogo. E ninguém leu errado, o último capítulo tem nome Hermione, o que apesar de não ser um defeito, diante das circunstâncias funciona como um. Se é que é possível entender isso.

Ou seja, 7 postagens nos separando da segunda temporada. Se eu conseguir postar em duas semanas cada, em 4 meses estaremos lendo a temporada 2! Estou muito ansiosa para ela e me esforçarei para conseguir! 

Agora, respondendo aos coments:


* nataaalia: olha que já dei dicas nesse capítulo quem pode ter os três poderes..eventualmente. hahahaha desculpe por atiçar a curiosidade e depois demorar séculos para postar. De sem rotina para rotina corrida foi tenso conseguir esse capítulo!


 


*The Daily Doll: Quanto tempo, kiki! Saudades das nossas conversas hehe


Mas hein, tenho esse problema com tempo..ás vezes quero avançar, mas escrevo e não saio do dia e outras corro com uma semana no capítulo. É bem imprevisível.. Ah, a sede de sangue de Harry anda bem controlada agora que Eric não entrou em cena. Mas já deu para ver como ele pretende dificultar a vida do concorrente.. Esse Draco meu, ele anda bonzinho demais. Isso vai mudar em breve hehehe a Gina é uma personagem que vai amadurecendo comigo, ela ainda tem que se descobrir. Passou tempo demais esperando pelo Harry, ou lamentando por Harry, ou brigando com Harry. Ela nunca parou um pouco para pensar apenas nela e isso não faz bem a ninguém. Ownn brigada amiga, como foi o Natal? Beiijocas ;)


 


*Lana_Sodré: De estar sem tempo entendo bem! Como estou fazendo faculdade de literatura, me falaram para até um estagio entrar na Saraiva, mas os horários são fodas. Pelo menos estou gostando de lá :) E apenas você deve ter gostado da Mione transformada. Era algo que vai acontecer mais vezes, vai se preparando.. Eu sempre tenho que me controlar com as discussões Zabini x Draco. Sou uma grande fã de discussões com respostas bem feitas..não sei se consigo fazer isso, mas foi o que tentei fazer com Harry e Eric, agora com a dupla dinâmica. hahaha E sim, Mione guarda aquele papel por um motivo relevante. Nesse capítulo, o Olivio anda em segundo plano, mas tenho projetos para ele. Não vai ser um figurante apenas hehehe até porque já deu para perceber que alguém vai morrer, né? O erro da Mione não acabou, infelizmente ainda vai perseguir um pouco nossa castanha. Verdade, séculos que não falo com você! Temos que nos falar, viu? beijo beijo


 


*Brenda Chaia: você que é muito humilde! Uma escritora já, eu quero Alice, tem como eu te pagar e me mandar pelo correio? Pago o frete e tudo ;) Uma Sherlock você, com seu INGLÊS PERFEITO, lembra? hahahaha mas agora que tenho que falar alguma coisa disso que chamo de fic, Hermione anda um tanto má, mostrando suas garras hehe


 


* the: Menina, você sabe que eu também. Eu tava escrevendo e fiquei revoltada ao ver que já seguia para a segunda NC do capítulo e não era dramione! Hahaha dei uma segurada. Mas calma, já ta chegando uma cena assim! Beijo beijo


 


*Hermione Beth Malfoy: Oii leitora nova! Espero que não tenha abandonado (embora eu mereça pela demora). Valeu pelos elogios, fico boba de ver que alguém leia e comente nisso aqui. Hehehe beijo beijo


 


*annalimaa_: Interessante falar que o poder seduz..esse vai ser a base de grande parte da fic. Mas no caso que você falou de Zabini, esse foi o caminho que ele escolheu, mas não significa que terá que ser sem volta.. Gosto de pensar que sempre temos a chance de consertar nossos erros se pagarmos o preço antes.. A Gina não sabia do que se tratava o pergaminho, só achou que fosse algo bobo assim porque não esperava uma bomba hahaha e quanto a Zabini saber que Hermione quase teve um filho..será que ele sabe mesmo? Porque ela não saiu espalhando por aí, certo? Hahahahaha mistério no ar!


Sobre o que você falou..tenho que ser sincera. Eu não gosto do Eric, até simpatizo com a sua causa mas paro aí. Só que não posso culpar ele por ter ficado com a Gina alterada. Ele gosta dele, é homem e sabe lá quando uma outra chance dessas vai aparecer. A Mione não se perdeu loucamente assim, foi cruel e atípico dela sim.. Na verdade, atípico dela não, porque sempre foi meio autoritária. O que faltava era o poder de fazer o que queria. Mas o que quero deixar claro é que não farei uma Hermione louca e perigosa. Ela, como vocês vão perceber, é a  parte mais frágil desse triângulo de ferro (Draco-ela-Zabini). Isso foi uma situação isolada.


 


*Landa MS: Oii quanto tempoo hehehe Ando sem tempo até de ler, você reparou né? Mas falando do seu comente, isso aí,o filho era do Zabini mas todo mundo ta achando que era do Ron, ó sina hehehe. Então, eu não acredito em personagens rasos, por isso criei todo esse passado em volta do Zabini. Não que esse seja o motivo ou uma justificativa, claro! Ah muito obrigada por acompanhar a fic, mesmo! Vale muito vindo de vc, beijo beijo


*Jacque Granger Malfoy: Você pode criticar sempre quiser! Mesmo, sabe como eu respeito a sua opinião. Muitos dos seus palpites estão certos, só não posso dar muitas dicas que você adivinha rapidinho hehehe então, eu não gosto de histórias que se baseiam apenas num casal..é claro que em algum ponto o Dramione vai deslanchar deixando HG um pouco de lado, tudo a seu tempo. Desculpe não responder mais, mas não posso liberar mais dicas que já liberei. Nem preciso dizer o quanto seus coments são importantes por aqui, né? Brigada por tudo, beijo beijo


*Moninha Snape: Oba, leitora nova! Muito bem vinda e obrigada pelo apoio, espero te ver mais por aqui hehehe


*Roberta Santos: Sim, cena do prólogo fresquinha! Demorou, mas chegou hehehe seja também muito bem vinda e espero que eu continue te cativando!


 


É isso, gente. Muito obrigada a todas vocês ,por acompanharem tão fielmente assim. O próximo tentarei lançar naquele esquema!

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Comentários: 7

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Enviado por Nataly D.S. em 14/04/2013

Terminei de ler ontem, e, nossa! Eu tinha que estar estudando, mas não conseguia me concentrar, pois a única coisa que me vinha em mente era a curiosidade de saber o que aconteceria nos próximos capítulos uahuahauhauhahuha. Enfim, vou começar a lhe dar meus parabéns, pois estou adorando o enredo! Muito criativa a história, simplesmente amei o Draco e Harry amigos UHAUHAHUA, só que, sinceramente já senti tanta vontade de matar a Gina nessa fic que estou me sentindo muito má uhauahuahauhauha, ela é muito infantil, acusa sem saber, faz birra e se faz de inocente nossa isso me estressou em relação a ela, principalmente na parte que descobre sobre o aborto da Mione, abri um sorriso quando Hermione usou a maldição pra cima dela mesmo que achei pouco, mas no fim foi justo hahaha.
Adorei também o envolvimento do Draco com a Hermione, esses dois se amam e se merecem hahaha eles são parecidos, certo que ele é ''malzinho'' e nossa querida Mione ainda continua bondosa, mas eles se pertencem. Ambos possuem uma inteligência ótima, gostam de se alfinetar, orgulhosos e nunca querem ficar pra trás. Amo esses dois! hahahaha  E o Draco fulo da vida quando descobriu sobre o estupro que aconteceu com ela, se aquilo não for amor eu não sei o que dizer HAHA, mas enfim espero que Draco dê uma boa surra no Zabini por que né... Fala sério, que ridículo e nojento merece uma maldição isso sim. Estou muito curiosa sobre o treinamento dela, nossa é tanta coisa que passa pela minha cabeça que prefiro aguardar e ver o que será realmente.
Por favor, poste logo se não vou morrer aqui de curiosidade! hahaha  
Adorei tudo o que eu li e sinceramente, amo seus capítulos gigantes!
Beijos  

Nota: 5

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Enviado por H. Granger Malfoy em 17/01/2013
hmm.. acho que vc deu uma dica mt boa msm de qm poderia ter os três poderes.. Que foi isso q aconteceu com o Harry?? Ele por acaso "roubou" o poder da gina?? No penultimo comentario vc disse: "A Gina será a penúltima a ser atingida pela profecia e essa é a maior dica que posso te dar em relação a qualquer coisa que vem pela frente. Quem souber interpretar essa frase, vai sacar o grande X da fic" Confesso que realmente não conseguir decifrar essa frase do grande X da historia... então por favooor, não demora mt a postar pq se nao a curiosidade vai me matar!!! kkkkkkkk bj
Nota: 5

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Enviado por Spencer Cavanaugh em 05/01/2013

Realmente há milênios que não nos falamos, agora com você ocupada e eu talvez venha a ficar com o tempo curto então acho que vai ser meio dificil :/ bem, mas que capitulo esse, até ficou com um pouco de dor de cabeça depois de digerir tudo.  Gina foi muito ingênua com o Harry, serio, e a Mione também caiu direitinho no plano do Harry e  do Draco, acho que as duas vão pirar com eles quando descobrirem. Estou pensando se Eric matou mesmo essas pessoas todas ou se eles apenas estão tentando fazer ele se tornar culpado por tudo, se bem que Eric não é do tipo controlado não então pode sim vir alguma coisa ruim ai dele... Pelo capitulo da Gina da pra ver que ela vai se libertar do pessoal ai e que vai fazer  muitas loucuras, eu até ri da frase dela... Bem Hermione está finalmente prisioneira, mas não sei se por muiti tempo. Amei os capitulos futuros e as frases, serio Carol eu tô morta de curiosidade, agora fiquei com a pulga atrás da orelha, será que Ronald sobreviveu ? Bem, não sei, tudo tá mega confuso, mas sei que o negocio a partir desse capitulo vai começar a pegar mais fogo ainda. Demorei um tempinho pra me att porque tava viajando e tal, mas tô aqui e amei mesmo tudo, louca por mais flr

Bjoos! 

Nota: 5

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Enviado por Brenda Chaia em 01/01/2013

hhahahahaha

amei... e cada vez mais presa na história..

tem como eu te passar Alice pelo correio simm!

\o/ 

Nota: 5

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Enviado por dangerous em 29/12/2012

hey faz um tempo q leio, mas leio pelo cel, então n dá p comentar :c ai li esse episódio agora, e como vc demorou um pouquinho p postar, fiquei mt emocionada e vim socializar sodihsoihd enfim, tá muito bom, tipo muito mesmo, estou super curiosa p saber oq vai acontecer, eu já sou ansiosa de natureza, ai fico aq em toda essa expectativa por momento dramione, tipo morrendo ~~ oaishoshodshid só p saber, eu tb n abandonaria essa fic nem por zonzóbulos e qundo o momento dramione vir, vc vai fazer uma leitora mt feliz msm, tipo ganhando na mega sena! suidhopih feliz ano novo.

Nota: 1

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Enviado por Uma filha de Netuno em 29/12/2012

Eu amo sua fic, ela é maravilhosa, tem tem ação, romance, aventura e o que eu mais gosto, misterio tudo junto numa combinação perfeita. O melhor é que os capitulos são enormes, o que da mais motivação para ler. E eu nuca abandonaria essa fic, nem se minha cabeça estivesse cheia de zonzobulos.

P.S: Porfavor não demore para postar, estou super anciosa.

Bjs de sua fã nº 1

Nota: 1

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Enviado por The Daily Doll em 28/12/2012

"Finalmente, a cena do prólogo!" Eu: Tem prólogo? kkkkkkkkkkkk.

E ñ é que tem prólogo mesmo? Eu nem lembrava mais. Tô ficando velha amiga, minha memória não é a mesma.

E tadinha da Mione, só pq ela ta meio surtada vc está ligando o nome dela ao fato dela estar meio descontrolada. Entenda o lado dela Carol, depois de tantos anos estudando e estudando e estudando, ela iria acabar enlouquecendo mesmo.

SEGUNDA TEMPORADA? VOCÊ ESTÁ ME MATANDO DE ANSIEDADE E QUANDO EU ACHO QUE VAI TER FIM E O FELIZES PARA SEMPRE ATÉ QUE A VELHICE OS ALCANCE, VOCÊ ME VEM COM SEGUNDA TEMPROADA? MEU SOFRIMENTO NÃO VAI ACABAR?

Ahh, eu gosto do Draco bonzinho rsrs. E acho que esse capítulo foi meio pequeno. Eu li todo em menos de duas horas. Geralmente levo a noite toda, ainda mais que tem partes que fico relendo pra entender. E levei umas duas horas, então é sinal de que ficou pequeno. Eeeeeu acho que eu mereço um spoiler pra compensar sabs *-*

Voltando ao capítulo de hoje... Foi realmente muito rápido, depois que Draco falou que a +ou- uma semana atrás tava dormindo com Hermione, foi que me toquei, agente teve uns 99999999999999 capítulos pra uma semana '-' Esse capítulo de hoje mesmo, foi o quê? Dois dias? Também achei que tinham sido meses, tava até esperando a Hermione começar a enjoar com uma possível gravidez, seria interessante ver o que fariam ou não com ela se isso acontecesse. E a reaão de Draco, lógico rsrs.

Eu nem achei tão ruim Draco ter dado uma engana na Hermione, foi melhor ela pensar que era a Gina do que ser a Gina de verdade. Porque Draco ia tirar as informações dela uma hora ou outra mesmo. Só fiquei com um pouco de pena da trouxa tadinha.

E foi legal Draco saber logo também, porque aí fica de olho e já sabe de tudo. Pode até chantagear Hermione depois. Informações trazem infinitas possibilidades *-*

E eu achei, esperei na verdade, que Draco fosse agarrar Hermione. Agora que estou pensando melhor, acho que você deu a entender isso de propósito, pra nos deixar na vontade. Maldade amiga, estamos no Natal, cadê meu presente? rsrs

EEEEEEEEEEEEE que treinamento? Tenho três palpites:

1 - ela vai treinar novas formas de tortura.

2 - ela vai treinar o controle dos poderes.

3 - ela vai treinar novas posições com o Draco.

É uma dessas neh. Ou duas dessas neh kkkkk.

Pois é neh. Já tava na hora de um pouquinho de romance neh. Eles não se pegam a uma semana, mas pra mim que sou leitora, eles não se pegam há uns 3 meses. Como Draco ta aguentando essa seca? rsrs

E não pense que eu esqueci das cicatrizes dele não viu? Ele disse que contaria um dia, mas pode ser uma noite também. Eu estou esperando pra saber rsrs.

Aiin, acho que é tudo er/

O capítulo ficou da'hora. Quando posso começar a reclamar de que o próximo está demorando? rsrs Brinks, vou te dar um pouco de paz. Eu neh, porque as outras leitoras eu não garanto rsrs.

E eu tava com saudade docê tubém, mas nóis vai se encontrar On, tenho fé rsrs.

Eeeeeeeeeee... Eu gostaria de salientar que fui a primeira a comentar, finalmente depois de tanto tempo chegando atrasada, fui a primeira *-* rsrs

É  meio grandi, mas c gosta de ler amiga rsrs.

Arrasou como sempre Carol. Até mais. Bêjuxs =*

Nota: 5

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