Prólogo
| Respirar, Transpirar, Não Pirar! |
"Eu só sei que eu quero você
Dentro de mim".¹
Hermione aparatou no apartamento escuro, produzindo um crack alto e característico. Fez careta, parada por um segundo, em absorto silêncio.
“Lembrar-se de estudar um livro avançado de Aparatação para não produzir tanto barulho assim”, anotou mentalmente.
Aparentemente, para seu alívio, não havia acordado ninguém. Sua cabeça estava meio tonta. Com certeza havia passado da conta de copos de vinho que se permitia beber, mas foi a única maneira de achar conforto naquele dia infeliz.
Bem, pelo menos até agora.
Ela que acabara de levar um fora de Ron Weasley.
Bufou.
Logo ela, mulher bonita e bem sucedida, Inominável chefe do Departamento de Execuções das Leis Mágicas, presente na derrota de Lord Voldemort e – diziam muitas línguas – a próxima a assumir a cadeira de maior poder no Ministério, como Ministra da Magia.
Um fora. De Ron Weasley. Goleiro do Chudley Cannons – que, diga-se de passagem, não ganhava um campeonato há milénios! – e que, apesar do seus cabelos cor de fogo e sardas no nariz, nem era tão bonitinho assim.
Ela mordeu o lábio inferior, de repente nervosa. Tinha que admitir, o maldito era bonito sim, mais até do que gostava de admitir.
– Lumus!
A ponta da sua varinha se acendeu, e Hermione viu-se num lugar conhecido: reconheceu as paredes cor de chumbo, a sala pequena com um sofá marrom e confortável, a televisão trouxa, a cozinha que separava-se apenas por um balcão, onde uma mesa de vidro encostava-se.
Pequena e simples, sem nenhum adorno, enfeites ou até móveis além do necessário.
Notou que a palma da sua mão suava. Não queria pensar no quanto estava ansiosa, senão era capaz de desmaiar ali mesmo, numa crise profunda de nervos.
Não sabia ao certo o que estava prestes a fazer ali, muito embora, tivesse refletido – com a cabeça cheia de vinho tinto – durante vários minutos sozinha no restaurante onde havia sido deixada.
Caminhou até a segunda e última parte do pequeno apartamento, um corredor que acabava em uma única porta de madeira.
Demorou-se até colocar a mão na maçaneta, ponderando se não deveria voltar para casa, enfiar-se debaixo do chuveiro, e dormir até que o álcool saísse do seu organismo.
“Já está aqui”, pensou, a voz que ressoava na sua cabeça não parecia muito com a sua. “Seja corajosa! É uma grifinória, por amor de Mérlin!”
Para a sua surpresa, a porta não ofereceu nenhuma resistência ao ser violada. Através da luz azul de sua varinha, pôde ver os pés de uma cama de casal no centro da suíte. Ergueu a luz, e prendeu a respiração.
O homem dormia tranquilamente, alheio a invasão que se ocorria na sua propriedade. Enrolado em pesados cobertores, ele mantinha-se sem camisa, notou Hermione, pois seus ombros fortes e magros estavam bem ao alcance de seus olhos...
E de sua boca, pensou com certa malícia.
Deu um passo, mas o chão de madeira rangeu sob seus pés, fazendo o homem se mexer em seu sono. Hermione parou por um instante, mortificada.
Ah, dane-se, teria que acordá-lo de qualquer jeito para realizar seu desejo. Andou, dessa vez mais furtivamente, não ligando para o barulho.
“Espero que saiba o que está fazendo. Espero que não se arrependa mais tarde. Ah, cale a maldita boca”.
Hermione enxergou perfeitamente quando o homem acordou, os calorosos olhos verdes a fitando cheios de surpresa.
– Hermione? – Ele perguntou, como se achasse que estava delirando.
Ela não respondeu. Ergueu sua varinha, dizendo:
– Nox!
O quarto mergulhou em profunda escuridão, enquanto Hermione Granger invadia deliberadamente a cama de Harry Potter.
*
N/A: ¹ Ilegais, Vanessa da Mata
Mais uma fic, porque estou numa vibe muito inspirada e sinto que as fics H&Hr estão em extinção aqui no site, INFELIZMENTE.
Porém, não sei se darei continuidade à essa aqui, depende muito dos leitores que aparecerem. :)
PS: Essa fic contêm cenas de sexo e linguagem inapropiada. A lot.