Prólogo|
Liverpool, Inglaterra.
Pai. Eu vou ser pai.
Você está me encarando com um sorriso gigantesco, ainda segurando o exame, o maldito exame que deu positivo. Nunca vi seus olhos brilharem tanto, nem quando eu pedi você em casamento. Bem, estamos noivos, então não era para eu estar tão apavorado, certo?
Mas eu estou. E muito.
Seu sorriso vai diminuindo a medida que percebe que não recebi a noticia da mesma forma que você. Você olha para mim de forma inquisitora, tentando entender por que não a abracei ou demonstrei qualquer sinal de felicidade. O problema é que não estou feliz. Eu não queria um filho agora.
- Ron? – pergunta de forma duvidosa, a decepção assumindo suas feições. Continuei imóvel no sofá. – Achei que ficaria feliz com isso.
Apenas encaro meus próprios pés, sem coragem para falar nada. O silêncio é tão intenso que escuto sua respiração falha. Tenho a certeza que está chorando, por minha causa, por minha reação. Mas sou covarde demais, e não consigo lhe encarar.
- Eu... não tinha esse plano na minha vida. É difícil digerir que, um cara que nem eu, ter um filho. É uma responsabilidade enorme, sabe? – disse olhando para o chão, minhas mãos, tudo ao redor, menos para você.
- Nem eu, Ronald. Só preciso saber posso contar com seu apoio, pois se não, sou mulher suficiente para criar meu filho sozinha.
Me assustei com essa afirmação. Como é, ela me deixaria? Por causa de alguém que nem nasceu?
- Hermione, olha, não precisamos lidar com isso agora, ok? Nos podemos resolver isso enquanto é tempo - não consegui terminar a frase, pois você deu um pulo do sofá e me encarou furiosa.
- Não se atreva a insinuar um aborto! Não quer? Não está pronto? Respeito sua opinião. Mas nunca, eu faria um absurdos desses, é uma vida! Não o obrigo nem a assumir, se a ideia é tão revoltante para você. Mas nunca ouse repetir isso novamente. Onde eu estava com a cabeça, quando pensei que você gostaria da ideia? Você é um covarde, Ronald Weasley! – gritou já se encaminhando para a porta.
- Por favor Hermione, não vai! – pedi suplicante. Você não deu ouvidos, so continuou caminhando em direção a saída.
- Só me responda uma coisa – começou, parando em frente a porta, mas de costas para mim. – Se você é tão imaturo ao ponto de um filho de sua noiva o apavorar, por quê me pediu em casamento?
E saiu batendo a porta, sem esperar uma resposta.