Enroscada no sofá da luxuosa cabine do avião, Gina olhou pela janela a escuridão do céu. Debaixo, ao longe, de vez em quando conseguia ver alguma luz, mas além disso tinha a sensação de que descendiam para uma negra solidão. Harry estava sentado em frente a ela, com os pés apoiados sobre a mesa de centro, a jaqueta do smoking aberta... A imagem da paciência e satisfação. Assim que abandonaram a recepção, conduziu-a apressadamente ao avião de Sirius Black que os esperava no aeroporto, negando-se a permitir que trocasse de roupa. E nesse momento, enquanto se dirigiam a um destino que ele se negava a lhe revelar, parecia estar disposto a chegar antes de consumar o matrimônio.
— Me vou sentir espantosamente tola entrando no vestíbulo de um hotel vestida de noiva — se queixou Gina.
— Sério, querida? — Perguntou ele com suavidade, muito sorridente.
Gina assentiu, desejando que ele permitisse trocar-se e colocar algum dos vestidos que levava nas malas.
— Poderia me trocar em dois minutos.
Harry balançou a cabeça.
— Quero que os dois cheguemos vestidos exatamente como estamos agora.
— Mas por quê?
— Já verá — disse ele, lhe estendendo a mão. Ela se levantou e foi sentar a seu lado.
— Às vezes não o compreendo — disse com certa tristeza.
Mas o compreendeu assim que desceu do avião e colocou seus pés sobre uma pequena pista de aterrissagem onde os esperava um carro e, ao olhar a seu redor, viu as altas montanhas.
— Colorado! — Exclamou, rodeando o corpo com os braços para proteger-se do frio da noite. — Estamos em Colorado, não é?
Percorrer em carro o caminho particular rumo à casa da montanha que tinham compartilhado durante aquela tumultuosa semana foi uma experiência comovedora para Gina. Também foi entrar na casa com Harry e voltar a ver os bonitos e familiares recintos onde tinha brigado e dançado com ele e onde logo se apaixonou.
Enquanto Harry entrava com as malas e acendia o fogo na chaminé, ela se aproximou das janelas e contemplou o lugar onde em determinado momento construiu seu boneco de neve. Harry se aproximou por trás e deslizou os braços ao redor da cintura dela, apertando-a contra seu corpo, e os vidros os refletiram: um noivo alto que abraçava à noiva. Ao olhar o reflexo de ambos, Harry notou que os olhos de Gina estavam cheios de lágrimas.
— Por que chora? — Perguntou com suavidade, enquanto baixava a cabeça para esfregar o nariz contra o pescoço de Gina.
Ela tragou com força e jogou a cabeça para trás.
— Porque... — Sussurrou, pensando em quão sentimental Harry demonstrava ser em tudo o que fazia por ela —, porque é tão perfeito!
Os braços de Harry a rodeavam protetores.
— Somos perfeitos juntos — sussurrou.
— Farei você feliz — prometeu ela, com voz trêmula pela emoção. — Juro isso.
Seu marido a fez voltar-se em seus braços e havia um sorriso em sua voz quando levantou uma mão para lhe alisar o cabelo.
— Me faz feliz desde a primeira noite que passamos juntos aqui.
Gina sorriu, mas nesse momento viu que as chamas da chaminé resplandeciam na aliança de ouro que Harry usava na mão esquerda, e aproximou a mão a seus lábios para beijar o anel.
— Amo você, Harry — sussurrou. — Amo o som de sua voz e o contato de suas mãos, e sua maneira de sorrir. Quero te dar filhos... E uma vida cheia de risadas... E quero me entregar inteira a você.
O desejo começou a bater furiosamente nas veias de Harry, alimentado por semanas de abstinência. Aproximou-a e cobriu a boca de Gina com a sua com repentina urgência.
— Venha para a cama com seu marido, mulher.
Marido. Mulher. As palavras revoaram com lentidão na mente de Gina, suaves, doces e profundas, enquanto se encaminhava com ele ao dormitório que tinham compartilhado. E essas palavras cresceram dentro de seu coração quando Harry a tomou em seus braços e se virou para ela com amor e necessidade. E Gina respondeu com uma ansiedade deliciosa que fez com que as mãos de Harry tremessem enquanto a percorriam, acariciavam-lhe a pele e atraíam seus quadris para seu corpo. Ela recebeu a paixão de seu marido com a sua, respirou-o com beijos excitantes e quando ele por fim se deslizou profundamente dentro dela, rodeou-lhe os ombros com seus braços e sussurrou:
— Bem-vindo a casa, Harry!
Essas doces palavras arrancaram um gemido de Harry, que começou a mover-se em seu interior. Sua mulher se movia com ele, e banhou seus sentidos com um prazer extravagante, até que a selvagem beleza do que estavam fazendo os levou a ambos a um orgasmo estarrecedor.
Envoltos um nos braços do outro, saciados e satisfeitos, flutuaram lentamente de retorno à realidade na mesma cama onde em determinado momento não se animaram a pensar no futuro. Enquanto acariciava lentamente as costas de sua esposa, Harry pensou nos anos que tinha pela frente em companhia da mulher que o tinha amado, acreditado nele e ensinado a perdoar. Bem-vindo a casa, acabava de dizer.
Pela primeira vez na vida, Harry soube o que era ter um lar e uma família: Gina era seu lar e sua família.
n/a: 1º mil desculpas pela demora... Então, tão lindinho o casamento deles e a lua-de-mel... Agora só falta o epílogo... Se der tudo certo próximo fim de semana estou postando o epílogo e começando uma nova fic... Bjus e ate logo...