— É uma festa esplêndida, Harry — lhe sussurrou ao ouvido uma voz inconfundível —, mas onde encontrou tantos macacos dispostos a se disfarçar? — Sorridente, Harry se afastou do grupo com quem conversava perto da piscina e passou um braço sobre os ombros dela, aproximando-a a si.
— Tinha a esperança de que viesse.
— Para quê? Para aliviar sua monotonia? — Perguntou ela, estudando a festa, que estava em todo seu apogeu à uma da tarde.
Quando ela começou a afastar-se, ele a reteve.
— Não me abandone! — Pediu em brincadeira. — Gilderoy Lockheart está se aproximando e começará a me falar sobre o filme que Empire quer que filme. Fique do meu lado durante o resto do dia.
— Covarde! Eu o ensinarei a dirigir estas coisas. — Ignorando o apertão de advertência das mãos de Harry, ela estendeu seus longos dedos de unhas pintadas. — Gilderoy, querido! — Ronronou, beijando-o na bochecha. — Harry quer que se afaste e o deixe gozar de sua festa em paz.
— Maldita como sempre! Não, Bárbara? — Respondeu ele, furioso.
— Bom trabalho! — Comentou Harry com secura, observando o outro que se afastava ofendido. — Na atualidade, meu representante tem esse mesmo efeito sobre as pessoas, quando começam a falar de dinheiro.
— Não me interessa seu agente. Por que não respondeu minhas cartas, pedaço de tolo? Suponho que saberá que não costumo mandar pacotes para a cadeia a qualquer, não?
— Porque estava envergonhado e não queria caridade. E agora cale a boca e cante algo bonito enquanto circulamos.
Rindo, Bárbara rodeou com um braço a cintura de Harry e começou a cantar em voz baixa:
— Pessoas... Pessoas que precisam de pessoas são as pessoas mais afortunadas...