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ATENÇÃO: Esta fic pode conter linguagem e conteúdo inapropriados para menores de idade então o leitor está concordando com os termos descritos.

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8. Perigosa


Fic: Síndrome de Estocolmo ::Dramione::CAP NOVO ON


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Perigosa revisar


8. Perigosa

-capítulo sem betagem, perdoem os erros!- 

“Você disse que não me reconhece mais. Bom, talvez isso esteja acontecendo porque nunca me conheceu de verdade. Porque daí saberia que nunca fui a garota perfeita que vocês criaram.”

Hermione Granger

 

Gina Pov

  Os mesmos olhos fechados.

  Já passava da meia noite e Eric permanecia na exata posição que desmaiara no sofá. Seu rosto aprisionado numa expressão serena, tão insuportavelmente calma.

  Aquele silêncio estava me enlouquecendo, eu circulava pela casa buscando algo para fazer, mas só o que tinha eram minhas anotações mentais sobre Hermione. Ela não deixara o quarto que se apossara no andar superior depois de promessas de cuidar de tudo.

  Cuidar de tudo, que ironia. Como se houvesse alguma chance de nos virarmos sozinhos. Na verdade, a questão nem era mais como vamos nos virarmos sozinhos, porque já deixamos de ser um time há algum tempo.

  A questão é: como eu vou me virar com esses dois. Por um lado, tem Hermione. A imprevisível e manipuladora mulher que vai sair daquele quarto achando que o mundo não passa de um tabuleiro e nós somos apenas peças que se movimentam de acordo com a sua boa vontade. Do outro, há Eric. O também imprevisível Eric. Tantas faces numa mesma pessoa. Havia o atormentado Eric, enrustido naquela barreira impenetrável de calma. O sensível e protetor Eric, que eu tinha como porto seguro. E o cruel, deformado pela Profecia.

  Qual deles acordaria?

  -Ficar fissurada não vai fazê-lo abrir os olhos mais rápido, Gina.

  Virei-me em posição defensiva, reprendendo-me por não ter ouvido a súbita movimentação na sala. Hermione tinha seus braços cruzados e uma expressão de diversão no rosto.

  -Então o que fará? - perguntei escolhendo meu tom com cuidado, qualquer indicação mais grave podia significar ofensa para ela - já está a horas nesse estado.

  Observei seu rosto pálido. Os ferimentos haviam sido curados pouco tempo depois de seu desmaio, mas algumas cicatrizes teriam que ser postas a prova apenas quando ele despertasse.

  Havia uma coisa, no entanto, que ainda conseguia se encaixar em minha cabeça. O nariz de Eric estava quebrado, mas esse seria um efeito colateral um tanto estranho para um feitiço, o que só me levava a crer que decorreu de alguma agressão física. Deslizando os dedos por seu nariz intacto, não precisei refletir para saber a identidade do agressor.

  E então, por um confuso e deturpante segundo, o mundo recuou e minha respiração ficou presa em direção a garganta. Várias coisas aconteceram ao mesmo tempo, e não consegui processar nenhuma delas com a velocidade necessária. Os olhos de Eric se abriram e suas mãos se fecharam ao redor de minha garganta. Uma ira assassina ocupava cada poro, cada movimento seu. Nossas posições se inverteram e agora era eu quem estava embaixo no sofá tentando libertar a pressão em meu pescoço, que me impedia de emitir qualquer som. A auto-preservação falou mais alto e fechei meus olhos com força. Se não houvesse contato visual, ele não poderia me matar.

  Um gemido de dor foi ouvido e o corpo de Eric rolou para longe de mim. Suspirando aliviada, virei-me para o lado contrário e ergui-me ainda tensa, não sabendo se era seguro assistir o que acontecia ali.

  -Você vai parar de tentar matar a Gina agora - mandou a nova voz férrea de Hermione.

  Escolhi ver a cena e me deparei com um Eric submisso e confuso, ajoelhado à poucos centímetros de distância do sofá onde há poucos segundos me encontrava presa.

  -Quem é Gina? - ele perguntou tão inocentemente que nem por um momento desconfiei que estivesse fingindo.

  Eu e Mione nos entreolhamos sérias.

  -Amnésia. Esse é o efeito colateral - ela disse absorvendo a informação com muito menos dificuldade que eu - o primeiro, pelo menos - completou sacudindo os ombros disciplimente.

  Sabendo por alto que Halliwell aplicara um feitiço desconhecido em Eric, balancei a cabeça inconformada.

  -E você vai aceitar isso? - eu a desafiei - faça Eric se lembrar de mim! Faça-o se lembrar de tudo!

  -Não posso fazer isso, Gina. Há um limite para o maldição Imperius, não posso mandar ele lembrar de algo se há outro feitiço bloqueando a informação.

  -E então o que faremos? - perguntei insatisfeita, cruzando os braços sem paciência.

  -Só podemos esperar e enquanto isso, nos  assegurar que Eric não vai fazer nada estúpido como fugir ou tentar nos atacar. Pode subir - ela falou apontou ilustrando a escada que dava direto para o corredor dos quartos -, eu cuido disso.

  Sacudi os ombros, vencendo a distância dos degraus rapidamente sem a mínima intenção de ficar no meio de alguma discussão com a nova Hermione.Além disso, eu era mais útil fora do campo de visão de Eric.

  Uma ideia surgiu e apesar de não ser a mais prudente dos últimos tempos, não encontrei motivos suficientes para não seguir adiante com ela. Hermione estava ocupada com Eric lá embaixo por período indeterminado e eu sabia que ela escondia algo. Desde nossa fuga do esconderijo de Halliwell, tinha essa constatação fixa. Talvez não fosse relacionada à profecia, mas eu conhecia a amiga que eu tinha.

  Ao menos, achei que conhecia.

  De qualquer forma, minha intuição não era de enganar. Que outra oportunidade como essas eu poderia dispor? Hermione tendia a ficar de olho em mim como um cão de guarda. Ás vezes penso que ela sabe que não vou suportar essa situação  tão passiva assim.

  Olhando para trás, abri a porta do quarto que Hermione tomou para si assim que botou os pés na casa. Eu não sabia muito bem o que procurar, porque não tinha ideia o que pegou antes de sair do esconderijo - isso se ela realmente tiver pego algo além das nossas varinhas -, mas a busca podia ser de qualquer coisa. Talvez alguma anotação que Hermione tenha escrito sob sua nova personalidade.

  O caso era que àquela altura do campeonato onde eu era a única pessoa que podia contar, qualquer objeto seria de extrema ajuda e, como eu não tinha muito tempo comecei a revirar o quarto indo dos lugares mais óbvios ao impensáveis. No entanto, fracassei em todas tentativas.

  Quando já havia desistido e me preparava para sair, percebi que havia um lugar que não havia passado. Era óbvio demais para que ela escondesse lá, mas ainda assim, não custava tentar. Levantei o colchão da cama, certa que não acharia nada. Dei de cara com um velho pergaminho amassado e prendi a respiração. Os antigos moradores da casa eram trouxas, logo, teria que ser dela.

  Como todos os nossos pertences haviam sido perdidos durante a estadia no esconderijo de Halliwell, só pude supor que aquele pergaminho era muito importante para Hermione. Com algum feitiço, ela tornou possível que mesmo depois da chuva e da perseguição, este continuasse em sua posse e intacto.

  Ela não daria tanta atenção a um objeto que não fosse importante.

  Não parei para refletir o quão errado era fazer isso. A curiosidade ultrapassava qualquer valor que viesse a implorar por atenção em meu íntimo. Coloquei o colchão de volta ao seu lugar original e abri o pergaminho percebendo que não passava de um registro do St. Mungus. Estreitando os olhos reconheci o nome de Hermione como paciente e quando fui procurar o procedimento realizado, quase caí para trás.

  Afinal, eu estava esperando uma restauração de ossos ou talvez um período de sono induzido para diminuir os efeitos do trauma. É claro que não achava nenhuma dessas opções tão chocantes pelo segredo que ela havia mantido, mas também não estava esperando algo tão surreal.

  Porque o que em vinha em letras garrafais inegavelmente nítido era ABORTO.

   Era datado três meses depois da morte de Ron, apenas um depois do final da Guerra. Não era muito difícil somar dois mais dois. Hermione abortara o filho de Ron.

  Ela abortara meu sobrinho.

  O pergaminho foi amassado com a força da minha raiva e quando virei-me com os punhos fechados, deparei-me com a razão da mesma entrando no quarto. Eu podia ter feito um esforço para me esconder, mas qual o propósito?

  Agora que já sabia de tudo, a culpa por ter roubado o pergaminho se tornara praticamente irrelevante.

  -O que está fazendo aqui? - ela começou num tom aborrecido e vendo o pergaminho amassado em minha mão, ergueu os olhos numa expressão enfurecida - quem te deu o direito de mexer nas minhas coisas?

  -Que coisas, Hermione? - eu a confrontei - não, porque que eu saiba, tudo que era nosso ficou com Halliwell. No entanto, você deve ter se esquecido de me contar isso - falei com escárnio - e quer saber o que mais esqueceu de me contar? Do aborto que fez depois da Guerra.

  O rosto de Mione se transformou em algo quase translúcido. A mistura de emoções era tão intensa que ficou difícil definir com precisão, embora eu me dividisse entre fúria e frustração.

  -Eu tive meus motivos para isso - ela retrucou balançando a cabeça - e eles não são da sua conta.

  -Ah, mas eu não concordo com esse seu ponto de vista - ironizei com um deboche até então desconhecido por mim - sabe que eu acho que o Ron também não concordaria? - assim que falei esse nome, dor passou pelo seu rosto nublando sua raiva momentaneamente - aliás, acho que nenhum dos outros Weasleys concordariam também, devo avisá-los agora mesmo?

  -Você não vai fazer nada disso - ela setenciou repentinamente calma, batendo a porta atrás de si, certificando-se que não seríamos interrompidas.

  -E como pode ter tanta certeza disso?

  -Porque estamos foragidas e entrar em contato com a sua família te delataria na hora. Porque não tem ideia do que está lidando - Hermione se aproximava enquanto sua voz ganhava uma conotação cada vez mais perigosa - Embora, primeiramente: porque se você der um passo em falso, não hesitarei em te matar.

  Como é? Hermione acabou de me ameaçar de morte?

  Engasgando com a minha própria saliva, tive a certeza que tinha ouvido errado. É absurdo demais, mesmo com a Profecia em jogo, é tão fora de qualquer ameaça que eu havia imaginado que nem tinha palavras para descrever o que senti. Talvez numa realidade alternativa, mas não aqui e hoje. E certamente não depois de tudo que vivemos juntas.

  -Essa é boa, eu quase acreditei - recuperei-me depois de alguns segundos fora de órbita - é isso que vai fazer, matar sua melhor amiga? - sorri amargamente - como as coisas mudam..

  -Sim, elas mudam a partir do momento que você se mete aonde não é chamada - Hermione continuou como se não houvesse nada de errado com seu discurso.

  -Onde não sou chamada? É do meu sobrinho que estamos falando! - gritei de volta - você ao menos chegou a fazer algum exame? Tentou descobrir o sexo? - pelo vácuo na sua expressão, encontrei minhas respostas- não, você nem se deu ao trabalho.. Mas essa não era uma decisão sua!

  -Era unicamente minha, o corpo era meu e o filho era meu!

  -Falou bem: era. Porque você o matou antes que tivesse a chance de nascer. Você matou uma parte de Ron.. - eu parei por um segundo percebendo o que estava dizendo para me consertar logo em seguida. Eu estava tão furiosa que não estava dando atenção a profecia ou qualquer coisa - não, você nem sequer se importou com ele. Você matou uma parte de si mesma! No fim das contas, você já era uma assassina há muito mais tempo que qualquer um de nós imaginou.

  -Para de falar besteira, você nem sabe o que realmente aconteceu. Quem é você para me julgar? Nunca teve nada que quisesse desaparecer?

  -Para sua informação, existe algo muito eu gostaria que sumisse sim. Pensar em Harry quando estamos em lados opostos. Saber que não posso me livrar dessa culpa não é a melhor parte do meu dia. Mas não posso fazer desaparecer como você fez com seu filho! A única coisa que posso fazer e continuo fazendo é sentir - eu disse circulando pelo quarto não gostando nem um pouco da distância que diminuía a cada passo que ela dava.

  -E se houvesse uma chance de mudar isso, de esquecer tudo? - Hermione questionou, com os braços cruzados insistindo em me seguir.

 -Esquecer Harry?- eu balbuciei nervosa - Mas isso é impossível!

 -Talvez não seja, Gina - contrapôs ela maneando a cabeça - Eu não acredito que meus poderes sejam fortes para aos você esquecesse permanentemente, fora que teria todo o constrangimento quando vocês se vissem de novo, em termos práticos, não seria viável.

  -Hermione, do que está falando? - eu perguntei com um bolo no estômago, havia aquela sensação de que algo de muito errado estava preste a acontecer, embora eu não pudesse dizer o que.

-Tem razão, Gina - falou Mione sacando uma escova de cabelo em sua cabeceira, no entanto em sua postura o objeto mais parecia letal - Você é uma irmã para mim, nunca poderia fazer nada de mal para você. É praticamente da família.

-O que não é garantia nenhuma vindo de uma mulher que matou o próprio filho - observei, muito mais para mim do que para ela.

Hermione, felizmente, ignorou essa provocação. Com a escova nas mãos andou em passos cautelosos em minha direção, tentando não me assustar.

É, pode-se dizer com certeza que não funcionou. Àquela altura, eu já estava apavorada suficiente.

-Eu entendo que esteja chateada. - começou ela com um tom doce na voz nada convincente e com uma das mãos puxou uma mecha de meu cabelo para pentear. Um agrado inesperado, que só tornava o seu objetivo mais obscuro ainda- Contudo, você tem que entender que quero o melhor para você e por isso vou te dar uma folga.

-Uma folga? - tive que ecoar suas palavras para ter certeza que havia escutado direito. Nem virei o rosto para checar sua expressão. Algo me dizia que quanto menos me movesse, melhor seria. Parte da raiva se dissipara lembrando-me com quem eu estava falando.

-É, um dia que vou te livrar desses pensamentos que andam afetando a sua cabeça. Você também não precisará lembrar do que estamos conversando agora - seu tom superficial foi o alerta vermelho que faltava.

Eu comecei a me afastar em pânico.

-Hermione.. não.

Tenho que admitir que minha articulação não via seus melhores momentos. Foi nessa hora que me perguntei se não seria melhor usar a minha maldição e fugir. Fui, no entanto, completamente distraída pela revelação seguinte:

-Ah, deixa eu te contar um segredo: o filho não era de Ron - ela replicou em tom de confissão, como se tivesse me contado uma inocente fofoca.

-Você está mentindo - constatei, ainda incapaz de encará-la nos olhos. Metade da consciência condenava a mim mesma por ser tão medrosa, enquanto a parte racional gritava para que eu continuasse a controlar meu gênio. Eu não usaria a minha maldição, não podia. Porque senão acabaria como ela e como Eric. E algo me dizia que precisaríamos de alguém lúcido muito em breve.

-Ah Gina, eu estou claramente no controle aqui, para que me dar o trabalho de mentir?

-Afinal, eu não lembrarei de nada disso - completei, seguindo sua linha de  raciocínio. Meu impulso de engolir em seco foi refreado e apoiei ambas mãos na cama tentando pensar rápido.

-Hoje não, mas amanhã você vai. Assim como vai se lembrar do Harry. Ao menos, o que ele representa para você. E eu sei que não vai contar nada para ninguém. Sabe por quê? - ela disse com meiguice enquanto penteava o meu cabelo, abaixou o rosto para falar bem próxima ao meu ouvido - porque se você falar, eu vou achar que você precisa de mais uma folga. E você não vai querer isso, vai?

Agora eu entendia, aquilo não era um prêmio. Afinal, mesmo com Profecia, Hermione sabia que no fundo eu não queria esquecer Harry. Por mais que doesse, já fazia parte de mim.

Era um castigo, uma punição por ter dito a verdade e ter descoberto seu segredo. Finalmente tomei a coragem de fitar os olhos castanhos que antes já depositei tanta confiança, eles estavam irreconhecíveis. Todo calor humano havia sido drenado, abrindo espaço para o olhar impiedoso e carregado que era sustentado.

-De quem era então? - eu a desafiei - se não de Ron?

-Isso eu não pretendo contar nunca - ela retrucou encarando-me de volta.

E de forma traiçoeira e quase gentil, eu senti.

Algo dolorosamente pesado estava sendo retirado de mim. Mais que isso, arrancado, tomado por aqueles olhos, cujos era impossível e impensável quebrar o contato visual. Não havia quarto, tampouco pergaminho em meus dedos. Só havia aquela transe, o alívio combinado com a incompreensão. Eu tentava resistir a seu efeito, mas logo depois me perguntava por que lutar contra algo que me fazia tão bem.

Meus batimentos voltaram ao normal e as ritmadas voltaram a uma serenidade até então desconhecida. Nunca achei que fosse concebível sentir esse tipo de calma. Nada poderia destruí-la, nem mesmo a raiva por Hermione.

E por que eu estava com raiva dela? Não fazia sentido, se ela estava proporcionando um dos melhores segundos que vivi. Ele estava escapando pelos meus dedos e a sensação já não era tão poderosa quanto no início. Mas a calma continuava.

Pisquei abobada quando com um sorriso meio travesso, Hermione retirou o pergaminho de meus dedos que não ofereceram resistência.

-Você não vai mais precisar disso.

Eu sequer tentei contestar. Acreditava nela.

Com um olhar de superioridade, Hermione virou as costas para mim e minha voz saiu descordenada ao resto do corpo.

-Não faça isso!

Ela franziu a testa, confusa pela minha reação. Bem, isso faria duas de nós, porque eu não tinha a mínima ideia do que estava falando.

-Fazer o quê? - ela indagou erguendo a sobrancelha.

-Eu não sei - admiti, de repente me sentindo muito estúpida.

-Certo.. - assentiu Hermione parecendo um tanto desconcertada, abrindo as costas e saindo sem olhar para trás. A porta se fechou diante de suas costas.

Quis me levantar para seguí-la, mas parei ao perceber que não sabia o que fazer quando a alcançasse. Havia um vácuo em minha mente que seria preocupante, se a calma recém-instalada não me ditasse ordens desconexas. Coloquei as mãos na minha cabeça ainda com a estranha sensação que algo me faltava.

Suspirei resignada, aceitando que não lembraria agora. Talvez se fosse realmente importante, eu não teria esquecido. E afinal, eu tinha coisas mais importantes com o que me preocupar. Cuidar de Eric, por exemplo. Balançando a cabeça tentando ignorar meu lapso de memória, saí do quarto em direção ás escadas que levavam a sala.

 
Draco Pov

  Sem ideia de quanto tempo havia se passado desde que Granger fugira porta afora, Zabini demonstrava muito mais vontade de me derrubar que eu. Mas então, ele não tinha que se preocupar com nenhuma promessa feita.

  Eu não sabia quanto mais poderia suportar apenas desviar dos seus golpes, sem atacar com receio de matá-lo caso me empolgasse.

  Contudo, eu não precisei investir de vez contra Zabini, porque uma voz perto da porta nos separou, jogando nossos corpos um de cada lado do quarto. O bastardo caiu na cama, enquanto fui arremessado direto ao chão. É sempre bom saber que posso contar com a sorte.

  -O que está acontecendo aqui? - Harry entrou, olhando de um para o outro em busca de uma explicação.

  Engoli em seco, ciente que nunca poderia contar a ele o verdadeiro motivo de querer matar Zabini com minhas próprias mãos. Se bem conheço Harry, ele provavelmente ia querer fazer o mesmo que eu e já basta um de nós correr o risco de quebrar o Voto Perpétuo.

  -Conte a ele, Draco - Zabini provocou, se levantando da cama parecendo muito feliz com a situação. Um de seus olhos estava roxo, pude constatar com satisfação. A mão ia de encontro ao ombro e eu só pude supor ser resultado do meu soco defensivo.

   -Está mesmo ansioso que todos saibam? - perguntei estreitando os olhos, também me levantando com certa dificuldade - há muitas maneiras de se matar uma pessoa indiretamente, Zabini, como assassino de aluguel você deveria saber. O Voto Perpétuo não vai te proteger para sempre, assim que tome muito cuidado com o que faz. E que eu me lembre, você não está em posição de perder outro aliado.

  Minhas palavras entraram em sua cabeça tendo o efeito desejado. Ele recuou um passo, afrontado com a ameaça e impedido de responder sem se delatar. Perder apoio naquela altura não estava em seus planos. Por fim, agiu como o covarde que é. Balançando a cabeça, partiu esbarrando propositalmente em meu ombro. Fechei os olhos controlando meu ódio e quando me virei Harry tinha os braços cruzados.

  -Então, - ele começou impaciente, guardando a varinha - vai me explicar o que foi isso?

  -Uma briga em nome dos velhos tempos - falei sacudindo os ombros indiferente sentindo uma incômoda dor nas costelas.

  -Num quarto com esse? - ele retrucou apontando para a cama em vermelho-sangue. Minha vontade foi de chutá-la só de lembrar o que Zabini pretendia fazer com ela, e o que teria conseguido caso eu não tivesse interrompido seus planos.

  -Você não vai querer saber disso - eu disse, já esperando resistência da sua parte. Harry podia ser bem teimoso quando queria.

  No entanto, um grito no andar de baixo interrompeu nossa conversa e nos olhamos confusos antes de dispararmos em direção ao som.

  -Onde estão eles? - perguntei às pressas para Harry.

  -Gina e Wood fugiram, - ele contou furioso - também não vi Hermione, então acho que foram todos juntos.

  Bem ou mal, estava aliviado pela informação. Até que pudesse manter uma distância saudável entre Zabini e Granger, não considerava seguro nenhum deles permanecer aqui.


Harry Pov

  Mal descemos as escadas, deparei com uma cena incomum. Havia uma mulher que a julgar pelas roupas, era trouxa, no meio do salão de Halliwell. A própria e Zabini erguiam as varinhas em sua direção, mas se mostravam sem reação. Isso porque a desconhecida trazia uma faca e a empunhava com um ar de inegável loucura.

  -O que significa isso? - Malfoy resolveu verbalizar meus pensamentos.

  -Potter.. - começou Halliwell parecendo desconfortável com a situação.

  -Harry! - a desconhecida gritou para mim, ainda que não dando um passo em minha direção.

  -Você me conhece? - perguntei desconfiado. Seria um truque dos fugitivos para ganharem tempo?

  -Sou eu, Gina - ela disse, pelo visto repetindo porque aquilo não parecia novidade nem para Halliwell, nem para Zabini. Tudo fazia sentido, eles nunca iriam atacá-la. Mesmo que fosse uma grande armação - o que obviamente era -, eles não arriscariam quebrar o Voto.

  -Ela chegou aqui afirmando isso e gritando feito louca - Halliwell me informou, virando parte do seu rosto antes oculto por estar de costas. Agora eu podia ver um longo corte que marcara toda a extensão de sua bochecha.

  -O que aconteceu com seu rosto? - perguntei sério, sacando a varinha também.

  -Lembrança da sua amiga Granger - ela disse em tom jocoso -, mas caso não tenha percebido, no momento temos mais que nos preocupar - completou fazendo menção a desconhecida que olhava de forma perdida para o ambiente. De jeito nenhum aquela era Gina.

  -Harry, sou eu - a mulher voltou a falar - Hermione pediu para que eu voltasse e tentasse atrasar vocês.

  -Espero que saiba que o plano dela não vai dar certo - disse Draco, também munido de varinha descendo as escadas analisando criticamente a mulher.

  -Nesse caso, ela pediu que eu fizesse outra coisa - ela afirmou.

  -E o que seria, Gina? - perguntei, enfatizando a descrença em seu suposto nome.

  -Isso.

  Antes que qualquer um de nós pudesse esboçar alguma reação, a mulher virou o gume da faca em sua direção e num impulso suicida, o atravessou pelo seu tronco. O sangue começou a jorrar e  ela desabou no chão.

  Quando dei por mim, já estava do seu lado,checando os sinais vitais e realizando qualquer feitiço para que ela sobrevivesse. A mínima chance de que ela fosse Gina já havia afetado completamente o meu raciocínio.

  -Harry, não é ela - Draco colocou a mão em meu ombro enquanto o resto do grupo congelara atrás de nós.

  Não dei ouvidos erguendo o corpo da desconhecida, sem saber ao certo onde colocá-la.

  -Potter, não pode ser ela - veio Halliwell se movendo em meu encalço - pense um pouco, eles saíram há poucos minutos atrás e estamos no meio de uma vila trouxa. Se eles pasaram do limite de aparatação, não voltariam para deixar essa distração. Aonde arranjariam Poção Polissuco?

  -E você tem certeza absoluta disso? - me voltei a ela, já saturada de sua presença - colocaria a sua vida em jogo?

  Halliwell franziu a testa, ou não entendendo ou apenas fingindo. Conhecendo o seu caráter, eu iria pela segunda suposição.

  -O que quer dizer com isso?

  -Prove que ela não é Gina Weasley - falou Draco seguindo minha linha de raciocínio - Tente ferí-la. Se continuar em pé depois disso, teremos nossa resposta.

  Halliwell olhou para nós e em seguida se deteve a mulher que agonizava pela ferida que ela mesma causou. Zabini já estava impaciente próximo a porta.

  -Estamos perdendo tempo com tudo isso - reclamou bufando.

  -Eu sei muito bem porque está tão apressado, Zabini, de forma que sugiro que aguarde a decisão da sua amiga - replicou Draco fuzilando-o com os olhos.

  -Eu farei ainda melhor - anunciou Halliwell erguendo a varinha - Avada Kedavra!

  O jato de luz verde atingiu a mulher e parte de mim não conseguiu evitar de ficar apreensiva. Os olhares da sala se concentraram em Halliwell.

  Um, cinco, dez segundos. Ela continuava em pé.

  -Agora está provado que ela não é sua protegida, Potter?

  Bufei irritado, odiando o que Hermione fizera. Fora uma plano engenhoso sim, mas igualmente cruel. Detalhes desse pelo visto não a afetam mais.

  -Parece que sua amiga está tentando bagunçar a sua cabeça para ganhar vantagem - Halliwell continuou em seu tom venenoso.

  -E parece que você também poderia ganhar alguma, se começasse a calar a boca - Draco sugeriu cruzando os braços.

  -Por que perde seu tempo defendendo ela? A sua queridinha está sem controle! - ela ilustrou com o machucado em seu rosto, sem conseguir arrancar nenhuma reação de nós. O que, ela espera que eu sinta pena porque Hermione resolveu se defender?

  Nesse caso, espero que goste de se decepcionar.

  -Sem controle? - duvidei sem esconder o cetismo.

  -Sim, olha o que ela fez com você apenas para atrasá-lo. E tem mais:Granger tomou algo de mim quando fugiu. Eu não consigo lembrar o que fiz desde o período que entramos aqui. No início achei que tivesse enlouquecido, mas é bem óbvio agora. Ela roubou parte da minha memória.

  Ergui os olhos atônito, percebendo as consequências daquilo.

  -Ela tirou a memória de nós realizando o feitiço em Wood - constatei contrariado - você me ensinou o que poderia ser a quebra da profecia e eu realizei nele.

  Ela pareceu satisfeita ao ouvir aquilo.

  -Então ela deve ter pego para ter um trunfo contra nós, esse feitiço é ilegal - explicou sorrindo.

  -Eu não consigo entender a sua felicidade toda ao saber disso - comentou Draco - Hermione tem a prova para nos acusar, e eu ainda lembro a pena dessa infração.

  -Acontece que sua amiguinha acabou nos dando um trufo sem querer.

  -Você sabe de algo ou só está blefando? - eu quis saber impaciente. Parece que a aliança veio para testar a calma de todos nós.

  -Por acaso eu sei, Potter. E apesar de você e seu amigo não estarem merecendo minha consideração, vou ajudá-los - falou arrogante.

  -Por favor, Halliwell - replicou Draco revirando os olhos - desista desses jogos que faz com os outros. Você só vai nos ajudar porque também tem um interesse por trás. Não está nos fazendo nenhum favor, tenha isso em mente.

  Ela suspirou e com uma irritante lentidão, começou a falar.

  -Eu conheço uma forma de localizarmos eles.



Gina Pov

  Relaxei a cabeça na superfície macia do sofá daquela casa desconhecida, percebi que gostava de lá. Nada era familiar. Eu não tinha nenhuma raíz ali dentro. Eu estava protegida de qualquer memória que pudesse invadir minha mente sem permissão. Nenhuma daquelas fotos espalhadas traziam mágoa ou saudades.

  Debaixo do meu próprio teto, nunca me senti assim. Sempre havia aquela pesada atmosfera no ar. Mas aqui, eu não sabia quem havia dado o enfeite no centro da mesa - embora tenha que considerar que seja quem for, teve um infeliz gosto -,tampouco me importava com esses detalhes. Lembro que sempre havia esses pequenos objetos, que me traziam recordações nebulosas e respostas ácidas. Talvez eu devesse ter jogado tudo que me incomodava fora, apesar de que pouco sobraria para contar a história. Havia, no entanto, um motivo para manter todos esses pedaços do passado perto de mim. Ele tinha desaparecido da minha mente. Quanto mais me esforçava para lembrar, mais parecia inútil o esforço.

  E ainda assim, tinha aquela sensação de vazio. Algo não podia estar certo. Não se havia um vácuo em mim, um buraco negro de informações perdidas. Desde quando eu me tornara um enorme quebra-cabeça com peças faltando?

  -Está tudo bem, Gina?

  Virei-me para o semblante preocupado de Eric, que há segundos atrás passara despercebido por mim. Contudo, eu não passara despercebida por ele, isso nunca acontecia. Era um tanto desconcertante saber que alguém pudesse se preocupar tanto comigo. Ás vezes encontrava certa dificuldade para entender porque ele ainda se importava.

  -Por que não estaria? - disse num sorriso cansado. Depois daquela maratona, a exaustão começava a me atingir. Começava a atingir todos nós, percebi analisando seu rosto. Agora que Hermione havia dado um jeito em seus machucados, não sobrara resquísio das agressões de horas atrás e continuar encarando-o se tornara incômodo de modo que me ocupei em limpar uma sujeira inexistente em meu braço.

  -Porque eu tentei te atacar há minutos atrás - ele disse arrependido com a memória plenamente recuperada. O efeito colateral desapareceu tão rapidamente como surgiu.

  -Você sabe que não foi sua culpa - repliquei começando a me sentir um tanto desconfortável, mas sem saber o motivo para isso.

  -Será que não foi minha culpa? - ele pergunta, e desconfio que foi uma pergunta mais para si mesmo, que para mim.

  -Onde está querendo chegar?

  -Bom, talvez nós possamos controlar o efeito que a Profecia tem sobre nós - Eric disse incerto.

  -Por que diz isso? Você leu em algum lugar? - interessei-me cortando a distância entre nós dois.

  -Não, embora eu quisesse ter lido - ele confessou - É só que Hermione está diferente desde que começou a manipular todos nós e agora eu quase tentei te matar. Aonde vamos chegar?

  Ergui a sobrancelha, impressionada que alguém - finalmente - tenha percebido o que estava me preocupando.

  -Ás vezes eu acho que talvez precisemos de uma ajuda - eu comecei o mais inocente que pude, antes de falar a verdade. Que, por mais perigoso que fosse, devíamos voltar para Halliwell.

  -Eu também acho - ele assentiu e sorri aliviada, percebendo que pelo menos dentro dessa bagunça sem fim, eu tinha um aliado - e foi por isso que chamei essa ajuda.

  -Chamou? - perguntei confusa, até eu que estava cogitando voltar para lá, não daria nossa localização para Halliwell.

  -Sim, Olívio deve chegar em breve.

 O quê?!

 Arregalei meus olhos, surpresa e desapontada.

  -Por que você chamou seu irmão? - era para ser uma pergunta, mas pelo meu tom saiu como uma acusação.

  -Quem você esperava que eu fosse chamar? Halliwell? - ele se defendeu, como se a menção do nome de nossa antiga carcereira fosse absurda.

  Há pouco tempo atrás, eu teria a mesma reação.

  -Sim, é ela quem sabe como a Profecia funciona - expliquei impaciente, virando a cabeça com medo que Hermione estivesse nos espionando -  Não esqueça que foi ela quem soube primeiro - completei murmurando.

  -E você não se esqueça que ela ainda quer a sua cabeça - Eric retrucou de volta em volume normal, suspirando derrotado - eu não entendo. Você está fazendo isso por causa do Potter, não está?

  -Potter? - perguntei agora realmente perdida - Como em Harry Potter? Claro que não, Eric, por que eu faria isso?

  Se eu parecia confusa, nada se comparava ao que acontecia a Eric, ele me olhava entre a incomprensão e a incredulidade. A expressão de seu rosto sugeria que eu estava brincando com a sua cara.

  -Porque vocês estavam juntos - ele falou devagar, como se eu fosse retardada e não conseguisse entender. Mas eu provavelmente agi como uma, porque depois que ele disse isso só pude rir. Era tão absurdo que chegava a ser cômico.

  -De onde tirou essa ideia, do Semanário das Bruxas? - retorquiei parando de rir - ele está nos caçando que nem a Halliwell e o Zabini, não está? Por que eu teria algum envolvimento com ele?

  Eric balançou a cabeça atônito.

  -Eu tenho que falar com Hermione - ele anunciou fazendo menção de se levantar, mas eu o puxei de volta para o sofá.

  -Por que você ficou tão perturbado com o assunto? Olhando assim,eu até diria que você está com ciúmes - eu provoquei sorrindo.

  -Gina, não torne tudo mais difícil que já está sendo - ele pediu se livrando das minhas mãos que o prendiam no sofá - eu estou tentando fazer a coisa certa.

  -E a coisa certa é ficar comigo agora que preciso de você - protestei não o liberando - você é meu melhor amigo, Eric, e esteve do meu lado desde que eu entrei naquela sessão infernal e antes desse pesadelo todo começar. Eu preciso da sua ajuda.

  -Eu estou te ajudando! - ele enfatizou a última palavra, parecia estressado. Talvez ele realmente estivesse com ciúmes, afinal - Acontece que você não consegue compreender isso, porque você não se lembra..

  -Eu lembro do nosso encontro, se é o que quer saber - eu o interrompi - por que é sobre isso que toda essa sua reação se trata, não é? Por causa de um estúpido boato.

  -Como eu queria acreditar nisso - ele disse se levantando e percebendo que não teria como impedí-lo de subir as escadas, escolhi seguí-lo.

  -Então deixa eu te provar - eu o parei na escada, colocando-me na passagem dele.

  -Não, Gina - ele se negou passando por mim e aquilo só serviu para me irritar. Desde quando Eric dizia não a mim? O que eu tinha feito de errado?

  No entanto, se eu queria chamar a sua atenção - que de repente se tornou tão necessária - ou evitar que ele ficasse do lado de Hermione, eu teria que agir rápido. Aproveitei o leve empurrão que ele me deu ao passar na escada para eu então fingir perder o equílibrio. Em menos de um segundo, suas mãos já me puxavam protetoramente pela cintura. Sorri orgulhosa de mim mesma.

  -Viu? Eu sabia que você faria isso - falei vitoriosa.

  -Por que você sabia? - ele indagou franzindo a testa.

  -Porque você sempre esteve do meu lado, Eric. Porque você sempre me defendeu. E estava lá quando eu precisei. É tão difícil de entender? - eu expliquei séria.

  -Acontece que eu não sou o único a te proteger, nem a te defender - ele disse num tom quase solene.

  -Acontece que a Hermione não é mais confiável - eu o lembrei, perdendo o resto da minha paciência.

  -Eu não estava falando da Her..

  Pronto, eu fiz o que estava pretendendo desde que a estranha e desnecessária discussão começou. Puxando seu rosto para mim, rocei meus lábios provocadoramente em seus. Ele não precisou de outro incentivo.

  Prendendo-me ao corrimão da escada em forma de caracol, aprofundou o beijo tirando uma mecha de meu cabelo do rosto. Seus dedos acariciavam minha bonhecha enquanto sua língua deslizava a encontro da minha. Era tudo tão doce e instigante, eu não poderia parar agora,não quando conseguira o que eu queria.

  Minhas mãos subiram pelas suas costas, já brigando com a bainha da blusa, puxando-a para cima. Eric me abraçou mais forte e algum impulso desconhecido, fez com que minhas pernas envolvessem seu quadril, desestabelecendo parte de seu equilíbrio.

  Estávamos tão envolvidos ali que nem o mesmo o som de passos no corredor de cima foi capaz de nos separar. Hermione devia estar passando por lá, mas se nos viu não pensou em nos interromper. E se Eric ainda tinha alguma intenção de falar com ela, essa foi expurgada da sua mente no momento que mordi seu lábio inferior puxando parte dele comigo.

    -Eu só quero te pedir uma coisa - ele me parou atando minhas mãos, um tanto contrariado. 

  -O quê? - perguntei irritada. Eu juro que se ele vier prolongar a discussão de mais cedo, não vou me importar de usar Crucio. Quando eu estava tão perto, Eric vai tentar estragar isso?

  -Não me odeie pela manhã.

  Era um pedido estranho e apesar de querer apenas concordar e voltar ao que estávamos fazendo, minha curiosidade não deixou.

  -Por que eu faria isso?

  -Acredite, não te faltará motivos.

 
Draco Pov

  Se houvesse uma maneira de voltar no tempo e corrigir algum erro do passado, eu na certa pensaria duas vezes antes de decidir me juntar com a trupe dos infernos que Halliwell e Zabini estavam provando ser.

  Mas, como não havia, a única coisa que eu podia fazer por ora era impedir que Zabini se aproximasse muito de Granger e planejar a morte dos meus "companheiros" sem me colocar como principal causador.

   Apesar de tudo, em uma coisa Halliwell tinha razão. Precisávamos dela.

  -Não tem como fazer isso, Halliwell - Harry resmungou desinteressado.

  -Acredite ou não, Potter, tem sim. E a resposta está bem mais perto que imagina.

  -Vamos continuar falando em códigos aqui ou alguém pode esclarecer algo? - Zabini protestou voltando à sala, prevendo que não sairíamos da casa tão cedo.

  -Não reclame, ás vezes falar em códigos pode livrar a cara de muitas pessoas - falei querendo encontrar alguma forma de excluí-lo no plano - a sua inclusive, se não me engano.

  -Não me teste, Malfoy - ele resolveu revidar - não sabe do que sou capaz.

  -Aí que você se engana,parceiro. Sei exatamente do que é capaz, acredito que essa seja a origem de todo o dilema, não?

  Harry e Halliwell permaneciam estáticos assistindo a discussão.

  -Não existe dilema. Fique fora do caminho e estamos entendidos.

  Cruzei alguns passos para ficar na sua frente, em posição de ataque.

  -E se eu fizer questão de ficar no seu caminho?

  -Então teremos um problema.

  Antes que um de nós pudesse continuar a briga que acontecera no andar de cima, Halliwell se colocou no meio.

  -Não temos tempo para conflitos internos, logo, vocês terão que lidar com essa divergência mais tarde.

  Ela estava certa novamente, por mais que eu odeie admitir. Afastei-me de Zabini antes que um impulso homicida fizesse com que eu me atirasse contra ele.

  -Como eu dizia antes de ser interrompida, Potter - continuou Halliwell - o localizador para os fugitivos está em suas mãos.

  Fitamo-nos desconfiados.

  -A varinha? - ele arriscou.

  -Sim, quando você testou aquele feitiço em Wood, ele não funcionou para aniquilar os poderes. A partir daquele momento a sua varinha tem como reconhecer aquele tipo de magia, as maldições da Profecia.

  -Ou seja, toda vez que Eric matar alguém usando a maldição, estará indicando onde está - eu falei, entendendo a falha óbvia no plano - acontece que pelo estado que ele saiu daqui, vai demorar um bom tempo até matar alguém.

  -Vocês não entenderam, a varinha de Potter reconhece a magia de qualquer um dos três, eles estão interligados. O tipo da magia é o mesmo - ela explicou objetivamente - é por isso que não podemos matar um, sem saber se não trará consequência aos demais.

  -Então esse é o seu grande plano, sentarmos e esperarmos até que um deles decida usar seus novos poderes? - perguntou Harry insatisfeito.

  -Eles já devem ter usado para conseguirem fugir. E talvez até mesmo entre eles. Repita o feitiço e a varinha te dará o caminho exato que eles fizeram, de acordo com o uso.

  -Como sabe de tudo isso, Halliwell? - eu quis saber desconfiado - Sim, porque quando chegou até nós, informou que tinha tanta informação como qualquer um. Por que de um dia para o outro virou uma especialista da Profecia Imperdoável?

  Ela me avaliou sorrindo de forma debochada.

  -Não espera que eu saia compartilhando tudo o que sei, Malfoy - comentou ela balançando a cabeça -  essa é a minha garantia que vocês ainda precisam de mim e não tentarão uma retaliação.

  -Só faríamos isso, se formos provocados. Além do mais, todos vocês estão devidamente protegidos pelo Voto Perpétuo - atestou Harry.

  -Será que estamos? - Zabini resolvou se intrometer - Como você mesmo disse mais cedo, Malfoy, há muitas maneiras de se matar alguém. Tenho certeza que você acharia um modo de me descartar sem sofrer as consequências.

  -E você nem com as consequências tem que se preocupar, se quiser me descartar - eu o lembrei.

  -Vocês estão reclamando, mas todos estamos quites - disse Halliwell nos encarando - eu tenho a informação, Potter tem o localizador. Granger tem a memória para inocentarem eles e nos acusar. Estamos todos no mesmo barco.

  -E se é assim, - começou Harry num tom sarcástico - por que mentiu para mim? Por que disse que o feitiço era para acabar com a profecia?

  -Porque senão você não faria, Potter. Sabia que tinha chances de algo dar errado e voltar contra você. Não se arriscaria se não achasse que fosse decisivo para acabar com tudo. Além disso, eu não exatamente menti, o feitiço é supostamente a cura, se realizado em todos ao mesmo tempo.

  -E por que não os juntamos e fizemos? - repliquei percebendo sua óbvia falta de caráter.

  -Porque estamos seguindo o meu protocolo. Eu tenho todas as informações. Isso deveria me dar algum tipo de privilégio. Olha, se vocês quiserem desistir e...

  -Sabe que não vamos fazer isso - Harry disse sério - eu não me importo de ter feito o feitiço em Wood, mas da próxima vez, exijo que nos deixe a parte de seu protocolo. Eu tenho o localizador, isso deveria me dar algum tipo de privilégio - Harry disse usando o discurso de Halliwell contra a própria - agora vamos achá-los de uma vez. Detrimentum!

  Não foi nada difícil se guiar através da varinha de Harry. Ele seguia na frente e nós empunhavámos a varinha atrás, caso houvesse algum ataque.

  Mas não foi necessário. Já era madrugada e ninguém em juízo perfeito, saía pelo pacato vilarejo àquela hora.A poucos passos do esconderijo de Halliwell, Harry parou, ruminou olhando para o chão e se voltou para nós.

  -Usaram uma aqui - ele anunciou franzindo a testa e segurando a varinha que o guiava como uma força invisível.

  -Provavelmente foi Granger manipulando aquela trouxa para se passar pela Weasley. Talvez tenham pensando tudo em comum acordo - comentou Halliwell analisando a reação de Harry.

  Ele sacudiu os ombros e disse:

  -Não importa, vamos seguir caminho.

  Estava mentindo, é claro que faria toda a diferença saber se a Coelha ajudou Granger no plano de enganá-lo. Mas ele não diria a Halliwell, não lhe daria nenhuma fraqueza. Eu não teria feito diferente.

  Harry andou até parar em um pedaço da estrada aparentemente desocupado. Tentou dar mais um passo, mas foi barrado.

  -Hermione deve ter usado um feitiço de desilusão para escondê-los - ele falou encarando o vazio. Halliwell avançou e com um gesto amplo de varinha, quebrou a proteção em volta do perímetro.

  No começo, o teto começou a aparecer com suas telhas vermelhas e convencionais, para depois as janelas, as paredes, a fachada gasta. Quando toda a construção ficou visível, pude perceber que se tratava de uma casa trouxa.

  E eu apostaria metade dos meus galeões que a dona era a mulher que se passou pela Coelha.

  -Bom, o que estão esperando? Vamos entrar - falou Zabini, com um tom apressado demais para o meu gosto.

  Eu o parei, colocando-me em sua frente.

  -Depois de mim - avisei com um sorriso irônico.

  Entramos na casa o mais silenciosamente possível, o relógio da sala indicava que passara das três da manhã. Talvez tenha sido melhor assim, na calada da noite, quando eles estavam dormindo.

  A sala seguia o mesmo estilo trouxa e rústico do resto da casa. Harry parou em um ponto perto do sofá e todos entendemos que também tinham usado a maldição ali.

  -Você consegue identificar se foi a mesma? - Halliwell sussurrou buscando não acordar os novos moradores.

  -Sim, foi a mesma. Imperius - ele falou antes de continuar a explorar o interior.

  Andando o mais silenciosamente possível e com o caminho iluminado apenas pelas pontas de nossas varinhas, subimos a estreita escada caracol e atravessamos parte do corredor até que Harry parou bruscamente.

  -Aqui foi a última vez que usaram - ele disse apontando para uma porta fechada que provavelmente levaria ao quarto de Granger. Zabini tentou se adiantar, mas novamente me pus na frente. O significado por trás da estranha movimentação ficou apenas entre eu e ele, uma vez que Harry e Halliwell estavam muito ocupados dividindo funções.

  -Já que Malfoy parece tão empolgado, pode checar esse quarto. Zabini, cheque o final do corredor a esquerda, eu checo a direita. Potter, tem preferência por algum lugar?

  Ele fez um gesto de indiferença.

  -Eu checo os demais quartos.

  Com o grupo separado, entrei no cômodo sem ideia do que encontraria. Antes, no entanto, que pudesse ascender a luz ou adentrar mais um passo no quarto, uma voz mais que conhecida saiu da escuridão.

  -Procurando por mim, Malfoy?

A luz se ascendeu numa intensidade muito maior que a prevista e tapei os olhos, ao mesmo tempo que me defendia com um escudo.

  -Granger, não adianta - eu falei, mesmo não querendo mas sendo obrigado a duelar com ela - os outros estão aqui. Não vai conseguir escapar.

  -Claro que posso, caso não saiba, eu conto com ajuda extra.

  Segurei-me para não contar que foi justamente por causa da sua ajuda extra que eles acabaram sendo descobertos. Algo me dizia que nesse caso seria melhor deixá-la no escuro.

  -Essa sua ajuda não está exatamente melhorando sua vida, você virou uma foragida - eu a lembrei.

  -Não, eu tenho uma prova contra vocês. Mas já sabem disso, provavelmente é por isso que estão aqui? - ela falou se desviando de um feitiço lançado por mim.

  -Eu devo te avisar, - eu disse me desviando dos seus feitiços e evitando os seus olhos - Zabini está aqui.

  -Deve me avisar? Desde quando você tem haver com alguma coisa que envolva eu e o Zabini? - ela perguntou se desviando de outro feitiço. Aquilo estava começando a se tornar cansativo, toda a sua teimosia.

  -Desde que eu te salvei dele.

  Não era do meu feitio jogar na cara das pessoas antigos favores que prestara, mas Granger estava precisando de uma saudável dose de realidade.

  -Você não se lembrará disso amanhã. Eu não quero se envolva nisso, Malfoy - ela disse momentanemamente parando de duelar, isso sendo repetido por mim - você não é tão filho da puta quanto pensei, por mais que tente provar o contrário. Não merece morrer por causa de um verme como o Zabini.

  -E como você vai se defender dele? - eu quis saber odiando-a por conseguir ser tão altruísta e egoísta ao mesmo tempo.

  -Eu realmente não vejo como isso pode ser do seu interes..

  -Se estou perguntando, é porque é do meu interesse, Granger - eu a cortei ríspido - e apenas para que você saiba, apagar a minha memória não vai adiantar. Sinto muito, mas não vou ser mais uma peça do seu novo jogo de manipulação. Eu já tomei as providências para um acaso desse. Tenho arquivos narrando tudo o que aconteceu, pessoas que sabem.

  -Você contou para alguém? - ela balbuciou atônita, completamente desarmada.

  Sim, eu estava mentindo. Não houvera tempo de planejar o acervo e contar a Harry não chegava a ser uma opção. Mas como essa era sua fraqueza , seria por esse caminho que ia conseguir desestabilizá-la.

  -Está se esquecendo que eu assisti você se tornar uma assassina quando essa já era a minha profissão há muito tempo. Não tente me vencer dentro do jogo que eu fiz as regras. Porque se eu descobrir depois que você apagou a minha memória - e eu vou - haverá consequências - terminei meu discurso mortalmente calmo, jogando a varinha do lado, para que ela soubesse que não a impediria.

  Granger ergueu a cabeça decidida, mas eu pude ver medo em seus olhos.

  -Quem está falando isso, o torturador da nova equipe de Halliwell?

  -Tome por quem quiser. Tudo que estou dizendo é que posso ser seu melhor aliado ou seu pior inimigo. A decisão é sua.

  Antes que ela respondesse ou escolhesse avançar e acabar o serviço, um barulho atraiu a nossa atenção para a entrada do quarto. O som de palmas era causado justamente pelo motivo da discussão. Sim, o maldito Zabini.

   -Eu devo dizer que me sinto lisonjeado pelo casal vinte estar perdendo seu precioso tempo falando de mim.

  Enquanto ele estava focado em seu monólogo, alcancei minha varinha e a ergui defensivamente. Nem  acredito que estou pensando nisso, mas essa seria uma ótima hora para Halliwell aparecer.

  -Perdeu o sentido pela vida, Zabini? - provocou Granger se aproximando dele, provavelmente achando que teria sua vingança.

   -Ora Granger, está falando da sua pequena maldição? Acha que isso é realmente uma vantagem para você? Existe meios de evitar esse contratempo..Conjuctivus! - ele lançou a azaração e Granger só escapou devido ao escudo que conjurei - Malfoy, vai continuar se metendo mesmo? Só pretendo acertar os olhos, não é exatamente a parte do corpo dela que mais me interessa. Provavelmente nem a sua.

   Se não fosse o Voto eu já teria avançado em cima dele há muito tempo. Mas, de alguma forma, mesmo havendo ferido-o da última vez acredito que no fundo havia sido culpa dele, ou senão eu não teria sobrevivido. Porque daquela vez havia sido legítima defesa. Eu podia me defender, no entanto se provocasse a briga, não teria tanta sorte.

  E agora tinha mais um motivo que o habitual para continuar vivo.

  Mas, antes que Granger pudesse manipular Zabini ou que este fosse atacá-la, algo muito mais importante aconteceu. Metade da parede do quarto, sem nenhuma explicação plausível, explodiu lançando destroços por toda a parte, obrigando quem lá tivesse abaixasse e se protegesse.

 
Harry Pov

  Já era o segundo cômodo que eu checava que estava vazio. O último teria que estar ocupado.

  E realmente estava. Assim que ascendi a luz para iluminar o quarto e estuporar quem quer que lá tivesse, parei estático com o que vi.

  Porque enrolados em um lençol, estavam Wood e Gina.

  Não sei ao certo quando que virei um mero expectador da cena que acontecia ao meu redor. Minhas reações foram congeladas e tudo parecia acontecer em câmera lenta.O choque em seus rostos, o impulso de puxar os lençóis para cima - como se isso fosse ajudar a situação deles -, mas uma coisa era certa: ninguém estava mais paralisado que eu ali. Um momento de incredulidade mútua ocupou desconfortáveis segundos até que alguém quebrasse o silêncio.

  -Harry, não é o que parece.. - Gina balbuciou lentamente, claramente sem ideia do que dizer. Vestiu rapidamente sua camisola e começou a se levantar cautelosa.

  Se a situação fosse outra, estaria rindo da sua óbvia tentativa de ganhar tempo. Ela queria enganar quem com aquele discurso batido?

  -Não, com certeza é só uma ilusão da minha mente. Qual vai ser sua próxima desculpa? Por quanto tempo achou que podia me enganar? - a fúria dentro de mim era grande demais para que eu refletisse no que estava falando. Eu não queria refletir, eu não queria pensar.

  De fato, a única ação que me parecia apropriada no momento era acabar com a raça daquele merda. Não sei porque não havia surpresa, eu já sabia que isso ia acontecer. Mais cedo ou mais tarde,Wood ia conseguir o que queria, não importava quais meios se munisse para chegar ali. De qualquer forma, ele não fizera aquilo sozinho, houve uma grande participação dela. E era isso que me enfurecia mais.

  -Te enganar? - estava demorando para que o Wood começasse a falar, e junto de suas palavras vinha o insuportável tom de vitória - Que eu saiba, a Gina não assinou nenhum contrato de fidelidade com você, Potter.

  -Eu não sabia..eu não conseguia me lembrar...Hermione me fez esquecer...

  Frases desconexas e sem sentido tropeçavam de sua boca, mas eu não queria ouvir mais nada. Algo havia se quebrado e não havia conserto. Nenhuma palavra podia reparar o dano, ninguém conseguiria me convencer do contrário. Não senti um pingo de solidariedade com o que aconteceria com ela em seguida.

  Seria merecido.

  Um instinto bestial dentro de mim exigia vingança. Cobrava o preço da traição. Haveria uma dura consequência com o que acabara de acontecer ali. Teria que ter.

  Mas parece que minha vingança teria que esperar para ser cumprida. A parede do quarto foi destroçada em poucos segundos, liberando pedaços de madeira para todos os lados. Abaixei meu ombro protegendo a cabeça instintivamente e por segundos escuridão foi a única visão que conseguimos absorver.

  Depois, houver dor e gritos. Parecia que voltávamos ao tempos de Guerra. Quando ergui os olhos, franzi a testa duvidando do que enxergava. Montado em Nimbus, estava o irmão do homem que jurei morte, Olívio Wood.

  Certo, isso complicaria um pouco as coisas para o meu lado, mas nada que não pudesse ser contornado. Ergui minha varinha procurando pelo filho da puta. Poeira e fumaça atrapalhavam um pouco a visão, o que se tornava vantagem e desvantagem ao mesmo tempo. Por um lado, ele nem saberia que lado o atingiu, por outro seria um desafio para a mira.

  Caído em baixo da cama, eu o avistei. Nunca tive esse urge de sangue antes, mas nada podia me parar agora.

  -Avada Kedavra! - ordenei e no meio da fumaça, gritos foram ouvidos. Eu havia atingido o alvo e a balbúrdia foi feita. Pessoas andaram de um lado para o outro tentando se achar. Draco, Hermione e Halliwell surgiram ainda se deglandiando, mesmo que com a dificuldade de verem seus alvos.

  Mas eu consegui enxergar muito bem quando o inacreditável aconteceu. Ainda estirado sobre o chão, ao lado da cama, eu vi quando a mão de Wood se fechou em punhos. Seus olhos se abriram de repente e ele se virou em minha direção. Nem precisou me procurar, desconfiei que a maldição agisse como radar denunciando a identidade do atacante.

  -Mais sorte da próxima vez, Potter.

 

Gina Pov

  No meio da fumaça, dos raios cruzando o ar e das sombras que podiam pertencer a aliados ou inimigos; uma mão me puxou a seu encontro. Pensei em repeli esse toque, mas uma força invisível me puxou pelo umbigo. Eu conhecia aquela sensação. Estávamos sendo transportados por uma chave de portal. Meu corpo se chocou com força no chão. Ao erguer a cabeça percebi o contato com grama, massageando o lado que recebera todo o impacto.

  Agora restava abrir os olhos e ver quem havia me sequestrado.

  Alívio cruzou meus ossos quando reconheci Olívio Wood se levantando e oferecendo a mão para me levantar. Olhei em volta e reconheci mais dois corpos no chão, Eric e Hermione.

  -Eles desmaiaram? - perguntei franzindo a testa analisando a imobilidade dos dois.

  -Foram atingidos - Olívio explicou sacudindo os ombros, ainda com o excêntrico chapéu na mão que serviu de Chave - vem, vamos levá-los para dentro - ele indicou a casa de dois andares mais a frente.

  -Sua vizinhança não vai desconfiar? - perguntei olhando para os lados.

   -Eu não tenho vizinhança.

  Assenti ainda atônita pelos últimos acontecimentos e ergui a varinha para realizar a locomoção dos corpos.

  -Não use magia, acho que colocaram algum localizador em vocês. Provavelmente em todos nós - ele disse preocupado - eu levo Eric, ele é mais pesado.

  Concordei com a cabeça,ainda sem conseguir pensar numa resposta mais elaborada. Quando conseguimos chegar dentro da aconchegante casa que não era nem de longe cafona como a outra, joguei o corpo de Hermione sem muito capricho no sofá. Raiva borbulhava dentro de mim e a culpa era dela.

  Harry nunca me perdoaria. Eu percebi isso em seu tom vingativo. Minhas mãos tremeram involuntariamente refletindo sobre a possível consequência. Eu não queria pensar naquilo, mas estava estampado na minha frente que eu havia o perdido. Agora eu tinha a certeza que ele não voltaria atrás, sendo culpa de Hermione ou não.

  Até parece que ele acreditaria em algo que saísse de mim. Olhei para Eric também, ainda incerta de quais eram meus sentimentos por ele.

  Em sua defesa, ele realmente tentou resistir. De nenhuma forma, diria que se aproveitou. Mas também não acho que tenha se arrependido.

   Nem eu sei se realmente me arrependo por completo. Eu só sei que lamento ter sido descoberta daquela maneira. Mas não foi culpa minha, no fundo eu tinha alguma atração por Eric sim, sempre tive. A única coisa que me impedia levar isso a frente era justamente Harry.

   Será que se eu não tivesse sido descoberta, teria tanta culpa agora acumulada em minhas costas?

  -Vem.

  Uma voz me despertou desses pensamentos e quando me virei, dei de cara com Olívio oferecendo uma vassoura. Pisquei sem entender.

  -Eles foram nocauteados e vão demorar um tempo para acordarem. Estão fora de perigo, não se preocupe. É melhor esfriar um pouco a sua cabeça.

  Dei de ombros, parecia meio absurdo sair voando por aí no meio da madrugada de camisola. Mas eu não estava com o mínimo de sono e podia sentir cada nervo do meu corpo mergulhado em tensão. Talvez a noção de absurdo tenha virado um valor relativo.

   Dando uma última olhada para trás, segui Olívio em direção ao jardim para dar impulso com a vassoura e sentir o vento percorrer os cabelos.

   Quando alcancei uma altura considerável, fiquei um pouco parada observando as copas de árvore, parecendo bem menores agora. Queria que o mesmo acontecesse com meus problemas.

  -Vejo que se meteram em uma encrenca das grandes - comentou Olívio descontraído parando ao meu lado com a sua habilidade profissional.

  -Eu nem te agradeci por ter nos tirado de lá - fui logo dizendo em tom de desculpa.

  -Não precisa, quando meu irmão avisou pela carta eu já tinha ideia do que esperar. É claro que não esperava ver Harry tão pocesso.

  Meu peito se apertou ao ouvir seu nome.

  Ainda assim, eu não estava tão surpresa pela reação dele. Olívio conheceu o garoto, eu conheci o homem.

  -Você gosta do que faz, Gina? - ele perguntou me analisando, como se tentasse me distrair.

  -Você quer dizer, fugir por aí? - tentei me esconder da pergunta.

  -Não, quero dizer o que faz com meu irmão e os outros no Ministério.

  Desviei o olhar, tensa. Ele logo reparou no meu desconforto.

  -Ah, espera, essa é uma daquelas perguntas que você não está autorizada a responder? - Olívio indagou fazendo graça.

  -Sim, é uma delas - admiti me remexendo na vassoura.

  -Bom, o que quer que faça, espero que demonstre tanto talento quanto no vôo.

  Eu devo ter feito uma expressão de contrariedade, porque afinal até eu tinha que confessar: era péssima na Ala de Mistérios. Se tivessem que dar uma medalha para a pior funcionária de lá, eu já teria batido todos os recordes.

  -Ou pelo menos que goste de fazer - ele completou.

  Tentei me lembrar do que me fez entrar no Ministério, e não consegui recordar de nenhum motivo que parecesse forte o suficiente para ser citado em voz alta.

  Céus, por que eu escolhera aquilo?

  -Olha, se você trabalhava com meu irmão e com o Harry, então na certa estava dentro do Ministério. Nunca se perguntou se ele tenha sido o motivo para que você tentasse?

  -Mas eu nem sabia que Harry trabalhava lá! - contrapus, alarmada com aquela probabilidade.

  -Você não precisava saber. Quando lembra do Ministério e todos aqueles serviços ultra-secretos que não está autorizada a falar com ninguém - ele falou com uma voz mais grave me fazendo rir, alguns segundos depois estava sério novamente - quem você pensa, quem foi o tordo? Sim, foi ele. Às vezes nem foi algo consciente. Você nem percebia que estava fazendo isso.

  Por mais absurdo que aquilo parecia, aos poucos entrava na minha cabeça. Aos poucos fazia sentido.

  -Já pensou em ser psicólogo? - perguntei tentando sair do foco da conversa.

   - E trabalhar com os dois pés no chão? - ele replicou - lidar com loucos como você?

  Dei um tapa em seu ombro, que se não fosse profissional teria perdido controle da vassoura.

  Mas como era Olívio Wood, apenas riu da minha tentativa falha.

  -Você tem razão, eu não conheço mais o Harry - ele disse mais sério que se mostrara a conversa toda - e talvez ele tenha mudado.Talvez ele tenha se tornado uma pessoa completamente diferente da que conheci em Hogwarts. Mas isso não significa que você é obrigada a mudar também.

  -Eu não mudei - falei defensivamente.

  -Qual é, Gina - ele retrucou - você não é essa pessoa amarga, sei que não é. O jeito que você tenta se reprimir toda vez que estamos nos divertindo. Você tem direito a isso, sabe. Não é obrigada a ser arrastada para os problemas dele, te garanto que esse comportamente não vai ajudá-lo em nada. E mais importante que isso, não vai te ajudar.

  -O que quer dizer com isso? - perguntei impaciente, de braços cruzados. Eu não sei porque tinha colocado todas as minhas defesas a prova. Eu já estava tão acostumada a me armar diante do julgamento de outras pessoas que era difícil engolir o orgulho. Porém, Olívio não estava me criticando ou julgando.

  -Quero dizer que se o que você quer é jogar Quadribol. então jogue! Não é o trabalho mais seguro do mundo, tenho que avisar, apesar de valer a pena o risco.E se não for o que quer, então vire guarda-caça de Hogwarts, se junte as Esquisitonas, se inscreva para Ministra da Magia - nessa hora meu rosto líviso se contraiu pelo esforço de não rir - qualquer coisa é melhor que continuar num emprego por uma relação mal resolvida.

  -É tão estranho te ouvir dizendo tudo isso - admiti desarmada - é como se já me conhecesse.

  Agora Olívio tinha o semblante contraído, e quando sua voz saiu, estava quase solene.

  -Eu me conheço - ele disse com certa amargura - há alguns anos cometi o mesmo erro que o seu.

  -Você? - eu duvidei, tentando ver se não era uma brincadeira sua.

  -É tão difícil assim de acreditar? - ele disse sorrindo triste.

  -Bom, acho que posso falar por todos que era concesso geral que Quadribol sempre foi o seu ideal de emprego.

  -É, mas não foi bem assim depois que eu saí de Hogwarts. Eu até entrei num treinamento por alguns meses, mas então aconteceu. É engraçado como nunca esperamos essas coisas..-  ele suspirou e olhou para o céu antes de continuar - Até que ela se foi.

  Eu não precisava perguntar quem se tratava, tampouco a sua relação com a desconhecida. Tudo estava subentendido em seu tom de voz, em seu rosto. Até na sua expressão corporal fechada.

   -Você não precisa falar disso se não quiser - eu disse sem a mínima intenção de deixá-lo naquele lugar desconfortável. Eu também tivera minhas perdas e sabia o quão duro era falar sobre elas.

  -Não, eu quero - ele afirmou, balançando a cabeça - depois daquilo,
jurei fazer algo. Foi tão injusto ver acontecer com alguém que não merecia que achei que então eu tinha o dever de agir. Por ela.

  Concordei com a cabeça, deixando que ele visse que eu estava atenta a sua história.

  -Você não vai acreditar no tipo de pessoas que encontrei no ramo de Matador de Aluguel. Alguns ainda estudavam em Hogwarts e trabalhavam nas férias. Outros mantinham diversos empregos para se acobertar pelo véu da "normalidade". Contudo, eu fui percebendo um padrão em todos eles, e me incluo nessa. Todos nós estávamos em busca de algo.

  -Adrenalina? - perguntei tentando aliviar o clima, mas não consegui arrancar mais que um sorriso fraco de Olívio.

  -Não, vingança. Sangue. O mais pertubado que encontrei estudou com Harry, aliás.

  -Quem era? - perguntei curiosa.

  -Blaise Zabini. Foi abusado pelo pai durante toda a infância, aquilo não era exatamente segredo ali. Todos sabiam os podres dos outros. Aquilo destruiu Zabini, se o alvo dele fosse mulher, eu sinceramente sentia pena pelos últimos momentos dela.

  Eu nem tinha forças para falar. O tempo todo, tão perto de nós, e eu nem tinha ideia.

  -Zabini era..

  -Ah, não. Ele ainda é, se não tiver morrido. Infernizando a vida de alguma coitada por aí. Depois que matou o próprio pai, pouca sanidade lhe restou. Não que algum dia ele tivesse muita - ele soltou outro suspiro pesado e esse fui obrigada a compartilhar, ainda que por motivos totalmente diferentes  - Zabini foi um dos motivos para eu me libertar daquela prisão de emprego.

  -Por que, ele chegou a tentar fazer alguma coisa? - eu perguntei assustada.

  -Ele não seria idiota o suficiente, e além disso posso te garantir que não faço o tipo dele. Eu só não queria me tornar ele daqui alguns anos. Alguém sem nenhum escrúpulo. E quanto mais eu me dedicava ao trabalho, mais me afastava do homem que Annie havia se apaixonado. E foi aí que passei a me perguntar: o que ela diria se pudesse me ver? Ah, eu não queria saber essa resposta, apesar de estar gritando em minha cabeça. Eu a havia decepcionado, assim como havia me decepcionado. Se você quer vingar uma pessoa que morreu, não mate.

  -Você vai estar respondendo morte com morte, fogo com fogo só causa um incêndio.

  -Exato. Se quiser vingar alguém que já foi, viva. Viva intensamente, é o melhor que pode fazer por eles.

  Assenti, me sentindo pesada com aquela história. Nunca podia imaginar algo assim vindo de Zabini. Ele sempre parecera tão..neutro.

  Bem, tão neutro quanto um assassino de aluguel pode ser.

  -Você deve estar cansada, vamos - Olívio me chamou pousando na grama com muito mais agilidade que teria um dia.

  Hermione e Eric ainda não tinham acordado e fui levada até o quarto de hóspedes, imensamente grata a Olívio. Olhei para a cama com vontade de me deitar lá e nunca mais sair.

  Contudo, eu ainda tinha que tirar os resquísios daquela noite do meu corpo. A água escorria pelo meu corpo levando junto parte da tensão em meus ombros, mas toda a culpa continuava lá. Tremendo de frio, corri até a cama, sem buscar ver as horas. Pelo céu, em breve iria amanhecer, mas nada daquilo importava agora. O que quer façamos daqui para frente podia esperar algumas horas.

   E eu deixaria para amanhã qualquer acerto de contas, pedido de desculpas ou discussão. Eu já tivera pesadelos demais por uma noite só, agora eu só queria o vazio da inconsciência.

 

N/A:Aqui está, pessoal! Quem quiser a NC, avisa que posso fazer um flashback da Gina. Como sei que ninguém é fã do casal, não coloquei.

Desculpem a demora, esse ano está sendo um constante aprendizado sobre eu mesma. Espero cumprir o tão sonhado prazo de duas semanas! O capítulo não está betado, dentro de uma ou duas semanas, chega! Bom que dá mais tempo de eu escrever bastante! :)

Resposta aos comentários:

*Lana Sodré: Bom, acho que podemos dizer que Eric realmente se vingou, mas como nada disso foi planejado por ele, eu presumo que ele encontrará um outro jeito de acertar as contas quando a hora chegar. Mione ainda está muito fora da realidade para ter culpa, Como Eric sabia do segredo dela é algo que você vai descobrir no próximo capítulo. E já deu para saber qual o objeto, né? Harry ficou chateado com a armação de Hermione, mas outra coisa serviu para apagar isso momentaneamente de sua mente, né? Também gosto de muito conversar com você, mas infelizmente ando entrando mais no facebook que no msn. Brigada por sempre passar aqui, espero que goste. Beijooo

*Jade Moreira: Eba, leitora nova! Espero que continue curtindo a história e dando a sua opinião! :)

*annalimaa_: Draco está tentando salvar a "Granger" de qualquer maneira. Até ele tem valores importantes. Esse capítulo ficou menor, pelos motivos que já expliquei, mas ele também nos dá mais informações. E aí, mudou sua opinião em relação ao Zabini agora que tem um dossiê quase completo em mãos?

*leleu_mione: Esse aposto que não demorou dois dias, muito foi cortado do capítulo porque não faria sentido entrar agora. Teve cena Hermione e Draco, mas ela estava muito pocessa para de fato aproveitar. O efeito colateral foi apenas um detalhe, se formos considerar tudo que vocês descobriram. É, Mione enloqueceu de vez, mas -SPOILER - no próximo ela vai melhorar um pouco. Até porque perderia a graça fazer ela dona do mundo pelo resto da história, tem que haver uma fraqueza, algo humano ou nem voês, nem eu vamos poder nos identificar. Brigada por ser uma leitora tão fiel, depois quero saber o que achou!Beijoo

*Nana-moraes Malfoy: Adoro a sua fic, então sempre é bom ver o comentário de uma escritora tão competente por aqui. Sim, você estava certa, Harry não comprou a história de Hermione ainda que não tenha se mantido completamente indiferente. Continue acompanhando, beijoo!

*Julia Rodrigues: Estou continuando, não vou desistir dessa fic. Pretendo acabar ainda no primeiro semestre do ano que vem. Brigada pelos elogios e espero que continue a me acompanhar. Beijjoo

*Brenda Chaia: Minha linda EGO! Poxa, queria te ver no Rio. O que houve, não pôde vir? Realmente, você acertou o lance do aborto. Ninguém pensou nisso além de você, Sherlock. Brigada pela força, beijoo!

*MRC: Quem dera se o Draco pudesse acabar realmente com a raça do Zabini, né. Hahahah você vai descobrir depois exatamente como o Eric descobriu, tenho a cena preparada. Perseguição eu vou deixar para o próximo, ok? Espero que continue curtindo, beijoo!

*Jaque Granger Malfoy: Ahh que linda você, sempre me mimando com esses elogios todos! Esse demorou bem mais, muitas pontas soltas para serem coladas antes que seja tarde demais. A cena do estupro está pouco detalhada, mas vem muitos detalhes por aí..hehehe Se gosta do tema desse deturpado triângulo amoroso, vai amar a fic e a segunda temporada, se houver. O que a Halliwell falou, foi do fato de Harry mentir..mas sabia que isso deixaria uma pulga atrás da orelha da Gina..e da sua também! Enfim, espero que continue comentando sempre, muito obrigada pelo seu incentivo!

*Tatah Weasley: Aqui está o capítulo, espero que não tenha ficado muito ansiosa  ah, e brigada pelo comentário, espero ler mais seus por aqui!

*Alice Absolut: O Eric se deu mal...e depois se deu bem...daqui a pouco vai se dar mal de novo hahaha e desculpe pela demora, tenho que melhorar isso mesmo. Beijoo!

*Alana_miguxa: Eu também ia adorar cumprir essa meta hahaha o Harry DEFINITIVAMENTE se deu mal nesse capítulo. Depois dessa, ele está quitado de toda e qualquer atitude. Ah, espero mesmo que esteja gostando da fic, mesmo com os atrasos. Beijoo!

*Ariane: Ahh brigadaaa! Eu não acho que seja tão boa assim, mas sempre é legal ser mimada com elogios hehehe sim, foi como vc falou.a relação dramione é gradual, sempre foi para ser assim, baby steps. Adorando seus coments, a espera de mais!

*Landa MS: O segredo da Mione foi uma das grandes surpresas da fic hahaha o capítulo não é tão grande assim, mas sabe como funciona as coisas..sim, como o Draco anda heróico ultimamente..pena que isso vai mudar.hahaha MUITO obrigada pelos coments, vc sabe o quanto admiro seu trabalho e sua escrita! A gente se vê, tanto nas suas como nas minhas! Beijoo

*The Daily Doll: O Eric sabe sim, mas como isso são outros 500 e por isso, vocês terão que esperar mais um tempinho...hehehe bom, não..eu me referia ao que aconteceu na disputa de Zabini e Draco.. o que vc veio a descobrir neste. Mas, é sempre bom ressaltar que a traição de Zabini com Halliwell foi o motivo do afastamento dos dois. Traição não é algo fácil para Draco perdoar, ele tem motivos aliás. Siim, chantagem! Hermione é esperta. Os efeitos estão aí, foi como esperou? Eu não esqueci das cicatrizes, mas tudo a seu tempo..Zabini é um quebra-cabeça complicado que vocês vão aprender a compreender. Sim, eles estão revezando pelo posto de mais louco. Ahh que fofa kiki, brigada pelo coment gigante!

*nataaalia: A Gina será a penúltima a ser atingida pela profecia e essa é a maior dica que posso te dar em relação a qualquer coisa que vem pela frente. Quem souber interpretar essa frase, vai sacar o grande X da fic. O grande segredo. A intenção de Gina vai ser explicado ao mesmo tempo que a última pessoa vai ser afetado pela profecia. Muito suspense: hahahaha espero que continue gostando! Beijoo

É isso, pessoal!

Eu não sou a Globo, mas a gente se vê por aqui :)

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Comentários: 7

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Enviado por annalimaa_ em 05/10/2012

Sem vida só consegui ler agora, mas em resposta conceitos são feitos para serem quebrados, o do Zabini foi, nada justifica o que ele fez, todos tem uma escolha a dele foi essa.Todos eles foram corrompido de alguma forma, o poder corrompe e seduz.Perder o controle em uma situação dessas é muito fácil.Eric está descontrolado, mas Halliwell não fez esse feitiço a toa, ele tem algum significado.Só pode ser muita inocência de Gin em pensar que Mione se arriscou por um pergaminho de osso quebrado.O filho não era de Ron, e Zabini sabia.Essa não é a Hemione, ela nunca faria essas coisas.Draco a quer a salvo de Zabini, mas ela é um perigo pra si mesma e ele sabe disso.é dificil acreditar que quem pensamos que conheciamos po anos não é exatamente essa pessoa.Só espero que o que Hermione está fazendo seja único e exclusivamente por conta da profecia, coisa que começo a desconfiar que não seja.Ela pode rastrear sua memória??Gin sabe que não está certo isso de sentir o vazio.Cara a Hermione é doentia, ela está usando o fato de Eric gostar da Gin pra manipular os dois.O pior que ele estava fazendo o que era certo, ele não estava se aproveitando dela, mas ele é homem, e ela provocou, não o condeno por isso, nem ela vai poder porque ele tentou impedir.No momento em que eles estiverem livre do Voto nem o inferno será longe o bastante pra Zabini se esconder.Eu sei que você deve estar manipulando nossos pensamentos, mas pra mim a história mudou totalmente, Hermione se perdeu por enquanto.Não sei pelo que ela passou, mas nada justifica o que ela fez e está fazendo.Ela disse uma coisa que eu sempre pensei, Draco passa uma imagem diferente do que realmente é, ele quer se passar por mal, mas no fundo é uma boa pessoa, ele sempre tenta salvá-la.Retiro o que disse, é só Harry aparecer que Eric volta a ser o mesmo idiota de sempre.Hermione estava bem até entrar no quarto, Eric também.Eu sei que eu não deveria estar fazendo isso já que eu sempre estou errada a respeito das pessoas, mas Olívio está sendo o mais são da história e o mais amigo, mas o que não entendo é o que levaria ele a ajudar Eric, eu sei que são irmãos, mas o que ele fez vai além disso.OMG OMG OMG não sei o que mais me pegou, Olívia ser matador de aluguel ou Zbini ser abusado.Beijos até o próximo, Ana.

Nota: 5

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Enviado por Uma filha de Netuno em 01/10/2012

Sua fic é maravilhosa, estou amando. Estou esperando o prosimo capitulo, que promete

Nota: 5

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Enviado por the em 01/10/2012

tipo. eu queria uma Nc Dramione kkk

Nota: 1

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Enviado por Brenda Chaia em 30/09/2012

Eu fui pro Rio, mas como vc não me respondeu mais...

Saudades q tava disso aqui.. e que históia empolgante! Hermione do mal........

Zabine um louco!

Me chamar de Sherlock?! AAAAAAA isso é mais que um elogio.. lindo! Obrigada!! 

Nota: 5

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Enviado por Spencer Cavanaugh em 30/09/2012

Menina os capitulos me intrigam mais e mais. Demorei um pouco pra ler e responder porque tô fazendo um curso que me toma quase o dia todo e eu só tenho a manhã pra ler, ai esperei o fim de semana chegar porque ai tenho mais tempo \O/  a Mione está demais em ? Nossa ela apagou a memoria da Gina e isso já causou uns probleminhas serios para a ruiva. Eu fiquei roendo as unhas aqui entre as indiretas do Zabini e do Draco, acho que tudo entre os dois vai ficar cada vez mais serio. Fiquei chocada aqui com o segredo da Mione, agora não entendo porque guardar o pergaminho do procedimento, será que ela quer lembrar sempre do que ele fez com ela para se vingar depois ? Ou nossa, nem tenho ideia do porque de guardar algo que a faz lembrar de algo ruim. Gina foi boba com relação ao lance da Mione. Agora acho que quando ela descobrir vai ficar desolada também. No capitulo a Gina foi a mais sensata, porque os outros dois parecem quanto mais o tempo passa mais eles piram. Espero que a Mione pare de usar a maldição ou ela vai pirar ainda mais.
Halliwell   sabe é de coisa, acho que ela vai se tornar mais perigosa ainda quando os outros estiverem juntos e sob a "proteção" de Harry. E acho que ela vai tentar pegar as maldições para ela. Agora o lance do Harry ter pego a Gina e o Eric....Fiquei passada O.O sobre a conversa da Gina com o Olivio eu amei, ele é bem inteligene e experiente acho que enquanto ele estiver com o grupo não vai deixar - ou pelo menos vai tentar  - que eles façam menos besteira e usem menos a maldição.

O Eric "se vingou" do Harry, mas vai acabar se ferrando porque a Gina teve a memoria roubada e a Mione sabia disso,  agora talvez a Gina fiquei muito irritada com os dois durante um bom tempo e a Mione tem que voltar a ser logo quem ela era o a chapa vai esquentar...Eu ainda não faço a Minima ideia de como o Eric sabe do segredo da Mione, nossa ele deve ter investigado muito ou entrado na mente dela - acho mais provavel essa ultima ai kkk - Ahhh flr eu curto muito conversar com vocÊ também, e também tô entrando pouco no msn  - pra ser mais sincera nem tô entrando mais, as vezes no face, mas o curso não dá mais tempo :/
Bem espero conversar contigo em breve *-*
beijoos

Nota: 5

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Enviado por The Daily Doll em 26/09/2012

Segunda lugar é bom, melhor que da última vez rsrs.

Eu fico meio intrigada sabs, porque o capítulo é tão grandes, mas no final das contas quando eu faço uma recaptulagem, eu noto que só sepassaram +ou- 24 horas. Parece que faz tanto tempo que fugiram, mas não faz nem uma semana, tenho certeza rsrs.

Eeeee o tarado do Zabinni quer porque quer terminar o que começou e pegar Hermione neh, e eu não gosto quando ela surta não rsrs, mas por um lado foi até bom ela fazer Gina esquecer o Harry, porque assim ela repensa melhor sobre os sentimentos dela, e se ela só estiver obssecada? Apesar de que Eric não uma escolha aceitável pra substituir Harry, e o Menino-que-Sempre-Sobrevive ta P da vida agora tbm neh, sede de sangue kkkkk

E eu adoro esse Draco neh, super fofo e super protetor ao jeito dele, mas é muito lindo, pena que a Hermione ta surtada e não ta apreciando. Eu jurava que eles iam se agarrar quando ele entrou no quarto, mas não, foram duelar ¬¬ eles não sabem tirar proveito dos momentos juntos.

E adorei o bate-papo no final. Uma maneira sutil d dizer q Gina precisa mudar d emprego, coisa q todo mundo sabia e só ela ñ keria aceitar. E tbm deu um toque de umas tendências comportamentais que nem ela tava notando, eu gosti. E o melhor, quando ele falou sobre a amada perdida eu fiz: "que amada? ele casou?" Eu tenho que reler algumas coisas rsrs.

Mas adorei o capítulo, mas ainda fico desconfiada sobre essa aliança dos burros com os jumentos rsrs, e desgostosa com a Hermione surtada, eu preferia quando o surtado era o Eric rsrs.

Arrazou como sempre miga. Saudades de você. Bêjuxs =* e até o próximo capítulo, que se Merlim quiser, não vai demorar rsrs.

Nota: 5

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Enviado por H. Granger Malfoy em 26/09/2012

Com essa sua resposta voce so conseguiu atiçar a minha curiosidade!!!! Sera que tem alguem que tem o poder das tres maldicoes juntas?? Estou realmente curiosaaa!!! hahhaha 

Nota: 5

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