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ATENÇÃO: Esta fic pode conter linguagem e conteúdo inapropriados para menores de idade então o leitor está concordando com os termos descritos.

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7. Cético


Fic: Síndrome de Estocolmo ::Dramione::CAP NOVO ON


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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7.Cético
" Confiança realmente tem que ser merecida e você acaba de perder a minha.”
- Draco Malfoy

Hermione Pov

Nem tive tempo para lamentar a morte da vendedora da loja. Gina passou por mim, completamente transtornada, caminhando em direção a rua. Queria checar se havia testemunhas, câmeras de vídeo ou qualquer outra prova que pudesse nos delatar. Essa seria a atitude mais racional no momento. Contudo, eu já sabia o que Gina era capaz de fazer e não achava que ninguém estava seguro tendo ela perambulando pelas ruas naquele estado.

– Para onde ela está indo agora? – perguntou Eric e não me virei para encará-lo.

Sim, eu admito: estava com medo. Francamente, alguém pode me culpar por isso?
Tinha a convicção de que se eu encarasse aqueles olhos antes tão confiáveis, talvez em um segundo desavisado, essa poderia ser a última coisa que faria. Isso apavora qualquer um.

Por sorte não foi difícil encontrar Gina. Ela estava parada no beco sem saída mais próximo. Seu rosto voltado para baixo e escondido pelo cabelo, me confundiu e por um instante achei que ela estivesse chorando. Foi só quando ela ergueu a cabeça que percebi que estava se recompondo.


– O que foi que acabei de fazer? –  questionou desolada e meus ombros se afundaram, como se eu soubesse a resposta.

– Não foi você, foi a Profecia – eu disse. Obviamente, só buscando aliviar sua consciência.

– Então por que me senti tão bem fazendo? – perguntou.

Ainda não tenho certeza se Gina falava comigo ou consigo mesma.

– Não há como saber ainda – replicou Eric se aproximando de nós, andando casualmente demais para quem havia acabado de aniquilar alguém.

Não havia me esquecido da minha reação naquele velho armazém, percebendo que a de Eric se mostrava completamente diferente. Será que tudo era efeito da profecia ou não era a primeira vez que matava alguém? Pela sua expressão, deduzi que ele não era novato naquela área.


– Temos que voltar, alguém pode desconfiar que há algo de errado e essa é a última coisa que precisamos – eu os lembrei e Gina bufou, sacudindo os ombros.


– No entanto, tem algo de muito errado acontecendo, Hermione – falou impaciente – Então qual a diferença se alguém desconfiar do óbvio?

– A diferença é que a partir do momento que usamos as maldições dentro de nós, somos considerados criminosos – replicou Eric tenso – Você torturou uma pessoa, enquanto eu matei duas. Sejamos honestos, é questão de tempo para Mione ir pelo mesmo caminho.


Não gostei do que ele disse. Afinal, eu estava demonstrando mais autocontrole que aqueles dois juntos. Não seria questão de tempo para que me descontrolasse porque eu nunca permitira que fosse tão longe.

– Fale apenas por você, Eric – retruquei aborrecida, porém ainda sem encará-lo – De qualquer forma, temos que voltar antes que dêem por falta.

– Eu não posso voltar para lá – anunciou Eric fechando a cara – vocês ouviram o que o menino-de-ouro falou. Tecnicamente, eu já era um criminoso antes mesmo de pisar naquela loja.

Gina franziu a testa ao identificar o desprezo na forma que ele se referiu a Harry, era raro que Eric o ofendesse perto dela.

– Ele estava com a cabeça quente – tentei convencê-lo – e além do mais, será mil vezes pior se você decidir fugir.

– Ela tem razão – reforçou Gina.

Eric mesmo contrariado fez o curto percurso de volta ao Ministério indo na frente. Durante o caminho, ninguém ousou falar nada, ainda tínhamos muito para processar.

Chegando à seção andei tranquila e Eric liberou a dianteira para que eu abrisse a porta. A imagem posta diante de mim foi o suficiente para que eu a fechasse, e empurrasse os dois para a parede, impedindo a entrada.
– O que houve? – Gina sussurrou assustada.

Eu virei a cabeça para trás, apenas para certificar que o que vira não era mera imaginação.

– Temos que sair daqui – avisei com urgência na voz.

Passos atrás de mim anunciava que a proximidade do perigo estava aumentando cada vez mais. Sem ter tempo para pensar em nenhuma consequência, lancei-me para as escadas pulando os degraus na pressa de ser mais rápida que as pessoas de dentro da seção. Eric e Gina pelo visto entenderam o recado, pois já estavam ao meu lado correndo desesperadamente.

Assim que saímos do bloqueio de aparatação, agarrei suas mãos e pensei em casa. Paramos na minha soleira, ofegando pela corrida coroada pela sensação incômoda da aparatação.

– O que foi que você viu? – Eric foi o primeiro a recuperar fôlego e o último a entrar em casa.

– O inacreditável. – respondi fechando a porta rapidamente – Halliwell trocando um aperto de mãos com Malfoy e Harry devia estar de acordo com tudo porque estava do seu lado. Zabini também estava lá, entre os dois.

Os olhos de Gina cresceram em espanto.

– E o que isso significa? – quis saber.

– Que estamos ferrados, simplesmente isso.

Gina Pov
Por mais confortável que seja a poltrona de Mione, ela não era capaz de absorver a tensão acumulada em minhas costas. Eric andava de um lado para o outro, tentando montar alguma estratégia, embora eu estivesse começando a desconfiar que nem o estrategista mais talentoso do mundo seria capaz de criar um plano para aquela situação.

Estávamos presos numa teia de mentiras e os culpados eram aqueles dois. Eu nem tive a oportunidade de mudar o meu próprio destino. Se eu soubesse talvez tudo pudesse ter corrido de forma diferente.

- Precisamos de um esconderijo - ele falou atestando o óbvio.

– Sendo assim, minha casa não vai servir. O próprio Malfoy sabe o caminho dela –disse Hermione em tom de pouco caso, só depois se dando conta da besteira que tinha deixado escapar - Quero dizer, para uma missão - ela tentou se consertar.


Duvido que Eric tenha acreditado na história, mas nada disse para constrangê-la. Eu também me mantive calada, não por consideração a ela. Até porque no momento achava que segundos de embaraço era pouco para o que Hermione fizera.
Acontece que, pela primeira vez na vida, eu estava mais preocupada com a minha própria pele.


– A minha também está descartada, Harry e Malfoy também sabem o endereço - fui logo falando.

- Nesse caso - começou Eric parando de circular compulsivamente pela sala e se virando decidido para nós - junte seus pertences, Hermione. Vamos para a minha casa.


– Eric, espere - disse eu me levantando - tem certeza que essa é uma boa ideia? Não deve ser muito difícil para Harry e Malfoy acharem o endereço da sua casa na sua ficha de trabalho- o lembrei.

– Tudo que eles vão achar é um endereço falso - ele contestou sorrindo, feliz por estar passos a frente.

– Mas por que você deu um endereço falso quando se inscreveu para trabalhar lá? - questionou Hermione, cruzando os braços.

– Apenas por precaução - explicou Eric sacudindo os ombros.

Franzi a testa, não levando muita fé em suas palavras, entretanto preferindo não contrariá-lo. Não seria lá muito inteligente de minha parte fazer isso, levando em conta sua maldição.

Não quando há pouco tempo eu havia engolido meu orgulho e minha vontade para defender Harry. Se um dia ele iria descobrir minha real intenção na Ala de Mistérios, eu não tinha como saber, no entanto valia a pena o sacrifício.


Hermione já tinha corrido ao seu quarto. Segui em direção ao cômodo para encontrá-la agarrando tudo que possuía de essencial e jogando na mala em cima da cama. Apressei-me em ajudá-la tendo Eric como mero expectador. Quando acabamos de lutar contra o zíper da mala, que havia tido seu interior expandido magicamente, Hermione enfeitiçou-a de modo a ficar do tamanho de uma carteira de mão, a qual ela segurou com as mãos levemente trêmulas.


A adrenalina irradiava pelos meus músculos deixando meus sentidos ainda mais aguçados desde a profecia. A sensação era poderosa, porém não tive tempo de me ater a ela porque puxando meu braço para fora de sua casa, Hermione nos levou para a soleira da minha própria casa. Eric, por sua vez, segurava minha mão livre.


Ao encarar o corredor pacato e sem graça do meu andar recordei quando há poucos dias, Eric me pregara um susto exatamente ali, onde eu mantinha meus pés agora. Não havia muito tempo, era verdade, no entanto parecia que um século se passara até então.


– Vamos, não temos tempo a perder - disse Hermione escancarando a porta com o útil Bombarda.
 

Às vezes eu me esquecia como ela conhecia a minha casa melhor que eu mesma. Tantas noites tranquilas nós havíamos passado assistindo televisão - sim, eu havia me rendido àquela invenção trouxa - ou simplesmente conversando sobre os supostos grandes problemas que achávamos ter. Éramos felizes e mal sabíamos.


Enquanto seguíamos para o quarto, Eric consertava a porta de entrada e eu já empilhava meia dúzia de roupas na primeira mochila que encontrei pelo caminho.

Hermione fazia o semelhante com outra. Sem aviso e repentinamente, Eric entrou no quarto batendo a porta. Algo na forma apressada de seus movimentos denunciou “perigo” em meu radar.

– Temos companhia - ele falou trancando a porta com todos os feitiços que conhecia para tal feito. Na minha opinião, ele podia colocar até um hipogrifo de guarda e ainda assim isso não impediria que nossos visitantes entrassem se tivessem a intenção. Pelo barulho que eles faziam pressionando a madeira que compunha a minha porta, estava mais do que claro suas intenções.

– Não pode ser, temos que aparatar - disse Hermione transfigurando minhas duas mochilas amarrotadas em dois porta-níqueis, os quais ele guardou no bolso de sua calça jeans. Magia e suas praticidades. Infelizmente nada a mesma podia fazer por nós naquele momento. 

– Não há como. Há um bloqueio de aparatação aqui e não pode ser quebrado nem mesmo por mim que sou a dona da casa - eu falei amaldiçoando o segundo em que havia contratado tal serviço mágico.

– Você não tem vassouras? - Eric perguntou nervoso com as batidas cada vez mais intensas na porta.

– Não, desde que deixei Hogwarts - respondi frustrada.

Hermione abriu as cortinas da janela, abrindo-as e avaliando a altura do décimo quinto andar - que é onde eu morava - até a rua lá embaixo.


– Você não pode estar pensando nisso - sibilei - Hermione, você enlouqueceu? 

– Sabemos que estão aí dentro, abram a porta!


Aquela voz por trás da madeira era de Harry. Todavia, a porta não era a única barreira que se colocara entre nós, eram barreiras poderosas demais para que eu as derrubasse.

– Não temos escolha - disse Hermione escancarando as janelas, numa posição que induzia que ela pularia a qualquer instante - Pense um pouco, há alguns metros, o bloqueio de aparatação vai cessar e então daremos o fora daqui.

– E se não for? - Eric contestou - e se o bloqueio for mais intenso que prevíamos? Está realmente disposta a perder a vida por causa disso?

– Escutem, Halliwell está do outro lado daquela porta. Ela encontrou seu jeito de manipular todos nós e o que eu sei é que não vou me entregar. Se ficarmos aqui, morreremos de qualquer maneira!

Adoro o ponto de vista otimista dela.


– Não, o risco é muito grande! - me neguei afastando da porta e consequentemente ficando mais próxima da janela - Acharemos outro jeito.

– Acontece que não há outro jeito! Daremos as mãos e nossas chances serão triplicadas, se um não conseguir os outros dois ainda podem tentar aparatar. Agora, se decidirmos enfrentarmos eles há um risco ainda maior de ferirmos alguém inocente, de ferirmos a nós mesmos.


Completamente encurralada, me vi estendendo uma mão para Hermione e a outra sendo amparada por Eric que a apertou em demonstração de apoio.

Finalmente, a porta cedeu e a imagem por trás não nos decepcionou. Eles estavam juntos: Harry, Malfoy, Halliwell e Zabini. As varinhas ameaçadoramente apontadas para nós.


A presença deles foi o meu maior estímulo para deixar-me ser levada para uma apavorante queda livre. Foi breve e aterrador. Meus cabelos subiram pela força do vento, assim como meus olhos lacrimejaram. Parecia que eu havia deixado uma parte de mim metros acima, tamanha tensão na boca do estômago, meu corpo indicava que tinha esquecido parte de si para trás. O asfalto, cada vez mais próximo, prometendo uma morte rápida, contudo dolorosa.

Antes que o choque abalasse sobre meu corpo, fui puxada pelo umbigo para uma viagem tortuosa e vertiginosa para a fachada de uma construção irregular e desconhecida. Lembrava a casa da avó de uma tal Gorrinho Vermelho - Hermione e seus contos trouxas - e mesmo que eu nunca tivesse visto uma figura sequer da mesma, era exatamente assim que eu imaginava.

Os tijolos eram de um tom cobre discreto, o telhado possuía um formato esquisito do qual eu ainda não tinha opinião formada. Visualmente falando, a construção era tão incomum que não conseguia expressar nenhuma noção de harmonia. Perguntei-me se a intenção da casa era confundir os visitantes indesejados. Não que parecesse macabra, mas se eu tivesse escolha, teria optado recorrer a um outro local, um mais normal.

– É diferente - comentei com um sorriso amarelo.

– Não precisa mentir, você odiou - falou Eric sorrindo tranquilamente. Juntei as sobrancelhas, intrigada.


Era impressão minha ou esse diálogo parecia extremamente familiar?


Caminhamos cambaleantes para a entrada. Assim que pisou no interior de sua casa, tão excêntrica quanto a sua fachada, Hermione comentou ao dono:

– Lembra quando eu falei que seria mil vezes pior se você decidisse fugir? 

– Claro que lembro, mas por quê? – Eric respondeu confuso aonde Mione pretendia chegar. Para ser sincera, também não estava entendendo. 

Ela suspirou deixando seu corpo deslizar pela parede rústica de pedra até chegar ao chão.

– Bons tempos.

Harry Pov

Não pude acreditar no que meus olhos viam quando assisti os três de mãos dadas pulando pela janela. Eles queriam se matar?

Precipitei-me para ver que antes que eles chegassem ao asfalto, a dezenas de metros, o familiar barulho de aparatação foi ouvido e eles desaparecem diante de nós para um destino desconhecido.

- Eles são loucos? – exclamou Zabini tão tenso quanto eu. O motivo, eu não fazia ideia.

-Havia bloqueio de aparatação, pelo visto seus amigos não buscavam oferecer-nos uma recepção calorosa - comentou Halliwell avaliando o armário da Gina revirado e bagunçado -Eles pretendem se esconder por um tempo.

Apesar de eu não estar muito feliz com essa associação recém-formada, tinha que admitir que com Halliwell do nosso lado estaríamos sempre passos a frente.

- Provavelmente na casa do Wood, já que o endereço que ele nos deu é falso - disse Draco andando pelo quarto tentando provavelmente achar algum detalhe que fosse fazer a diferença mais tarde -  não vamos nos esquecer, Halliwell, que fomos interrompidos.

Apesar dela não gostar muito daquilo, caminhou a passos firmes para Draco, se ajoelhou e uniu-se a mão direita com a dele de forma resignada. Zabini se colocou entre os dois, a ponta de sua varinha sobre a união das mãos.

-Você, Alyssa Halliwell, não tentará ferir intencionalmente Hermione Granger, Gina Weasley e Eric Wood? - disse Draco a encarando seriamente.

- Não tentarei - ela respondeu e a familiar língua-de-fogo saiu da varinha de Zabini envolvendo as mãos.

- E não os matará ainda que sua própria vida esteja em jogo? - continuou Draco.

- Não matarei - Halliwell respondeu fazendo que uma segunda língua-de-fogo circundasse as mãos de ambos, se fechando e selando o Voto Perpétuo.

O processo foi repetido por um relutante Zabini, depois daquilo eu já estava mais aliviado por garantir a segurança das meninas, mesmo que para isso também tivesse que proteger Wood.

- Em troca desse acordo, temos nossa condição, não se esqueçam. Afinal, também precisamos de segurança - Halliwell lembrou assim que Zabini se ergueu, pálido e contrariado.

- Não esquecemos dela - eu disse, pondo-me de joelhos para fazer meu próprio Voto, e Halliwell estendeu sua mão direita.

- Você, Harry Potter, nos protegerá mesmo que a sua própria vida esteja em jogo? - recitou Zabini.

- Protegerei - respondi, inconsciente do erro que cometia.

- E não nos matará, mesmo que com isso esteja protegendo Hermione Granger, Gina Weasley e Eric Wood?

- Não matarei - jurei, sentindo uma quentura em minha mão, envolvendo a ponta dos meus dedos aos de Halliwell.

Draco fez o mesmo Voto que eu, e ao se levantar, trocou um olhar tenso comigo. Ele também devia estar se perguntando se aquilo iria nos ajudar afinal.

Halliwell nos encarou satisfeita.

- Bem, está feito. Acho que agora somos realmente uma aliança - ela disse saindo do quarto de Gina, e seguindo para o corredor.

Antes de segui-la, lancei um último olhar para o cômodo questionando onde a dona do mesmo estaria naquele momento. Draco me apressou, e me juntei ao resto do grupo. Assim, o que parecia uma boa ideia tornou-se mais um problema a ser acrescentado na nossa lista.

Hermione Pov

- Ela provavelmente vai usar como argumentos que somos perigosos.

Estávamos já devidamente acomodadas na excêntrica casa de Eric, agora discutíamos a estranha aliança formada. O papel da mesma permanecia desconhecido, a participação de Harry e Malfoy nos garantia que não era inimigos declarados, mas a presença de Halliwell não nos inspirava confiança.

Eric com a mente estrategista que tinha tentava adivinhar o que acontecia, enquanto eu e Gina nos esforçávamos para acompanhá-lo.

– Francamente, quem pode culpá-los por acreditar na Halliwell? - suspirou Gina com os cotovelos apoiados na mesa de mogno - desde a profecia, não me reconheço mais. Talvez precisemos de ajuda.

–Acontece que Halliwell nunca exatamente estendeu a mão para nós - eu a lembrei - E ninguém sabe o que vocês fizeram hoje, então só podemos supor que o que os convenceu a se juntarem a ela foi outra coisa.

– A própria profecia já seria estímulo suficiente, se é que eles já sabem disso também - disse Eric andando de um lado como um animal enjaulado - Independente de Halliwell não estar disposta a nos ajudar, apenas ela que possui todas as respostas. Além do mais, isso não será problema para nós quando temos você, Hermione.

Cruzei os braços contrariada, percebendo onde ele queria chegar.

– Eu não vou usar minha maldição, Eric - falei de forma clara e irredutível - é perigoso demais e há outras maneiras. Está lembrando da Veritsserum?

Ele cerrou os dentes, contrariado por eu trazer a poção a tona e tudo que ela recentemente representara. Eu só percebi o efeito das minhas palavras depois que saíram e uma vez que o estrago já estava feito, não tentei me consertar.

- Está se esquecendo que somos fugitivos agora, conseguir uma poção dessas não vai ser a tarefa mais fácil do mundo - ele replicou impaciente - para isso precisaríamos de você, o que perderia o motivo original de todo o plano.

– Por que está tão dependente das maldições? Para início de conversa, nem deveríamos usá-las!- falei finalmente liberando meus pensamentos desde que eu vi seu prazer em matar aquela trouxa.

– Quem disse que não? Você não sabe de nada que nos impediria - ele continuou insistindo e percebi que também estava começando a se aborrecer.

– É exatamente por não sabermos que não podemos usar! - eu finalizei tentando dar toda a questão por encerrada.

Como o previsto, não adiantou.

– Notícias bombásticas, Hermione - Eric retrucou com seu sarcasmo recém-nascido irritante - todos nós já usamos as maldições, e nada demais aconteceu.

– Ah, então você está dizendo que temos passe livre para usá-las quando quisermos? E aconteceu algo demais sim, duas pessoas foram mortas! - minha voz estava se tornando cada vez mais alta, conforme o desentendimento ia crescendo.

– Como se você tivesse algum problema para lidar com isso...

-Eric! - gritou Gina, assustada com as proporções que a discussão tinha alcançado.

Estanquei com aquela resposta cruel. E então me dei conta de algo.

- Se não fossem as maldições, você não estaria dizendo essas coisas - eu argumentei num tom ameno.

- Eu não estaria dizendo a verdade? - demandou Eric - Não entendo a sua pressa em me julgar quando você é uma assassina. Como eu.

O meu impulso de avançar nele foi controlado por Gina que me segurou bem a tempo. Aquele gesto salvou minha vida, Eric estava próximo demais do descontrole.

–Vamos sair daqui - ela sussurrou em meu ouvido, e pela tensão na sala entendi que seria a melhor coisa a fazer.

Dei as costas esperando pelo momento que ele nos seguiria.

Felizmente, isso não aconteceu. Ele devia ter percebido que o controle estava escapando de seus dedos.

Assim que Gina fechou a porta do quarto de hóspedes que passaríamos a dividir dali em diante, virou para mim preocupada.

- Aquele não era o Eric.

Eu realmente tentei considerar isso e não guardar ressentimentos.

No entanto, a partir daí a semente da discórdia começou a crescer em cada um de nós, uma bomba-relógio que ameaçava explodir a qualquer instante.

No dia seguinte, com os ânimos mais calmos, me sentei ao lado de Eric para o café da manhã. Gina olhava aflita para nós, talvez esperando que sem aviso recomeçássemos a discussão. Eric não se desculpou pelo comportamento da noite passada e eu convenientemente me esqueci de mencionar tal fato. Já estava grata por pelo menos ter encontrado nele pela manhã, uma pessoa mais parecida com o verdadeiro Eric.

- Que dia é hoje? - perguntei em dúvida.

- Sábado - respondeu calmo - não que isso signifique alguma coisa.

- Coma algo, Hermione.

Já devia ser a décima vez que Gina usava tal frase comigo e para não quebrar a tradição recém-criada, resolvi ignorá-la. Eu já havia arrumado todos meus pertences na esperança de ocupar minha mente com algo produtivo. A imagem de Malfoy me caçando era um tormento que não permitia que eu me concentrasse em nenhuma atividade, quanto mais conseguir comer.

Dizem que quanto mais se conhece o inimigo, mais preparado se está para enfrentá-lo. Contudo, o efeito estava sendo o contrário. Eu conhecia as armas de Malfoy, vi pessoalmente mais de perto que gostaria o que ele é capaz de fazer.

Seria ele capaz de me ferir deliberadamente?

- É melhor escutar a Gina - aconselhou Eric, fitando-me preocupado e alheio ao clima amargo que dividia espaço conosco na mesa.

- Eu não quero - retruquei de má vontade - como vocês podem se importar com algo tão banal num momento como esses?

- Olha, o que eu sei é que ficar doente não vai nos ajudar, tampouco descontar em nós - disse Gina séria - você está confusa, assustada, e estressada. Mas todos nós estamos sentindo a mesma coisa que você. É hora de nos juntarmos, mais que nunca.

"É, diga isso para seu amigo aqui", foi o que pensei e deixei apenas em minha cabeça.

Ainda que irritada, essas palavras soavam melhores que as minhas próprias. Pela primeira vez Gina soava mais prudente que eu.

Talvez esse seja um sinal do universo me avisando que eu realmente deveria comer até que tudo voltasse a fazer sentido.

Eric e Gina finalmente resolveram me deixar um pouco em paz engatando um novo debate sobre a nova "aliança".

– Eu nunca esperei viver para ver esse dia chegar - disse Gina numa tentativa óbvia de melhorar o clima - eles estarem do lado de Halliwell nos coloca numa desvantagem absurda. E quando me lembro do que já vi Malfoy fazer... - um arrepio correu por sua espinha e ela se remexeu, desconfortável.

Eu só sabia disso porque fui assaltada pela mesma sensação desagradável.

–Antes de mais nada, Malfoy foi um sonserino. O quer que tenha o colocado naquela casa, continua lá.  Nem preciso lembrar os golpes baixos que eles tendem a usar, a Guerra foi prova disso. Você que o diga, Hermione - falou Eric me encarando de forma sugestiva.

Meu sangue gelou repentinamente. Eric sabia?

Não, ele não podia. Eu me certifiquei pessoalmente que ninguém descobrisse.

– Quer insinuar algo? - perguntei a ele, parecendo bem mais segura do que na verdade me sentia.

– Não sei, me diga você. Existe algo que possa ser insinuado? - ele replicou erguendo a sobrancelha impaciente.

Gina acompanhava a discussão como uma expectadora de uma partida de tênis, que nada entendia do esporte em questão. Eu me ergui, confusa do que fazer. Parte de mim, a furiosa, só queria ir dar um tapa no rosto presunçoso de Eric.

Só que a maior parte estava me deixando fraca. O constrangimento e a vergonha destruíam as minhas defesas, saí buscando uma fortaleza a qual pudesse me abrigar. Antes de sair da sala, não pude deixar de comentar.

– Depois você vem falar de golpes sujos, quando você é o maior mestre deles.

Bati a porta do primeiro quarto do corredor,  me afundei em sua superfície rígida. Sem permissão, as lembranças começaram a invadir minha mente.

Flashback On

Andava com dificuldade, o ar entrava cortando-me por dentro. Sentia que algum ponto do meu braço direito havia se quebrado, por que não conseguia mais erguer o mesmo.

O castelo que já fora meu lar e de tantos outros estudantes, agora ruía aos escombros, tão indefeso como nós. Há muito tinha perdido visão de todos que eu conhecia, cadáveres empilhados no chão e o ocre do céu faziam parte do cenário a minha frente.

Toda nova vida que eu assistia partir pertencia a Ordem da Fênix. Era oficial: estávamos, aos poucos, sendo derrotados.

Tentei me manter forte e oferecer um olhar encorajador para os aliados que passavam por mim, no entanto era tão difícil não desistir quando todos já haviam feito isso por você.

– Sangue-Ruim!

A voz parecia ser de algum infeliz da minha idade, pelo seu tom ele estava bem mais inteiro que eu. Virei-me encarando o inimigo, ele era a única pessoa viva em um raio de dez metros, seria difícil não identificá-lo.

Reconhecê-lo, entretanto, já era outra história. Seu rosto estava coberto pela máscara dos Comensais da Morte e até mesmo sua voz estava distorcida e difícil de se diferenciar. Esse feitiço havia sido criado para proteger os traidores que resolveram trocar de lado de última hora. Porém pela naturalidade que invocou o nome pejorativo, presumi que já pertencia ao covil de Voldemort há algum tempo.

– Onde estão seus amigos, Granger? - ele zombou atirando meia dúzia de feitiços mortais na minha direção - deixaram você sozinha aqui?

Nunca fui de fugir, mas a minha situação não era das melhores ali. A minha mira estava abalada, porque não estava acostumada a usar a mão esquerda, e a batalha já havia levado o melhor de mim.

– Eu sei me cuidar sozinha - respondi repelindo mais um dos seus feitiços.

Percebi que meu oponente não estava se esforçando, não de verdade pelo menos. Aquilo não passava de um estimulante jogo para ele, cujo lado estava numa posição extremamente confortável.

– Ah, estou percebendo isso, Granger - retrucou o inimigo misterioso, numa investida ousada diminuindo o espaço entre nós e apontando sua varinha na direção do meu coração, enquanto a minha pendia nos dedos de sua mão.

Minha respiração ofegante atestava o óbvio: eu tinha perdido e estava na hora de acertar as contas.

De início achei que o débito seria minha vida como tantos outros jazidos no chão. Foi só quando reconheci a malícia em seu olhar que percebi que o preço seria infinitamente mais alto. Minha dignidade.

Afoito, jogou a varinha para o lado e me atacou. Senti minhas costas batendo com força no chão ao mesmo tempo em que suas imundas mãos arrancavam os botões da minha blusa com brutalidade.

Não, isso não podia estar acontecendo.

Eu fui preparada para quase tudo na Guerra. Maldições Imperdoáveis, perdas irreparáveis, mortes repentinas. No entanto, aquela não era uma delas. Pela primeira vez, me vi sem reação. Os gritos queriam sair, mas eu estava apavorada demais para fazer com que a garganta funcionasse. O asco conseguia ser mais amargo do que o medo que me perseguia durante aquele dia. Os rostos sem vida conseguiam ser menos acuadores que o homem em minha frente, lutando contra as peças de roupas que encontrava pela frente.

– Eu sempre quis fazer isso, Sangue-Ruim- a voz do rosto envolto pela máscara revelava mágoa, essa pelo visto causado pelo meu desprezo - toda maldita vez que você passava por esses mesmos corredores, arrogante e altiva, como se não fosse inferior a mim.

- E se é assim, - falei com dificuldade ainda me debatendo por ter um corpo mais pesado em cima de mim - por que não me mata de uma vez?

- O quê? E desperdiçar esse momento tão esperado, tendo todos seus amigos mortos de expectadores? - o desconhecido falou com uma calma perturbadora - acho que não, Granger.

Eu nunca vou me esquecer daquele exato momento que tudo mudou. A dor de estar sendo penetrada, dilacerada a força. O brilho maligno de seus olhos. O sentimento de impotência que me assaltou arrancando lágrimas de mim.

Também nunca vou me esquecer do ato animalesco, egoísta. A contínua pressão abrindo um caminho sangrento no meu interior, juntamente com as feridas que o tempo não ia cuidar.

No decorrer daquela tortura, percebi uma sombra tragar parte da claridade por trás do monstro diante de mim. Nem fiz força para reconhecê-lo, temia descobrir ser mais um Comensal, assistindo ao show que seu colega lhe proporcionara.  Companheiro esse que com seus movimentos secos e contínuos, permanecia alheio a presença de uma terceira pessoa no local. Seus olhos fechados me avisaram que o fim estava próximo, um líquido viscoso invadiu minhas entranhas deixando um fruto daquela atrocidade. Mas em nenhum momento, parei de me debater, de oferecer resistência. Ao mesmo tempo, o estranho expectador denunciou sua presença. Não era um Comensal. Era Rony.

Com um pesado soco, o desconhecido foi arremessado para o monte de corpos empilhados no chão. Nesse intervalo de segundos, me recompus como pude. Apesar de Ron ser o meu namorado na época, eu não queria que ele me visse nua. Não assim pelo menos, dilacerada e destruída.

- Hermione, você está bem? - ele perguntou preocupado se aproximando de mim e me abraçando.

É claro que eu não estava bem. Ia demorar um bom tempo para que eu me sentisse bem novamente. Contudo, eu não tive a oportunidade de expor a minha opinião, porque o desconhecido se levantou e engatou uma disputa corporal com Ron, as varinhas esquecidas na altura do campeonato.

- Não devia ser egoísta, Weasley, que eu saiba já está mais que acostumado a dividir suas coisas - zombou o desconhecido, quando em vantagem.

- Hermione nunca esteve em negociação - replicou Ron revidando como pôde, dando-lhe um soco tão forte que a máscara do desconhecido caiu no chão.

Como ele estava de costas para mim, não pude ver seu rosto, porém Ron podia e seu rosto púrpura indicava a falta de supresa na revelação.

- Tinha que ser Sonserino - ele falou balançando a cabeça e a disputa dos dois continuou.

Quando me levantei para me colocar no meio, um grupo de sobrevivente invadiu o local, levando a batalha para lá também. Arrastada para o meio da batalha de novo, resgatei minha varinha no chão e recomecei a lutar ainda mais miseravelmente que antes, o instinto de sobrevivência era a única coisa que me mantinha em pé. Assim, eu perdi Ron de vista.

Flashback off

Na época realmente não havia como eu saber, mas aquela seria a última vez que eu o veria. Sua morte aconteceu, um pouco mais tarde naquela mesma batalha, levando com si entre muitas coisas, a resposta que eu mais desejava e temia saber.

Quem foi o sonserino que me atacou naquele dia?


Gina Pov
 

Não é que eu estivesse esperando um acampamento de férias até porque eu não estava. Eu sabia que seria estressante e imprevisível. No entanto, as constantes discussões me pegaram de surpresa. Não por não esperar que acontecessem, mas pelo veneno que Eric usou nelas. Ele era o único que tinha usado a maldição duas vezes e desde então começara a agir como outra pessoa, e eu não gostava da pessoa que ele se tornou.

Comecei a me perguntar se não havíamos errado em fugir daquele jeito. Talvez teríamos mais sorte junto a Harry e Malfoy.

O tardio café da manhã e o solitário almoço me fizeram perceber que teria que me acostumar com aquele clima de alerta constante. Franzi a testa para o exemplar do Profeta Diário, Eric devia ter comprado quando foi correr pelas redondezas mais cedo, e mesmo sob os protestos de Hermione, ele partiu batendo a porta.

Pelo barulho de água vindo do banheiro, devia estar no banho. Sentei- me para ler o que acontecera durante as horas que ficamos desaparecidos. Com os olhos arregalados, observei nossas fotos na manchete.


"O apelo de Harry Potter
Por Alyssa Halliwell

Para quem pensa que o jovem que derrotou o maior mal que abalava todo mundo bruxo segue uma vida tranquila e em paz, se engana. Em entrevista exclusiva, o moreno (21) nos revelou seus sonhos, suas aspirações , mas principalmente um apelo.

A namorada do Eleito (Gina Weasley,20) está atualmente desaparecida. Para piorar a situação de nosso herói, a melhor amiga (Hermione Granger, 21) também sumiu misteriosamente e há indícios que possa se tratar de um sequestro duplo. Ele está procurando incansavelmente o paradeiro das duas.

Na breve entrevista que segue, esperemos que para o caso de nossos leitores tenha alguma informação útil, contate o Ministério da Magia IMEDIATAMENTE.

A.H.: Em primeiro lugar, gostaríamos de dizer que é uma honra ter a primeira entrevista oficial e autorizada com o Senhor, desde que venceu a Guerra.

HP: Eu fico lisonjeado, embora seja preciso lembrar que não venci essa guerra sozinho. Eu tive apoio para isso, e duas das pessoas que mais me ajudaram estão agora desaparecidas.

AH: No que exatamente as duas ajudaram?

HP: Hermione sempre foi aquela que me guiava a respostas certas, mas acho que nunca lhe dei real crédito ao que ela realmente representou. Ela foi uma amiga, em todos os conceitos da palavra. A Gina, mesmo afastada da Guerra, teve papel fundamental no meu desempenho nela.

AH: Você tem alguma suspeita?

HP: Para falar a verdade, tenho. Havia uma pessoa que havia nos lançado uma sequência de ameaças veladas, nunca demos ouvidos. Agora, é o momento de rever isso. Essa pessoa é Eric Wood, cujo paradeiro coincidentemente permanece oculto também.

AH: O que você tem a dizer a todos seus admiradores espalhados pelo mundo que estão lendo a matéria?

HP: Apenas um pedido. Qualquer informação a respeito de Hermione Granger e Gina Weasley, contate-nos. O mesmo vale para Eric Wood, uma vez que ele é o principal suspeito.

AH: O que você falaria ao Sr. Wood se tivesse a oportunidade?

HP: Eu diria, se ele estiver com as duas, ao Chapéu Seletor que errou ao colocar na Grifinória o homem mais covarde que conheci.

AH: Tenha certeza que o recado está dado, Sr. Potter."


Argh, que ódio desse teatro. Como se eu não soubesse que os dois estão trabalhando juntos nessa..

A foto da manchete exibe o dito cujo casualmente sentado numa elegante poltrona enquanto aperta os olhos para frente... Espera aí, há dois segundos ele parecia com um semblante calmo enquanto fazia gestos amplos para explicar algo. Por que agora está olhando com a testa franzida, como se pudesse ver através do jornal? Como se pudesse me ver!

Eu conheço esse olhar. É o mesmo que tive ao vê-lo ferido e machucado depois da última batalha. O mesmo que exibi ao ver pela última vez o corpo quase irreconhecível de Ron. O mesmo que tenho ao encarar de surpresa o meu reflexo no espelho de vez em quando.

É o olhar de reconhecimento.

Dobrei o jornal em pânico apertando-o com o nó dos meus dedos tensos. Seria possível que aquilo estava acontecendo?

Bem, a única pessoa com essa resposta não estava nada longe de mim.

- Hermione - eu chamei enquanto abria a porta do quarto que dividíamos sem aviso. Ela enfiou o pergaminho que antes lia no bolso e me encarou com uma expressão culpada - o que estava lendo?- perguntei curiosa.

- Nada demais - foi sua resposta vaga. Avancei tentando arrancar o pergaminho de sua posse e ela se colocou na minha frente, com as duas mãos apostas.

- Pára, Gina. Realmente não é nada - insistiu, mas algo em seu tom não me convenceu.

- Não há mais espaço para mentiras nessa casa, Hermione - falei irritada.

Ela se manteve em silêncio e concluí que ou não estava pronta para contar ou nunca estaria.

- Para que me chamou? - perguntou tentando desviar o foco.

De repente, todo o meu susto de segundos atrás voltou e o pergaminho em seu bolso pareceu o menor de nossos problemas.

- É possível que uma foto no jornal se torne um localizador? - perguntei desejando de todo coração que ela negasse.

- O que quer dizer? Como um quadro ou um retrato? - Mione ficou em dúvida e simplesmente assenti apressada - ser possível é, mas quem faria uma coisa dessas? Milhares de bruxos compram o jornal todos os dias, quem teria o trabalho de checar todas essas pessoas e ...

Interrompi seu discurso abrindo o jornal para ela. Harry, que antes estava sentado sob a poltrona não estava mais lá. Meu sangue gelou e minha respiração começou a ficar descontrolada.

- Gina... Era o Harry na foto? - ela balbuciou se dando conta do tamanha do nosso problema.

- Era - eu confirmei a contragosto.

Hermione se levantou abruptamente como se tivesse levado um choque e saiu enfiando todas as roupas na mala debaixo da cama. Eu fiquei apenas a olhando atordoada.

- O que está esperando? - ela perguntou se virando para meu corpo congelado - Vai chamar o Eric! Temos que dar o fora daqui.

Hermione não precisaria falar uma segunda vez. Tropeçando nos meus próprios pés saí correndo pelo corredor e investi contra a porta do banheiro. Depois de esmurrar a madeira o suficiente para acordar os vizinhos, se fosse o caso de Eric ter algum, o próprio abriu a porta. Ele estava atordoado, com a toalha amarrada na cintura.

- O que houve?

Não tive tempo de sentir vergonha da situação. Agarrei sua mão e o puxei para fora do banheiro.

- Harry nos descobriu, temos que sair daqui.

- O quê?! Mas isso é impossível, como aconteceu? - ele disse enquanto eu o arrastava pelo corredor.

- Tempo não é a coisa que mais temos no momento - falei abrindo a porta de seu quarto sem rodeios e o arrastando para dentro - então ponha uma roupa no corpo, algumas numa mochila e vamos embora.

- Você não pode dizer com essa naturalidade para eu simplesmente sair da minha casa assim, por algo que nem certeza! - ele protestou tentando impedir que eu abrisse o seu armário e atirasse algumas camisas para cima da cama.

- Nenhuma de nós reclamou quando tivemos que fazer o mesmo - repliquei desviando de seu braço - e quanto à última coisa, não se preocupe. Eu tenho certeza.

Como que um sinal, um trovão soou alto e estrondoso. Em breve uma chuva torrencial cairia e só podia pedir para que quando a primeira gota caísse no chão, já estivéssemos em segurança.

- Vocês já estão prontos? - Hermione perguntou surgindo por trás da porta, a pressão em sua voz palpável.

- Será que não podemos pensar um minuto no que estamos fazendo? - Eric pediu agarrando a toalha em sua cintura com firmeza.

Suspirei exasperada.

- Não temos tempo para isso - falei me afiando a uma blusa qualquer e atirando a ele, que recolheu a peça, confuso - Você tem 5 minutos, Eric. Então se quer sair vestido levando alguma roupa, é bom se apressar.

O som da porta batendo em seu rosto foi suficiente para abafar qualquer protesto que ele viesse a falar.

Harry Pov

Nunca achei que o plano de Halliwell fosse dar certo, e se isso faz de mim um péssimo aliado, que seja.

Mas, contrariando todas minhas expectativas, agora tínhamos a localização dos três. A cada rosto que eu vira, pelo retrato feito pelo jornal, buscando apenas um, e no final da tarde quando todos já estávamos pensando em outra estratégia, eu finalmente a vi. Eu devia ter me contido, sei disso, não fazia parte do plano ela saber de nada. No entanto, pela expressão em seu rosto, Gina percebeu na hora o que estava acontecendo.

Tínhamos pouco tempo antes que eles escorregassem por nossos dedos mais uma vez.

A casa de Wood, como desconfiava, ficava afastada de Londres e reclusa de tudo. Parecia –me o lugar perfeito para ele.

Mais do que isso, era uma armadilha para eles. Eles não podiam aparatar na casa, ou já estaríamos lá dentro. Logo, eles teriam que sair para aparatar, mas duvido que o fizessem porque com o Ministério do nosso lado, usar magia seria denunciar seu próximo destino. Então, só havia a ponte que ligava a casa de Wood ao resto da civilização. Era do outro lado dessa mesma ponte que estávamos silenciosamente à espera. A chuva torrencial que caía só dificultaria ainda mais a fuga dos três.

- Como sabem que eles vão vir por esse caminho? - perguntou Zabini, nada convencido de minha tese.

- Conhecendo eles - resmungou Draco, olhando com desprezo para o até então amigo - bem mais que podemos falar de você.

Zabini adquiriu um tom vermelho e retrucou com raiva:

- E de você também, se não me falha a memória.

Eu já ia sugerir que eles calassem a boca, antes que nos denunciasse com aquela discussão sem propósito. Mas Halliwell tomou nossa frente, com uma expressão vitoriosa.

- Parece que estava certo, Potter - ela disse virando seu rosto para o início da ponte - nossos visitantes chegaram.

Um olhar de relance pôde confirmar a sua fala. Com pesados casacos de frio e munidos de suas varinhas, eles cruzavam a ponte sem contar com a nossa presença. Foi Hermione quem nos localizou primeiro, seu grito parou os outros que congelaram com nossa visão. Wood tentou puxar as mãos delas, mas Gina recuou.

- Não podemos aparatar - ela falou num tom baixo, mas que chegou até nossos ouvidos.

- Parece que sua protegida aprendeu alguma coisa, Potter - Halliwell provocou andando na direção deles.

- Dê mais um passo e será seu último - Wood ameaçou a encarando.

Todos olhamos em expectativa para Halliwell, que por mais insana que fosse, não era suicida.

- Muito bem, Wood - ela disse calculadamente - você me mata e em seguida um deles faz o mesmo com você. É isso que quer?

- Não te interessa o que quero - ele retrucou recuando alguns passos para trás. Franzindo a testa, notei que isso era copiado por Hermione e Gina.

- Eles estão fugindo - alertei antes de lançar o primeiro feitiço, direcionado a Wood que se esquivou com sorte. Depois disso, feixes de luz começaram a ser cruzados por ambos lados. Nenhum deles tinha a intenção de ser fatal. Halliwell e Zabini gostavam muito de si mesmos, para esquecerem tão rápido do Voto Perpétuo que fizeram. Os fugitivos não tinham interesse de nos matar, apenas nos tirar do caminho. Contudo, estávamos em vantagem e vencendo a distância que os três tinham de trunfo. De novo, foi Hermione quem percebeu isso primeiro. Em seguida, ela fez a coisa mais corajosa e imbecil que alguém podia fazer naquela situação. Debaixo daquela chuva torrencial, ela tomou impulso e se jogou da ponte para a água tempestuosa. Wood e Gina se entreolharam e se deram as mãos, eu sabia qual seria o próximo movimento dos dois. Tentei impedir, lançando um feitiço nas costas de Wood, que atingido ou não, se jogou nas ondas nada convidativas com aquele tempo, levando Gina consigo.

Antes que a água a engolisse completamente, ela se virou e me encarou. Um pedido de desculpas foi passado pelo olhar. Pelo que, eu não sabia, mas a lista era longa e algo me dizia que ainda aumentaria mais.

Hermione Pov

Talvez não tivesse sido a ideia mais brilhante do mundo ter mergulhado com aquele tempo, as ondas estavam altas demais e com uma força descomunal.

Olhei para o lado e avistei Eric e Gina nadando com tanta dificuldade quanto eu. Os agasalhos de frio, que haviam sido postos com tanta pressa, agora prejudicavam nossa fuga desesperada aprisionando nossos movimentos na água. Guardei apressadamente minha varinha no bolso interno do casaco e me preparei para nadar como nunca.

Uma grande onda nos engoliu, me surpreendendo. Eric e Gina conseguiram furá-la, mas eu estava ocupada demais olhando para eles, certificando-me que estavam bem e acabei esquecendo de mim.

Depois que essa onda me atingiu, não conseguia mais alcançar a superfície, uma sequência de ondas engolia meu corpo, fazendo com que me afundasse mais. O oxigênio faltava, o desespero me abateu.

Acima de mim, podia ver a fina linha transparente que separava água de ar, aflição de alívio, eu e o restante das pessoas. Meus braços pendiam inutilmente sobre mim.

Com um esforço sobrenatural consegui erguer meu corpo de forma que minha cabeça encontrou o ar que buscava. Uma lufada de oxigênio e outra onda se colocou sobre mim.

Eu estava me afogando, será que ninguém percebia isso? Onde estavam Eric e Gina?

A pressão dessa última onda foi tão intensa que minha cabeça se chocou em algo afiado. O meu próprio impulso foi passar a mão pelo local e para meu desespero, um líquido vermelho vivo se espalhava pela água. Aquilo não podia ser meu sangue, porque se fosse então a tontura que chegara só podia significar que eu estava afundando, cada vez mais profundamente. Cada célula do meu corpo gritava por oxigênio, cada músculo parecia impulsionado a me levar de volta à superfície, embora nenhum deles fosse capaz de tal feito.

Quando estava prestes a desistir, um par de mãos me puxou para cima com um força que eu deixara de possuir há algum tempo.

O primeiro ar que entrou pelas narinas nunca me parecera tão puro, e percebi que nunca dei real valor ao simples fato de respirar. O alívio de estar viva foi consideravelmente diminuído quando conheci a identidade do meu salvador. Salvadora, para ser mais específica.

Halliwell.

Nas minhas condições normais, teria recuado ou erguido a varinha, mas estava fraca demais para esboçar qualquer dessas reações. O ferimento aberto na lateral da cabeça latejava e ergui os olhos para cima e ver o grupo reunido ali, no meio da ponte de madeira. Halliwell, Zabini, Malfoy e Harry.

Que sorte a minha, ser pega pelo grupo completo. Mesmo se eu não tivesse ferida, seria muita prepotência da minha parte achar que conseguiria escapar de todos de uma vez.

- Eles estão voltando - disse Zabini estreitando os olhos para a água. Quis virar para ver se era verdade, mas presumi que a tontura só pioraria.

Uma mão foi ao meu ombro e eu a repelei com um tapa.

- Me solta - disse rispidamente. Fosse Harry ou Draco, eles já tinham escolhido o lado que iriam jogar.

- Você está ferida, Granger, pare de ser orgulhosa - Malfoy falou com aquele velho tom arrastado.

- Adivinha de quem é a culpa? - retruquei colocando a mão para o lado da cabeça que latejava e reprimi um gemido de dor.

- Minha que não foi, você que resolveu cair na água nesse tempo - Malfoy retorquiu, e me tratando como uma garota birrenta, me puxou com força pela cintura para dar uma olhada de perto no machucado.

Nossos olhares se cruzaram e por um instante, era quase como se estivéssemos juntos no seu quarto. Lá, quando não tínhamos máscaras para usar, tampouco uma platéia para convencer. Onde não existiam alianças, lados ou profecias. Fomos arrastados para uma cilada, onde poucos centímetros formavam a barreira do segredo que dividíamos. Meu olhar desceu para sua boca, desejando que ela se unisse à minha, imaginei se ele não estaria pensando a mesma coisa.

-Tegeo - sua voz saiu automática e toda tontura e dor passaram. Mas ele também me soltou e virou o rosto para Gina e Eric que chegavam ofegantes. Fui deixada a deriva, sem saber o que pensar, será que eu estava começando a imaginar coisas?

- Mione - guinchou Gina assustada me abraçando e checando se eu estava inteira - achei que tivesse se afogado!

- É, eu também - falei com sinceridade olhando de relance para Halliwell. Por que ela me salvara, nunca saberei. Eric permaneceu em pé, como se estivesse protegendo eu e Gina ajoelhadas na meio daquela ponte molhada.

- Acho que já está na hora das explicações - anunciou Harry cruzando os braços.

- Só se estiver falando de você - Eric retrucou imitando seu gesto.

- Sabe, Wood - começou Harry cansado - da última vez que chequei, eram vocês os fugitivos.

- Fugitivos? - balbuciei estreitando os olhos para quem achei que fosse meu melhor amigo - nós não fizemos nada de errado para recebermos esse título. Ao contrário de você, que decidiu se voltar contra nós acreditando nessa aí - falei apontando para Halliwell.

- Olha lá como vai falar de mim, Granger - ela falou brandando a varinha - mostre alguma gratidão.

Antes que eu pudesse falar onde ela podia enfiar a gratidão, Malfoy se colocou entre nós.

- Por que não começa, Granger? Você, que aparentemente tem tanto a dizer? - ele disse num tom debochado. Era impressão minha ou havia uma acusação em sua voz?

- Não vou perder saliva em quem não vai acreditar nas minhas palavras - eu falei erguendo a cabeça e levantando para ficar no mesmo nível dele. Mesmo sendo mais baixa, a diferença não estava tão vergonhosa de quando eu estava ajoelhada. Pelo menos eu já não me sentia tão vulnerável.

- Para isso é preciso confiança, Granger, e essa tem que ser merecida -ele avisou sério, como se tivesse me passando alguma dica velada. O que quer que tenha sido, se perdeu no ar porque não consegui compreender seu significado - há quanto tempo sabia da profecia e não nos contou?

Minha boca se abriu em completa surpresa por alguns segundos. Engoli em seco, organizando meus pensamentos, aflita. Então ele sabia da profecia.

A verdade é que nunca havia dado a importância que aquele segredo merecia.

Talvez porque não estava nos meus planos ser descoberta.

- Algum tempo, - admiti a contragosto - mas nunca achei que fosse tomar essa proporção! E eu não escondi de vocês porque queria o poder como ela deve ter contado! - deixei claro apontando de novo para Halliwell com raiva.

- Eu não falei nada disso, Granger. Você começa de novo com essa mania de me acusar de coisas que não fiz - ela falou entediada, o que me causou mais ódio.

- Você já tentou me matar! - eu gritei, temendo não me controlar e atacá-la ali mesmo.

- Eu não estou tentando te matar, se não percebeu - ela me corrigiu mexendo nos cabelos molhados sem se dignar a me encarar - já você quase conseguiu essa proeza agora pouco.

Controlei minha língua ferina, e me virei para Malfoy.

- Supondo que resolva confiar novamente em você, Granger - disse ele arqueando a sobrancelha - sem segredos dessa vez.

- Certo - concordei respirando fundo.

Eu podia reverter esse jogo, sabia disso. Com esse pensamento animado, me empertiguei evitando sorrir.

- Onde estiveram desde que a profecia foi iniciada? - Malfoy perguntou.

- Na casa do Eric - respondi calma. Ei, não parecia nada difícil.

- Vocês não chegaram a usar seus poderes com ninguém, usaram? - ele continuou com o interrogatório e fechei a minha mente na hora.

Queria buscar os olhares de Eric e Gina, mas aquilo pareceria suspeito demais. Nenhum deles resolveu se pronunciar então só pude supor que eles tinham colocado a decisão de deletá-los em minhas mãos.

Mas já havia muitos traidores naquele grupo e não seria eu que ia me voluntariar a engrossar o time.

- Não, não fizemos.

Assim que acabei de falar percebi que foi a resposta errada para dar. Harry balançou a cabeça decepcionado, Malfoy me enviou um sorriso sarcástico enquanto Halliwell e Zabini trocaram olhares vitoriosos.

- Nós sabemos o que aconteceu naquela loja, é inútil mentir, mas obrigado por ter tentado nos enganar mais uma vez - Malfoy falou com toda sua ironia - Confiança realmente tem que ser merecida e você acaba de perder a minha.

Eu não esperava aquelas palavras, nem o peso esmagador que se seguiu depois delas. Desde quando sou tão suscetível ao que Malfoy me diz?

Não, eu não ligava para o que ele pensava. Aquela sensação ruim na boca do estômago foi apenas receio do que teria que enfrentar pela frente, sem o apoio dos dois. É, deve ter sido isso.

- Como vocês sabiam? - Gina fez o imenso favor de perguntar. Eu não tinha ideia de quanto tempo levaria para recuperar minha voz.

- Espero que não tenha nos tomado por idiotas que acreditam em tudo que ouvem, Coelha - disse Malfoy, um pouco mais cortês do que havia sido comigo - Halliwell nos mostrou.

Como Halliwell botou as mãos naquela informação? Quantas pessoas teve que matar?

Aquelas questões não seriam resolvidas agora, e eu seria paciente para esperar pelas respostas.

- Bem, nós não vamos com vocês se é isso que estão pretendendo - declarou Gina se levantando também e ficando do meu lado.

- Creio que vocês entendem os nossos motivos de recusar o convite de integrar o Quarteto Fantástico - falei com um sorriso frio sendo direcionado a todos eles, mas principalmente a Halliwell.

- Creio que vocês percebem que não têm escolhas - disse Malfoy - Granger teve sua chance fazer com que mudássemos de ideia, mas falhou. Agiremos do nosso jeito agora -afirmou Malfoy e percebi a sua intenção de me fazer sentir culpada.

- Não finja que tínhamos alguma escolha - resmunguei calculando as minhas chances de mergulhar de novo. Mínimas, eles estavam muito próximos agora. Usar as maldições seria atestar que somos perigosos.

É, acho que isso é o que significa sem saída.

Gina Pov

Depois que Hermione disse aquilo baixo, embora em tom audível percebi que ela estava desistindo. Sua expressão resignada confirmava isso.

- O que vocês estão fazendo com ela? Como podem confiar nessa mulher mais que em nós? - perguntei olhando para todos com os mesmos semblantes céticos. Fixei meu olhar em Harry, não pela nossa história, mas porque tinha consciência de que ele seria o mais fácil de se convencer - uma profecia de repente é suficiente para você não acreditar mais em mim?

-Em você, eu acredito. - ele disse sério - Só que não posso dizer o mesmo da pessoa que vi torturando aquela trouxa. Precisa de ajuda, Gina.

Revoltei-me com aquilo. Como é que uma cobra como a Halliwell pode desconstruir uma relação de anos? O que ela colocou na cabeça dele?

- Ela que precisa! - retruquei claramente me referindo a Halliwell - Tudo que ela sempre quis foi roubar o meu poder!

Eu não percebi que soava como se eu realmente me importasse até ouvir as palavras em voz alta. No entanto, àquela altura o estrago já havia sido feito. As palavras haviam sido ditas e por mais que eu quisesse não havia como recolhê-las de volta.

- Seu poder? - balbuciou Zabini franzindo a testa.

- Ela foi afetada - disse Halliwell, como quem afirma uma verdade incontestável.

Afetada. Como um termo pode ser tão ofensivo? Eu não tinha uma doença contagiosa, tampouco era um bicho que precisava ser trancafiado numa jaula. Muito embora os olhares dos presentes sugerissem o contrário.

- Você pensou em tudo muito bem, não é? – voltei-me contra Halliwell.

Agora que eu sabia que não teria como mudar a ideia que eles tinham que eu havia me tornado psicótica por poder, não havia porque continuar meu bom comportamento. Concentrando todo o ódio que sentia, o direcionei para a pessoa que o merecia.

Halliwell berrou e começou a se contorcer no chão. Eu observei sua agonia com prazer, até que fui lançado para o lado. Um feitiço estava prestes a me atingir, mas Eric se jogara na frente. O raio não era fatal, apenas o deixara desacordado.

Com o contato visual quebrado, Halliwell não estava mais sendo submetida à dor intensa e começou a se levantar, sendo ajudada por Harry, que também havia sido o responsável pelo feitiço que devia ter me atingido.

Nunca tive a intenção de machucar Harry. Até agora. Porém, antes que eu também o atingisse com a minha maldição, uma venda foi posta no meu rosto e alguém me segurou enquanto eu me contorcia contra o desconhecido.

Hermione também estava lutando, pois eu ouvia seus gritos e suas tentativas de se libertar. A chuva continuava a cair sobre nós, sendo a única testemunha do que estava acontecendo ali.

Alguma pessoa me lançou um feitiço para finalmente me silenciar e mergulhar na inconsciência. A última coisa que escutei antes de cair desacordada sobre os braços de alguém foi Harry perguntando se Halliwell estava bem.

Talvez tenha sido bom terem me apagado afinal. Já havia sido horrível demais ouvir, pelo menos fui poupada de presenciar a cena.


Harry Pov
 
- O que fazemos com eles agora?

A pergunta foi feita por mim direcionada a uma Halliwell alegre demais para meu gosto.

Não é que eu estivesse especialmente orgulhoso pela forma que estávamos agindo. Não me agradava nada ter que manter Hermione e Gina em cativeiro.

A grande bolha que os envolvia numa prisão transparente denunciava todo o desconforto que estavam sentindo. Sem dúvidas, se sentiam acuados, e nenhum deles - nem mesmo Gina - ousou falar alguma coisa. Sem a visão, o desnorteamento não demorou a chegar e eles se cercaram instintivamente como um cardume que busca proteção.

-Temos que separá-los - orientou Halliwell de forma autoritária.

Sempre soube que era apenas uma questão de tempo para que ela se nomeasse a porta-voz do grupo.

- Perdão, - interpôs Draco também não gostando nada daquela história - mas desde quando eu tenho que seguir o que você diz?

Ela franziu a testa,ofendida embora quando respondeu não tenha adotado um tom rude.

Não era burra, afinal.

- Pois eu mal posso me caber de curiosidade para saber a sua brilhante ideia, Malfoy - ironizou calmamente.

Draco passou alguns segundos observando os prisioneiros num olhar avaliativo e crítico. Até que suspirou e finalmente falou:

- Certo, então vamos separá-los - suspirou a contragosto - mas estamos fazendo isso porque percebi que era a melhor situação viável, não porque você mandou - deixou claro com a arrogância que o marcara.

- Quem vai ficar de guarda com quem? - quis saber Zabini, esfregando as mãos parecendo entusiasmado.

- Bom, suponho que Potter obviamente vai querer ficar com a sua protegida - Halliwell provocou, mas eu não entraria em seu jogo.

- Na verdade, não - neguei sorrindo friamente - fico de guarda com o Wood, temos contas a acertar.

- Você tem certeza que essa é uma boa ideia? - perguntou Draco contido e franzi a testa, sem saber onde ele queria chegar.

- E desde quando você se importa com Wood?

- Estou bem longe disso, - ele explicou impaciente - mas você não está no seu momento mais controlado. Se acabar o matando, e isso acabe revertendo em algo para as meninas?

Aquilo já tinha passado pela minha cabeça, no entanto nunca tinha realmente considerado a possibilidade de matar Wood.

Eu não teria tanta sorte.

- Farei o possível para me conter - prometi fixando o olhar no alvo da minha raiva.

Quando a jaula foi destruída, um rangido semelhante ao chiado de cobras no chão foi ouvido. O som obviamente foi mais perturbador para os que tinham vendas sob os olhos. Hermione ergueu as mãos na frente do corpo num gesto de proteção, Gina recuou alguns passos para trás, notei que seu lábio tremia levemente. Apenas Eric se manteve indiferente.

Talvez a profecia tenha realmente tenha lhe subido a cabeça.


Hermione Pov
 

Ainda de olhos vendados eu não tinha ideia da onde estava sendo levada, tampouco de quem seria meu misterioso guia.

- Malfoy? - arrisquei.

O até então desconhecido soltou uma risada fria, a qual imediatamente reconheci. Era desprovida de emoção, de alma. A lembrança que foi puxada pela gargalhada foi a pior que eu possuía.

Algo estalou em mim e foi aí que lembrei. É claro.

Sem sombra de dúvidas, eu estava diante do monstro que me atacou no dia da batalha que levou Rony. Virei-me para ele - ou pelo menos, da onde vinha o barulho de seus passos - e recuei alguns passos. Minha mente funcionava a todo vapor e perguntas surgiam em maior velocidade que as palpitadas de meu coração aceleravam. Como ele chegou até aqui? Por que veio me procurar de novo? E mais importante, ele sabia?

Talvez eu estivesse imaginando e nada daquilo estava realmente acontecendo. Sim, devia ser uma ilusão causada pelo excesso de estresse que passara recentemente. No entanto, o toque de seus dedos gelados destruiu a minha animadora tese.

- Não é o Draco, Granger. Nos encontramos novamente, sozinhos, minha voz vai me denunciar. Não que eu esteja me importando - ele falou tirando os meus cabelos da nuca, puxando-os com brutalidade, e tapando minha boca quando tentei gritar - Shh...e dessa vez, ninguém vai nos interromper.

Fui arremessada para alguma superfície macia, o que amorteceu o choque da queda. Apenas dela, porque o verdadeiro choque se instalara em meus nervos, se infiltrara por dentro da pele deixando-me atordoada.

A revelação tornava aquele monstro muito mais ameaçador. Porque eu o conhecia.

Aquela voz fria, aqueles dedos gelados, aquele toque peçonhento pertencia a Blaise Zabini.

Agora me ocorria que nunca havia ouvido sua risada antes, e talvez tenha sido por isso que não tenha o reconhecido antes. Ele realmente se arriscou trabalhando do meu lado por tanto tempo, sabendo que podia ser descoberto. Ele teve coragem, ele teve...

- Não! - gritei tentando soltar seus dedos do meu cabelo, mas acho que aquilo acabou excitando-o por que a próxima coisa que senti foi um pesado soco no rosto que me jogou de volta à suposta cama.

Com uma mão na face ferida, tentei tatear às cegas uma rota de fuga, apenas para ser pega por Zabini um segundo depois. Era um ciclo sem fim, eu novamente não teria a chance de me defender.

Mesmo com os olhos fechados, os senti ardendo pelo peso daquela injustiça. Os braços de Zabini envolveram o meu corpo, prendendo-o junto de si e roçando de forma íntima. Pude sentir sua ereção e engoli em seco, percebendo que tinha que achar uma maneira - qualquer maneira- de sair dali.

- Grita, Granger. Grita! - ele mandou sacudindo meus ombros enquanto minhas mãos pendiam inutilmente entre os dois corpos implorando por distância. A minha blusa já tinha sido arrancada de mim e a calça ia pelo mesmo caminho. - Eu quero ouvir o seu grito de desespero, de dor. Você está sozinha mais uma vez, Granger, seus amigos não estão aqui.

- Mas eu estou.

Aquela nova voz, mal entrando no cômodo foi o que me puxou de volta para a realidade. Eu já havia entregue os pontos e assumido que não conseguiria fugir do que parecia ser meu fim.

Era Malfoy.

Acho que nunca pensei nele como um salvador em potencial. No entanto, lá estava ele, o único que podia me livrar de Zabini. Para o salvador mais improvável que conheço, ele tem se mostrado incrivelmente heróico ultimamente.

- Não se meta, Draco - rosnou Zabini impaciente.

- Acho que vou ter que me meter sim, Blaise - falou Draco definitivamente entrando no cômodo - não vou permitir que faça isso com ela.

- Essa é boa... - suspirou Zabini saindo de cima de mim, atirando- me de volta a cama, como uma boneca de pano - o que você vai fazer para me impedir? Esqueceu que não pode me matar?

Franzi a testa em confusão. Do que ele estava falando?

- É verdade - Malfoy ponderou e por um instante achei que estava realmente considerando o que Zabini dissera - Mas pensando bem, há outras maneiras de acabar com essa sua cara.

Um estalo seco anunciou que um soco foi dado, como a exclamação de dor saiu de Zabini, presumi que Malfoy estava levando a melhor.

Um outro toque me assustou e me afastei, alarmada, entretanto esse não era violento, era firme e envolvente.

- Calma, eu estou aqui - Malfoy falou de um jeito calmo que até então eu desconhecia.

Só que não tinha motivos para ele estar calmo. Zabini estava do nosso lado, provavelmente maquinando algum plano para nos liquidar, Halliwell devia estar chegando para acabar seu serviço e pelo que tinha entendido, Malfoy não podia matar o que já fora seu melhor amigo. Ah, ainda tinha a parte da Profecia, que de forma surpreendente se tornou o menor de nossos problemas. Esqueci alguma coisa?

- Eu sei - respondi segurando seu braço com força, como se fosse uma colete salva-vidas. Bem ou mal, era exatamente que ele era naquele momento. Alguns passos trôpegos foram dados até que alguém nos arrancasse um do outro.

- Para onde pensam que vão? - gritou Zabini com um humor sombrio - agora que o jantar está apenas começando, meu amigo vai levar o prato principal?

Caí de lado no mármore frio e a bacia esquerda levara todo o impacto do meu corpo. Com um gemido de dor, percebi que estava machucada. Ainda não podia avaliar a gravidade dos ferimentos, mas algo me dizia que seriam postos a prova em breve.

Eu não estava errada.

Os dois estavam se batendo, e pelos sons secos era realmente difícil descobrir quem estava levando a melhor. Pensando rápido, comecei a engatinhar em direção ao som, mas me desviando do núcleo do barulho. A ideia era que Zabini pensasse que estava tentando escapar e assim se distraísse dando vantagem a Malfoy.

Deu certo. Assim que senti alguém querendo me puxar de volta, esse mesmo alguém foi arrancado de mim para longe. As mesmas mãos envolventes me ampararam puxando-me para cima, a venda foi tirada de mim e pisquei os olhos incomodada com a luz. Mesma a pálida que saía do lustre acima de nós feria meus olhos. Era como se estivesse enxergando pela primeira vez. Pude absorver a clássica decoração do quarto, a cama de casal em vermelho, o corpo agonizante de Zabini no chão. Pude absorver a porta mais a frente, a vidraça do meu lado. Finalmente,pude absorver o homem na minha frente. Ele era loiro e estava machucado. Os primeiros botões de sua camisa deviam ter arrebentado com a luta corporal porque eu podia ver o início de seu peito, com as misteriosas cicatrizes a mostra. Seus olhos cinzas fixaram em mim, percebi que ele devia estar refletindo se fora uma boa ideia me conceder a visão de novo. Logo percebeu que eu não tinha a mínima intenção de atacá-lo.

- Escuta - falou segurando cada lado do meu rosto com uma mão - você tem que sair daqui, eu não posso te proteger assim.

- Eu não..

- Fuja, Granger, pegue a Weasley e fuja. Zabini não vai esquecer o que houve e eu não posso matá-lo - a frustração tingia sua voz e percebi o quanto ele parecia arrependido de algo.

Havia muito pouco que estava entendendo. Estava com certa dificuldade para identificar os papéis ali. Esse ato significaria então que Malfoy estava do meu lado?

Não, afinal ele também era um sonserino, e todos sonserinos não jogam para lado nenhum, senão o próprio.

Seria eu então mais uma peça no jogo de Malfoy? E agora o meu próximo movimento deveria ser recuar, como num jogo de Xadrez?

- Por quê? - foi a única pergunta que podia fazer.

- Porque eu não quero que você morra.

Que romântico. Sabe, acho que a maioria das garotas não gostaria de ouvir isso, uma frase tão seca e... Bem, lógica. Sem um pingo de sentimento. Digna de um Malfoy.

Todavia, eu não era como a maioria das garotas e por hora, aquela frase teria que ser o suficiente. Porque eu também não queria que ele morresse e tinha certeza que era o que acabaria acontecendo se continuasse o atrasando.

Talvez sejamos orgulhosos demais para dizer em voz alta o que está realmente acontecendo aqui. Talvez sejamos egocêntricos demais para admitir que nos importamos. Porque a partir do momento que você dá importância a uma pessoa, colocou uma inacreditável arma nas mãos dela. Ela descobre que tem a capacidade de te ferir.

O que é inacreditavelmente arriscado para dois calculistas como nós.

- Eu também não quero que você morra - falei na defensiva e ele sorriu, como se achasse a minha reação engraçada.

- Então saia daqui, ou nenhum de nós terá o desejo realizado - ele disse e assenti, me preparando para correr quando percebi que havia esquecido de uma coisa.

Colar meus lábios nos dele e puxar sua nuca pela ponta de meus dedos..


Gina Pov
A falta da visão foi mais que uma surpresa desagradável, nela eu me sentia ainda mais vulnerável que antes. A qualquer hora podiam me acertar com um golpe e eu não teria como me defender. Para ser sincera, naquela situação o que eu podia fazer para me defender?

- Gina.

Eu reconhecia aquela voz firme e levemente rouca. No entanto, ela nunca me despertou medo como agora.

- Não se assuste, não lhe farei mal - ele disse, adivinhando meus pensamentos.

- Você tem uma forma bem engraçada de demonstrar isso - falei cruzando os braços na defensiva.

- Tudo o que estou fazendo é para o seu bem, no fundo você sabe disso - ele disse andando pela sala, minha cabeça seguia a seus movimentos de acordo com a sua voz.

-Sério? Se juntar a Halliwell fazia parte do pacote? - ironizei me empertigando.

Ainda estava furiosa pela existência daquela aliança. Parecia mais um intento daquela mulher tirar tudo que me pertence. O que me irritava mais era saber que agora Harry estava ajudando ela a conseguir.

- Vocês não nos deram escolhas diferentes - essa foi a ridícula desculpa dele - não percebe a mudança que está acontecendo com você? Torturar uma pessoa não te fez sentir nem culpa?

- Por que eu deveria sentir algo, Harry? - eu o desafiei - não era isso que você queria que eu me tornasse quando comecei a trabalhar com você? Eu não era ingênua demais? Ah, e que eu me lembre, você também não sentia culpa alguma durante as missões.

- Eu estava matando para proteger os outros - ele replicou duramente- a diferença entre nós é que enquanto faço isso por algum motivo maior, vocês fizeram pela simples exibição de poderes recém- adquiridos. Provando para todos que não é seguro deixar vocês soltos.

- Então qual o seu grande plano, chefe? - perguntei usando de todo meu sarcasmo. Eu só queria que ele ficasse tão furioso quanto eu - vai nos deixar apodrecer em Askaban? Ou simplesmente nos manter em cativeiro, como obedientes servos? Acha que isso pode me salvar de algo?

-Eu nunca te mandaria para Askaban, Gina.  Não seja idiota - Harry disse mais impaciente do que estava segundos atrás - a única coisa que pode te salvar é a quebra da profecia.

Senti uma parte da raiva se esvaindo pelos poros, e me encostei na superfície fria e áspera que era a parede daquela cela.

- Mas Eric disse.. - comecei a falar, para ser imediatamente interrompida.

- Isso, continue com o que seu grande amigo deve ter te contado. Tenho certeza que parece uma ótima teoria.

Se eu queria irritá-lo, tinha conseguido. O volume da voz havia aumentado e soava ríspido. Notei que ele tinha se aproximado de mim, entretanto não havia mais como recuar.

- Eric realmente é um grande amigo meu - falei tentando manter a calma por nós dois. Afinal, era eu quem estava em desvantagem ali e apesar de não ser do feitio de Harry partir para a agressão, não queria arriscar as minhas chances. Não vulnerável assim. - Não foi Eric quem me enjaulou como um animal em exposição, nem vedou os meus olhos. Tampouco me entregou para a inimiga. É você quem está fazendo tudo isso, caso não tenha notado.

- Tenho uma excelente razão para tal, ela aliás está enterrada a sete palmos debaixo da terra agora mesmo - ele retrucou, nem um pouco mais calmo - você e seu amigo mataram uma trouxa, caso não tenha notado.

Crispei os lábios, odiando ter minhas próprias palavras voltadas contra mim.

- Não distorça os fatos, não foi assim que aconteceu. Você não entende!

De fato, Harry nunca conseguiria entender. O hipnótico convite a ceder ao poder que lhe é oferecido tão facilmente. A sensação de ter controle da situação, como nunca tive. O desafio velado de aceitar a maldição, de abraçá-la e tomá-la como parte de si.

- Então talvez esse tenha seja apenas mais um item a se adicionar na lista de coisas que nunca vamos entender sobre o outro. Você vai perceber que ela fica maior a cada dia que passa - ele falou num tom cansado.

Eu também estava cansada de discutir. De uns tempos para cá, parecia era só o que fazíamos.

- É melhor se acostumar logo com essa lista, Harry - eu falei séria, não estava mais com tanta raiva. Só assustada que talvez estivéssemos insistindo em algo que talvez nunca tivesse possibilidade de dar certo.

- O que isso significa?

- A Profecia é inquebrável - admiti, ciente de que ele odiaria ouvir aquilo - eu aceitei o que você se tornou depois da Guerra, está na hora de retribuir o favor.

- Foi Eric quem te contou isso? - ele perguntou desconfiado - Ele está mentindo! Não é óbvio? É a primeira vez que ele tem algo que o destacava dos demais e pode acreditar que ele vai se agarrar à Profecia com todas as armas que possui.

- Você não sabe do que está falando, ninguém está feliz com os poderes. Especialmente Eric.

- É, ele realmente me pareceu arrasado - Harry ironizou e bufei, irritada por não estar sendo levada a sério.

- Sinceramente, não dá para conversar com você. Nem parece que sou eu que tenho meus olhos vendados. Está completamente cego.

- E você, completamente enganada.

- Estamos quites então - suspirei derrotada.

- Ainda não - ele disse se aproximando ainda mais, senti seu corpo sobre o meu e as memórias daquela noite inundaram minha mente.

Uma mão exigente ergueu meu queixo e não lutei contra. Minhas mãos envolveram sua nuca quando ele aprofundou o beijo.

Era diferente das outras vezes. Havia muito mágoa, ambos estavam defensiva para se entregarem por completo. Era preciso quebrar aos poucos as barreiras que nós mesmos construímos.

Harry me prensou contra o mármore gelado e sua língua deslizou novamente para onde sempre pertenceu. Uma tensa mordida no lábio inferior foi o que bastou para que minhas pernas fossem de encontro ao seu quadril. Estávamos tão colados que se alguém entrasse de forma desavisada, podia achar que havia uma única pessoa na cela.

O jeito que ele puxava forte minha nuca, sem cuidados extremos porque sabia que eu nunca reclamaria. O perfeito encaixe entre os lábios, o desenlace calmo e preciso. A forma quase carinhosa que um de seus dedos contornava minha bochecha. Eu não tinha forças para resistir àquilo.Na verdade, eu nunca teria. Mesmo cega e presa em seu domínio, nada parecia errado. Não com ele.

O beijo foi mudando, tal como mudam as estações, para algo mais quente, urgente. A alça da minha blusa pendia sobre meu ombro, minhas mãos imploravam pelo toque em sua pele e nossas cabeças encostaram-se uma a outra, as respirações ofegantes se encontrando.

Éramos nós dois ali, e como sempre aquilo seria o suficiente. Teria que ser.

Só que de repente não era. Passos de alguém se aproximando fez com que Harry se afastasse bruscamente de mim. Se a parede não tivesse logo atrás, eu provavelmente teria perdido o equilíbrio.

- Eu podia dizer que estou surpresa, contudo isso seria mentir - a voz de Halliwell entrou pelos meus ouvidos como um alerta e reprimi um gemido de frustração – Além do mais, todas sabemos que essa é sua área, Potter.

O que ela queria dizer com isso? Porque eu não gostei nada do tom malicioso que aquela frase fora proferida. Indicava que eles sabiam algo que eu desconhecia.

- O que quer, Halliwell? - ele retrucou não muito caloroso.

- Wood já está pronto para você - ela disse secamente.

Espera, o que ela queria dizer com pronto?

- Harry - eu o chamei segurando sua mão, próxima ainda da minha - o que você pretende fazer com ele?

- É tão a sua cara ficar preocupada com ele depois do que aconteceu - ele disse em tom baixo, tinha quase certeza que não era para Halliwell escutar - fique tranquila, Gina. Seu amigo só terá o que merece.

- Não, Harry - eu sussurrei tentando puxar a sua mão, mas ele se soltou de mim, bruscamente. Quando tentei alcançar sua mão de novo, a única coisa que agarrei foi o nada. Minha garganta se apertou e a preocupação com o que aconteceria a seguir me paralisou - Você não pode matá-lo!

Eu ouvi o barulho dele se afastando e não saber o que se passava na sua cabeça me apavorou. Tentei tatear as paredes e alcançá-lo mas a única coisa que consegui foi tropeçar numa cadeira que estava no meio da cela.

Eu continuei chamando o seu nome mesmo depois que a porta se fechou com um barulho seco, depois me sentei no chão absorvendo o frio do mármore. A constante escuridão somada à solidão começava a levar o melhor de mim. Eu não ouvia gritos nem sussurros, apenas o silêncio sendo quebrado pela minha própria respiração.

Seria preferível ouvir alguma coisa - qualquer coisa - do que ficar naquela angustiante espera, numa cela isolada de todos. Cobri meu rosto com os braços, por sua vez apoiados em meu joelho e deixei o cansaço e o sono me levarem para um lugar melhor que me encontrava, ao menos por algumas horas.

Harry Pov

Saber que ela ainda se importava com aquele imbecil, aquele traidor. Ele certamente armou tudo aquilo muito bem. Ainda não sei como teria arquitetar tudo de forma tão brilhante, uma vez que genialidade nunca foi seu forte, porém eu ainda provaria.

Sim, eu provaria que Eric Wood é o culpado de tudo isso.

- Você já sabe o feitiço? - perguntei para Halliwell que estendeu um pergaminho com aparência velha. Li a palavra em latim, sem dica de seu significado, mas sabendo que ela deveria tirar a maldição do corpo dos afetados.

No que dizia a respeito dos efeitos colaterais, ninguém sabia o que podia acontecer. É por isso que estou usando Wood como cobaia. De todos adjetivos que podia escolher para classificá-lo, penso que ele é o único dispensável caso algo de muito errado aconteça.

Além disso, eu certamente não lamentaria em seu túmulo.

Eu encarei o rosto de Wood, parcialmente coberto pela venda que o impedia de matar a primeira pessoa que visse pela frente. Apesar de não fazer diferença ele se manter vivo ou não, contava que o feitiço funcionasse ou isso também significaria que não havia nenhuma maneira de salvar as meninas. Concentrei-me antes de erguer a varinha.

- Detrimentum!

O raio atingiu em cheio o peito de Wood, seu rosto se contraiu e sua cabeça foi para trás. Sua boca abriu, entretanto ele não chegou a emitir nenhum som. Até mesmo a cadeira onde ele estava sentando foi lançada para trás.

De uma coisa eu tinha certeza: o feitiço era bem mais poderoso que qualquer um de nós pensávamos. Não durou nem cinco segundos, depois que cessou Wood continuou imóvel na mesma posição. Eu e Halliwell trocamos olhares preocupados.

- Ele está vivo? - ela perguntou andando cautelosa em sua direção.

- Não sei - respondi fazendo o mesmo.

- Estou bem vivo, Potter - ele falou fracamente provocando um susto em nós dois - vai precisar de mais disso para me derrubar.

- Pelo visto, continua o mesmo - resmunguei revirando os olhos.

- Gina vai saber o que vocês estão pretendendo - Wood falou prepotentemente - vocês não fazem a mínima ideia do que esse feitiço faz. Eu sou apenas uma experiência para vocês.

Queria poder negar o que ele disse, todavia era a mais pura verdade. Pensei em apagar a sua memória, entretanto Gina iria descobrir mais cedo ou mais tarde e se não fosse eu que tivesse que contar, melhor.

Ao invés disso, só esperei Halliwell desamarrá-lo para acertar um pesado soco em seu nariz, virar as costas e bater a porta com a força da minha raiva dele. Ainda estava digerindo a decepção com Gina.

Decepção enfraquece, já a raiva é um combustível que te deixa mais forte. Ou talvez, não deixe. Talvez seja apenas uma ilusão, como a vingança. Você se mantém em pé achando que tem um plano de vida e que isso é suficiente para sobreviver, para prosseguir, atravessar um dia após o outro. Entretanto, após se vingar, o vazio chega como um hospedeiro indesejável e sem prazo de validade. Porque aquela nunca foi sua meta, foi uma ilusão que algo mudaria.

Grande surpresa, tudo permanece o mesmo, porque o motivo que te fez embarcar nessa vingança é imutável. E quanto o prosseguir? Você acaba de descobrir que nunca saiu do lugar. Quando matei Voldemort, achei que me sentiria melhor com a morte de Ron, de Sirius, dos meus pais, de Dumbledore. Contudo, só porque matei o assassino, não significa que recuperei as vítimas. Eu só vinguei a morte delas, fiz o que tinha que fazer.

Não é algo que se possa levar crédito, que possa encontrar alívio, ou até mesmo sentir orgulho. Não é algo que se possa ser homenageado, como costuma acontecer. É apenas o simples fato de que para destruí-lo, tive que me equiparar e ele. A cada dia que passar vejo o preço que aquela decisão me custou. Mesmo assim, não faria diferente. Todos sabiam que existia um preço e alguém teria de quitá-lo. Acho que isso só faz de mim uma pessoa com menos sorte que as demais.

De todo jeito, vou sobreviver. Eu sempre sobrevivo. Não é a toa que tenho esse apelido.


Hermione Pov
 
"Fuja, Granger!"

Essa foi a última instrução de Malfoy antes que me jogasse porta afora. Acho que Zabini acordou do desmaio, mas não tinha tempo para me preocupar. Malfoy é um garoto bem grandinho e sabe se cuidar sozinho, ou pelo menos, foi isso que tentei colocar na minha cabeça.

Agora eu estava livre, não havia uma venda em meus olhos e podia usar a maldição em quem pudesse. Só havia Harry e Halliwell à solta. Bom, o primeiro que encontrasse seria a vítima.

O caminho do calabouço não parecia tão confuso de olhos abertos, espiei a frecha da cela ao lado da minha. Gina tinha adormecido em cima de uma cadeira. Queria tirá-la de lá, mas para isso precisava de alguém. Bem a tempo, Halliwell surgia levitando o corpo desacordado de Eric. Mesmo um mero vislumbre me fez ver que algo tinha acontecido. Eric parecia estranhamente frágil. Seu corpo foi ao chão quando agarrei o pescoço de Halliwell fazendo com que seu feitiço fosse interrompido.

- Granger! - ela exclamou antes de ser compelida pela maldição Imperius.

- Está na hora de abrir a boca, Halliwell. Como soube o que aconteceu com a trouxa? - perguntei sem parar de pressionar seu pescoço. Percebi que teria de aliviar um pouco o aperto se não queria matá-la.

- Eu estava lá como animaga - ela contou friamente - Eu esperei e segui vocês, sabia que um ia perder o controle mais cedo ou mais tarde.

- Certo - assenti nos odiando por não perceber uma cobra no local - e como convenceu Harry e Malfoy?

Eric gemeu começando a se mover, no entanto preferi ignorá-lo.

- Não foi difícil, apenas tive que mostrá-los a memória. les já sabiam da existência de uma profecia - ela contou com seus olhos brilhando de puro ódio. Em alguma profundeza dentro de si, sua essência estava lutando pela força de vontade.

Estreitei meus olhos e a encarei para ter a certeza que a arrastaria de modo irreversível a minha manipulação. Seus olhos perderam o brilho de raiva e se tornaram dóceis e inofensivos, como os de uma criança.

- O que aconteceu com Eric? - questionei sem ousar espiar o próprio. Da última vez que chequei, ele não parecia capaz nem de sequer se erguer sem ajuda.

- Ele foi usado como teste para teste no único feitiço que pode ser a cura da profecia.

- Pode ser? - perguntei com raiva - vocês não tem certeza?

- É um feitiço proibido, não há casos documentados dele. Ninguém sabe se funciona ou se possui efeitos colaterais - ela contou em voz automática.

Julgando pelo estado de Eric, definitivamente possui efeitos colaterais. Porém, ouvindo ela me contar isso, um engenhoso plano surgiu em minha mente.

- Se é proibido, - comecei sorrindo - qual seria o infração do Ministério para quem tentasse administrá-lo?

- Provavelmente passagem só de ida para Askaban - Halliwell falou com sua voz sem vida.

Eu estava em estado exultante. Já tinha uma grande arma do meu lado. Se Halliwell conseguir aliados com uma memória, vamos ver o que vou conseguir com essa.

- Onde estão nossas varinhas? - indaguei, entretanto era mais uma ordem que qualquer outra coisa. Ela entregou o que ordenei e reconheci minha varinha entre as de Eric e Gina. Tomei o que era meu por direito em minhas mãos e senti o poder fluir pelas pontas dos meus dedos até as pontas do meu cabelo. Todavia, eu não tinha tempo para apreciar aquela sensação e ergui a varinha na lateral da cabeça de Halliwell roubando a sua memória e a aprisionando num pequeno frasco no bolso interna dela. Talvez ela quisesse a memória de Eric, para se livrar de provas. Entretanto, agora eu tinha a prova que faria ela apodrecer em Askaban nas minhas mãos.

- Certo, você não tem mais utilidade para mim - falei fazendo com que ela mergulhasse num profundo de sono de muitas horas. Pensei em matá-la, contudo isso seria bom demais para ela, fácil demais.

- Você está bem? - perguntei para Eric ajudando-o a se levantar e ele resmungou com um fio de voz.

- Já estive melhor.

Já esteve mesmo. Seu nariz estava em um ângulo estranho, muito provavelmente quebrado. Metade do seu rosto era parte sangue, de forma que não pude avaliar os estrago, e nem poderia agora com o tempo limitado. Erguendo a minha varinha arrombei a porta da cela de Gina que levantou surpresa, com um movimento de varinha, arranquei a venda de seus olhos. Ela piscou várias vezes, tão incomodada com a luz quanto eu estivera há minutos atrás.

Ela parecia assustada, mas feliz em me ver.

- Como conseguiu escapar? - quis saber seguindo para fora da sala e encontrando Eric em seu estado lastimável -  Ah meus deus, Eric! - ela agarrou seu braço amparando-o - o que fizeram com você?

- Longa história para as duas perguntas - afirmei colocando uma das mãos de Eric em meus ombros e Gina repetiu o movimento. Olhei para trás, temendo que Zabini cruzasse o corredor, entretanto este estava tão vazio quanto estivera segundos atrás.

Assim, cambaleante e inegavelmente vitoriosos seguimos para longe da prisão que quiseram nos trancafiar.

Gina Pov

Nossa corrida estava sendo atrasada por um Eric muito debilitado. A cada passo que dávamos, seu corpo parecia mais pesado e era mais difícil prosseguir.vApesar de todo esforço e dificuldade de andar, abandoná-lo não era uma opção. Nunca seria.

- Espera, - ofegou Hermione com as duas mãos amparadas no joelho - nós nunca vamos conseguir desse jeito.

- Podem ir - assentiu Eric valentemente ajoelhando no chão, drenado de forças.

- Não! - eu gritei mal suportando pensar na possibilidade de deixá-lo para trás.

Instantaneamente me veio a imagem de mim mesma,sozinha e sem chances de me defender. Aquilo era exatamente o que eu tinha passado naquela casa infernal. O sentimento de impotência é mais poderoso que se imagina. Justamente por ser tão aterrador, eu nunca poderia dar as costas a um amigo dessa forma. Como eu poderia dormir em paz depois? Como se encarar no espelho sem sentir vergonha do seu reflexo?

No final das contas, a Profecia não modificou meus valores.

- Nós não vamos te deixar - neguei veemente me ajoelhando ao seu lado -Você entendeu isso? - perguntei segurando seu rosto com as palmas trêmulas.

- Eu estou prejudicando vocês - Eric recuou, meneando a cabeça - vocês ainda têm uma chance, mas não comigo - falou com dificuldade.

- Não seja idiota, Eric - replicou Hermione cerrando os dentes e se pondo de pé - nós vamos sair dessa. Só o que precisamos é de um plano.

- Meio tarde para pensar em um, não? - falei não querendo ser a voz do pessimismo do momento, mas me sentindo na obrigação de trazer a verdade a tona.

Já estávamos fora da casa de Halliwell, que não era distante de um pequeno vilarejo. A casa devia ser protegida por feitiços de desilusão. Vimos pessoas a poucos metros de nós por ruas tranquilas. Como já estava de noite, poucas estavam circulando e a escuridão acobertava nossa clara visão de fugitivos.

- Nunca é tarde demais, Gina - disse Hermione - Ah, não saia daqui - ela ordenou e senti meu corpo sendo firmemente atado ao chão. Queira protestar, me soltar, porém era impossível. Franzi a testa para Hermione, que sem um olhar de desculpas, deu as costas para mim. Era quase como se ela já não percebesse o que estava fazendo.

Seguiu andando altivamente para frente em direção a uma mulher de estatura média que andava distraída sem reparar em nós. Primeiro achei que Hermione estava se fazendo de perdida, mas foi só a mulher a encarar diretamente que sua expressão vaga me informou o que estava acontecendo.

Alguns segundos depois, a vítima simplesmente andou em movimentos automáticos e mecânicos para a casa de Halliwell. Foi quando percebi que não estava mais a mercê da vontade de Hermione Granger.

- O que você fez? - eu a acusei com raiva, auxiliando Eric a voltar a andar.

- Salvei a sua pele, de nada - ela disse segurando Eric de volta. Eu me contive para não sugerir que em situações futuras, ela não tentasse me manipular de novo.

- Por que ela estava indo para lá? - foi Eric que perguntou agora e confusão foi a única coisa que consegui identificar.

-Ah, ela está indo para a casa de Halliwell - Hermione falou e vendo a expressão escandalizada em meu rosto se consertou - relaxe, Gina. Ela não vai morrer nem nada assim, só vai servir de distração enquanto escapamos.

- Que tipo de distração? - sibilei sem ter certeza se queria a resposta, uma vez que Hermione não parecia a mesma.

- Ela vai se passar por você, é claro - ela explicou brevemente parando numa casa simples de dois andares - percebi que você era a única com o poder de realmente atrasá-los. Harry não vai conseguir seguir em frente achando que você está prestes a se matar na frente dele.

- O QUÊ? - gritei sem reação parando momentaneamente de andar também.

- Não se preocupe, ele vai achar que você está sob Poção Polissuco e foi manipulada por mim a fazer isso - disse Hermione com um sorriso cruel - Eles nem vão desconfiar, do jeito que acham que estou sem controle.

- Mione, eu não tenho certeza que Harry vai acreditar que conseguimos Poção Polissuco tão rápido assim - falei franzindo a testa.

- Realmente, - ela ponderou - talvez ele tenha problemas em acreditar, mas aposto que vai ficar preocupado quando você tentar se matar na frente dele. Talvez ele não consiga impedir a mulher de se matar, porém será ainda melhor para nós. Isso vai nos dar ainda mais tempo!

Minha voz tinha sumido juntos com os escrúpulos de Hermione. Eu sei que precisávamos de uma distração, entretanto usar algo tão forte com Harry não lhe parecia cruel demais? Alguém que já foi seu melhor amigo? Como ela achava que tinha o direito de até me manipular, não devia estar encontrando problemas refletindo sobre o susto que Harry estava prestes a levar.

- Por que paramos aqui? - Eric quis saber, agora com sérios problemas de equilíbrio.

- A mulher teve a bondade de nos dar a chave daqui - Hermione ironizou brincando com objeto até então não percebido por mim em suas mãos e cruzando o jardim de sua última vítima como se tudo lhe pertencesse - vão ficar parados aí? - debochou vendo que tanto eu como Eric tínhamos congelado no portão. Ela abriu a porta num convite mudo e entrou sem nos esperar.

Forcei-me a atravessar e auxiliar Eric a se deitar no sofá da sala da casa desconhecida. Ele finalmente se permitiu entregar-se ao cansaço e praticamente apagou no meu colo. Hermione fechara a porta e começou a lançar diversos feitiços de desilusão e proteção ao redor da sala pequena e aconchegante.

- Eu sei que não é grande coisa, mas quem sabe amanhã eu possa conseguir uma casa melhor - ela falava distraidamente para mim - aliás, não precisa me agradecer por ter salvado a sua pele lá dentro.

Eu a encarei, vendo sua expressão chateada pela minha suposta ingratidão. Eu não tinha nada por agradecer a alguém que mandou uma impostora se matar na frente de Harry se passando por mim. Alguém que me manipulou sem hesitar. Alguém que nem pensou duas vezes antes de mandar uma desconhecida para a forca e logo em seguida se apoderar da casa dela.

Eu não confiava na pessoa na minha frente, da mesma forma que não confiava em Eric quando ele se tornou uma versão cruel de si mesmo. Seria a Profecia nos afetando?

Achei que tinha deixado meus inimigos para trás quando fugi da casa de Halliwell, mas pensando bem, eles não estavam tentando nos livrar das maldições? Justamente o que estava distorcendo as personalidades de Hermione e Eric? Será que cometemos um enorme erro saindo de lá?

- Obrigada - respondi seca, apenas pela obrigação que aqueles olhos me impunham.

- Parece tensa, Gi - ela falou se aproximando de mim e reprimi o impulso de recuar quando seu braço passou pelo meu ombro - Não se preocupe, ok? Eu estou cuidando de tudo, você está protegida aqui.

Assenti desviando os olhos dela, e olhando para as janelas daquela casa desconhecida. E quando percebi a pouca distância que nos separava da casa de Halliwell não pude dizer se o que senti foi preocupação ou alívio.

-Pode ser - suspirei acariciando os cabelos de Eric - mas até quando?

Eu não estava me referindo aos inimigos que estavam fora daquela sala, porque só agora que percebi que assim que fugi levei comigo meus próprios inimigos, e se Eric acordasse da mesma forma ameaçadora de antes?

Mais importante: até quando eu conseguiria lidar com a pessoa manipuladora que Hermione se tornara?

N/B: FINALMENTEE ACAAABEI =DDD *TODOSCOMEMORAAAM*

N/A:Oi, tem alguém aí?

Gente, para compensar o meu tempo perdido, chegou um capítulo com 45 páginas para vocês! Bem grandinho, hein? Mas sério, agora vou postar mais rápido! Minha meta será duas semanas, tomara que eu consiga!

Bom, vocês viram que Eric e principalmente a Mione estão meio diabólicos hehehe com a profecia...cada um tem o seu jeito de se influenciar. Eric fica um pouco mais cruel que deixa transparecer. Mione fica beem mandona e controladora. Aliás, o nome do próximo é Perigosa! Uiaa. Sugestões?

A Gina melhorou, né? Dei um despertador para ela, coitada que agora vocês já perceberam que ela está bem encrencada. Que peninha dela, do que vem pela frente.

 

A Mione, vocês viram o segredo dela. Garanto que não foi legal de se escrever mas pelo menos a cena ficou do jeito que idealizei. Espero que tenham curtido J foi mais chatinho fazer essa cena que fazer a de tortura e olha que aquela.. aiai, ainda bem que passou.

Perguntas para o próximo:

*Como Eric sabia do segredo de Hermione?

*O que ela temia que Zabini soubesse?

*O que era aquele pergaminho que ela escondeu de Gina?

*O que aconteceu com Draco e Zabini?

*Como Harry vai reagir com a impostora?

*Quais são os planos de Hermione para a memória roubada?

*Quais foram os efeitos colaterais para Eric?

BASTANTE PERGUNTAS PARA VOCÊS DAREM UMA DE SHERLOCK!

Explicando meu sumiço..festas, homens mais velhos, imaturidade, bebida, hospital. PT, hospital, pior aniversário. É, um bom resumo desses meus últimos meses. Eu não ia falar nada, mas vocês me dão tanto apoio que acho que mereciam uma explicação.

Mas o que importa é que agora estou bem, e estou doida para responder aos coments. A beta tá com uma vida mais agitada que a minha então chega essa semana o capítulo totalmente betado, ok? E Carol, brigada por tudo, você sabe que é muito mais que apenas minha beta, né?

RESPOSTA AOS COMENTS:

 

*alana_miguxa: Bom, adorei saber que está gostando! Ah, sim, Draco vai ter motivos para perseguir a Mione, você percebeu no final desse né? E o Pov da Gina também ajuda a entender o que vem por aí! Pessoalmente, não gostei do Harry desse capítulo, mas ele fez o que queria né. Foi meio covarde, mas teve uma motivação. Teve uma NC meio diferente nessa, gostou? Espero que continue comentando, desculpe a demora! Beijoo

 

*Brenda Chaia: Que trio louco mesmo! HAHAHA mas a Gina melhorou, vai. Eu sei que sou a maior defensora das burrices mas acredito que ela melhorou um pouco nesse..esse dramione esfriou um pouco, mas pelo menos o Draco foi lá e salvou a Mione. Isso significa algo, né? Brigada pela força e desculpa mesmo a demora! Beijoo

 

*Lana_Sodré: Esse deve ter te chocado bastante então, com o segredo da Mione revelado..a Gina é bem impulsiva sim, mas ta melhorando. Capítulo predileto? Aee, valeu! Vai que esse desbanca o anterior? Não sei..sim, a Gina quis proteger o Harry, ela sempre quer fazer isso mas agora isso vai mudar um pouco. Ela vai perceber que tem que cuidar dela primeiro. O Eric se ferrou legal nesse capítulo, e pode contar que terá volta! Ele fará bastante merda, posso garantir! A Hermione era a cabeça do grupo, ERA. Hahahaha a cena do prólogo ta chegando, é daqui a dois capítulos! Brigada pelas conversas, perguntas de quando vou postar, isso ajuda muito, viu? Brigada por tudo e principalmente pele paciência!Beijoo

 

*Nana-moraes Malfoy: Acho que sua maior preocupação vai mudar, Eric é um problema mas lembra que o nome do próximo capítulo é “Perigosa” e fala da Mione..Draco e Harry acabaram se enrolando para ajudarem, né? Mas dizem que o que vale é a intenção..hahaha ah, tô para ler o último cap da sua fic, cadê??Brigada por comentar sempre, beijooo

 

*Débora Granger Potter: Então a sua preferida é a Mione? Cuidado, isso pode mudar HAHAHAHA mas tudo bem, e que fique aqui, qualquer coisa pode falar mesmo. Comentários também servem para críticas e sou bem mente aberta para ouvir a opinião dos outros J mas se o que você queria era ver a Mione poderosa e tal, vai gostar do próximo capítulo! Brigada por comentar, beijooo

 

*annalimaa_: sim, amo reviravoltas! A Gina é má quando quer, mas ela ta numa fase boazinha e vai só se ferrar mesmo. A Profecia não foi algo bacana, vc pôde ver heheh e espere mais mortes!Brigadaa por sempre comentar.viu? Beijoo

 

*The Daily Doll: Você não é burra,tá? HAHAHA sério, questionadora é uma ótima qualidade e você quase sempre acerta tudo, nem ouso te dar dicas no msn que se não já viu né? Quanto aos vilões...ah, eu acho que vai mudando..é claro que existem as verdades incontestáveis tipo Halliwell e Zabini não prestam, mas ei até com eles você pode surpreender. Todos são humanos e vão acertar e errar algumas vezes, faz parte. Sua chance de ser a primeira a comentar, COREEEE! Hahahahha Eu demorei MUITOOO, não foi planejado mas é a vida, acontece. Brigada por tudo,kiki! Saudades das nossas conversas via facebook! Beijoo

 

*M R C: Nesse eu senti que teve muita tensão e pouco romance, muita amargura também, lembrei de você quando tava relendo..concordo com seu ponto de vista, mas nem sempre dá para equilibrar. Nesse foi um caso, o próximo,veremos.. HAHAHA o loiro já sofreu um pouco nesse, tadinhoo! MAS teve beijinho! Eu confesso que Harry é um dos personagens mais legais de se escrever, ele é tão contraditório nessa fic que posso usar várias facetas para ele. A historia dele com a Gina ta complicada, ainda mais com tanta gente no meio (né, Eric?). Ah brigada pelos elogios, coments, enfim tudo! Beijoo

 

*Jacque Granger Malfoy: Ownnn que lindonaa! Mas poxa, então vc esperou um bocado, desculpe por isso..a inveja do Eric ainda vai dar o que falar, te garanto! A NC desse capítulo foi meio diferente, mas espero que tenha gostado mesmo assim hehehe o lance de transferência ainda vai ser explicada mas posso afirmar que a Halliwell não tem interesse na Gina porque ela é mais poderosa e tal, porque ela não é. A Halliwell quer poder torturar as pessoas, o  motivo não posso falar ainda HAHAHA ah, eu vi que você me avisou que faltava a danada da frase, eu tinha esquecido, acredita? Odeio quando isso acontecesse, mas ainda bem que você me avisou! J Eric será um problema, mas a Mione também hein! O prólogo vai ser no capítulo 9! Seria no próximo mas eu vou precisar do Pov da Mione para fazer,né? Sim, você acertou, Zabini desbancando todas as teorias de todo mundo, ele é a ponta do bizarro triângulo amoroso. Apesar da Mione não ter interesse nele, ele vai demorar UM POUQUINHO  para perceber isso HAHAHAAH Não, mas sério..ele vai dar trabalho para o Draco. Brigada por seus coments, suas cobrançasm seus elogios!eu tbm espero muito seus coments, você que n sabe! HAHAHA Beijooo

 

*Katie Black: E finalmente foi revelado o segredo de Hermione! A Aliança não vai ser temporária, se eles estão juntos pelo Voto Perpétuo que vai dar muito pano para a manga! Ah, uma coisa para deixar claro: ninguém é mais poderoso que os outros, cada um tem uma maldição que pode ser mais útil numa situação ou outra...isso vou explicar mais para frente, mas na minha opinião modesta eu acho a da Mione mais completa porque ela pode matar e torturar alguém indiretamente, ela pode fazer tudo indiretamente. Até porque, diferente da maldição normal, a dela é impossível de se lutar contra, como aconteceu com Halliwell. Sim, eles não admitem HAHAHAHA frase trash do capítulo: “Eu também não quero que você morra”. Aeee, Mione poeta. Brigada pelas suas sugestões duas e afins,ok? Beijooo

 

*Landa MS: Você percebeu que não é só o Draco que gosta de comandar, né? Mas não sei o que vc achou do Zabini..medo da sua opinião..HAHAHAA viu meu comente no Prisioneira? AMO aquela fic de paixão, vc sabe? É bom que assim eu odeio a Alyssa mas amo a sua Alissa! Pessoas completamente diferentes, né? HAHAHAHA a NC foi pouco detalhada nesse porque eu realmente não queria detalhar um estupro, me falta pudor e sobra náuseas, mas tinha que acontecer, fazer o que..a Mione ta entregando os pontos, ela ajudou ele e tal. Viiu o Draco sendo herói? Espero que tenha alegrado sua segunda com isso, viu? J POSTA LOGOOO (cobrança básica) Beijooo

 

*leleu_mione: Espero ter me superado mais uma vez! As cenas calientes foram suspensas né, mas pelo menos o romance deles está avançando, eles estão se ajudando e ambos já perceberam que se importam, falta admitir mas fazer o que, tudo com o tempo! A Mione vai ficar meio diabólica agora, você percebeu né. To até com medo dela aiai, sua sugestão tá de pé,pode deixar J Eric, desiste, meu filho! Ninguém gosta de você! HAHAHAAH a viagem foi ótima, a volta que nem tanto, mas ta tudo explicado lá em cima!Brigada pelo apoio e força!Beijoo

 

É isso, pessoas, vocês já sabem o que fazer, adoro saber o que estão sabendo e isso me ajuda melhorar! Quem quiser me add, karol-violet@hotmail.com !

Fui! (próximo daqui a 2 semanas!)

  

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Comentários: 10

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Enviado por H. Granger Malfoy em 06/09/2012

Essa fic eh mtmtmt boa! Sem condicoes... Estou super ansiosa pra ver o que vai acontecer a partir de agora... A profecia ja atingiu eric e hermione... Falta a gina, quero mesmo ver o que muda, ou aumenta, na personalidade dela! Tambem queria descobrir o que a profecia dizia realmente e qual a real intencao da halliwell.. Entao espero que o prox cap nao demore! Bjs

Nota: 5

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Enviado por The Daily Doll em 02/07/2012

*Como Eric sabia do segredo de Hermione?
Ele sabia? kkk Eu voltei pra ver onde tava a parte em que ele insinuava que sabe, procurei pra ser mais exata, e com ajuda sua ainda amis, aí consegui achar, quando tinha lido não me tocado que ele estava insinuando sobre aquilo, até porque o 'aquilo' se relatou depois, não fiz a ligação rsrs, mas sim, é capaz dele saber, mas como é q eu não sei.

*O que ela temia que Zabini soubesse?
Acho que ela teve um filho dele, porque quando ela lembrou, ela disse que aquilo rendeu um fruto, intaum acho que ela teve um filho, mas ela pode ter perdido, tirado, dado, acho difícil ela ter ficado, já teve alguma cena na casa dela? Já num foi? Eu não lembro ao certo, mas acho que é isso que ela tava com medo, que ele soubesse que ela teve um filho dele.

*O que era aquele pergaminho que ela escondeu de Gina?
Talvez uma foto da criança citada acima, não lembro de nada que Draco possa ter dado pra ela em pergaminho que ela tenha gardado, ou pode ser algo que ela anotou antes e tava relendo, sei lá rsrs.

*O que aconteceu com Draco e Zabini?
Se você ta se referindo ao que os levou a se afastaram, eu não sei, algo aconteceu nos bastidores entre uma cena e outra que fez eles se desgostarem, ou foi antes de começar a fic rsrs.

*Como Harry vai reagir com a impostora?
Se ele acreditar, o que é possível, porque ainda acho ele meio inocente rsrs, acho que ele vai tentar impedir e sofrer, e depois ficar zangado quando descobrir

*Quais são os planos de Hermione para a memória roubada?
Acho que chantagear Halliwell, ou algo assim, é a única coisa que me vêem a mente.

*Quais foram os efeitos colaterais para Eric?
Ele tá fraco, isso ficou óbvio até pra mim rsrs, perder os poderes ele não pedeu, senão não ia ter graça neh, mas acho que talvez ele tenha ficado mais surtado do que já é rsrs

Maaas, adorei o capítulo, foi bem emocionante com o todo o lance de fuga e tals, e a cena do quase afogamento com chuva ficou ótima. E a cena em que Draco salva Mione de Zabini e eles se beijam ficou tããão fofa *-* E você disse que a Mione fica bem mandona e controladora, mas ela sempre foi assim neh, a diferença é que agora ela pode obrigar todos a obedecê-la rsrs. E parece que a instabilidade é por período, quando um ta melhorando e ficando lúcido, outro piora e dá uma surtadazinha básica rsrs. Já sei, no próximo capítulo Hermione vai usar a maldição dela pra obrigar Draco a casar com ela neh. Ok, foi brinks rsrs, mas talvez ela devesse usar a maldição pra fazer o povo revelar seus segredos obscuros e seus planos, por exemplo, ela pode fazer Draco falar das cicatrizes, eu ñ esqueci delas rsrs, e pode fazer Halliwell revelar seus planos e a verdade verdadeira sober a profecia, mas se fizesse isso agora a história terminaria muito rápido rsrs, mas é uma ideia rsrs.

E de novo, mais uma vez, eu ñ fui a primeira a comentar, mas dessa vez acho que fui a última a ler, e ainda teve o problema do meu entendimento kkk, mas pelo menso acho que tendi tudo, Zabini trocou Celine por Halliwell, mas quando a matou sem querer se arrependeu, eu acho, mas ainda sim ficou com a doida lá, se juntaram à Harry e Draco que são dois burros de aceitarem a ajuda deles rsrs, Eric, Gina e Hermione estão revezando pra ser o surtado da vez e Zabini é um tarado violador e acho que Hermione ainda esconde algum segredo a respeito dessa história, acho que é tudo rsrs.

E eu nem posso reclamar da demora, porque eu demorei pra vim ler também rsrs, mas ficou muito bom esse, o Draco interrogando a Mione e dizendo q ela perdeu a confiança dele, só a confiança neh, pq todo o resto continua lá rsrs. E você detonou como sempre amiga, 10 a 0 pra vc rsrs, espero que o próximo não demore e que eu ñ demore pra ler também rsrs. Parabéns, bêjuxs =* e até a próxima rsrs.

Nota: 5

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Enviado por Ariane em 23/06/2012

Nossa! Definitivamente essa é uma das melhores fics que eu li em tempos! O enredo é perfeito, a forma que você caracterizou os personagens, a trama, as histórias, tudo! É tudo maravilhoso, parabéns. Estou ansiosa para ver como como a Hermione irá ficar com os efeitos da profecia, assim como a evolução da relação dela com o Malfoy, que está mto boa! A Hermione que você está montando está perfeita, e o modo inteligente, sagaz, misturado com essa nova manipulação a deixando perigosa tá muito bom! Sempre fico relendo os capítulos pra ver se eu acho algum detalhe que eu deixei passar na primeira leitura, e acabo me apaixonando de novo pela fic!

Nota: 5

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Enviado por alana_miguxa em 10/06/2012

aiiimeudeusss!!! amando a fic! eu iria adorar se conseguisse cumprir a meta de duas semanas! seria mara! ehhehehe
ameii o capítulo. muitas perguntas ficaram mesmo no ar. eu adoreiii a atitude do draco. o harry que eu nao to gostando muito não. sl. olha que coisa horrivel, mas vai ser legal ele sofrer um pouquinho no proximo capitulo achando que a gina vai se matar! ehheheheheehe que cruel que eu sou, né? mas é que daí talvez ele dê mais valor pra ela.
não vejo a hora do proximo capitulo!
bjuss 

Nota: 5

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Enviado por M R C em 07/06/2012

aai meu deuuuussssss .. que emoçãooo esse capítulo!
hahaha
muito bom !
eu acho que o draco vai acabar com a raça do zabini qdo descobrir o que ele fez com a hermione ! pq eu imagino que ele vá descobrir isso mais cedo ou mais tarde e dará um jeito de matá-lo indiretamente...hahahha

adorei essa personalidade maníaca da hermione...ele era certinha demais ! uiuiui

quanto ao eric saber o que aconteceu, eu nao sei exatamente como ele descobriu , mas eu desconfio que ele nao é um personagem do bem nao.... talvez ele tenha alguma ligação com zabini...

geeente muiiiiito suspense, ação e romance na mesma fic ! amoooooo


o nome do próximo capítulo é bem promissor....será que vai rolar pegação entre draco e mione ?? seriaaa muiiito emocionante se isso acontecesse nessa altura do campeonato ! hehehehehe
beijoss            

Nota: 5

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Enviado por Brenda Chaia em 05/06/2012

O cap foi nota mil!
A Gina acordou, mas ela é tipo eu, ATRASADA!

Acredito que o o outro segredo da Hermione, que ela temia que o Zabine soubesse é que ela abortou um filho dele... rá. E que ela possa estar grávida de novo... rá.

Será que eu só penso em bebês?! o.O

Mas na boa, a vida as vezes é mais louca do que mt roteiro por aí.. A vida não é fácil, mas no fim, mesmo, a gente acaba rindo de tudo... ou chorando e rindo ao mesmo tempo.. é assim..

Espero que esteja bem mesmo e que o próximo não demore tanto!

\o/ 

Nota: 5

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Enviado por leleu_mione em 04/06/2012

Uau, demorei dois dias para ler o capítulo KKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Adoroooooo, capítulo enorrrrrmeeeeeee!!!!!
Nem sei por onde começar, foi tanta coisa acontecendo nesse capítulo, mas gostei do draco e da mione, eles como sempre roubando a cena. Realmente fiquei com muito mais perguntas do que respostas depois dessa. Curiosa para saber os efeitos do feitiço no Eric e como ele sabia do segredo da mione, eu ainda não confio nele, acho que ele é do mal, sei lá, não passa confiança e não gosto da aproximação dele da mione e da gina, mas vamos esperar para ver o que vai dar. 
Por mais estranho que possa parecer, adorei a mione mais decidida, usando uma manipulaçãozinha aqui outra acolá, porque eles estavam precisando de ajuda. Espero que a trouxa que ela hipnotizou não morra, porque ela não é uma assassina fria, só está um pouco afetada, tadinha rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs, mas também, depois de presenciar a mulher que eles estavam caçando até agora na fic se aliar as pessoas que você confiava, fugir, ser perseguida, quase morrer afogada, ser presa, vendada, quase ser estuprada pelo zambini, que ainda machucou ela e de ter beijado o homem mais lindo da nação, o que você queria, a coitada enloqueceu !!!!!!!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK  
Falando sério agora, louca para ler o próximo capítulo, beijos e até lá. 

Nota: 5

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Enviado por annalimaa_ em 04/06/2012

OMG é isso que resume o cap;itulo, meu deus muito bom, um dos melhores, DRACO SALVADOR DA NACÃO, ele sempre irá salvá-la.Fiquei super feliz quando vi que tinha postado e compensou mesmo as 45 páginas.Realmente não gosto do Erica, mas o que me surpriendeu foi o Zabini.O Draco vai arrebentar a cara dele, ele não pode matar, nada especificado em machucar muito.Harry vai fazer de tudo pra salvar a ''Gina''.Meu está perfeito esse capítulo.Acho que os três tem seus momentos de possesão da profecia, mas cada um tem algo que podem controlá-los, Hermione o Draco, Gina o Harry, basta saber o Eric, por mim ele morria, o Zabine é outro que merecia morrer.Parabéns você escreve perfeitamente bem.

Nota: 5

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Enviado por Jade Moreira em 04/06/2012

Adorei o capitulo eu quero mais kkkkkkk 
Tchau ate o proximo =))))00 

Nota: 5

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Enviado por Spencer Cavanaugh em 04/06/2012

Realmente o capitulo me deixou chocada, tanta novidade em um capitulo só que me deixou besta. Nossa que segredo esse da Mione, ahh A Gina tá show de bola kk tá mais controlada, pensando bem mais antes de fazer as coisas, só que a Mione tá descontrolada. Sim, você previu algo porque esse desbancou o anterior e consegue ser o predileto, tantas revelações que me fez mudar de ideia sobre o capitulo predileto, apesar de o anterior ter sido muiiiiito perfeito. Eric vai querer se vingar com certeza. Vou testado como cobaia kkkk logo ele que se acha o melhor de todos hum... vai dar um baita problema pro Harry, ahhh que o Eric fará merda está praticamente escrito na testa dele kkkk a Mione perdeu as estribeiras no fim do capitulo, acho que quando a pessoa começa a usar a maldição fica descontrolada por isso que ela tá assim como Eric, só que Eric não liga e a Mione quando colocar a cabeça pra pensar vai se sentir culpada. Ahhhhhh a cena do prólogo *-* sim, estou megaaaa curiosa aqui kkk. Ahhh flr, não precisa agradecer, bem obrigada você também pelas conversar, gosto muiiito de conversar com você *-* 

Nossa só a frase do começo do capitulo já é bastante inspiradora. Eu fiquei O.O <-- assim lendo o capitulo. Amei as cenas de fuga deles a da janela foi a melhor de todas se fosse eu ia preferir ficar kkkk medo de altura master kk Zabine e Halliwel estão tramando alguma coisa, só pode ser algo pra tomar o poder de volta,mas eles não podem matar os três. Ameiii a cena que o Draco deixou a Mione fugir, mas acho que vai dar um baita de um problema porque duvido que o Harry vá gostar desse ato de bondade dele, a Mione também arrasou com o fim do capitulo aquela coisa de mandar a moça se matar acho que usar a maldição contra Halliwel fez ela ficar assim, quanto mais você usa a maldição, mais afetado fica e eu já acho que o próximo capitulo pode ser dela "Perigosa" kkkkkk porque ela tá muiiiito mesmo. Tem algo que me intriga, acho que o Eric tá escondendo coisas demais das meninas porque não tinha como ele saber aquilo da Mione ele pode ter fuçado a mente dela em um momento de descuido ou pode estar envolvido em um plano maior e o jeito como ele disse a Mione e tal o que tinha acontecido foi meio cruel. Bem eu nem imagino o que ela temia que Zabini soubesse :/  O que ela escondeu de Gina pode ser alguma carta que ela recebeu, ai vem a questão poderia ser uma carta sei lá falando sobre ela e Zabine então assim o idiota do Eric descobriu ? Ou não, pode ser somente um pergaminho sem valor nenhum, mas que pra ela tem um baita valor sentimental. Até pensei em ser um pergaminho do Ron que ele mandou do além kkk mas não faria sentido. Pra mim Harry chegou lá pra dá um fim na briga do Draco e do Zabini, ai ele vai jogar 7 pedras em Draco e mandar Harry fazer alguma coisa, afinal eles não podem se matar. Harry vai ficar desesperado com a impostara...Mentira! Ele vai sacar que foi a Mione que fez isso Harry é muito inteligente pra ser enganado tão facilmente assim kkk  Bem do jeito que Hermione tá ou ela quer descobrir o que eles fizeram para achar uma cura ou ela quer usar aquilo pra mandar Halliwel para Azkaban e sobre a ultima pergunta os efeitos colaterais serã os piores com certeza kkkk pode ser mais poder ou pode ser algo como ele não conseguir se controlar mais o que vai ferrar mais ainda com o Harry e o Draco. Eu ameiii o capitulo demais e já não vejo a hora pra o próximo *-* beijooos flr!

Nota: 5

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