Epílogo
Quatro anos depois...
Aquela era, sem dúvida, minha época favorita. O Natal. Por nenhum outro motivo além de ter uma namorada com um talento inigualável de deixar meu corpo quente em quaisquer circunstâncias, principalmente numa noite tão fria como aquela de vinte e quatro de dezembro. Era meu aniversário e eu mesmo havia feito um jantar para ela. Aquele tipo de jantar que ainda não comemos porque estávamos entretidos demais matando a saudade física que existia entre a gente, para a fome não poder esperar pacientemente.
Rose ficou mais de três meses fora a trabalho e eu a esperei em meu extenso apartamento o tempo todo. Ela cumpriu a promessa que fez de voltar na véspera de Natal. Não trocamos nenhuma palavra quando ela chegou e eu atendi a porta. Já fizemos o suficiente nas cartas. Naquele momento, ela apenas agarrou-se a mim, beijando-me e abrindo os botões da minha camisa social preta. Ela gostava do jeito como eu me surpreendia com o desespero dela e, por alguns segundos, tentei dizer: “Devíamos jantar primeiro” em meio aos beijos e os passos até a cama perto da lareira. Ela só respondia, num sussurro, meio que me ignorando: “Senti tanto a sua falta.” E eu não conseguia controlar meus instintos, depois de ouvir aquela voz chamando por mim e por mais um pouco daquilo que ela precisava.
Não houve sofrimento no tempo que Rose ficou fora. Eu sempre entendi o quanto ela precisava disso, e eu também. Tempo de saudades. A relação ficava melhor. Ela tinha um trabalho urgente com a equipe de medibruxos e precisava correr pela Europa, ajudando crianças e adultos que tinham doenças raras e difíceis de diagnosticar no Hospital St. Mungus. Cargos como esses exigiam viagens. Então foi preciso sair do país por alguns meses. Rose fazia parte de uma das melhores equipes e o seu dever era fazer pesquisas, mas quando eu lhe perguntava do trabalho, ela nunca falava sobre as pesquisas. E era isso que eu mais amava nela.
Ela falava sobre as pessoas. Rose gostava de conhecer cada paciente. Eu não conhecia nada sobre medicina, por isso tê-la contando sobre a parte que ela mais gostava em seu trabalho fazia com que ficássemos conversando sem parar.
– E ele tinha olhos gentis e um sorriso triste, pareceu ter sofrido a vida toda, sabe?
E contava, mordendo um pedaço da maçã molhada com chocolate. Estávamos deitados no colchão, com a bandeja da sobremesa no lugar onde deveriam estar os travesseiros. Ela estava de bruços, comendo sem parar, e eu tinha o corpo de lado, apoiado ao cotovelo, sorrindo quando ela contava algo engraçado, prestando atenção nos lábios sujos de chocolate quando ela falava sobre algo que não importava muito, e me preocupando quando Rose comentava algo com aflição.
– Mas e você? – ela me pegou olhando para ela. – Fiquei duas horas só falando do que me aconteceu nesses meses. O que tanto ocorreu por aqui?
– Albus e Natalie voltaram – falei abanando a cabeça.
– Ah, novidade – ela também girou os olhos. – Quando eles não voltam, não é? E você? Preciso me preocupar em dar algumas porradas nas suas colegas? Elas se aproveitaram de você na minha ausência?
– Oh, sim, você perdeu as orgias, Rosie – eu disse, fazendo-a me dar um tapa muito forte no meu braço. Eu comecei a rir.
– Fala sério, Scorpius.
– Tudo bem. Vou contar. Bem... recebi uma carta na semana passada, Dimitre está fazendo progresso com a volta dele. Em alguns dias, ainda apoiado numa bengala ou algo assim, vai ser capaz de colocar os pés no chão...
– Uau, isso é incrível! E Amber? Alguma notícia dela?
– Muitas. Principalmente no mundo da moda.
– O que ela sempre quis – refletiu. – Mas quero mesmo saber de você!
– Eu te contei em todas as cartas – falei, sorrindo e passando um dedo pelos cabelos dela, gentilmente. – Muitos assaltos, mortes e mistérios. É isso o que é e sempre será o Quartel-General dos aurores.
– Você parece... estar escondendo algo, Scorpius. Eu te conheço, parece muito distante.
Deitei a cabeça no travesseiro, passando a mão no rosto.
– Só fiquei tempo demais sem você.
– Não desvie o assunto. Você está desviando o assunto e quanto isso acontece é porque alguma coisa aconteceu e você está escondendo e...
Eu a interrompi com um longo e suave beijo. Os lábios delas tinham gosto de chocolate.
– Não é o que está pensando – eu disse. – O que aconteceu... não consegui contar nas cartas. E não pretendia entrar nesse assunto hoje. É Natal e você provavelmente estava esperando que...
– Eu estava esperando voltar a conversar com você e saber o que anda acontecendo. Conte.
Eu pigarreei e comecei:
– Pouco depois que você saiu da Inglaterra, o quartel-general de aurores da minha idade me confiou a liderança para uma missão – Rose fez um ofego empolgado, mas eu a interrompi: – Eu e mais um rapaz tivemos que percorrer todo o país para encontrar uma tal mulher que estava vendendo objetos das trevas. Rastreamos ela e a encontramos numa casa de campo. Mulher de dois filhos da idade da filha de Dimitre, quatro anos mais ou menos. Fizemos as acusações e demos a ela a chance de ir ao seu julgamento. Ela recusou. Estava dopada, maluca, chapada, drogada, sei lá. Apontou a varinha na cabeça da filha mais velha e disse “Se vocês derem mais um passo eu a mato”. Eu fiquei apavorado porque eu imaginei que ela fosse matá-la. Eu achei que ela ia matar a própria filha. Depois... – limpei a garganta de novo, porque a lembrança ainda era muito nítida. Olhei para o lustre do meu apartamento. – Depois... eu tentei mantê-la calma, mas no momento em que ela proferiu as primeiras sílabas da maldição imperdoável contra a testa da filha...
Rose, por algum motivo, adivinhou o fim da história. Sua voz estava muito baixa:
– Você não teve escolhas.
– O pior que eu tive – murmurei. – Eu poderia ter usado outro feitiço para interrompê-la, mas não pensei. Eu não estava pensando. Eu poderia ter chamado o sr. Potter, mas achei que daria conta da situação. Tudo o que fiz foi tirar a vida de uma mãe. Depois fizeram pesquisas e descobriram que ela era doente, provavelmente não teria matado a filha se não tivesse tomado poções estranhas... agora nem tem a chance de se explicar. Morreu pela minha varinha.
– Scorpius – ela segurou meu rosto e me fez encará-la. – Erros acontecem. Sei como é... não poder salvar a todos de uma vez. Além disso... a filha dela estava em perigo. Você precisava. E eu entendo... estive nisso desde que comecei a ter cargos mais responsáveis em St. Mungus.
– Você não se culpa?
– Eu não posso deixar que isso me abale, mas a culpa é inevitável... é um sentimento humano.
Não consegui conter um riso sem emoção. Rose segurou minha mão.
– Quando isso acontece, a melhor coisa que deve fazer é desabafar.
– Eu desabafei – falei.
– Comigo, agora.
– Não, não... eu já havia contado tudo ao meu avô.
Ela achou isso curioso.
Depois do ocorrido que narrei a Rose, não consegui encarar ninguém durante dias. Minha primeira liderança terminou em uma tragédia causada pelas minhas próprias mãos. Não contei a minha mãe, não contei ao meu pai, nem mesmo a Albus, embora soubesse que o pai dele iria contar em algum momento. Não queria que eles soubessem o quanto fracassei; e minha mãe depositava tantas esperanças de que eu seria bem sucedido em qualquer tarefa que me fosse concedida. Não queria decepcioná-la.
Mas não pensem que não fui procurá-los, pelo menos para sair da cidade e fazer uma visita a Mansão, algo que não fazia há meses. Bem, no momento em que aparatei no casarão senti que estava mais vazia do que nunca.
Meu avô atendera a porta, a bengala apoiada firmemente no chão.
– Scorpius – ele pareceu surpreso com a minha presença.
– Vô – eu disse, tentando sorrir. Mas o bom de ter um avô como Lucius Malfoy era que, quando não queríamos sorrir, ele não achava isso antipático.
– Entre, mas se está à procura dos seus pais... é melhor saber que estão viajando.
Eu entrei mesmo assim.
Meu avô prendeu os olhos em mim por alguns segundos, como se estivesse analisando alguma mudança em meu aspecto.
– Faz tempo que não dá as caras. Teria um motivo hoje?
– Teria – eu disse incisivamente.
– Parece não dormir há dias – ele observou.
– Causei a morte de uma mulher – contei de repente. Lucius não fez expressão alguma, apenas... mudou a bengala da mão para outra. Com um gesto, indicou o sofá para eu me sentar.
Sei como as pessoas teriam esperado que ele fosse frio o suficiente para não se importar com isso. Ou falado algo como “Oh, tenho certeza de que deu motivos? Era uma sangue-ruim?” Se as pessoas ainda esperam isso dele, elas teriam se surpreendido. Ajeitou o sobretudo que sempre usava e sentou-se na poltrona, de modo que pudesse olhar para mim esperando que eu lhe contasse os detalhes. Ouviu do começo ao fim, sem interromper.
No fim da história, tudo o que ele disse foi algo totalmente inesperado e, se não explicado corretamente, teria sido cruel:
– Estou orgulhoso de você.
Foi meio que um choque ouvir isso. Orgulhoso pelo neto ter matado uma pessoa? Eu não conseguia nem dormir por conta disso. Mas Lucius acrescentou, enchendo uma taça de whisky para me oferecer:
– Conheci muitos assassinos... e você não é um deles. O mundo é cheio de mortes, Hyperion. – Meu nome do meio só era proferido por ele. Sempre pelo meu avô, mais ninguém. – Às vezes são trágicas e frias, e às vezes são acidentes irreversíveis. Poucos são os homens que confessam o que fazem com angustia, principalmente à frente de outro homem que causou a morte de milhares. E, atrevo a dizer, muitas vezes com certa satisfação quando tinha sua idade.
– O senhor foi um Comensal da Morte.
– Longa história, longa história... Não ouso nem contá-la.
– Como... como consegue viver com essas lembranças?
– Não tenha pena de mim – ele abriu um pequeno sorriso, um sorriso tão antigo que não parecia mais do que uma linha rosada e estreita em seu rosto. – Sua avó quem merece isso. A piedade, a pena. Ela sofreu. Oh, sofreu muito. E atrevo a dizer de novo... por minha causa. Não pense em comparar meus pecados com o seu – acrescentou. – Nunca pense. Se eu tivesse o mínimo da consciência leve que tem na sua idade, Hyperion, eu teria procurado a felicidade como seu pai, sua mãe e sua avó procuraram tantas vezes depois das guerras.
– Está dizendo que não é feliz?
– A felicidade vem a mim de uma forma que não consigo compreender... particularmente, nunca me levantei para procurá-la. Nunca achei que voltaria a merecê-la. Mas então seu pai me consegue aquele feito que ninguém da família tinha conseguido até então...
– O que é?
– O casamento por amor.
No momento em que disse isso, uma voz patenteou a alguns passos atrás da poltrona de meu avô:
– E quem disse que o nosso não foi por amor também, Lucius?
Ela deu passos até ele. E apertou-lhe ternamente o ombro, o que o fez olhar para cima, para o olhar dela.
– Cissy – ele disse como se quisesse rebater, ou até mesmo negar, mas ele só explicou: –, era diferente.
Não foi impossível acreditar nisso. No que a minha avó disse.
– Existe algum amor que seja igual ao outro?
– É melhor mudarmos de assunto – meu avô respirou profundamente. – Ou Narcissa começará a contar como nos apaixonamos.
Minha avó o ignorou e veio se sentar ao meu lado. Eu ergui as sobrancelhas para os dois, surpreso por estar rindo. E naquele momento descobri com quem meu pai, em outros tempos, teria aprendido o dom da ironia e do escárnio. Não esperava me sentir melhor ali, mas isso estava acontecendo.
– Ouvi o que contou a Lucius – vovó disse. – Daqui algum tempo serão apenas lembranças e elas não o deixarão aflito... mas trarão maturidade. Compreende?
E eu compreendi. Compreendia no momento em que recontava a história para Rose, em meu apartamento. Ela me escutava com toda atenção, roçando os dedos nos meus.
– Engraçado... – eu estava voltando a dizer a Rose. – Eles me fizeram encarar isso como uma... experiência, não como o fim do mundo. Para eu não errar de novo, sabe. Para não fracassar na minha próxima missão. Isso se eu liderar outra, o que não vai acontecer por algum tempo.
– Irá dar certo. Tudo.
– Sei que sim.
Levantei-me do colchão, somente usando a calça, e andei para a sala para pegar o presente de Rose no armário.
“Se um dia tiver a coragem” dissera meu avô ao entregar-me antes de nos despedirmos naquele dia. “Repita o feito de seu pai. Seja feliz.”
Apertei a pequena argola prateada e brilhante por entre meus dedos. Estava gelada e cheia de histórias. Repita o feito de seu pai, aconselhara o próprio Lucius Malfoy. Foi a benção que eu precisava.
Rose estava se deliciando com mais um pouco de chocolate quando me aproximei dela novamente no colchão, de joelhos. Chupou os resquícios do doce nos dedos como uma criança na melhor época de sua vida, olhando para mim.
E sim, estávamos nas melhores épocas de nossas vidas, apesar dos erros e dos medos. Por isso eu aproveitei e disse:
– Sei que vou cometer outros acidentes, talvez até mais terríveis que esse, mas dessa vez quero estar preparado com você.
Ela me encarou e, percebendo o tom de discurso, não ousou dizer nada. Esperou que eu terminasse.
– Com você morando aqui – acrescentei.
Ela piscou, sem entender.
– Sim, já estou morando. Voltei para a Inglaterra, lembra, Scorpius?
– Não aqui no país. Aqui.
– Aqui?
– Quero ver você todos os dias, acordando de manhã e usando minha camisa enquanto prepara sua torrada preferida com geléia, como gostava em Hogwarts.
Dizendo isso, eu lhe mostrei o anel que pertenceu a família por gerações.
Eu estava concentrado demais em terminar o pedido, que mal reparei que a reação dela foi derrubar o chocolate no lençol ali do lado. E a boca estava aberta, incrédula.
– Quero você aqui, Rose.
– Aqui – ela repetiu, sem esconder a voz embargada. – Eu gosto daqui.
Nós dois rimos. Trouxe sua mão para perto de mim. Droga, devia ter ensaiado discurso melhor. Eu devia estar parecendo muito patético. Bem, Scorpius, é só perguntar. Só perguntar.
Tomei o fôlego preciso, tendo certeza absoluta de que meu pedido não seria negado, mas um estampido soou o apartamento inteiro no momento que Albus Potter, meu grande amigo, aparatou na sala cambaleante.
Rose deu um gritinho de susto e cobriu-se com o lençol simultaneamente a voz de Albus, toda alegre:
– Feliz Natal, gen... te... – mas a voz foi sumindo, quando me viu segurando um anel.
Como se interrupções já não bastassem, outro estampido precedeu a chegada de Natalie. Ela viu que Rose se cobria com o lençol e deu um tapa forte em Albus:
– Eu disse que eles estariam transando!
– Não é isso! – cochichou Albus como se estivesse desejando usar uma capa da invisibilidade no momento. Ele apontou discretamente para mim. Só os lábios dele se mexeram, para indicar secretamente como nem se Rose tivesse notado: – Oanelnamãodele.
Natalie viu.
E Natalie gritou:
– OH MEU DEUS, VOCÊS VÃO CASAR!
Tentei dizer que isso ainda não estava realmente certo, desde que a minha pergunta ainda não tinha sido feito, mas...
Histericamente, Natalie pulou no colchão para abraçar Rose e a mim com muita força. Provavelmente os dois estavam voltando de alguma festa, porque cheiravam a bebida e a dança... Mas pouco importava se estavam bêbados ou não. A culpa tinha sido minha mesmo, por ter convidado os dois para darem uma passada em casa depois da volta de Rose para o país. Acontece que eu estava tão preocupado em fazer o pedido de casamento que tinha me esquecido de verificar o horário.
– Ai, está me esmagando e eu estou pelaaaaada Natalie! – exclamou Rose apertando o lençol ainda mais contra si. Natalie tirou o cabelo do rosto, ofegante, afastando-se de nós com o sorriso bobo e louco dela. Levantou-se depressa, alegando sua tarefa de abrir o champanhe.
Albus ainda estava parado como se tivesse levado uma cutucada no cérebro.
– Vocês... vocês...?
– Eu não sei – Rose olhou para mim. – Mas realmente parecia que Scorpius estava para me dizer algo importante.
– Oh, desculpem – ele compreendeu que haviam interrompido. – Natalie começou a peitar com uma mulher na festa, achei melhor virmos logo...
– Foda-se! – eu disse com a voz tão alta que eles se sobressaltaram. Levantei de novo do colchão, bravo. – Vocês dois viveram o tempo todo nos interrompendo. Agora querem fazer o favor de me deixar terminar pelo menos isso?
– Não estoure o champanhe ainda, Nat – exclamou Albus depressa, antes que ela o fizesse. – Scorpius ainda não fez o pedido.
Eu a encarei com um olhar zangado.
Mas como era possível me zangar com aqueles dois?
– Posso agora? Tem como vocês ficarem quietos, então? Ótimo.
Como se nada tivesse acontecido nesse meio tempo, voltei a olhar para Rose, que ainda estava muito confusa com tudo ocorrendo tão rápido.
– Espera – ela disse depressa quando pareceu cair a ficha sobre que eu ia fazer. – Espera. Deixe-me vestir a roupa primeiro.
Nós esperamos pacientemente, o anel esquentando em minha mão.
Depois que se vestiu embaixo dos lençóis, ela também se levantou para poder ficar frente a frente comigo. Os olhos dela estavam brilhantes quando sorri e peguei sua mão. Albus e Natalie bem calados ali do lado, observando. A verdade era que aqueles dois me deram muito mais coragem e determinação. Albus com sua falta de tato e Natalie com aquela exultação sempre radiante... nossos melhores amigos. Cúmplices de todos os acontecimentos, todos os fatores e todas as dúvidas que me levaram ao pedido, ajoelhado na mais típica de todas as cenas:
– Rose Weasley...
– Quero, quero e quero!
E ela não aguentou mais esperar e me lascou um beijo profundo na boca, antes sequer que eu fizesse o pedido. Já era tão óbvio. A comemoração foi ensurdecedora. Natalie estourou o champanhe, a rolha voou e quebrou um retrato da parede, mas estávamos entretidos demais no que estava acontecendo para darmos importância a outras coisas.
– Aqueles dois são de brinde – expliquei a Rose depois que nos soltamos. Albus e Natalie gritavam para a rua de Londres na sacada do apartamento que iam ser padrinhos. – Podemos descartá-los se começarem a encher muito o nosso saco.
– Oh, acho que nós encheremos o saco deles... seremos agora um daqueles casais que não saem sozinhos para nada – comentou, jogando os braços ao meu redor. – Os famosos... hum, como se diz mesmo?
– Noivos – ecoei sorrindo e a beijando.
– É, isso.
Não havia mais nada que não quiséssemos.
Alguns dias depois, quando contei a minha avó sobre ter pedido Rose em casamento, ela pareceu intrigada. Muito intrigada. Olhou para o céu estrelado da noite; estávamos sentados em um velho banco da Mansão no jardim.
– Sempre fui fascinada pelas constelações – contou. – E por explicações também. Há coisas que não entendo até hoje. Por que, Scorpius? Por que escolheu justamente uma Weasley, uma família que por tantos anos julgamos como traidora do próprio nome, a qual por tantos anos viveram contra os nossos princípios e nós aos deles? Por que, com tantas pessoas no mundo, justamente esta moça?
Ela não me pediu para explicar por que eu amava Rose. Não saberia dizer em palavras se ela tivesse perguntado.
Havia pedido uma explicação sobre minha escolha. Naturalmente, eu já tinha refletido sobre ela há muito tempo.
E, mesmo sem saber realmente se essa era a resposta que minha avó esperava ouvir, acabei lhe dizendo:
– Devo ter nascido para isso.
Bem, meus amores,
finalmente chegamos ao verdadeiro final...
e há uma razão para ter sido com Narcissa o último diálogo da fic inteira. (Explicarei no final)
Uau, Money Honey e Born For This, hein? Todas concluídas. Eu não conseguiria sem vocês, isso é fato. Tenho medo, no entanto, de citar todos os nomes de todos os que comentaram e cometer o deslize de ocultar alguém. Seria um afronto. Vocês sabem o que contribuiram para essa história, não sabem? *-* Sei que alguns desistiram no meio do caminho... não há o que fazer em relação a essa escolha já que é o gosto de cada um! Mesmo assim, por outro lado, o número de leitores foi o meu record. Espero aumentar cada vez mais esse número, porque se pedimos a mão, é natural querermos o braço HAUAHUAHAUHA Obrigada por compartilharem suas experiencias, seus sentimentos, seus elogios, em cada comentário. Obrigada por terem feito, algum de vocês, Born For This uma de suas fanfics favoritas! Isso significa muito!
E agora vamos as explicações.
Tenho essa curiosidade de escrever na visão de antagonistas. Sempre vemos o lado dos bons na guerra, mas e o lado negro? Como explicar todas as coisas que eles fizeram? É isso que me intriga. Se escrevi sobre Astoria e Scorpius, não vejo porque ignorar agora toda a história de Narcissa Malfoy. Como teria sido os Malfoy nas ascensões do Lorde das Trevas, além dos que nos mostraram nos livros? Caso estiverem comigo nessa desventura anti-heróica, as minhas despedidas vocês não terão, pois ainda darei as caras! :)
Um grande beijo para quem ficar por aqui... num futuro eu voltarei com mais "Rose e Scorpius" - é um shipper eterno <3
Beijos!
Pokie