6. Impulsiva
"O que foi que eu fiz..ela está morta?"
-Gina Weasley
Hermione Pov
Gina se levantou com as duas mãos cobrindo a boca numa expressão apavorada. A minha não devia estar muito diferente, após o que ouvi.
A poção estava perdendo efeito, assim como o feitiço que o mantinha atado à cadeira, pois Harry começou a piscar várias vezes para levantar cambaleante. Ele encarou Gina, chocado com o que dissera. Eric assistia tudo com uma sinistra satisfação, algo que nunca esperei ver nele.
Mas, ao que parece, esse é um dia de revelações.
- Gina, você precisa me ouvir – Harry falou, tentando se aproximar dela que o repeliu e se afastou colidindo com uma cadeira que tombou com estrépido no chão. Ninguém nem se deu o trabalho de olhar, havia um espetáculo muito mais interessante sendo reproduzido na nossa frente.
- Eu já ouvi o suficiente – disse ela franzindo os lábios decepcionada e se virando em um rompante certamente ao banheiro feminino.
- Não, eu tenho que te explicar... - insistiu Harry tentando a puxar de volta, porém Gina o empurrou com toda sua força, fazendo com que ele se desequilibrasse para trás.
- Explicar como matou Ron? - ela gritou furiosa - Guarde os detalhes. Vá em frente, sei que deve ter um excelente motivo. - ironizou - Contudo, não importa se ele implorou para que você o fizesse. Você jurou protegê-lo!
- Gina ,você não está entendendo... - Harry tentou falar e me virei automaticamente para encará-lo. Bem ou mal, estava interessada na sua versão da história.
- Harry,você me prometeu!
- Escute-me então!
Sua reação era de uma criança quando não tem sua promessa cumprida. Tantas emoções cruzaram o seu rosto: decepção, raiva, mágoa.
- Você tomou a Poção da Verdade e falou. Não tem mais nada para fazer - ela disse com o rosto contorcido de dor – A propósito, nada mais me prende aqui. Você não tem moral alguma para fazer qualquer tipo de chantagem que possa me atingir.
- Pare um pouco, não é como você está pensando. - disse Harry com os olhos implorando pelo perdão que não viria.
- Então por que nunca me contou? - perguntou Gina friamente - Nesses dois anos, não tinha um minuto para se virar para a idiota aqui e falar que era o assassino do meu irmão?!
- Eu não tive escolhas, Gina. Por favor, tente me entender!
- Eu não tenho que entender nada. Estou me demitindo. Olha a ironia, antes você não podia esperar para que esse momento chegasse, hoje sou eu que não suporto mais a sua presença. - disse Gina tão furiosa como nunca achei que fosse ver - Eu só espero que você morra sozinho, corroído pela culpa de ter matado seu melhor amigo, porque é esse o destino que você merece.
Não esperava essas palavras nem para meu pior inimigo, todavia Gina estava descontrolada, nunca a vi assim. Harry passou as mãos pela cabeça, frustrado.
- Você tem que me ouvir! - implorou Harry numa súplica tão óbvia que eu mesma senti pena.
- Sabe... Acho que essa é a melhor parte de me demitir, eu não vou ter que te ouvir. Nunca mais - ela se virou lívida para o banheiro, mas retornou com um sorriso frio e calculista no rosto - E quando estiver sozinho, recordando de minhas palavras saiba que a morte não irá te libertar. Afinal, Ron deve estar lhe esperando para um acerto de contas.
Lançando um olhar de puro asco, andou decidida para o banheiro. Harry a seguiu tentando alcançá-la, porém não foi rápido o suficiente.
Tentou entrar no banheiro, mas foi repelido por algum feitiço semelhante ao de Hogwarts nos dormitórios.
Foi quando finalmente se deu conta que havia outras pessoas na sala.
- Hermione, você tem que me ajudar. - pediu desesperado – Traga-a até aqui, convença-a me ouvir!
Eu estava acuada ali. Por um lado, tinha certeza de que existia um motivo muito bom para o que Harry fizera. Entretanto foi um tremendo erro ter escondido isso de todo mundo, já que a identidade secreta do assassino era o motivo que tirava o sono de todas nós.
Antes que pudesse verbalizar a minha opinião, Eric avançou para Harry, o que não foi um desses movimentos mais brilhantes.
- Deixe a Gina em paz, ela não qu...
Não pôde nem terminar a frase por que Harry agarrou a gola de sua blusa com brutalidade.
- Eu ainda nem cheguei a pensar no que vou fazer com você... Pelo seu golpe sujo, Wood. – disse com escárnio.
- Golpe sujo? - zombou Eric tentando se soltar de Harry, porém a raiva dele era um combustível poderoso demais - Não fui eu quem matou o irmão dela.
Eric quer morrer.
Essa é a única explicação para provocar Harry Potter com cabeça quente.
Ele parecia possuído de tanta raiva que emanava de seu corpo. Jogou Eric com força em uma das mesas, voltou a puxá-lo pela gola agora levantando o seu corpo para cima deixando-o sem ar.
- Dê-me só um motivo. Por favor, não precisa ser grande é apenas para eu explodir essa sua cabeça.
Antes que mais alguém morresse, tive que me meter no meio para acalmar os ânimos. Em algum ponto da minha intervenção, Feldman escolheu justamente aquele momento oportuno para entrar na sala.
Timing perfeito.
- MAS QUE PALHAÇADA É ESSA? - berrou indignado consertando a mesa que estava quebrada e nos encarando - Vocês estão querendo perder os empregos? Que diabos pensam que estão fazendo?
Nós três nos afastamos um dos outros e pude notar que a respiração do Harry era a mais descontrolada.
- Eu não posso ficar aqui. - ele disse tremendo dos pés a cabeça, atrás de nós uma luminária explodiu. Abaixando a cabeça para se proteger dos cacos de vidro, Colin pareceu que entender que a situação era séria.
- Vá, Potter, antes que destrua o resto da sala. - mandou claramente assustado com a demonstração súbita de poder de Harry que após lançar um último olhar de esperança para a porta do banheiro, saiu transtornado.
- Para onde vai? - perguntei preocupada.
- Dar fim a isso tudo.
Fim, o que ele queria dizer com isso?
Não, ele não poderia estar pensando no que eu estava.
- Harry, acalme-se! Não vá fazer uma besteira...
- A besteira eu já fiz, Hermione. Só não quero ter que viver mais um segundo de culpa. - e antes que pudesse impedi-lo, aparatou diante dos meus olhos deixando Colin ainda mais perplexo.
- O que houve com o nosso bloqueio de aparatação? - perguntou abismado.
- Acho que Harry acaba de quebrá-lo - respondi incerta.
- O que aconteceu aqui? Parece que um furacão acabou de passar.
- O furacão se chama verdade - disse Eric ajeitando a gola da blusa, muito tranquilo para o meu gosto.
Sem mais perguntas, Feldman apenas nos ordenou ríspido como sempre:
- Arrumem essa bagunça e voltem ao trabalho.
Quando ele saiu, virei-me para Eric com a minha já conhecida expressão reprovadora.
- Você não devia ter feito isso - repliquei e ele não pareceu se abalar com a minha bronca.
- O quê? E deixar Gina sem saber a verdade?
- Você não se preocupou o quanto seu método a machucaria! Durante o interrogatório percebi que suas perguntas tinham o simples objetivo de fazer com que Harry parecesse o vilão da história.
- Bom, talvez ele seja. - retrucou Eric sério - vocês sempre ficam tentando tornar tudo que ele faz em um ato heróico, mas ele não passa de um impostor.
E lá vamos nós.
- O que quer dizer com isso?
- Vocês nunca percebem, não é? Tudo vem fácil para o Eleito. O cargo, a garota, a fama.
- Ele não pediu por nada disso, Eric.
- Mas você também não o vê reclamando, vê? Algum dia ele negou a atenção que recebia? Não. Porque no fundo ele gosta disso! - havia um brilho sinistro nos olhos de Eric, uma amargura banhada pela inveja – Você não entende o problema.
Não, eu entendia. O problema não era o Harry não ter pedido o que recebia, o que realmente irritava Eric é que ele mesmo pediu por essas coisas antes.
- Eu não vou ouvir as suas tentativas de descrever o Harry. Eu sei que ele errou feio, no entanto há um motivo por trás de tudo isso. Tem que ter.
- Mas...
- Agora eu tenho que ver a Gina - falei meneando a cabeça - aquela que você diz se importar tanto, porém que nem ao menos considerou o trauma que vai ser já que a maneira que descobriu isso não foi uma das mais sábias.
Andei apressada para o banheiro feminino, de onde pude ouvir os soluços de Gina.
Draco Pov
Acordei buscando cobertas que não estavam ao meu alcance, estranhando a textura quase áspera de onde estivera deitado, abri os olhos para me deparar com a sala, e não com o quarto.
Além disso, eu estava nu e foi quando me lembrei de tudo que acontecera na noite anterior com um sorriso malicioso.
Procurei pelo corpo macio de Granger, mas pelo visto ela já tinha ido embora. Notei que sua blusa permanecera lá e quando procurei a minha, não pude achar. Tamanha a pressa que ela deve ter recolhido as roupas, nem deve ter percebido a troca.
Ela realmente devia estar com pressa.
O meu sorriso só desapareceu quando distingui as horas que o relógio na parede marcava. Isso significava que eu estava muito atrasado.
Amaldiçoando a minha burrice de não colocar um despertador na sala também, para eventuais aventuras, subi de três em três degraus para o banho frio mais rápido da minha vida.
Saí de casa mais furioso ainda do que quando acordei. Talvez a culpa não fosse dela, mas não consegui refrear o impulso de culpar a Granger.
Se ela ainda tivesse me acordado...
E sim, quando era eu quem estava naquela posição também saía sorrateiramente. Era um dom, afinal. Havia uma tática, um modo certo de sair da cama, sem produzir barulho e de recolher as roupas sem rir do modo bizarro que foram deixados, seja no chão ou no abajur.
Mas a Granger não era a senhora perfeição? Não foi ela que quase deu um ataque quando não a acordei em um sábado? Nunca entenderei as mulheres. Ou talvez, apenas uma delas.
Cruzei a porta da seção, procurando a razão da minha raiva, no entanto a sensação de que algo de muito estranho acontecera lá acabou me distraindo. Além de Harry não estar sentado na sua mesa como costume, pude identificar a Coelha recolhendo suas coisas da mesa as colocando numa caixa.
Ela foi demitida? Que diabos está acontecendo?
Granger estava do seu lado com olhos tão vermelhos quanto ela. Havia cacos de vidro no chão e a única pessoa que agia como se tudo estivesse na mais perfeita ordem era Wood.
Mesmo odiando ter que fazer isso, o indaguei.
- O que houve?
Ele tentou, contudo não conseguiu disfarçar o sorriso presunçoso do rosto.
- Potter tomou Veritasserum e já nos contou toda a verdade sobre Rony.
Meus olhos cresceram e senti meus pulsos se fecharem com força. Por mais que quisesse acertar um soco em Wood, que deve ter sido o infeliz que arquitetou tudo, não tinha tempo para lidar com isso.
- Que verdade? - rosnei.
- Ele é o assassino, não tente defendê-lo. Gina já o colocou no lugar dele, não precisei falar nada.
Merda.
Preciso evitar que aquele maluco faça uma besteira.
- Onde ele está?
- Saiu daqui – contou Wood sacudindo os ombros com indiferença - Com alguma sorte, nunca voltará.
Reprimi mais uma vez o impulso de socá-lo, embora soubesse que só estava expondo sua inútil opinião.
O importante era que se Harry havia sumido, só havia uma pessoa que podia me ajudar a localizá-lo.
Weasley.
- O que você disse a Harry? - perguntei logo fazendo com que as duas saltassem de susto.
- Se é do assassino do meu irmão que está falando, não te interessa. - ela disse claramente ferida e quis rir de raiva.
-Escute aqui, garota, não estou com tempo a perder - repliquei seco - Você acabou de fazer a pior merda da sua vida e nem se deu conta disso ainda.
- Acho que está me confundindo com o seu amigo. ELE MATOU MEU IRMÃO. - ela gritou e nem pisquei.
Já imaginava uma reação como essa.
- Você sabe por que ele realmente fez isso? Ou resolveu ouvir metade da história e acusá-lo?
- Não estou interessada em como aconteceu, Malfoy. Ele perdeu a chance de se explicar há muito tempo. Foi ele quem matou, isso que importa além do que escondeu essa verdade de mim os anos todos.
- Na verdade não, Weasley. O que importa é que ele estava sob a Maldição Imperius pelo próprio Voldemort - eu falei e senti que ela pareceu se surpreender com aquela informação - Todavia, isso não é relevante para você, não é?
- Não, ele consegue lutar contra o feitiço desde o quarto ano em Hogwarts – ela disse cruzando os braços, claramente desconfiada – Eu pensei que ele não tivesse, mas agora percebo que teve escolha. É melhor parar por aí.
- Sim, Voldemort percebeu isso também e por isso mandou todos seus comparsas o atacar mentalmente. Acredito que entenda que ele teve que escolher o que proteger: mente ou força de vontade.
Ela estreitou os olhos trocando um olhar cético com Granger que se mantinha sem expressão, dava de tudo para saber o que se passava naquela cabeça complicada.
- E ele fez a sua escolha, protegeu a sua preciosa mente enquanto matava Ron! – ela gritou mostrando toda a sua raiva.
- E a idiota sabe o que estava escondido na mente dele? – perguntei estressado.
Granger, sendo ela, percebeu antes do que se tratava.
- A localização das Horcruxes. – disse assustada.
- Correto, Granger. – afirmei com nostalgia dos tempos de Hogwarts, até que voltei a me concentrar no que importava no momento - O mais irônico disso tudo é que Harry realmente teve que escolher entre salvar o seu irmão ou o resto do mundo. Se Voldemort conseguisse a localização das Horcruxes, nunca poderia ser derrotado. É irônico que a escolha que esteja tão preocupada em julgar foi a mesma que te permitiu estar viva hoje empacotando as suas coisas e dando o fora da sessão, da qual já aviso que não fará falta.
- Malfoy! – Grangeu me repreendeu, defendendo a Weasley, como sempre.
- Não se meta, Granger. Já está mais do que na hora da sua amiga crescer. Harry salvou todos nós naquele dia pagando o maior preço que alguém podia pagar. Por que você acha que se manteve afastado? Ou por que começamos a nos aproximar? Ele não me contou nada disso, eu vi tudo acontecendo! Assim como vejo as cicatrizes do que aconteceu. Enquanto isso eu tenho que me preocupar com uma garota mimada, que não sabe nada da vida, ficar julgando justamente quem a salvou.
Weasley tinha lágrimas nos olhos, porém nada daquilo não me comoveu.
- Eu não sabia. – soltou baixinho.
- Tem muito que não sabe, Weasley. Você acha que um dia ele conseguiu se perdoar? E que vai conseguir, principalmente, do que deve ter falado para ele sair daqui?
- Pare, Malfoy! Está fazendo com que eu me sinta culpada.
- Ótimo! Por que é exatamente isso que você merece sentir. Culpa.
Ela meneou a cabeça, resignada e perguntou:
- O que quer?
- Você provavelmente o conhece melhor que ninguém, onde ele pode estar?
Weasley ficou calada por alguns segundos e cheguei a pensar que ela se recusaria a ajudar. Então percebi que diante daquela situação, nem mesmo ela ousaria ser tão infantil.
- Acho que sei exatamente um lugar onde ele pode estar. Porém há uma condição: Deve me levar junto.
- Não tenho outra escolha, tenho?
Weasley nunca me contou o motivo que Harry procuraria uma específica montanha da Albânia para permanecer excluso do mundo.
No entanto, lá estava ele. Imune a desagradável ventania do local, e ao frio incomum que fazia.
- Acho melhor eu falar com ele primeiro. – fui logo avisando e ela concordou, ficando atrás de uma grande pedra, perto de onde Harry estava inconsciente da nossa presença.
Respirei fundo e avancei em sua direção, o fazendo notar-me.
- Como conseguiu me encontrar aqui? – ele perguntou cruzando os braços, obviamente nada feliz de ter seu esconderijo descoberto.
- Tive uma ajuda especial. – escolhi ser vago. Ele não estava pronto para saber que a Coelha tinha vindo junto.
Harry não deu sinais de que estava ouvindo, olhava para o penhasco pensativo. Estava ainda pior do que no dia que tudo acontecera.
- Eu tive escolhas, Draco. – sua voz saiu fraca e baixa, mas ainda sim fui capaz de entendê-lo.
- Você sabe isso não é verdade. – repliquei me aproximando cautelosamente dele. Ainda não tinha descartado a possibilidade de que a qualquer momento e sem aviso, ele podia se lançar nas pedras afiadas há vários metros de nós. - Weasley seria morto, inevitavelmente, mas a outra opção levaria muita gente consigo. Inclusive...
- Inclusive ela – Harry completou com a cabeça abaixada – Tantas vezes eu pensei em como contaria, as palavras que escolheria... Tudo inútil, ela descobriu da pior maneira. Eu... – a sua voz falhou e ele pigarreou – Eu sei que ela nunca vai me perdoar.
Eu não tinha como mentir, também duvidava muito que uma pessoa como ela seria capaz de superar isso. Perdoar talvez, mas esquecer? Nunca.
- Eu não teria tanta certeza disso – falei sugestivamente e ele ergueu a cabeça me encarando interrogativamente.
- O que..
A repentina pausa foi a certeza que a Coelha saíra de trás das colunas de madeira e andava em nossa direção. Lancei um olhar significativo para que ela não estragasse tudo e aparatei de volta ao Ministério.
Meu trabalho ali tinha acabado.
Harry Pov
A última pessoa que esperava ver ali andava em minha direção. Gina tinha o semblante carregado e uma expressão corporal tensa, eu não devia estar transpirando confiança também.
- Eu não tinha certeza que era aqui que estaria – ela disse abraçando o próprio corpo pelo intenso vento que fazia – e queria me certificar que não fizesse nenhuma besteira.
Assenti observando as pedras afiadas lá embaixo que perdiam seu atrativo a cada segundo que passava com ela ali. A memória do rosto de Ron nos seus momentos finais continuava intacta em minha mente, sendo reproduzida numa velocidade angustiante.
Agora sua irmã estava na minha frente buscando respostas que eu nunca poderia dar. Vazio por dentro, perguntava-me para onde iria depois daquilo.
De qualquer maneira, eu a tinha perdido então o que importava?
(Incomplete – Backstreet Boys)
Empty spaces fill me up with holes
Distant faces with no place left to go
Without you within me I can't find no rest
Where I'm going is anybody's guess
(Espaços vazios me enchem de buracos
Rostos distantes sem nenhum destino
Sem você em mim não posso encontrar descanso
Aonde vou ninguém pode adivinhar.)
- Já se certificou? – perguntei estranhamente não reconhecendo o tom frio que minha voz adquirira. Essas pareciam as palavras erradas para se dizer.
- Acho que sim – Gina respondeu franzindo a testa mostrando todo o seu desconforto com a minha proximidade com a borda do precipício – Porém, eu não vim aqui só para isso – suspirei derrotado esperando uma dúzia de acusações – Malfoy me contou o que realmente aconteceu e... – agora foi a vez dela suspirar e erguer as íris castanhas lacrimosas – quero que saiba que não foi sua culpa Ron ter morrido.
- Draco pediu para que você dissesse isso? – perguntei desconfiado. Seria algo bem típico dele fazer, com uma varinha empunhada na mão.
- Não, ele nem queria que eu viesse – ela disse balançando a cabeça – foi por isso que você mudou e se afastou de mim?
Sacudi os ombros escolhendo ser sincero. Não havia mais nada a perder, de qualquer jeito.
- Existiria outro motivo? – devolvi com outra pergunta querendo me aproximar dela, no entanto ao mesmo mantendo-me no mesmo lugar, com receio de assustá-la.
- Eu tenho essa teoria que teria sido algo que eu tivesse dito ou feito de errado – ela falou num sorriso triste - Ou então que você teria amadurecido tanto e percebido que não havia como eu acompanhá-lo.
- Acredite, você nunca foi o problema – admiti com as mãos nos bolsos.
- Então por que me deixou? Eu teria ficado do seu lado se você me contasse... E quando você voltou tão frio, eu tive certeza que tinha te perdido para sempre – ela disse e percebi que estava se esforçando para não desmoronar diante de meus olhos.
- Entenda uma coisa, Gina. Não foi você quem me perdeu. Naquele dia, fui eu quem te perdi.
I've tried to go on like I never knew you
I'm awake but my world is half asleep
I pray for this heart to be unbroken
But without you all I'm going to be is incomplete
(Tentei continuar como nunca tivesse te conhecido
Estou acordado, mas meu mundo está adormecido
Eu rezo para que esse coração não esteja quebrado
Mas sem você, tudo eu vou ser é incompleto)
- Você acha justo simplesmente colocar isso na cabeça e virar as costas sem explicações? – Gina questionou cruzando os braços.
- A decisão era minha para ser tomada – eu a lembrei, começando a me aborrecer.
- Porém, eu não me lembro de ter sido informada! – Ela gritou revoltada. – você simplesmente sumiu do mapa.
- Era o certo a fazer – eu disse convicto.
- O certo para quem? – ela perguntou furiosa – Para você que certamente não foi, veja no que se tornou.
Aquilo acertou como uma agulha em brasa.
- Gina, eu vou fazer de tudo para nunca mais ficar naquela posição e me tornar um perigo para as pessoas. – eu sibilei – e se isso, para você, é me tornar um monstro, realmente não há nada mais a fazer.
- Há sim, você pode voltar a ser o que era antes.
- Isso é impossível.
- Eu sei que a culpa também foi minha, se eu tivesse ido atrás de você, talvez as coisas tivessem sido diferentes..
- Realmente acredita nisso?
Voices tell me I should carry on
But I am swimming in an ocean all alone
Baby, my baby, it's written on your face
You still wonder if we made a big mistake
(Vozes me dizem que eu devo seguir em frente
Mas estou nadando num oceano totalmente só
Amor, meu amor, está escrito em seu rosto
Você ainda pergunta se cometemos um grande erro)
- Prefiro acreditar a aceitar que não tem mais jeito de consertar.
- Eu precisava ficar sozinho. – justifiquei sentindo-me pressionado.
- Não, porque você estava com o Malfoy. Você confiou nele, mas não podia confiar em mim?
- Não era uma simples questão de confiança.
- Era o que então?
- Proteção.
- Proteger-me? Eu nunca pedi para ser protegida! - ela disse encostando sua testa com a minha, sem se importar com a proximidade do precipício abaixo de nós, tampouco com as pedras afiadas.
- Isso nunca foi uma alternativa - retruquei afastando seu corpo de mim.
- Não, Harry. Escute-me - ela se desvencilhou dos meus braços para voltar a colar seu corpo contra o meu.
Aquilo só tornava tudo mais difícil.
- A morte do Ron foi uma fatalidade, no entanto não havia nada que você pudesse fazer para impedi-la. Todavia, você ainda impediu a morte de muita gente, minha inclusive e é isso que importa. - ela disse com dificuldade mantendo um tenso contato visual - e quando eu penso no que te disse antes, tudo que sinto é...
- Culpa - completei prendendo seu rosto junto ao meu - conheço a sensação.
- Não deveria. - ela retrucou tentando evitar que eu virasse o rosto para o mar.
- Não sabe do que está falando, Gina. Se fosse você ali, acha que eu não te mataria?
Quando me voltei percebi que ela tinha recuado alguns passos. Sorri amargamente.
- Assim tudo muda de figura, certo?
I've tried to go on like I never knew you
I'm awake but my world is half asleep
I pray for this heart to be unbroken
But without you all I'm going to be is incomplete
(Tentei continuar como nunca tivesse te conhecido
Estou acordado, mas meu mundo está adormecido
Eu rezo para que esse coração não esteja quebrado
Mas sem você eu vou ficar incompleto)
- Não, não muda. - ela disse e percebi que estava assustada com aquela possibilidade – Por que assim você salvaria as pessoas que eu amo. Não foi por isso que entramos naquela guerra? Desde o princípio eu sabia que havia o risco. Rony também sabia!
- Ás vezes me pergunto o que ele pensou nos últimos momentos, o que se passou pela sua cabeça: decepção, medo, resignação.
- Nós nunca vamos saber essa resposta, Harry - Gina falou com a voz trêmula – Contudo, posso te garantir se ele tivesse ideia do que estava por trás, nunca te culparia! Onde quer que ele esteja, ele não te culpa. Tem que acreditar nisso.
- Por quê? - a questionei avançando em sua direção, que não se afastou.
- Porque é a única chance de superar isso. Nada mudou, Harry. Ainda somos você e eu - ela respondeu erguendo a cabeça para que fixássemos face a face.
Seria ótimo acreditar que aquilo era verdade.
Contudo não era. Enganar-me não traria nada de bom. Ron estava morto e Gina estava quase indo pelo mesmo caminho.
I don't mean to drag it on
But I can't seem to let you go
I don't wanna make you face this world alone
(Eu não quero prolongar isso
Mas eu não consigo deixá-la
Não quero te fazer encarar este mundo sozinha)
I wanna let you go
(Eu quero te deixar ir)
- Não, Gina.Tudo mudou. E não é só a Rony que me refiro - falei segurando seus ombros para então prosseguir - Antes eu queria te proteger do mundo. Agora, só quero te proteger de mim mesmo.
- Você não é ameaça que acha que é, Harry. Não para mim - ela falou erguendo a mão para tocar o meu rosto sem nenhum vislumbre de mágoa ou medo - nunca foi, nunca será.
Se tinha mais algum argumento, este foi esquecido porque o próximo movimento de Gina foi se inclinar para frente e respondendo ao meu instinto a puxei pela nuca, num beijo faminto.
Dessa vez não havia culpa, não havia nada me impedindo. Percorrendo toda a extensão de sua boca, provando o gosto que só ela teria, vi o que abdicara nesses dois anos.
Gina correspondeu com igual vontade, suas pernas deslizaram para meu tronco, se prendendo a mim. Minhas mãos tomaram outro rumo, pendendo em sua cintura sem interromper o beijo vicioso.
O oxigênio do mundo poderia acabar e dificilmente notaríamos. O precipício podia se abrir e não pararíamos.
Gina passou as mãos pelo meu pescoço aprofundando ainda mais o beijo e numa resposta a altura, mordisquei seu lábio inferior.
Com as nossas cabeças encostadas e respirações entrecortadas se cruzando, ela tentou sair daquela posição, porém minhas mãos presas a sua cintura não permitiram.
I've tried to go on like I never knew you
I'm awake but my world is half asleep
I pray for this heart to be unbroken
But without you all I'm going to be is incomplete
(Tentei continuar como nunca tivesse te conhecido
Estou acordado, mas meu mundo está adormecido
Eu rezo para que esse coração não esteja quebrado
Mas sem você eu vou ficar incompleto)
- Tentando escapar de mim, Srta.Weasley? - perguntei com uma voz grave.
- Ah, Sr.Potter..- ela entrou na provocação - há alguma forma que você possa me perdoar por isso?
- Pensarei sobre isso a noite - falei sorrindo antes de voltar a fazer o que nos ocupávamos segundos atrás.
Hermione Pov
Eu já esperava Malfoy quando ele voltou para a sessão.
- O que aconteceu? - eu fui logo perguntando apreensiva.
- Harry não se matou, se é o que te preocupa. Está lá se entendendo com a Weasley - falou impaciente - Aliás, gostei da blusa - comentou com um sorriso sarcástico - não se esqueça de devolver ao dono.
- Er... Eu acabei me confundindo - expliquei sentindo que devia estar corando e evitei deliberadamente olhá-lo.
- Assim como se esqueceu de me acordar. Ou tudo isso era vergonha do dia seguinte? - ele questionou assistindo com prazer meu embaraço.
- Eu não me esqueci, Malfoy. - retruquei erguendo o rosto - Acontece que não tenho a obrigação de te acordar.
- Mas tem a de me devolver a blusa - Malfoy falou num tom sugestivo.
- Quer que eu te entregue agora? - retruquei estressada.
- Não, porém ainda hoje, às 20 hrs. Minha casa - depois daquela informação sugestiva ele simplesmente se virou dando a conversa por encerrada.
Eu não estou acreditando nisso. Fui alertada pela Parkinson com o que aconteceria, contudo ignorei.
- Malfoy! Quem você pensa que sou? Não estarei lá.
A minha voz o parou, que continuou de costas para mim. Desconfio que estivesse sorrindo.
- Granger, pode dar o seu discurso sobre sua ética. No entanto, no final das contas, você estará lá.
- Como tem tanta certeza disso? - eu o desafiei.
- Porque da mesma forma que você queria antes, você quer agora - falou me encarando e franzi a testa, tentando disfarçar a verdade escondida em suas palavras – Não há problema em continuar com o seu teatro ético, entretanto quando somos só eu e você, não tem nenhuma máscara para te proteger.
- Não sei do que está falando. - falei revirando os olhos - Nada mudou Malfoy. Eu ainda te odeio.
- E da última vez, isso não nos atrapalhou. - ele se aproximou de mim, e reprimi o impulso de recuar, mesmo que sua voz roçasse em meu ouvido - Eu podia te lembrar, mas acho que tem memória fresca do que aconteceu ontem.Seu problema não é o que houve, é ter gostado. É isso que te assusta.
Eu queria socá-lo até tirar aquele sorriso convencido do rosto e negar, dizer que ele nunca se enganara tanto antes.
Mas o idiota tinha razão, eu havia gostado. Mais do que isso, não me lembrava de ter me sentido assim com qualquer outra pessoa.
Química. O que é tão injusto eu ter logo com ele.
Quero dizer de todas as pessoas que isso poderia ter acontecido precisava ser logo com Draco Malfoy?
Tentando me conformar com aquela realidade, fui atraída para o lugar onde Eric estava sentado parecendo nervoso.
Praticamente podia ouvir seus pedidos desejosos para que Harry e Gina não se entendessem.
Eu até compreendia o porquê dele pensava assim, mas não compartilhava dessa opinião. Sempre achei que Harry e Gina combinassem. Mesmo agora, depois que tanta coisa mudou, mas ainda assim é como se um fosse tudo que o outro precisasse.
- Eu tinha que falar com você - disse com a voz neutra.
- Espero que não seja sobre o Potter. - comentou ele revirando os olhos.
- É sobre a profecia - eu o corrigi atraindo sua total atenção - precisamos tirá-la de lá, colocar em algum lugar de confiança.
- Por que faríamos isso? - Eric questionou franzindo a testa - Não há lugar mais seguro que esse. Ninguém é capaz de sequer tocar nela.
- Eu não sei, estou com um mau pressentimento - eu falei cruzando os braços.
A ideia de que a profecia se encontrava a poucos andares da onde Haliwell trabalhava todo dia, não me transmitia segurança alguma.
Contudo, foi inútil falar isso com Eric por que ele já não me ouvia. Seus olhos se fixavam na porta de entrada e quando me virei, entendi a sua expressão contrariada.
Harry e Gina entravam juntos, como um anúncio de felicidade instantânea. A mão de Harry pendia em sua cintura e para mim, ver os dois ali era como se nunca tivessem se separado. E a todo momento, eu esperava ver Rony chegando também, implicando com a irmã. Aquela época ficou tão marcada que era difícil me soltar daquela imagem tão familiar e agora tão dolorosa.
Entretanto, o importante era que mesmo com a dor e todos os obstáculos eles estavam juntos. Aquela constatação chegava a me dar esperança.
Sim, esperança que um dia eu pudesse exibir a felicidade que eles deviam estar sentindo.
Para desconforto de Eric, os dois seguiram em nossa direção. Retesei-me prevendo um daqueles silêncios impenetráveis e aterradores, porém ao invés disso o que recebi foi um abraço. Um abraço de Harry.
Um sorriso gigante deve ter surgido no meu rosto quando o retribuí. Meu melhor amigo estava de volta. Ele também sorria, pude constatar depois que nos soltamos. Não precisávamos de palavras.
- Preciso falar com vocês.
A voz de Gina parecia bem mais fria que o seu normal. Era estranho vê-la assim quando Harry estava todo receptivo, como se eles tivessem trocado de lugar.
Ele, trocando um beijo com Gina, se retirou sem olhar uma vez sequer para Eric.Seria de se pensar que trocaria algum tipo de implicância, no entanto tudo que trocaram foi indiferença.
- O que quer falar? - perguntei ansiosa.
- Sobre a profecia, Hermione - ela respondeu estreitando os olhos - soa familiar para vocês?
- Não, nós não... - começou Eric buscando apoio em mim, mas foi bruscamente interrompido por Gina.
- Parem de mentir! É sobre ao meu respeito, então tenho o direito de saber.
Troquei um olhar preocupado com Eric e percebi sua relutância em contar a verdade.
Bem... Se ele não faria, não seria eu que me voluntaria.
- Não sabemos do que está falando - Eric resolveu mentir descaradamente.
- Ah, mas eu tenho certeza que sabem - ela contrapôs - e pelo visto, Halliwell também sabia. Se ela não tivesse me contado, você teria?
A minha vontade foi me afastar e dar um pouco de privacidade aos dois, contudo eu também estava envolvida.
- Sim, eventualmente - respondeu Eric e foi impossível para mim dizer se estava sendo sincero ou não.
- Tantas vezes você acusou Harry esconder tudo de mim - falou Gina séria - mas no final você fez a mesma coisa.
- Não nos compare - retrucou Eric começando a se aborrecer - o que ele escondeu de você foi algo bem pior do que a profecia, e mais, ela não envolve apenas você.
- E como eu saberia disso? - ela replicou cruzando os braços.
- Era nosso direito te contar ou não, Gina - falei calmamente.
Não conseguia entender a raiva dela, nem mesmo a ideia fixa em sua cabeça que tínhamos a obrigação de falar.
- Não é quando isso pode nos ajudar a prender Halliwell.
- Escute, você não vai querer saber disso hoje – disse Eric e tive que concordar com ele, acho que saber sobre a morte do Ron já tinha sido o suficiente por um dia.
Podia jurar que Gina ia continuar a insistir se Malfoy não parasse em seu lado com um comentário idiota sobre o novo casal da sessão.
É, eu merecia. Pelo menos, dessa vez a sua idiotice me ajudou em algo.
No entanto, sei que isso foi apenas uma distração para ela. Amanhã ela virá na certa caçar a resposta de novo. Assim como caçou no mesmo dia, conversando baixo com Eric, ao que ele se afastou se mantendo calado.
O tempo é uma coisa engraçada. Quando você quer que ele demore a passar, parece que escorrega pelos seus dedos; porém quando deseja que ele passe logo, dura uma eternidade.
Por isso não foi surpresa quando me vi algumas horas depois do expediente acabar de frente a casa do Malfoy, já vestindo minhas próprias roupas e com a blusa dele na mão. Pensei em deixar na soleira, tocar a campainha e sair correndo, no entanto aquilo seria infantil e covarde. Além disso, depois de um banho relaxante, eu estava quase voltando a me sentir como eu mesma novamente, passar o dia com o perfume de Malfoy impregnado no meu corpo não era uma das melhores experiências.
A questão é: não que eu odiasse aquele cheiro, mas acabava por me lembrar de nós dois na cama. No sofá, na verdade. Fiz essa anotação mental, me encolhendo de vergonha.
Embora, eu saiba que eu esteja exagerando. Todos já tiveram uma aventura pelo menos uma vez na vida. E daí que a minha tivesse que ser justamente com uma pessoa egoísta, imbecil e egocêntrica como o Malfoy?
Isso não muda o fato que assim que ele atender a porta, vou entregar a maldita blusa, me virar e simplesmente ir embora. Tudo que tenho que fazer é me controlar, e não baixar a guarda nem que seja por dois segundos.
Porque se eu fizer isso, sei que depois não vou ter forças para resistir. Não entendo o que acontece comigo quando ele está por perto, é como se eu fosse uma adolescente, uma garota submissa.
Como posso me tornar uma pessoa totalmente diferente do que sou?
Suspirando, toquei a campainha e assisti a maçaneta se abrir. Malfoy me encarava com um sorriso petulante do outro lado, com uma blusa em gola V. Tal como a que estou segurando. Só que diferente da preta que estou segurando, essa que ele está vestindo é cinza. Um cinza bem parecido com a cor inexata de seus olhos.
Percebendo que são por pensamentos como este que me meto nessas situações, estendi a blusa esperando que ele recebesse me deixando livre para sair e seguir minha vida.
Malfoy estava disposto a tornar tudo mais difícil e constrangedor para mim, porque se virou de volta para o interior da casa dizendo:
- Entre, Granger.
Eu não o obedeci.
A cada segundo que passava, a ideia de largar a blusa na soleira e correr para longe dele e sua influência parecia mais tentadora.
Entretanto, não mais tentadora do que a de entrar na casa de Malfoy e me deixar levar. Só por mais uma noite.
- Pode entrar, Granger – zombou Malfoy de mim, ainda estupidamente parada em sua soleira – não vou te atacar, se é o que está pensando.
Armei um roteiro perfeitamente planejado do que fazer. Eu entraria, deixaria a blusa no sofá ou qualquer outro lugar da sala e sairia com a minha dignidade intacta. Ia dar certo.Tinha que dar. Entrei com receio e me virei para fechar cuidadosamente a porta. Estava evitando movimentos bruscos.
O problema foi que quando me virei, ele estava logo atrás de mim, com um sorriso no rosto e sabe lá o que na cabeça.
Draco Pov
Se Granger soubesse que essa sua reação só está me provocando, talvez parasse com essa expressão de assustada como se esperasse um ataque a qualquer momento.
O que não demoraria a acontecer.
- Er... Licença –pediu, tentando escapar dos lados, mas a cerquei colocando uma braço de cada lado me apoiando na porta.
- Malfoy! – ela exclamou me empurrando com um sorriso nervoso, como se estivéssemos brincando.
Talvez ela estivesse.
Segurando minha blusa como um escudo, Granger soltou a peça no sofá, e pude ver todo seu desconforto com a situação. Eu apenas a encarava sorrindo prevendo quanto tempo duraria esse teatro.
- Aceita bebida? – perguntei tentando quebrar o silêncio incômodo.
- Não, tenho que ir andando – ela desconversou tentando passar por mim, que me mantinha como uma barreira frente a porta.
Ela poderia passar, porém eu exigia um preço.
- Tem mesmo? – perguntei imprensando-a sem aviso contra parede.
- Malfoy – ela começou em tom de aviso – você disse que não ia me atacar.
Granger era o cordeiro, e eu o lobo. Continuamente era assim, eu não faria o que ela me pedisse. Porque tinha que ser eu a dar o primeiro passo a frente, sempre seria desse jeito, a menos, que tivesse bebida no sistema dela, nesse caso as posições se invertiam.
- Sou um sonserino, processe-me.
Harry Pov
- Está pronta? – perguntei para Gina, que me encarou sem uma sombra de dúvida nos olhos.
- Nunca deixei de estar – ela respondeu e sorri entendendo o duplo significado de suas palavras. Estendeu-me a mão e a tomando a levei comigo, aparatando na porta de minha casa.
Ao entrarmos lá, percebi que ela tentava absorver cada detalhe da sala. Os móveis de cores neutros, as paredes de mármore, a ausência de fotos nas estantes, e o estilo impessoal que fizera questão de inserir. Não havia nada ali que denunciasse o real dono da casa e era assim que devia ser.
- Bonita casa – elogiou em tom sem graça.
- Pode ser sincera, você odiou. – falei sorrindo, sem realmente me incomodar com aquela divergência de opiniões.
-Eu não odiei!- ela se apressou em negar corando – É só que.. Bem, não parece que você mora aqui.
- Esse é o meu objetivo – admiti fechando a porta e me virando para recolher o seu casaco.
- Por quê? – Gina perguntou confusa – você teve ótimas memórias, merece a chance de exibi-las em casa.
- Talvez eu não queira me lembrar delas – repliquei sério.
Ela provavelmente responderia algo que acabaria numa discussão, mas num raro caso de sorte, Dobby escolheu justamente esse momento para surgir.
Desde o final da guerra, ele estava sempre comigo, nos lugares que eu ia. Para alívio de Hermione, recebia salário e todos os incontáveis que ela costumava defender no F.A.LE.
A presença dele já me livrou de vários problemas. Dobby foi por um longo tempo, o único resquício do que restara do Harry de antes.
O Harry que Gina insiste que ainda existe.
Durante o jantar, cuidadosamente preparado por um entusiasmado Dobby, ela passou excepcionalmente calada, se desviando sutilmente das minhas tentativas de manter uma conversa, me fazendo questionar se aquilo não fora um erro.
Mais cedo, eu tinha tanta certeza contudo havia uma voz me perguntando se seria sempre assim. Se tivéssemos nos tornado diferentes demais para sermos compatíveis, se essa estranheza quando estávamos sozinhos, como se fossemos estranhos iria continuar.
- O que houve para te deixar assim? – indaguei escolhendo ser objetivo. Algo me dizia que seu silêncio não tinha haver comigo.
- Não é nada – ela disse aparentemente calma, sacudindo os ombros– é só algo do trabalho.
Caso o seu objetivo era me tranquilizar, havia falhado. Aquilo soava mais como um alarme, do que uma despreocupação.
- O quê? – eu a intimei.
- Não é nada que você tenha que se preocupar – Gina insistiu e franzi a testa, estranhando seu esforço de me provar a irrelevância do assunto em questão.
- Se não é, então qual o problema de contar? – repliquei arqueando as sobrancelhas.
Prevendo que eu não desistiria, Gina respirou antes de contar:
- É sobre a profecia. Às vezes tenho a impressão de que Eric não conta tudo o que sabe. Hoje eu tentei fazê-lo falar quando estávamos sozinhos, mas...
- Sozinhos? – eu repeti, irritando-me com aquela informação – Não te disse hoje que era para você manter distância dele?
- Não pode esperar que eu faça isso, Harry – ela disse nervosamente.
- Ah não? – perguntei sentindo a raiva surgir, lembrando-me que a culpa de tudo o que aconteceu de manhã fora dele, mais uma vez tentando me prejudicar – Você por acaso tem algum motivo para continuar falando com ele?
- Claro que eu tenho! – ela exclamou parecendo um tanto aborrecida que eu estivesse discutindo isso – Eric é meu amigo.
Claramente quer mais que sua amizade, completei mentalmente.
Entretanto a questão não era só essa.
Além de eu detestar Wood, ele também não me inspirava confiança. Eu estava convicto que ele escondia muita coisa.
- Seu amigo, você diz? – ironizei, repentinamente sem mais fome – Então por que enquanto você estava presa com Halliwell, ele não fez nenhum esforço para te encontrar? Wood ficou bem mais preocupado com quantos comparsas iríamos encontrar lá do quem em salvar a sua pele.
Gina pareceu surpresa com a informação, mas não foi o suficiente para dobrá-la.
- Ele só devia estar tentando pensar numa estratégia – ela disse contrariada também perdendo o apetite porque nem olhava mais para o prato a sua frente – não se esqueça que Eric esteve do meu lado quando nem você esteve.
Eu não tinha certeza se o objetivo dela era jogar aquilo na minha cara ou apenas defender o Wood. De qualquer forma, me deixou irado.
- Engraçado por que na hora que você mais precisava ele saía de cena, ou você viu alguma vez ele se arriscar? Se dependesse dele, ficaríamos dias discutindo estratégia enquanto você lidava com Halliwell – falei já num tom ácido – irônico como apesar de tudo isso, é ele quem você defende.
- Eu não o estou defendendo!- exclamou furiosa – é só que você tem uma ideia totalmente errada do Eric, ele até tentou ajudar o seu lado.
Nessa hora não me controlei, tive que rir. Não foi uma risada de diversão, foi cheia de ironia e incredulidade.
- Não pode estar falando sério – falei meneando a cabeça – acha que ele estava tentando me ajudar com o Veritasserum? Foi um golpe sujo e baixo da parte dele, e só teve o objetivo de me fazer parecer o vilão da história.
- Não, ele estava me ajudando...
Tive que interrompê-la, era inocência demais para os meus nervos acreditar nisso.
- Ah sim... Em prol da grande amizade de vocês, certo? – disse mais ríspido do que pretendia, porém estava com muita raiva para me importar com aquele detalhe – você realmente acha que ele tinha apenas o intuito de te ajudar? Claro que não, Gina. Ele nem deve se importar com a verdade sobre a morte do Ron. Abra os olhos, ele só fez isso porque sabia que você teria aquela reação.
- Mas não havia como ele saber o que você escondia! – ela replicou impaciente.
- Ele sabia que era obscuro o suficiente para que eu não revelasse antes – insisti, tentando fazer com que ela entendesse. – e armou tudo muito bem, no que você acreditou sem nem pestanejar.
- Não sou tão ingênua quanto você pensa, Harry – ela falou ofendida – Caso ele tinha interesse, pode acreditar que eu também tinha. Agora, Eric por seis meses falou comigo e esteve do meu lado quando você nem se dirigia a mim. É egoísta e mesquinho da sua parte exigir que eu me distancie dele, que por algum tempo foi tudo o que você não foi.
- Nem voltarei a ser – achei melhor logo deixar claro a ela.
- O que quer dizer com isso?
- Eu já falei, mas acho que você não me entendeu, ou então não quis entender. Eu nunca vou voltar a ser o que eu era antes, e se esse cara aqui que está longe de ser como o maldito Wood, e não é o suficiente para você, pode ir embora.
Mesmo depois que Gina me encarou furiosamente e se levantou seguindo para a porta de saída, não tive remorso das minhas palavras. Também me levantei e a segui, porque achei que ela merecia mais.
- Sim, fuja. Você é boa nisso – disse com o simples intuito de feri-la.
- Será que é apenas eu? – ela retrucou se virando lívida da onde pegava seu casaco – Afinal, foi você que fugiu por tanto tempo de mim, de Hermione e da verdade. Fala tanto de Eric, mas você é exatamente igual a ele.
Se ela queria despertar minha raiva, conseguiu.
- Nunca repita isso – recomendei num tom baixo, buscando me controlar.
Contudo, Gina não queria que eu me acalmasse, acho que sua intenção era me enfurecer completamente.
- Não, na verdade você é pior. Eric ,pelo menos, me valoriza um pouco mais que você. Ele não se esconde em algo que aconteceu há dois anos para justificar os seus erros! – gritou venenosamente.
- Então se o Wood é tão melhor do que eu, por que está aqui ainda? – gritei de volta, furioso.
- Tem razão, talvez eu deva procurá-lo mesmo – Gina retrucou, se virando para abrir a porta, mas não deixei e a segurei pelo braço.
- Talvez você deva, mas não vou deixar você fazer isso – eu disse antes de calá-la do único jeito que eu conhecia.
Uma de minhas mãos a prendia pela cintura enquanto a outra estava segura em sua nuca, impedindo uma possível fuga. Achei que ela fosse lutar contra o beijo, que parecia se realizar sozinho. No entanto, ela aceitou e participou do mesmo. Seus lábios se uniram aos meus, sua língua deslizava sobre a minha, me provocando.
A raiva do calor da discussão não dissipara, pois tudo o que fazíamos havia uma parcela dela, como se quiséssemos descontá-la ali. O casaco de Gina foi parar no chão, assim como a sua blusa que foi arrancada dela tamanha a minha urgência de sentir sua pele macia; a necessidade de me certificar que continuava com aquele mesmo cheiro que conhecia e só ela teria.
Sim, ainda estava ali.
Colados um aos outros subimos aos tropeços ao meu quarto, deixando algumas peças pelo caminho. Sem interromper o beijo, sem pausa para respirar, para pensar no que estava acontecendo.
Quando cheguei ao quarto, a joguei na cama me divertindo com sua expressão assustada. Se ela soubesse que aquilo só servia para me excitar ainda mais...
Voltei a beijá-la, atando uma mão em seus cabelos, enquanto a outra pendia na saia, que de forma milagrosa continuava ali, mas não por muito tempo. Com um simples movimento o pedaço de tecido também acabou no chão, Gina partiu o beijo tirando a minha blusa rapidamente, deslizando suas mãos pelo meu tronco, até parar no cinto, e teve que ser ajudada para abri-lo.
Rindo de sua dificuldade, a coloquei deitada na cama, procurando o fecho do sutiã para que segundos depois pudesse libertar seus seios do tecido. Eles estavam exatamente como eu lembrava, do tamanho perfeito para acomodá-los em minhas mãos, como se ela tivesse sido feita a medida para mim. Primeiro, tive que senti-los espalmando em minhas palmas, depois provar o gosto deles. Gina arqueou-se debaixo de mim, num pedido mudo para que eu continuasse a senti-los em minha boca. Seus gemidos estrangulados começaram a ficar mais altos e desesperados.
Para provocá-la, subi meus beijos para seu pescoço, ao que ela gemeu em frustração. Percebendo minha diversão, Gina inverteu as posições. Com sua intimidade logo acima da minha, ela traçou um caminho de beijos por todo meu torso, descendo cada vez mais para depois subir, torturando-me com aquele jogo agonizante.
Livre do cinto e com a braguilha da calça já aberta, minha cabeça foi para trás quando senti sua boca em meu membro rijo. Minhas mãos agarraram seus cabelos, a mantendo ali e um urro de prazer escapou de meus lábios. Estava difícil me controlar com ela me provocando ao extremo, daquele jeito.
Não, eu precisava dela dentro de mim, agora.
Com pontadas de prazer cada vez mais fortes subindo pelo pomo-de-Adão e se espalhando pelo resto do corpo, a puxei para cima me livrando rapidamente da última peça que nos separava.
Gina me encarou, num sinal de permissão e penetrei-a profundamente, ouvindo-a ofegar debaixo de mim. Acomodei-me por completo para então começar com as investidas que foram acompanhadas por ela que já não reprimia os gemidos, os chamados pelo meu nome. Ali, naquele quarto em chamas, nada do que havia sido discutido anteriormente importava.
Estávamos juntos, depois de tanto tempo e obstáculos, agora eu a tinha de novo firme em meus braços. Suas unhas arranhavam as minhas costas, me fazendo lembrar que aquilo era real. Seu corpo deslizava languidamente em encontro ao meu, ambos perdendo o controle e se aproximando do êxtase absoluto.
As investidas se tornaram mais rápidas, os gemidos mais altos e urgentes antes que chegássemos juntos ao clímax. Minha cabeça afundou-me em seu ombro expirando o cheiro de sua pele, Gina encolheu-se debaixo de mim, como que buscando proteção.
Estava cansado sim, mas inegavelmente feliz. Um sorriso foi trocado, nele todos os pedidos de desculpas que podíamos precisar um dia. Principalmente, a certeza que não havia nenhum lugar que ela quisesse estar que não fosse ali, suada e atada a mim.
Quando bem mais tarde fechei os olhos para dormir abraçado a ela, mergulhei pela primeira vez em muito tempo, num sono sem pesadelos. Depois de dois anos, aquela carga aterradora de culpa não se acumulava mais em meus ombros. Finalmente eu estava completo.
Hermione Pov
Com um beijo cálido, Malfoy estava conseguindo vencer as barreiras as que me afiei, diferente de todos que até então havíamos trocado, este era mais envolvente, paciente. Havia uma certa lentidão em cada gesto seu, que provocara em mim a vontade...vontade não, necessidade de senti-lo. Seus dedos deslizavam por toda a extensão de meu pescoço, como se sem aviso pudesse quebrá-lo num simples movimento. Porém ao constar isso e ao invés de me assustar, apenas conseguiu me excitar ainda mais.
Para minha breve decepção ele interrompeu o beijo, fitando-me com aqueles olhos impenetráveis. O que estaria pensando eu não fazia a ideia, e o seu próximo gesto me pegou de surpresa. Arrebatando-me com violência, imprensou-me contra a parede, causando uma pontada de dor nas costas. Eu podia ter reclamado, tê-lo xingado, mas de forma estranha e atípica eu gostei do que sentia. As pontadas de dor nas costas revelaram-me um apelo, o qual eu desconhecia ou talvez nunca houvesse dado a devida atenção.
Enroscando contra meu corpo, as mãos hábeis de Malfoy o percorreram sem delicadeza e arrancando qualquer peça de roupa que viesse se colocar em seu caminho. Acuada à parede, não havia muita coisa que eu pudesse fazer senão percorrer o seu corpo também, deslizar os dedos pelo seu peitoral másculo e antes de alcançar seu ponto mais sensível, subir me divertindo com seu desapontamento.
No entanto, ele não pareceu gostar da provocação, pois num movimento brusco ergueu-me contra a parede, obrigando-me a abraçar seu quadril com as pernas intensificando o contato entre as partes íntimas. Mirei-o ainda confusa de suas intenções e vendo o sorriso malicioso em seu rosto não me preparei para o próximo golpe. Com uma profunda investida, seu membro me penetrou completamente e não pude reprimir a exclamação de surpresa. Senti minhas carnes protestarem no início com a brusca invasão e arqueei-me sem saber se queria fugir daquele contato ou mergulhar de vez.
Malfoy sabia ser persuasivo quando queria, puxando minha nuca possessivamente em sua direção, senti seus dentes no lóbulo de minha orelha e ofeguei ainda sentindo-o em toda extensão, dentro de mim. Quando ele começou a se movimentar, ondulando em intensidade foi impossível me manter imóvel.
Não havia carinho em seus gestos, eu não sabia mais diferenciar o que era dor e o que era prazer. Para minha surpresa, aquela distinção nem existia mais... Era como se uma sensação não pudesse existir sem a outra. Seus dentes deixaram marcas em mim, nos ombros e no colo. Eu não me importava mais, a cada investida sua, uma nova onda de prazer me atingia deixando-me desnorteada e me vi acompanhando seus movimentos buscando mais contato. Nossos corpos suados colados um ao outro, atados num frenesi doentio. O latejar em minha intimidade incentivava meus gemidos, cada vez mais altos. O sorriso de Malfoy cresceram, suas investidas aceleraram-se. Sua boca alcançou meu seio, sugando-o com ferocidade, o gemido que escapou de meus lábios era uma mistura de agonia e êxtase. Malfoy sorriu satisfeito. Se aquilo fazia dele um sádico, então o que fazia de mim, que ansiava por mais?
Não sabia e tinha um certo receio de me chocar com a resposta. Puxei seu cabelo com força, numa pequena vingança as marcas que ela deixara em minha pele, e em resposta ele tirou as minhas mãos de sua nuca para prendê-las rente a parede acima de mim. Imobilizada, senti-me mais sensível que nunca as suas investidas ritmadas e explodi num violento ápice pela segunda vez, junto a Malfoy, que tão abalado quanto eu deixou-se deslizar até o chão me levando junto.
Draco Pov
Não foi a maldita claridade que me acordou, embora ela tenha ferido meus olhos quando os abri. Não, foi um leve movimento do colchão aonde eu estivera deitado há algumas horas.
Este não fora sutil o suficiente para ter livrado Granger do embaraço que eu a faria passar.
-Para onde pensa que vai? – perguntei vendo-a pular de susto, e se virar impressionada para mim, escondendo seu corpo com o lençol.
-Já estava acordado? – perguntou incerta.
-Não, acordei com você se movendo – falei tentando tirar o lençol de sua posse, embora aquilo só fez com que ela se agarrasse ao tecido com mais vontade – não esperou que eu não fosse notar, Granger. Eu inventei esse movimento.
Ela deu um leve sorriso, não me levando a sério. Em resposta, tentei puxar o lençol de novo.
-É mesmo, Malfoy? Então por que não percebeu ontem quando saí? – Granger me desafiou.
-Ora, porque eu estava fora do meu habitat natural, não costumo acordar no meu sofá – explique-me e trocamos um sorriso cansado.
-Sei – ela disse revirando os olhos – Malfoy, será que dá para parar de puxar o lençol?
-Daria, se você parasse de usá-lo como uma burca – argumentei a constrangendo – sabe, não tem nada aí que eu já não tenha visto ontem.
Nunca me cansarei dessa prática.
-Malfoy! – ela brigou começando tentando me bater, mas cada vez que esticava o braço, eu ameaçava puxar o lençol que segundo seus valores grifinórios, deviam cobrir sua dignidade ou qualquer outro valor igualmente idiota.
-Argh, desisto de você – Granger falou se erguendo ágil demais para alguém da sua estatura e se vestindo mais rápido do que julguei ser possível para uma mulher. Afinal, não são elas que demoram horas para se arrumar?
Acontece que o pouco que conhecia de Granger, já me munira de informações suficientes para que eu soubesse que ela não era como nenhuma mulher que eu conhecera.
E eu ainda tinha minhas dúvidas se isso era uma boa coisa.
-Já vai? – perguntei incomodando-me em vê-la partindo. Em geral, era o contrário que acontecia.
-Hum sim – ela respondeu apressada acabando de fechar os botões da blusa – não é como se você esperasse que eu me sentasse na mesa de café com você, né? Tenho que correr, não se atrase hoje.
Houve um momento que eu quis negar o que ela dissera. Só que eu sabia que Granger estava certa, eu realmente não esperava isso. E nem podia me dar o luxo de me envolver com ela.
Houve outro momento, este foi antes que ela saísse do quarto. Granger se virou e fez menção de dizer algo. O que, não tenha nem ideia do que seria, mas nunca vou saber qual seria porque no último segundo ela balançou a cabeça e saiu sem olhar para trás.
Aquilo me deixou frustrado. Eu costumava prever os próximos passos de todas mulheres com quem me deitei.
E com todas, eu havia acertado. Elas eram previsíveis, mesmo Pansy com seu temperamento explosivo já não conseguia mais me surpreender.
Agora, a Granger...havia algo de diferente nela. Não era a sua inteligência fora do normal. Nem seu jeito de andar.
Ela fora a única a me desafiar, dentro e fora da cama. Aquilo só tornava a disputa de poder mais interessante. Parecia que eu finalmente encontrara uma oponente a altura.
A questão agora era: estaria ela disposta a jogar?
Harry Pov
Só quem viveu por anos sem uma boa noite de sono, pode valorizá-la como eu fiz quando acordei. Minha pele não estava molhada de suor por pesadelos. Meu corpo não estava frio por ter me livrado da coberta enquanto dormia.
E havia um corpo junto ao meu, eu não precisaria abrir os olhos para saber quem era. Seu cheiro já denunciava a identidade de Gina.
-Bom dia – ela ronronou se espreguiçando languidamente.
-Bom dia, dormiu bem? – perguntei sorrindo. Ultimamente, não havia lá muitos motivos para sair distribuindo sorrisos.
Surpreendente o que pode acontecer em vinte e quatro horas.
- As poucas horas que consegui, sim – ela respondeu se virando com a típica preguiça de se levantar.
-Nem pense em se atrasar para o trabalho – disse imaginando que em minutos ela estaria em um sono profundo novamente e sobraria para mim acorda-la depois.
- Seria de se imaginar que eu teria algum bônus de ter te escolhido, Harry – ela provocou rolando na cama – como superior, podia me fazer chegar atrasada.
Apesar de saber que Gina não falava sério, repliquei tirando uma mecha de seus cabelos dos olhos.
-Acho que você já não tem muito crédito com Feldman para que eu possa te ajudar com algo.
-É, eu sei – Gina concordou, e seu sorriso diminuiu momentaneamente.
Depois de ter demitido demissão no dia anterior e ter voltado atrás horas depois, Feldman estava bem impaciente com ela. Era melhor não testá-lo.
Aquele pensamento não foi nada perto da tranquilidade atípica que me acompanhara desde que acordara. Tinha certeza que nada seria capaz de destruir aquela calmaria que se instalou tão sorrateiramente.
Eu estava errado de novo.
Porque no dia anterior eu havia aprendido que em vinte e quatro horas, tudo pode mudar.
E foi exatamente isso que aconteceu.
Hermione Pov
Poucos dias se passaram tão calmos como esse, não havia tensão na sala que dividíamos, mesmo com todos os motivos para que ocorresse o contrário,
Eu podia estar neurótica sobre Malfoy, mas quando aquela prática louca estava começando a se tornar um habito, não havia porque se estressar. Além disso, percebi que com o passar do tempo, meu receio se dissipara.
Não é que eu achasse correto o que estava fazendo.
Porque eu não achava. Era provavelmente um dos piores erros que eu iria cometer.
Mas também não era da conta de ninguém então por que ligar?
Além disso, com toda a recente aproximação perturbadora de Harry e Gina, seria normal que houvesse uma tensão com Eric em relação a tudo. No entanto, ele parecia inatingível e focado no próprio trabalho. Ou aceitara o relacionamento deles melhor do que eu esperava ou então tinha algum plano em mente.
Infelizmente, eu apostava as minhas fichas na segunda opção.
A sessão também estava mais vazia, com a saída de Celine e Zabini, em breve teriam que contratar novos funcionários.
Eu teria me preocupado mais com essa questão, se Feldman não tivesse irrompido na sala como um furacão.
-O que houve? – perguntei prevendo que eu não gostaria da resposta.
-O que vocês ainda estão fazendo aqui? – ele bradou com a varinha em punho e claramente alterado – invadiram novamente a Ala de Mistérios! Os Aurores já desceram e precisam de assistência.
Olhei abismada para os outros, que ao invés de travar ridiculamente como eu já estavam de pé, igualmente armados.
Não, aquilo parecia surreal demais para a minha cabeça. Como um daqueles sonhos que mudam drasticamente. Não era possível que passássemos de uma calmaria quase entediante para então, de uma hora para a outra, sermos mergulhados numa difusão de feixes iluminados e mortais.
-Por aqui – disse Malfoy assim que entramos na Ala de Mistérios, o local escolhido por ele era o que se concentrava mais bruxos duelando.
O local parecia o mesmo o qual visitara há anos, embora mais sombrio ainda da primeira vez que estivera lá.
Tentei localizar Halliwell no meio da confusão, mas diferentemente de Bellatrix, ela escolhera ser uma oponente mais discreta, que usava seus comparsas ao invés de exibir sua identidade.
Eric, tinha uma opinião diferente da minha e puxou a minha mão bruscamente.
-O que foi? – perguntei desarmando um homem que se aproximava dele com a varinha erguida.
-Você sabe porque eles estão aqui – ele respondeu, olhando para os lados – estão procurando a profecia.
-Eu previ isso, mas o que podemos fazer? – eu gritei me abaixando assistindo Harry quase ser atingido por um Cruciatus de um dos comparsas de Halliwell pelo simples fato de estar ocupado demais protegendo Gina.
A sorte dele foi que um Auror lhe deu cobertura para que um segundo depois, caísse inconsciente no chão.
Frustrado por não conseguir fazer as duas coisas ao mesmo tempo, Harry se virou para mim. Eu não precisei perguntar o que ele queria, porque eu já esperava isso.
Ignorando os protestos de Gina, que insistia que podia se defender sozinha, agarrei sua mão e segui Eric para fora da balbúrdia e se perdendo num verdadeiro labirinto de prateleiras repletas de esferas.
- Temos que voltar para lá – insistia Gina atrás de mim, aumentando o meu nervosismo.
-Lembra de onde estava? – questionei à Eric, que andava apressado, por ora olhando para trás.
-Não tenho certeza, sei que estamos perto – ele admitiu nervoso – temos que encontra-la e dar o fora daqui.
-Parem de me ignorar! – exigiu Gina finalmente se soltando do meu braço – Hermione, temos que voltar para lá e ajudar o Harry!
Revirei os olhos, irritada demais para explicar algo mas o fazendo mesmo assim:
-Não, porque sua presença lá só vai prejudicar o Harry, ele se preocupa demais com a sua segurança para se defender – falei impaciente e só conseguindo me aborrecer mais quando percebi que ela não me ouvia.
-O que é isso? – Gina perguntou para si mesma se aproximando de uma prateleira, repleta de esferas até então inúteis.
-Gina, nós temos que continuar – chamou Eric começando a andar.
-Mas tem nossos nomes aqui! – ela disse surpresa e franzindo a testa sem compreender.
Foi quase como se estivesse vendo em câmera lenta ela esticar a mão para a prateleira e pegar a esfera. Eu gritei inultimente, porque não foi suficiente rápido para que ela não segurasse a profecia e a encarasse ainda confusa.
Meus ombros caíram em alívio. Afinal, eu estava esperando uma catástrofe, que a profecia fosse se concretizar, ou que raios vindos do além fossem nos atingir.
É, minha imaginação estava em alta.
-Pelo menos nada aconteceu – Eric disse o que eram meus próprios pensamentos em voz alta. Trocamos um olhar preocupado e fitamos Gina cautelosamente, estávamos assustados demais que ela acabasse fazendo algum movimento brusco.
-E nada acontecerá, contanto que a Weasley passe a esfera para mim.
Minha garganta se fechou automaticamente ao ouvir aquela voz, perigosamente perto de nós.
Porque, casualmente encostada à uma das prateleiras, estava Halliwell brincando com a própria varinha e sorrindo diabolicamente para as vítimas de sua cilada.
-Gina, não faça isso – me vi falando olhando de uma para a outra.
-Se você não fizer, serei obrigada a mata-la – ameaçou Halliwell, como eu sabia que faria.
-Pare de blefar, - zombou Eric com as sobrancelhas unidas com o esforço de pensar rápido – todos nós sabemos que você não pode fazer isso.
-Eu não sei – Gina se pronunciou – para falar a verdade, há muito pouco que eu esteja entendendo agora.
Queria que houvesse uma maneira de congelar o tempo para que eu pudesse explicar tudo com calma à ela. De certa forma, Gina havia sido jogada àquela história sem nenhum tipo de informação e agora estava nos encarando perdida. Não me parecia justo assistir isso, eu e Eric pelo menos tínhamos noção de tudo que estava acontecendo.
-Tudo que precisa saber é que essa mulher não é confiável - eu falei fuzilando Halliwell com os olhos - aliás, acho que já teve provas para uma vida.
-Mas você, ao contrário, é totalmente confiável - Gina zombou deixando a mostra toda seu sarcasmo.
Com a garganta seca, voltei-me para Eric que tentou aborda-la usando outra tática.
-Sãos os nossos nomes na Profecia, não o dela - ele replicou completamente imóvel, desconfiei que para não assustá-la.
-Eles já sabiam e não te contaram - Halliwell disse tentando envenená-la contra nós - eles esconderam a Profecia de você, Weasley.
-Isso é mentira! - gritei furiosa - Gina, não acredite numa palavra que ela diz!
-Mentira? - Halliwell debochou estreitando os olhos - a única coisa que não fiz nunca com você, Weasley, foi mentir. Diferente dos seus supostos amigos.
-Você tentou matá-la inúmeras vezes! - retrucou Eric, perdendo sua calma.
-E nunca a enganei, havia um propósito em sua morte. Ainda há - replicou Halliwell de forma tão absurda que apenas a própria podia ver algum sentido na suas palavras.
-Não está vendo que ela só é uma ameaça para você? - gritei, testando a paciência de Halliwell que se virou ameaçadoramente para mim.
-Continue falando, Sangue-Ruim, e o alvo passará a ser você. Das Maldições, a sua é a mais poderosa, embora também seja a menos gratificante - Halliwell falou apontando sua varinha agora para mim.
Eric se colocou a minha frente, e sorri sentindo um fluxo de gratidão pela sua coragem.
-Como a minha não lhe parece tão interessante, não pode me atacar - ele disse com um sorriso prepotente que, ao mesmo tempo, que podia nos ajudar, também poderia acabar se tornando um empecilho.
Gina, no entanto, acabou por nos distrair quando fez menção de lançar a esfera no chão. Meu grito a parou por instantes.
-Não faça isso!
-Entregue a mim! - mandou Halliwell categoricamente.
-Não a obedeça! - retrucou Eric.
Finalmente, Gina tomou sua decisão, decepcionando a todos nós. A esfera tombou no chão, e todos congelamos em expectativa.
Fui arremessada para o outro lado do corredor, minha cabeça tombando com uma das prateleiras e meu corpo caindo dolorosamente no chão. Não pude ver como os outros acabaram porque só escuridão toldou meus olhos por alguns segundos confusos. As profecias que caíram estavam sendo proferidas, todas ao mesmo tempo tornando o compreendimento impossível.
Passos foram se distanciando, alguém estava fugindo. Tirando dezenas de esferas de cima de mim, me levantei agradecendo por não ter me machucado na queda.
Ainda assim, eu senti uma raiva crescer em mim, deixando-me atordoada. Eu nem sabia porque estava furiosa, mas a sensação era inebriante. De repente, eu queria ficar com mais raiva.
O motivo? Não tinha ideia, eu estava confusa com as contradições dentro de mim. E a confusão só me deixava mais furiosa.
-Mione? - uma voz suave me despertou do lado oposto de mim, Gina se levantava apertando seu ombro, que devia ter aberto a ferida que não estava curada completamente.
-Você está bem? - perguntei preocupada.
-Acho que sim - ela respondeu incerta - o que aconteceu?
-Eu ainda não sei - falei cruzando os braços - Gina, você tem que sair daqui.
-Por que está dizendo isso? - ela perguntou e me surpreendi por nunca ter reparado como o tom de voz dela era irritante.
-Apenas me obedeça, ok? - falei sem paciência, procurando algum sinal de que Eric estava vivo.
-Você não manda em mim, Hermione - Gina retrucou aborrecida.
Eu não conseguiria controlar Gina e Eric ao mesmo tempo, caso os dois estivessem com tanta raiva que eu sentia. Um impulso me fez virar para ela e ordenar.
-Saia daqui.
E ela me obedeceu. Deu as costas para mim e com passos inaturais e atípicos começou a se afastar, como uma marionete dos meus desejos.
Apesar de estar assustada com sua repentina obediência, havia uma parte de mim dizendo que eu podia fazer aquilo. Uma onda de poder passou dos dedos do pé até a raíz dos meus cabelos, espalhando um calor agradável. Nunca me senti tão poderosa.
Mais que isso, eu me sentia invencível.
Eu tinha escolha: deixar-me embriagar pelo poder que chamava, ou resistir. Por sorte, escolhi a segunda opção.
Gina parou bruscamente de andar, e se virou olhando apavorada para mim. Não havia dúvidas, a minha maldição era Imperius.
-Como foi que você fez isso? - sua voz mesclava raiva e aturdimento.
-Eu não sei - admiti meio arrependida, meio orgulhosa - não olhe para mim - pedi desviando o olhar.
-Por que não? - Gina exigiu saber e percebi que sua reação não me irritou. Depois que lancei a Maldição pela primeira vez, estava mais calma que nunca. Como se nada pudesse dar errado.
O que, claro, era uma ilusão.
-Porque se a minha Maldição é a Imperius, a sua só poder ser Cruciatus ou Avada Kedrava. E eu não vou querer ser sua cobaia- falei numa voz monótona com a esperança de que aquilo pudesse tornar a realidade menos chocante que era.
Pelo horror em seu rosto, eu não consegui meu objetivo.
-Como pode estar tranquila? Vocês não pensaram, nem por um segundo, em me contar tudo isso? - ela gritou furiosa e eu entendi que aquilo não era um bom sinal.
Antes, no entanto, que eu pudesse responder, um barulho de esferas se movendo nos chamou atenção. Eric se levantava, cambaleando e com a mão numa das sobrancelhas que exibia um corte superficial. Estava mais perto do que eu esperava e, com um instinto de sobrevivência, recuei alguns passos para trás, fazendo outras profecias caírem e sendo proferidas produzindo um barulho infernal.
-Vocês estão bem? - ele gritou para ser ouvido por cima das vozes agourentas que falavam do destino de alguém.
Gritei que sim, mas não tenho certeza se ele escutou. O barulho das profecias era ensurdecedor e acabou atraindo atenção indesejável.
-Ei, o que estão fazendo aqui? - um homem sujo de fuligem e com a varinha ameaçadoramente apontada para nós perguntou.
-Abaixe a varinha - Eric exigiu e o homem quase riu de sua prepotência.
-Depois de disserem quem são.
Aquela foi a última frase do homem. Se era Auror ou comparsa da Halliwell, eu não saberia mais. Seu corpo tombou uma última vez no chão, o estrépido se tornando mais real que qualquer som presente.
Fora Eric o responsável de sua morte. Suas feições estavam duras e tensas, várias emoções cruzaram o seu rosto e nenhuma delas indicava arrependimento.
-Pelo menos agora temos certeza qual é a sua - falei para Gina.
Ela me fitou, aborrecida.
-Mesmo? Eu não tinha notado.
Draco Pov
O confronto estava acabando, os corpos acumulados no chão eram mais que os que se mantinham em pé duelando. Depois de mandar mais um filho da puta para o inferno comecei a procurar no chão o rosto de alguém conhecido.
Ok, eu admito.
Estava procurando o rosto dela.
Era tão estranho começar a me importar se Granger estava viva ou morta. Harry logo percebeu minha intenção, porque me segurando pelo ombro, falou ofegando:
-Elas não estão aqui.
O alívio chegou, me despreocupando. Assenti engolhindo um pouco de sanque preso na garganta, decorrente de algum dos feitiços que fui atingido. Não estava tonto, o que era um bom sinal. Apesar de que estava mais fraco do que quando entrei na Ala de Mistérios.
Odiava aquela sensação, de que uma hora teria que depender de outra pessoa. Tinha confiança de que Harry podia assumir, caso eu caísse. Se fóssemos contar quantos comparsas de Halliwell, não seria das tarefas mais difíceis.
Mas eu não queria isso.
Esforçando-me para manter meus dois pés firmes no chão, sustentando meu corpo, acertei outro oponente. Quando me preparei para acertar outro, um barulho ensurdecedor invadiu meus ouvidos sem permissão.
Olhei para Harry que acabara de derrotar o último, ele carregava o mesmo semblante desanimado. Tinhámos quase certeza que o trabalho tinha acabado por ali, mas pelo visto ainda havia pessoas duelando do outro extremo da Ala.
E pelo barulho, estavam num estágio bem avançado.
Correndo para o local da origem do som, cruzando com alguns Aurores que ajudavam os colegas a se levantar, ou identificavam os comparsas de Halliwell estirados no piso frio; não paramos até chegarmos onde o suposto duelo deveria estar acontecendo.
Contudo, só haviam três pessoas naquele intervalo de prateleiras repletas de profecias.
Granger, Weasley e Wood.
Eles estavam razoalvelmente bem, mas pareciam assustados.
-Algum sinal da Halliwell? - Harry foi logo perguntando, não querendo perder tempo.
Notei que trocaram um longo olhar antes que Wood respondesse, como se fosse o orador do grupo:
-Não, e vocês?
-Também nem sinal - falei percorrendo o local com os olhos, parecia que um furacão havia passado por ali: prateleiras caídas em efeito dominó, restos de profecias acumulados no piso,assim como metade de um lustre que devia ter desabado.
O curioso é que só havia um corpo estirado no chão, mesmo que a destruição em volta denunciasse uma população toda.
Do meu lado, Harry olhava para uma ferida aberta no ombro da Weasley, que nem parecia se dar conta do machucado.
-Esse aqui deve ter dado trabalho, olha o estado que isso ficou - comentei indicando o corpo do desconhecido no chão.
-Eu o matei - explicou Wood secamente. Era uma maneira estranha para que ele contasse isso, como se estivesse falando do tempo.
Agachei-me para ver a identidade do morto. Mesmo sujo de fuligem, pude reconhecer seu rosto.
Era o Chefe dos Aurores. Shackebolt.
-Wood, você quer me explicar porque matou um Auror? - perguntei fulo da vida, o idiota teve a decência de demonstrar surpresa - aliás, o Chefe deles.
-Eu não sabia quem era - ele se justificou, sacudindo os ombros.
Harry saiu de perto da Weasley, para ter certeza do que ouviu. Shackebolt era um antigo amigo, além de mentor nos treinamentos pós-Guerra.
Com um gesto solene, Harry fechou pela última vez os olhos do antigo Auror e se voltou com ódio para Wood.
-Como tem a coragem de falar desse jeito? - ele o repreendeu, tentando controlar seu temperamento - ele era muito mais homem do que você vai conseguir ser um dia.
Wood não se abalou com as palavras. Do contrário, parecia se divertir com a situação.
-Eu duvido, já que ele morreu pela minha mão - Wood desafiou e Harry não decepcionou, o agarrando violentamente pela gole da blusa, mantendo o contato visual.
-Confesse de uma vez, Wood. Você é um espião?
Weasley, sendo ela deu seu jeito de se meter entre os dois e apartar a briga. Granger pôs a mão no ombro de Wood, querendo acalmá-lo.
-Gina, saia da frente - Harry pediu, sem muitas gentilezas ao que a garota apenas negou com a cabeça.
-Isso, Potter - falou Wood, alheio a movimentação ao seu redor - continue, falta pouco agora.
Harry e eu trocamos um olhar confuso. Weasley se virou murmurando algo no ouvido de Wood, por mais que eu tenha me esforçado não consegui escutar.
-Gina, o que pensa que está fazendo? - retrucou Harry, agora furioso.
-Só deixe o Eric em paz - ela disse, ainda a frente de Wood como um segurança.
-Como é? - eu balcuciei, entendendo menos a cada segundo que passava.
-Não, Wood cometeu um crime e agora vai pagar por isso - retrucou Harry, do meu lado.
-Um crime por quê? Estávamos no meio de um combate, ás vezes essas coisas acontecem. Você, melhor que ninguém, devia saber disso.
Ignorando o golpe baixo dela, Harry tentou passar pela sua presença para socar o Wood, ou sabe lá quais eram as suas pretensões no momento. Mas Weasley se colocou na sua frente mais uma vez.
-Não me obrigue a te machucar - ele pediu com a voz tensa - nem a te fazer escolher entre ele e a mim.
-Se você fizesse, então pelo menos agora já sabe qual seria a minha resposta - ela disse fazendo Harry estancar no lugar, confuso.
E então, como se não fosse capaz de se manter no mesmo ambiente que nós nem por mais um segundo saiu correndo, provando a minha teoria que nunca passou de uma covarde.
Wood e Granger foram a seu encalço. Harry estava tão absorto no que acabara de ouvir que nem tentou atacar Wood.
Também, não é como se ele pudesse fugir e desaparecer do mapa.
Harry Pov
A calma estava vazando dos meus poros, dando espaço para a raiva entrar. Pisquei os olhos, ainda aturdido pelos últimos momentos. Ela realmente tinha defendido o Wood depois de ontem?
Mas eu já era mestre em me enganar, não iria pensar nisso. Pelo menos, não agora.
Wood pode me pagar mais tarde, eu tinha que recolher pistas com Draco. Nada me tirava da cabeça que Halliwell pisara ali, ainda naquele dia.
Passando os olhos pelas prateleiras, o nome de Gina chamou minha atenção. No início, achei que fosse uma ilusão criada pela minha própria mente, mas voltando a olhar pela etiqueta da prateleira,percebi que não tinha apenas o nome dela ali, como o de Hermione e o de Wood.
Aquilo não fazia sentido, Halliwell sempre demonstrou interesse na Gina. Mas então, talvez ela não soubesse que haviam outros envolvidos.
Apesar de que, depois de semanas de caso, eu podia afirmar que já conhecia um pouco do seu modo de lutar. Era extremamente improvável que ela fosse surpreendida por um detalhe deles.
Não, Halliwell deve ter tido tempo para planejar metodicamente cada detalhe do seu plano, algo tão grande assim nunca teria escapado das suas vistas.
-Dá uma olhada nisso - chamei a atenção de Draco que franziu a testa para os nomes conhecidos.
-Mas que diabos.. - ele praguejou olhando para a prateleira. De todas, aquela miraculosamente tinha restado em pé. As esferas continuavam organizadas, exceto obviamente por aquela.
Ela podia ter sido quebrada.
Sim, pela destruição do local, não era difícil de acreditar nisso.
Mas da mesma forma que a esfera podia estar quebrada, como tantas outras no chão, também podia ter sido roubada.
-Você não viu isso -Draco falou, retirando a etiqueta da prateleira e virando o verso, para que eu pudesse ver em letras garrafais: " A Profecia Imperdoável".
O nome mais parecia um agouro, e por um instante me agarrei na possibilidade que não se passava de um engano. Mas quem colocaria uma etiqueta falsa ali?
Claro, não faltava motivos para Halliwell fazer isso.
No entanto, ela não estivera ali naquele dia, Wood tinha negado sua presença há poucos minutos.
A menos que ele estivesse mentindo.
Bem, não seria a primeira vez.
Hermione Pov
-Gina, espere! - gritei correndo atrás dela, que seguia trantornada para fora do Ministério.
Os demais funcionários olhavam para o seu rosto com um certo receio. Quando a alcancei, cogitei tentar impedi-la, mas temia que isso levasse a um ataque de fúria no meio do átrio, com dezenas de bruxos ao nosso redor.
-Para onde ela está indo?
Nem precisei me virar para saber que Eric havia se juntado a nós. Por um lado, era um alívio porque significava que Harry estava em segurança.
Por outro, também significava que nós duas não estávamos.
-Não tenho ideia - respondi lutando para acompanhar o ritmo acelerado de Gina.
Os trouxas tinham expressões chocadas, quando a encaravam. Com medo de que ela fizesse algo que pudesse nos denunciar em plena rua, a puxei para a primeira loja aberta que encontrei. Pela roupa dos clientes, devia ser trouxa também, ainda que eu não estivesse prestando muita atenção nisso.
-Gina, você vai ter que tentar se controlar - falei fime - se alguém desconfiar da profecia, nem quero pensar no que vai acontecer com a gente.
-E adivinha de quem é a culpa? - ela gritou irritadiça, seu rosto retorcido de ódio.
Agora eu entendia a reação das pessoas quando viam o seu rosto. Aquela expressão cruel, os olhos sem vida, os lábios curvados num sorriso macabro. Eu não tinha certeza do que estava havendo com ela, mas a impressão era de que ela estava possuída por algo.
E o quer que seja, não era humano.
Fitei Eric, que também parecia perturbado com a visão.
-Fomos nós que erramos - ele disse cautelosamente, acho que com medo que ela perdesse o controle num tom mais ríspido- se púdessemos ir a um lugar mais calmo - completou avançando alguns passos de Gina, que se esquivou para trás, esbarrando numa vendedora.
A mulher, com evidente má vontade, voltou seus olhos para nós.
-É cega, menina? - reclamou esfregando o braço, onde havia dado o encontrão e dando as costas.Suspirei aliviada.
Cedo demais.
-O que disse? - Gina sibilou, e nem eu pude tive coragem de falar algo para acalmá-la.
-Além de cega, é surda? - retrucou a vendedora rudemente, finalmente se afastando.
Eu devia ter feito algo para evitar, havia um sexto sentido me alertando que o descontrole total era questão de tempo.
Mas eu só prestei atenção nele quando Gina puxou a vendedora para si pelos cabelos com uma força irreal e encarou-a cruelmente.
A moça desabou no chão, se contorcendo e gritando de dor. Lágrimas escorriam pela sua face, e ela olhava desesperada sem compreender a origem da tortura que abalara o seu corpo. A Maldição da dor excruciante parecia mais intensa, os olhos da mulher saíam de órbita tornando toda a cena mais nauseante.
-Gina, não!
Meu grito não a acordou do transe diabólico, que a envolvia. Eu me joguei para fazê-la cair e assim, quebrar contato com a trouxa desconhecida, mas num gesto amplo ela me empurrou para os braços de Eric,que me ampararam na hora certa.
Agora a mulher era acometida de convulsões, sua boca espumava e seus olhos já estavam fechados. Os meus também se fecharam, querendo me poupar de assistir aquilo, Eric afagou as minhas costas, tão apavorado com aquele poder quanto eu.
-Já acabou - ele falou em meu ouvido segundos depois.
Abri os olhos e encarei Gina olhando com o queixo caído com o que fizera. A mulher estava caída e imóvel. Um silêncio pesado cruzou a loja até que alguém se pronunciasse.
-O que foi que eu fiz..ela está morta? - Gina balbuciou provavelmente com medo da resposta e quando tentei me aproximar, o corpo da trouxa se movera e ela nos encarou sorrindo bobamente. Sua boca estava sangrando pelos seus gritos, mas seus olhos não guardavam mágoa.
O problema era que a única coisa que seus olhos pareciam guardar era loucura.
Eu já havia presenciado uma cena parecida, quando visitei os pais de Neville no St. Mugus.
Antes que eu dissesse palavras de conforto para Gina, Eric se colocou na minha frente pela segunda vez naquele dia. Mas, se na primeira vez foi para proteger, dessa foi para atacar.
A mulher lhe sorriu aluadamente antes de fechar os olhos pela última vez.
Draco Pov
Depois de uma rodada com os curandeiros, estava melhor do que nunca. Revigorado e agitado,andei em círculos esperando Harry ser liberado. Ele ainda estava abalado quando saiu da sala.
-Feldman está lá dentro, quase teve um ataque quando soube o que Wood fez - ele contou de cabeça baixa.
-Já avisaram à família? - perguntei pouco a vontade com aqueles assuntos.
-Sim, eles estão a caminho - Harry respondeu pigarreando - Feldman não sabia de profecia nenhuma. Não sei como faremos para descobrir.
-Eu sei.
Eu reconheci a voz, mas não acreditei realmente que depois de tudo que ela fora responsável, Halliwell fosse dar as caras logo ali. A minha varinha foi erguida para perto do seu pescoço, mas não tão rápido quanto a de Harry.
- Me dê só um motivo, para não matá-la agora - eu pedi querendo muito que ela me decepcionasse.
-Draco, espere um pouco - pediu Zabini que ia logo atrás.
-É claro que você também estaria aqui, como o obediente servo que é.. - desdenhei revirando os olhos.
-Eu tenho uma memória que acho que vocês vão gostar de assitir - disse Halliwell, com um frasco prateado nas mãos.
-O que te faz pensar que teríamos interesse nisso? - perguntou Harry seco.
-Porque se trata da Weasley, da Granger e do Wood - ela falou parecendo se divertir com a nossa curiosidade - ah, e como não poderia faltar, trata-se da profecia.
Eu e Harry nos entreolhamos, incertos e voltamos a olhar em dúvida para Halliwell. Baixamos as varinhas, mas ainda defensivos.
-E qual interesse você teria com isso? - eu quis saber.
Nós tínhamos a mesma mente calculista, que trabalhava a base de recompensas.
-Seus amigos se tornaram um perigo agora. Para vocês, para mim e para eles mesmos - Halliwell explicou e não consegui acreditar numa palavra no que dizia - a prova está aqui - ela balançou o frasco prateada e senti o impulso de quebrá-lo apenas para tirar aquela expressão satisfeita do seu rosto - eu tentei evitar que a situação chegasse num nível tão extremo..
-Pode parar com o teatro, Halliwell - cortou Harry - você está dizendo que matando Gina, ia ajudar alguém?
-Sim, iria - ela afirmou confiante - mas isso não importa mais, porque eu não consegui impedir a Profecia de se concretizar.Tudo que eu quero de vocês agora é apoio.
Balancei a cabeça, na certa ela havia enlouquecido.
-O inferno vai congelar antes que eu me junte a você - eu falei convicto - estamos de lados opostos.
-Eu não espero que vocês confiem em mim, porque agirei da mesma forma. Apenas seremos aliados.
"Aliados Temporários."
N/B: *lá vem a pessoa toda sem graça* oi gente, não culpem a Carol pela demora!! A culpa foi muito mais minha do que dela. O capítulo já havia sido finalizado há algum tempo só que devido a algumas circunstâncias como início das aulas da faculdade acabei ficando completamente atarefada. I'm sorry ): Xará querida que me escuta e já se tornou uma amiga, mil perdões mesmo por não conseguir finalizar a betagem! Ao menos até a parte das NC's foram betadas... Você sabe como eu sou uma fã de SI rs Tenho certeza da qualidade da sua escrita e dessa história, então parabéns por mais um capítulo e o próximo eu irei betar por completo. Prometo! As coisas estão pegando fogo por aqui rs Grande beijo e perdão pela falha :/ Carol
N/A:Oi gente!
Vocês já perceberam que sou péssima em prazos, né? HAHAHAH resumindo: viagem, gripe, falta de inspiração.
Estou feliz de postar finalmente esse capítulo, porque é agora que a verdadeira história começa! A profecia já se realizou, as alianças temporárias .. o nome do próximo é Cético, e pela ordem será o capítulo do nosso loiro favorito!
Ah, quero agradecer ao pessoal que comentou e me encheu de ideias! Essa minha beta linda, universitária que mesmo assim betou lindamente. Falta a última parte estar betada,que deve chegar no fds mas como não está tão horrenda postei!E brigada, xará! Esse capítulo não teria saído sem você!Eu sei como seus horários estão loucos e vi seu esforço,não precisa se preocupar com nada!
Respondendo aos coments de vocês:
*Katie Black: Lendo o seu comentário lembrei muito de mim mesma, me chocando com alguma fic HAHAHA viu a explicação da morte do Ron? Foi barra para o Harry, ao mesmo tempo que foi sua escolha, ele não podia fazer diferente! Nossa, quando você disse que ia ler de novo fiquei super feliz! Ás vezes também faço isso com uma fic ou outra..ahh, viu? Sua sugestão pelo visto agradou muita gente, que comentou aqui! Ah, sobre o lance que a Pansy falou foi para deixar a Hermione confusa mesmo...se bem que daqui para frente, ela terá problemas BEM maiores! Ih, nem eu esperava isso do Zabini! Hahaha mas sério no esboço, não era para ele ser o espião! Depois vou poder explicar o motivo hahaha sim, todos têm seus segredos, uns piores que os outros..sobre o Zabini, você vai saber mais sobre tudo isso ao longo da fic..ah brigada! Que coisa gostosa de se ouvir! Então, eu percebi que estava parando muito no suspense, e como não queria matar ninguém do coração, decidi acabar esse de uma forma mais light! Seus coments são muito importantes sim, adoro responde-los! Viu como a resposta ficou enorme? Espero que continue gostando, beijoo
*Miss Caroline: Minha beta preferida! Agora você vai me ajudar a controlar meu dindin, já que está cursando economia, espero que o trote não tenha sido duro..morrendo de medo do meu! Ok, chega de enrolar, ao que interessa: você é uma beta incrível, e sempre tenho confiança de postar sabendo que o texto passou por você! Não, você já ta sabendo que vai ter um segundo triângulo amoroso, e devido a terceira parte dele vai ser o mais doentio da fic! HAHAHA Ahh que bom que você tem essa relação amor e ódio com a Halliwell. Pessoalmente, a acho sem graça, porque ela só quer poder e isso é tão Voldemort! Mas sim, gastei mais neurônios para escrevê-la, ela é astuta. Bom, a troca já foi feita e eu NÃO aceito devolução, viu? Hahaah o Wood desperta o nosso amor né?hahaha você pode achar que muda coisas mínimas, mas essas dão uma BAITA diferença na leitura! E BS afinal, por favor não nos deixe na mão, preciso da minha dose quinzenal! E eu tenho certeza que muitas felicidades estão por vir com a nossa amizade sim! Um dia a gente ainda se encontra ao vivo e a cores!
Beijo
*leleu_mione: Esse ficou um pouquinho menor, creio eu mas o próximo vem grandão! Hahaha ownn, brigada pelos elogios, fico toda boba! Anotei a sua sugestão do quarto pegando fogo, em algum momento você pode ser surpreendida com isso! O segredo da Mione da Guerra é um dos mais sombrios e está prestes a ser revelado.. bem tenso, e ela precisa de terapia sim com o Dracolicius! Ah, viu a explicação do Harry? Hahaha Espero que isso tenha justificado em parte seu afastamento e amizade dele com o Draco! Ás vezes até estranho escrever os dois como amigos e tal.. mas espero que tenha curtido! Brigada por vir comentar, beijoo
*Nana-moraes Malfoy: AHAHAHA Sim, todo mundo mente muito! Ah brigada, Draco teve sempre essa essência para mim! Nem eu sei dizer se ele é um vilão ou um mocinho... não acho que ele se enquadre em nenhuma das opções..e a sua fic,menina? Nunca mais vi atualização! Você não parou né? Ta muito boaa! Tem que continuar ou ficarei te enchendo o saco. E a Miss Caroline sabe como posso ser chata com isso! Hahaha que bom que gostou da cena Dramione ,teve até um bis! Brigada por passar aqui e comentar sempre, viu?Beijoo
*The Daily Doll: Pior que acho que você acaba acertando mais coisa! O Draco arrombando a porta ficou bem o toque que precisava hahahaah mas não foi ideia minha,foi da Katie! Ah não é a parte burra..é a parte questionadora, e gosto das suas perguntas! De repente, posso te responder algo...então, o Zabini foi um idiota né, trocando a Celine pela Halliwell! O Wood consegue ser mais odiado que a Halliwell, tadinho hahaha O flshback não foi necessário porque a Mione deu no pé, mas em compensação fiz depois os dois acordando! Por isso que é legal essa interação de autor- leitor! Vocês de certa forma podem até mudar a história! A Síndrome de Estocolmo vai ser com um casal que adoro e baseado nesse capitulo, você pode até adivinhar com quem isso acontecerá! A minha facul começa apenas no segundo semestre e até lá muita coisa já aconteceu, mesmo assim não abandonarei isso aqui! E foi TÃO bom conversar com vc pelo face, adorei, vou te caçar lá agora, sua vida acabou hahaha E demorou um pouquinho né? Desculpe por isso, espero que goste desse capítulo! Beijoo
*Jacque Granger Malfoy: Não se preocupa com o tamanho dos coments, eu adoro ler! Estou aqui com cada resposta gigante e queria poder escrever menos, mas não consigo! Hahahaha então, essa maneira toda delicada do Draco entrar foi ideia da Katie, legal que vc curtiu! Ah, eu sei, a Gina também me irrita muito ás vezes, parece que não tenho controle sobre ela. Quando vejo, lá está a ruiva em problemas de novo! Talvez eu a mate para poupar dor de cabeça.. hahaha brincadeira, se eu fizer isso o Harry morre também e grande parte da fic morre junto! Mas pode deixar, a ingenuidade dela está com os dias contados, no início achava fofo mas agora só está irritante mesmo. Não que ela vá ficar aquele personagem astuto e sangue-frio como o Draco ou a Halliwell, mas bom, você verá! Foi uma coisa BEM desagradável o que a Mione passou e o "pulo do gato" não vai ser nem o que aconteceu, mas quem fez acontecer. HAHAHA quase jogo um spoiler! Ninguém gosta do Wood. Olha que depois o menino se joga da janela no meu lugar por ser tão rejeitado e quero só ver! A sua ideia que Merlin ia se contradizer, você pensou exatamente igual a mim! Até me assustou! ahahahha a única diferença é que a pior maldição na verdade é a Imperius, pelo simples motivo que a de Hermione não há como ser quebrada por força de vontade, ou seja, ela pode induzir pessoas a matarem e torturarem por ela. Entende o quero dizer? É como se fosse a junção das outras, só que Halliwell é uma pessoa que procura vingança e nunca aceitaria ter que pedir para que outra pessoa torturasse seu inimigo, ela ia querer encarar a dor do outro e saber que é a responsável por isso. Só explicando aqui hahaha Hermione pode manipular todos ao seu redor, isso explica a dificuldade de ser capturada depois. Nada comento sobre o Zabini, porque qualquer coisa que eu fale, vai me entregar! Que bom que adorou a NC, teve outra.. viu? E o lance do Ron, o Harry tinha que fazer aquilo. Ele teve que escolher o bem maior, digamos. Brigada pelo seu comente lindo e depois dessa resposta gigante, vai perceber que não é a única que tem problemas para encurtar os textos! Brigada por tudo, só isso que tenho a dizer!Beijoo
*MRC :A Hermione é muitoo sortuda mesmo! E ela nunca se dá conta disso, essa filha ingrata.. da próxima vez farei ela par com o Neville para aprender a dar mais valor às coisas que recebe.. brincadeira, gosto muito do Neville, mesmo com todas confusões dele. Ah, eu nem sei quantos eu levaria pelo Draco, mas sei que levaria bem mais para ter o Harry! Não sei porque o prefiro, acho que talvez o Draco seja sonserino demais para mim! Então, meu Harry é interessante para ti? Bom saber... veremos se continuará com a mesma opinião daqui para frente! Raro também eu curtir o Harry, só duas fics já conseguiram esse feito: Cansei de ser a mesma e Broken Strings. Quero me casar com os Harrys de lá!HAHAHHAA Brigada por comentar, sempre faz os capítulos chegarem mais rápido!B eijoo
*annalimaa_: Desculpa pelo final bombástico, dei até uma suavizada nesse para ninguém ter ataque do coração! Pois é, Gina se ferrou mais uma vez, mas você viu que depois ela teve um ótimo brinde de consolação! Tudo bem, nem precisa testamento hahah só de vc comentar para mim faz uma diferença incrível, sinceramente para mim só lê quem está comentando, não posso adivinhar que as pessoas leram se nem deram seu "alô". Que legal que você curtiu Dramione, afinal, a fic é sobre eles mesmo! Tudo bem que adoro HG, mas o casal principal são eles, tanto que fiz nova NC deles! Brigada por passar aqui sempre e comentar, espero que tenha gostado desse! Beijoo
*Brenda Chaia: O motivo do Harry está aí, espero que tenha curtido ou pelo menos, se surpreendendo! HAHAHHA Fico feliz saber que gostou na NC, foi a minha primeira então tava meio assim para escrevê-la.. mas estou gostando de fazer essas cenas, e fiz mais duas nesse (hehe sou safadhenhaa)! Ahh brigada, minha facul não começou mas estou ansiosa!A vida da beta linda já mudou e mesmo assim ela fez esforço para betar isso aqui, vai me dar dicas para conciliar as duas coisas! Brigada por comentar e apoiar, nem preciso dizer como significa né?
*Princess Slithice: A explicação do Harry está aí, com o direito até a trilha sonora! HAHAHAH Own, brigada veve, saudades de vc! Não vinha para o Rio, cadê vc? A cidade ta fervendo, vem que te levarei para o mal caminho auhsuahusausa zoa! Pois í, to reparando a demora, mas nem posso te puxar a orelha, quando estou na velocidade lesma! Brigada por comentar, veve! Sabe como significa,né? Beijoo
*Larissa do Amaral: Leitora novaa, oba! Que bom que consegui te distrair numa tarde tediosa, ainda não estou trabalhando mas imagino muito isso acontecendo comigo tbm! Brigada pelos elogios, ainda é estranho ouvir (quero dizer, ler) isso, então só me resta agradecer muito. Espero muita sorte na facul e principalmente, no trote! Sou medrosa para essas coisas, a gente já ouviu tanto também.. as revelações estão aí! Se não tivesse esse lance que faço com os títulos e a ordem das narrações, o título do capítulo provavelmente seria Revelações! Brigada por comentar, e espero mesmo que possa acompanhar, se livrando do tédio nos dias de semana a tarde! Beijoo
*Landa MS: Sim ,to lendo várias suas! Você tem uma veia para NC, menina! E você gosta da mesma disputa de poder, o Draco dominador.. aiai lembro de uma sua que li e fiquei de queixo caído. Obediência, é o nome. Não pode parar de escrever, queria tanto ler uma sua pós- Guerra, mas se os Comensais ganhassem e bem, o resto você já imaginou, né? HAHAHA me empolgo falando das suas fics e até esqueço de responder suas perguntas! Mas sério, pensa com carinho nessa ideia.. ahh, quando eu faço as manchetes juro que não penso nem delas ficarem engraçadas, é mais para ficar beem incoveniente para os envolvidos. Se vocês se divertem com elas, é um bônus! Derrubar a porta foi BEM a cara do Draco, e foi ideia de uma leitora daqui! Own brigada, aquela foi a minha primeira NC, e estou me soltando aos poucos, dando um pouco mais de detalhes. Embora, claro, seja um longo caminho para as ótimas NCs que vejo por aí, to tentando. O lance do Zabini vai ser explicado, na hora certa. Bom, respondi as maiores das perguntas e a Profecia se concretizou! Espero que continue acompanhando e pense no que te falei, beijoo!
*Nana Mont: EBA, fico feliz que tenha gostado! Esse Harry hein, despertando o ódio de inocentes garotas por aí, vamos nos vingar! Vou matá-lo no próximo capítulo, que tal? BRINCADEIRA! hahahah Eu ri das suas perguntas, mas realmente tenho que concordar..o Ron tava um porre no último, quando ele foi embora quase soltei fogos! Poxa, sem bolo não dá né, quando acho que vou me dar bem... isso só comprova a minha teoria que estou começando a carregar o karma almadiçoado dos meus personagens! É, fazer o que, eu ACEITO os seus parabéns HAHAHAH liga não que hoje estou no ligada nos 220. A minha facul começa no meio do ano mas pode deixar, que não vou esquecer vocês! Brigada por comentar e acompanhar a fic, Beijoo
*Ruby Black: Ah,você tava lendo o segundo, né? HAHAH Leu os outros? Espero que sim! E quanto a sua pergunta, os capítulos são narrações não só da Mione mas do Draco, da Gina e do Harry. Brigada por comentar! Beijoo!
*Alice Absolut:É, para vc ver. Gina sempre será Gina, mas ela está evoluindo. Depois de tanto esporro que recebeu do Harry, ela faz essa. Mas nesse ela se redimiu, vai. Harry é o Escolhido, isso tem suas desvantagens HAHAHHA Ah,adoro HG, quero levar os dois para casa, tenho que ficar constantemente me lembrando que a fic é Dramione, se não acabo desfocando e isso não é legal.. brigada por comentar, beijoo!
*Elisa Carvalho3: Espero mesmo que acompanhe, ficarei aqui na torcida! HAHAHA brigada, a ideia do prólogo veio de um sonho, tenho problemas! Brigada pelo coment, beijoo!
*Lanita Sodré: engraçado porque acabamos de nos falar hehe é, não foi sem querer mas também não foi maldade.. fazer oq, é a vida...é, dei dica naquele momento e vc pescou direitinho! HAHAHA Gostou do trocadilho? Ahh, gente o Eric vai se matar, não estou brincando.. ele não consegue lidar com tanta rejeição, não faz bem ao menino!E realmente, era o nome dele, vc viu... dessa vez, excepcionalmente o raio não caiu na testa do Harry. Então, o lance do Zabini deixei para explicar no próximo capítulo porque esse já teve muitas revelações e tal, HAHAHA Teve mais NC nesse, espero que tenha curtido! É, a Gina é tão ingênua que até eu estou me irritando...ahh que dó de vc, sempre no hospital. Imagina se vc pega gosto pela coisa e decide cursar medicina? Ia rir muito! Ebfim, brigada pelos elogios e o apoio, além das nossas conversas no msn! Saber que vc escreve tão bem, faz com que seu coment seja ainda mais gratificante do que já era. Beijoo!
*alana_miguxa: Ebaa leitora nova!Nossa, vc é rápida! Então, a explicação ta aí, espero que tenha sido esclarcedora! Sim, teve NC do Harry e da Gina, foi bem trash eu escrever isso principalmente porque coincidiu de ter que ser com o Pov do Harry, ou seja, do homem. Acho bem mais difícil, mas fazer oq.. é, eu até suporto esse meu Harry, provavelmente é o único personagem aqui que não me irrita HAHAHAHA bom, demorou mas chegou, me diz o que achou! Olha, até rimou!
Beijo
É isso, gente! MUITO obrigada pelos coments, estou muito ansiosa para saber a opinião de você (é, você mesma, sentada aí na frente do monitor!).
Até a próxima!
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