Capítulo 12 - Flores
Sirius estava sentado na varanda de seu quarto, pensando nos olhos tristes de Hermione ao ver Harry não aceitar que eles estavam juntos. Queria entender o porquê daquela reação de seu afilhado.
- Sirius? - uma voz o chamou da porta do quarto, e o moreno se virou, encontrando Harry lhe olhando muito sério.
- Se veio para continuar a falar que eu e Hermione não podemos ficar juntos, pode dar a volta e ficar satisfeito, ela realmente não vai continuar nada sem que você aceite. - ele disse, em um tom triste e nervoso, levantando-se e indo sentar-se na cama.
- Não vim para isso. - Harry tentava parecer o mais natural possível. Sabia que tinha magoado o padrinho horas antes. - Vim conversar com você sobre esse relacionamento.
- Pois bem, fale. - pediu Sirius, parecendo o mais sarcástico possível.
- Não acho certo vocês ficarem juntos, mas parece que Hermione está apaixonada. - ele parou de falar, analisando as feições do outro. - Já você, não tenho tanta certeza.
- Não que eu lhe deva explicações ou algo do gênero. - ele levantou-se e foi até a cômoda, abrindo a última gaveta; puxou do fundo dela uma pequena caixa em veludo vermelho, se virou e jogou-a na direção de Harry. - Mas isso pode lhe responder ao que te atormenta tanto.
-O que é isso? - Harry perguntava, enquanto abria a caixa. Dentro havia duas alianças pratas. O moreno de olhos verdes ficou sem reação. Não estava acreditando que seu padrinho assumiria um relacionamento sério. - Tem certeza disso?
- Você já me viu fazendo algo parecido? Já me viu comprando flores para alguma mulher? - ele perguntou, pegando a caixa que Harry devolvia.
- Você comprou flores para ela?
- Sim. - ele sorriu, bobo, olhando para a caixa em suas mãos. - No dia do julgamento, quando saímos do Ministério, passamos por uma banca de flores e ela se encantou por um vaso de rosas brancas. Fui lá e comprei. Não me pergunte porquê.
- E quando isso começou?
- Não sei ao certo. - ele se recordou do dia do julgamento, mas sabia que não tinha sido ali, tinha sido antes. - Vamos dizer que começou no dia do julgamento.
- E as marcas? - um assunto estranho para Harry conversar sobre a vida sexual de Hermione com seu padrinho, mas precisava saber.
- Foram aqui. - Sirius abaixou o rosto, rindo fracamente, para logo depois o levantar e ver Harry lhe analisar atentamente. - Não precisamos de sua aprovação, porém Hermione não irá mais em frente se você não for falar com ela. Ela o considera muito.
- Também a considero muito. - ele se sentia envergonhado agora. Estava atrapalhando na vida das pessoas mais importantes de sua vida; Ginny estava certa, aquele assunto nada tinha a ver com ele. - Me desculpe, Sirius. Mas entenda...
-Você só estava a protegendo, não se preocupe. - ele abraçou o afilhado e depois o viu sorrir, saindo do quarto. Desceu os olhos até a caixa que estava em suas mãos. Aquilo teria que esperar um pouco mais, talvez um pouco mais do que gostaria...
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- O que está fazendo aqui? - perguntou Mione, ao ouvir Harry a chamar da porta do quarto. Ele a olhou por alguns segundos; a luz da lua banhava a pele da morena, que estava sentada na varanda, observando o mar. Ela usava um moletom largo e os cabelos estavam presos no topo da cabeça, em um penteado que lembrava Minerva.
- Podemos conversar? - ele disse, em uma voz baixa e calma, mostrando para ela que não estava ali para arranjar briga.
- Sinceramente, não. - ela se levantou da cadeira em que estava sentada e parou na frente do moreno. - Você já disse o que acha e não estou com a mínima vontade de escutar tudo outra vez.
- Não vim dizer isso, vim conversar sobre vocês estarem juntos.
- Fale. - ela disse, lembrando Sirius minutos atrás.
- Você gosta mesmo dele?
- Sim. - ela cruzou os braços na frente do corpo, assumindo uma postura séria.
- Quero mesmo levar esse relacionamento a sério? - ele perguntava, achando que deveria escolher muito bem suas palavras, porque Mione parecia explodir de nervoso a qualquer momento.
- Sim. - ela pareceu se acalmar um pouco.
- Mas por que ele? - ele perguntou, indo em direção a cama. Os dois sentaram, um de frente para o outro.
- Não combinamos nada, apenas aconteceu. É pra ser, Harry. - ela respondeu, dando um pequeno sorriso pelo canto da boca. Harry a olhou, sorrindo e passou a fazer carinho no rosto dela; amava Hermione como uma irmã, nunca aceitaria vê-la com um homem que a fizesse mal, nem mesmo que esse fosse Sirius, que também era sua família.
- Vá falar com ele, Mione. - ela o olhou, surpresa. - Eu falei de coisas que não sabia, achei que ele estava de caso com você, e você não é garota de casos. - ele sorria, ao ver o sorriso dela se alargar.
- Mas você não se importa? - ela olhava fundo nos olhos de Harry.
- Não. Pode ser que estranhe no começo, mas vocês merecem a felicidade. - ele pegou as mãos dela. - Depois do que passaram nos últimos anos, vocês merecem ser felizes, em todos os sentidos.
Hermione se emocionou e abraçou Harry chorando em seu ombro, um choro de felicidade. O moreno não sabia bem o que fazer, então ficou abraçando a amiga, escutando o choro dela por alguns minutos.
- Vou dormir, precisa de alguma coisa? - ele perguntou, se levantando. Ela negou; Harry ainda a olhou por alguns segundos. Vendo que ela estava realmente feliz, a beijou na testa e saiu. Hermione se jogou na cama, com um belo sorriso no rosto. Agora nada ia separá-la de Sirius, e, sem perceber, dormiu um sono tranqüilo.
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Acordou, mas não abriu os olhos. Queria se lembrar de todas as coisas que faria naquele dia; primeiro ia falar com Sirius, depois arrumariam as malas e voltariam para Londres, onde não esconderia de mais ninguém o romance que estava vivendo com o Maroto. Sorriu. Não conseguia conter mais aquele sorriso bobo que parecia passar por seus lábios toda vez que pensava nele.
Sentiu o sol bater em seu corpo, o esquentando, um leve aroma de flores enchendo suas narinas. Estranhou. No quarto onde estava não havia flores. Sentou-se, abrindo os olhos, e pôde ver, depois de alguns segundos, de onde a fragrância vinha; em todos os cantos do quarto havia vasos e buquês de flores, flores de todos os tipos, cores e tamanhos.
- Bom dia! - uma voz a fez virar a cabeça para a varanda. Sorriu ao reconhecer o dono.
- Bom dia. - ela respondeu, se levantando. Mas ele andou até ela, a colocando deitada na cama outra vez.
- Gostou? - ele perguntou, deitando-se ao lado dela.
- Amei. - ela disse, passando a mão pelo rosto dele, percebendo que ele havia feito a barba e o cabelo estava totalmente jogado para trás, permitindo que ela visse perfeitamente seus olhos cinzentos.
- Que bom. - ele puxou uma rosa branca de um vaso que estava na cabeceira da cama dela, e passou pelo nariz dela de leve. - Harry, Ron, Ginny e Luna mandaram tchau.
- Por que? Eles já foram? - ela perguntou, tentando se levantar, mas ele a segurou de leve pelos ombros, a deitando na cama outra vez.
- Sim. - ele passou outra vez a rosa pelo nariz dela, permitindo que ela sentisse seu perfume. - Parece que queriam deixar que tivéssemos um pouco de privacidade. - ele sorriu marotamente para ela.
Hermione não disse mais nada. Já entendera perfeitamente o porquê de eles terem ido embora. Estavam querendo que o casal se acertasse. Ela o observou passar a rosa por seu rosto, ora sorrindo, ora olhando sério para ela, como se quisesse falar algo.
- O que está me escondendo?
- Nada. - ele parou de brincar com a rosa, colocando-a no vaso outra vez, e colocou a mão no bolso da calça. - É que... não sei bem como fazer isso...
- O quê? - ela perguntou, sentando-se de frente para ele. Ele fez a mesma coisa, pensando nas palavras certas, mas elas davam nó em sua garganta.
- Bom, eu não sei como se faz isso. - retirou a caixa do bolso e a abriu, deixando duas alianças de prata a mostra. - Mas vi o Harry fazer isso quando pediu a Ginny em namoro. Isso é oficial suficiente pra você?
Ela somente olhava para ele e para as alianças, e sorria. Sirius continuou olhando para Hermione, esperando uma resposta. Não sabia o que fazer depois, mas sabia que tinha algo haver com entregar a aliança para ela.
- O que te levou a fazer isso?
- Meu coração. Lembra que você me disse para seguir o coração? Pois então, segui. - ele respondeu, retirando a aliança menor da caixa e a colocando no dedo de Mione, em sua mão direita. A garota repetiu o ritual com ele, e o beijo foi impossível de evitar.
O beijo foi ficando cada vez mais apaixonado e ele a deitou outra vez na cama, dessa vez ficando por cima dela; Hermione o olhou nos olhos por vários segundos, vendo refletido o amor dele, o desejo, a felicidade.
Sirius queria retirar as roupas dela o mais rápido possível e mostrar para ela como ele a amava, como queria estar junto dela, porém sabia que não era como deveria agir, agora não era só sexo, uma transa qualquer, era amor, carinho, intimidade.
As roupas foram retiradas devagar, cada peça era motivo para beijos pela pele descoberta e caricias regadas de gemidos e suspiros. Hermione o sentia nu em cima de seu corpo, fazendo com que gemesse só pelo simples fato de seus corpos estarem se encostando; Sirius traçou beijos carinhosos pela curva do pescoço dela e devagar se postou dentro dela, sentindo os músculos da garotas se contraindo para aceitá-lo.
Em movimentos calmos e suaves, ambos se beijavam e diziam palavras de amor. Se olhavam nos olhos, tentando descobrir o que pensavam; Mione foi a primeira a chegar ao clímax, deixando o corpo tremer e relaxar, sentindo-o dentro de si. Sirius a seguiu segundos depois, beijando sua boca e a abraçando como se temesse que ela fugisse.
Deitaram-se lado a lado, respirando com dificuldade, se olharam. Um brilho diferente nos olhos de Sirius bastou para Hermione sorrir e se aninhar em seus braços, encostando a cabeça no peito dele, a respiração controlada e o ritmo da batida de seus corações também. Ela pôde falar com calma.
- Sirius, você acha que vão aceitar nosso relacionamento? - ela perguntou, ainda encostada no peito dele, fazendo carinho em sua barriga.
- Mione, se não aceitarem, não será problema nosso. - ele a puxou para cima, olhando fundo nos olhos dela. - O que importa é que nós queremos ficar juntos, não?
- Sim. - ela respondeu, dando um leve beijo nos lábios dele. - Quero só ver a cara da Molly quando souber o que aconteceu.
Ambos riam, cada um com a imagem de Molly Weasley perplexa quando soubesse que eles estavam juntos; poderiam se preocupar com qualquer coisa que viesse pelo caminho, novos Death Eaters, novas missões, novos perigos. Porém, o que importava é que estavam juntos, que aquele momento era deles, que aquele lugar, Falling Angels, era deles.
FIM.
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Espero que tenham gostado e comentem muito...
Kiss |
