- Molly, por favor abre a porta! – gritou Harry com o rosto úmido em uma mistura de lágrimas e suor.
Ele estava tirando Gina de dentro do carro, ela já tinha a barriga muito dilatada e o rosto estava vermelho rubi tamanha agonia. Harry apanhou Gina no colo mais uma vez naquela tarde conturbada e confusa.
Molly abriu a porta e quando avistou Gina nos braços de Harry e naquela agonia, teve o coração mais que partido.
- LILY! – Ela gritou, já chorando.
Lílian Potter apareceu na porta, quando isso aconteceu Harry já estava perto da porta e trazia a esposa nos braços.
- O que eu faço? – ele perguntou, com as lágrimas correndo em seu rosto.
- O quarto, o quarto antigo de Gina! – Molly sussurrou enquanto controlava o soluço das lágrimas, e tomava frente da escada, se adiantando na chegada de Harry e Gina ao quarto.
- Tiago, Tiago... – Lily começou a correr por dentro da casa a caça do marido no instante que Harry deixava Gina no quarto.
Molly jogou o colchão que estava encostado na parede no chão.
O quarto estava com a cama desmontada no canto do quarto e o antigo guarda roupas de Gina estava com uma das portas abertas, e completamente vazio. Vazio igual ao quarto, a não ser agora por uma mãe que estava deitada em um colchão que lhe pertenceu até encontrar Harry Potter.
- Amor, calma – Gina pediu, apertando a mão do marido com delicadeza.
- Gina eu estou com medo! – confessou, tirando as mechas de cabelo do rosto da esposa – Você e ele são tudo para mim.
Mesmo naquele instante de dor, de apreensão e de pânico, Gina conseguiu respirar calmamente e aperfeiçoar o sorriso mais suave que pode para o marido.
- Aonde ela está? – era Tiago subindo as escadas.
Ele parou na porta e encarou a cena: Gina deitada no colchão no meio do quarto e a bolsa já estava estourada. O trabalho de parto dela havia começado fazia mais que dez minutos.
- Água, panos, tesoura... Tudo o que você vê em filmes! – gritou Tiago, indo até Gina e passando a mão pela barriga dela. – O trabalho de parto dela começou a dez minutos.
- Papai... – Harry levantou os olhos para Tiago, que estava do outro lado de Gina.
- Harry, confia eu mim! Por favor, dessa vez eu não vou te desapontar meu filho!
Harry suspirou e relaxou os olhos.
Deveria mesmo confiar naquele que mentiu tanto para ele? Se lembrou das vezes que o pai prometia voltar naquela noite e dormia na casa das “outras”. Também se recordou que Tiago prometia buscá-lo na escola e nunca ia. E se lembrou, por Lily, de quando se casaram, e prometeu a fazer feliz por toda vida.
Deveria mesmo confiar?
Harry ficou ali, ao lado de Gina, enquanto Lily e Molly ajudavam ele a preparar ao que tudo indicou o parto de Gina.
- Gina, faça muita força! Por favor! – disse Tiago, agora afastando as pernas dela.
Gina apertou a mão de Tiago, e a outra mão era Molly que segurava.
Lily estava ao lado de Tiago, com um cobertor nos braços a espera do bebê.
Gina uniu os dedos aos de Harry, e ele segurou a mão dela tão firme quanto a dele.
A dor estava pior do que nunca. Não era nada comparado aos suas quedas de bicicleta, das arvores ou tropeções de quando era pequena. Não era igual a dor de amores, de brigas ou decepções adolescentes. A dor era maior, mas tolerável. Tolerável por ter a sensação de colocar alguém no mundo, dar a vida a alguém.
O mundo é coberto de dor em cada circunstancia, e o parto não seria nada diferente! Tudo o que fazemos tem uma reação e a felicidade tem o reflexo profundo da dor.
A dor não era só física, ela também vinha do psicológico e do espiritual de Gina.
Ela fazia força com o abdômen e Harry entendeu que precisava ajudar mais do que estava.
Tentou ser sutil e ter muita cautela quando sua mão encontrou a parte superior da barriga volumosa de Gina, tentou a ajudar empurrar para baixo. Os olhos de Gina se abriram ao sentir o toque do marido.
Ele compreendeu que ela não estava sentindo dor, mas sim emoção.
As lagrimas escorreram e ela relaxou as pernas quando atingiu o pique de sua força. A força de Harry e de Gina se misturaram em um êxtase incrivel. Ambos lembraram de tudo o que viveram juntos! Aquilo foi forte o suficiente para colocar o seu filho ao mundo.
O choro da criança pareceu evaporar com a dor que Gina havia suportado. Aquilo foi melodia para os ouvidos dela, foi à cura para toda a dor que ela sentiu.
As pequenas lágrimas que corriam pelo rosto delicado da ruiva se encheram mais quando o som do bebê chegava mais perto.
Agora ela era mãe. Agora ela era a protetora daquele pequeno ser humano indefeso! Era ela quem deveria ensinar os valores e tudo o que era certo e errado para aquela pequena pessoinha de menos de cinqüenta centímetros. Ela teria que pensar na alimentação dele, na escola dele, nas roupas dele e acima de qualquer quesito: na felicidade de seu filho. Mas ela não poderia esquecer de Harry, que se mostrou o melhor marido do mundo durante a gravidez. Estava tão empolgado quanto ela! E a partir daquele momento de força juntos, ela sabia que ambos teriam que nutrir mais ainda esse amor que tinham um pelo outro.
- É um menino lindo – comentou Lily, com uma voz cautelosa e paciente.
Ela se ajoelhou e passou o menino para os braços de Harry, que tinha os braços trêmulos. Após entregar o pequeno a Harry, todos se retiraram do quarto, deixando os três ali.
- Amor... – pediu Gina em um sussurro, pousando a mão sobre o braço de Harry.
Ela estava exausta mas precisava ver seu filho. O bebê deles.
Harry apanhou a criancinha dos braços da mãe, enquanto Molly levava algumas almofadas para Gina poder levantar um pouco mais o corpo. Ele se agachou perto de Gina, que tentou se levantar um pouco a cabeça para poder ver o bebê.
Gina não esperou que Harry colocasse o pequeno nos seus braços.
Ela levantou o olhar para Harry, que parecia anestesiado a todos os sentidos. As lagrimas corriam no rosto involuntariamente, os suspiros eram longos e todo aquele brilho no olhar não era só lagrimas. Gina compreendeu que esse amor dela e de Harry teria que continuar para toda a vida cada vez maior, para mostrar ao pequeno Potter o quanto o amor é importante em um mundo de tantas guerras, complicações e mentiras.
- Ele é tão lindo... – foi o que saiu. Gina riu do próprio comentário enquanto seu dedo indicador percorreu o rostinho pequeninho do seu filho.
- Eu fiquei com tanto medo de perder vocês dois Gina! – foi a vez de Harry fazer carinho na esposa, deslizando os dedos pelos cabelos dela e a abraçando com cautela. As lagrimas ainda acompanhavam Harry. Gina percebeu isso quando ele afundou o rosto nos cabelos dela e soluçou.
- Calma meu amor – pediu ela, passando uma das mãos pelo ombro dele. – Esta tudo bem agora. Olha o que a gente fez meu amor – Gina falou com um tom de admiração, enquanto suspirava para o filho.
Harry beijou o rosto de Gina e depois se agachou até o pequeno para poder beijar a testa do mesmo.
- Eu acho que o nosso filho precisa de um nome Harry, agora já sabemos que é um lindo garoto. – ela fez uma pausa e só voltou a falar quando Harry suspirou pelo próprio pensamento - E eu acho que você já sabe em que nome eu estou pensando.
- Eu concordo querida. Posso perguntar a ele antes?
- Claro – Gina sorriu.
Nesse instante Molly e e os outros abriram a porta.
- Podemos abraçar os papais agora?
Depois de muita “comemoração”, foi decidido que Gina e o pequeno deveriam tomar um bom banho. Enquanto isso ocorria, Harry foi procurar alguém que não foi cumprimentar “os novos papais” no quarto: Seu pai.
- Não sabia que você entendia de medicina. – foi a única coisa que Harry conseguiu articular.
- Harry, você não sabe muitas coisas sobre mim. Queria tanto poder ter contato e convivido com você... – ele estava no jardim dos fundos, encarando um arbusto, mas Harry sabia que os olhos estavam viajando longe. – Estava um pouco enferrujado. Mas o choro do meu neto me fez acordar esse meu lado médico, que se perdeu muito.
Harry ficou em silencio ao lado do pai, que tinha um copo de água acompanhado de uma pedra de gelo, em mãos. O homem se virou de vagar para o filho.
- Pai, eu e a Gina queríamos agradecer. Se não fosse por você eu não sei o que aconteceria! – Harry suspirou olhando para o lado.
- Eu faria isso por qualquer pessoa filho. Mas principalmente por você. Eu te devo muitas coisas, muitos momentos... Mas eu devo a você a minha vida! – ele pousou a mão aonde se encontra o seu fígado. – Me lembro de quando você nasceu... Eu estava muito pior do que você.
Harry deu uma risada encarando os olhos castanhos do pai, que estavam emocionados.
- Sabe que o bebê vai precisar ir para o hospital. Ele é prematuro.
- Compreendo pai.
Um breve silencio se formou.
- Queremos colocar o nome dele de Tiago.
Tiago deixou o copo cair.
O copo não se quebrou. Harry achou engraçado, mas não riu e nem rompeu o contato visual com o pai.
Tiago não disse nada, apenas puxou Harry para um longo abraço, que foi apenas desfeito pela voz de Lily.
- Harry, precisamos das roupinhas e da bolsa do bebê! Tem como ir buscar?
- Claro! – ele disse, se soltando do pai. – A Gina precisa de roupas?
- Sugiro que traga um roupão e um pijama para ela, no momento ela esta amamentando o pequeno.
- Claro mamãe, claro... – ele respondeu atravessando a porta que a mãe estava e indo atrás do que ela havia pedido.
Lily esperou o filho passar e foi ao encontro de Tiago.
- O que aconteceu Tiago?
- Será Tiago, Lily.- ele não escondeu a emoção.
Lily sorriu enquanto o marido se entregou a um abraço.
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N/A: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAi não me agüentei, tive que postar!
E aí galera? O que acharam do capítulo? E da capa nova? 
Sempre fico em dúvida do que escrevi, então, tratem de comentar pelo amor de Deus! kk
É o primeiro parto que eu descrevo, e espero que o nascimento do nosso Tiago Potter tenha deixado vocês com bastante alegria.
Estou preocupada se a Marlene cuidou certinho da casa do Harry e da Gina haha
E não se preocupem: A Gina vai em um hospital verificar se tudo esta OK com o bebê e com ela! 
Ah queria deixar uma curiosidade do capítulo para vocês: Escrevi esse capítulo escutando Never Gonna Be Alone, do Nickelback! Eu nem sabia a tradução da música e fui procurar Domingo de manhã, quando o capítulo já estava pronto. Eu vou deixar a baixo o trecho que eu acho que o Harry diria a Gina, e que só não disse em forma de palavras, porem os gestos dele na hora do parto foram suficientes para descrever isso:
Você nunca vai estar sozinha de agora em diante.
Mesmo que você pense em desistir não vou deixá-la cair!
Você nunca vai estar sozinha, vou te abraçar até a dor passar!
Never Gonna Be Alone – Nickelback
Biahhh Weasley Potter, espero ter chego pelo menos perto do que você esperava. Obrigada por comentar.
Deusa Potter, na hora que pensei como seria o nascimento logo soube que não poderia ser no hospital, e pelas mãos do Tiago me pareceu justo, haha. A hora do hospital parou meu coração também acredite! Espero ter mudado um pouco o seu pensamento sobre a dor HAHA Porque minha mãe me contou que dói, mas quando você escuta o choro do bebê toda a dor se transforma em felicidade. Obrigada por comentar.
Leo Potter, você sabe que eu adoro suspense né meu querido? Kkkkk Amor da minha vida, minha conta no Hotmail foi bloqueada, acredita? Eu to pretendendo fazer um MSN novo para poder falar melhor com todos, mas ando muito preguiçosa e envolvida em escrever e moderar o meu fã clube do Johnny Depp. Mandei um email para ti por uma outra conta, confere seu Hotmail. Vamos conversando por lá até tudo se normalizar na minha conta? Obrigada por comentar.
Sophie Lauren Potter, nossa deixei todos com tanto medo da dor? HAHUAHUAHUHUA Essa enfermeira ainda vai aparecer em outras cenas, aguardem! Acho que pior do que um processo é uma demissão! KKKKK Mas deixa em off porque vocês só conferem o que acontecerá com a enfermeira nos próximos capítulos! Obrigada por comentar.
E a partir de agora vou começar a colocar esses comentários no final da história, acho que assim temos uma aproximação maior entre leitor e escritor! 
