- Oi mamãe! – disse Harry, atendendo o telefone naquele manhã de Sábado, ainda sonolento. – Eu passo ai mais tarde sim. Um beijo.
Gina resmungou ao acordar.
- Mamãe quer que passemos lá para comer um pedaço da torta de abacaxi que ela fez.
Gina riu.
- Abacaxi – ela salivou.
Harry sorriu enquanto se espreguiçava.
- Esta tudo ok hoje? Não esta se sentindo enjoada?
- Não amor.
- Então tenho um programa para a gente hoje.
Gina encarou o marido.
- Nada de escalar uma montanha de chocolate.
Harry revirou os olhos.
- Chocolate era uma boa!
O moreno se levantou e puxou os cobertores com ele.
- Então é melhor se levantar e colocar uma roupa bem confortável.
Gina se espreguiçou e depois se levantou.
- Sabe que pelos meus cálculos, estou entrando no quarto mês de gestação?
Harry sorriu.
- Temos que começar a pensar no quarto do bebê – comentou Gina.
- Podemos ter essa conversa hoje a tarde, seria ótimo.
- Tudo bem querido.
- Vou fazer umas panquecas com mel e depois a gente sai.
- Vou tomar um banho.
- Podemos passar na sua mãe agora.
- E o chocolate?
- Cancela. Prefiro uma torta de abacaxi com bastante chantili.
Harry deu uma risada.
Quando o carro parou em frente a casa da mãe ele deu uma buzinada e consultou o relógio: 9:58
Harry desceu do carro, enquanto Gina amarrava o cabelo com o espelho do carro virado para si.
- HARRY!
Harry se virou para a casa de Lily.
- Harry!
Chang se aproximava correndo para perto de Harry. Ela era a mesma da adolescência de Harry: Magra, alta, morena, pele clara e uma voz fina.
- Oi Cho.
Ela abraçou ele com força.
- Quanto tempo. Olha como você cresceu! – ela soltou ele. – O que anda fazendo? Depois que começou a viajar com sua mãe esqueceu dos amigos.
- Não esqueci não Cho. Mas agora eu tenho uma vida aqui, não posso viver com meus amigos...
- O que vai fazer mais tarde? – ela enrolou uma das pontas do cabelo.
- Vou ficar com a minha esposa.
Gina abriu a porta do carro.
A ruiva saiu do carro como se Cho e nem Harry estivesse ali, ela não encarou nenhum dos dois e foi até o marido.
- Cho, essa é minha mulher, Gina Potter.
Chang deu um sorriso para Gina, e Gina retribuiu.
- Bem, se não tiver nada melhor para fazer. Eu e as minhas amigas estamos ali na casa ao lado da sua mãe, vamos ficar ai ate Terça... Beijos.
Ela saiu na direção da casa.
- Não tinha uma saia mais curta para ela colocar? – ironizou Gina.
- Ela não mudou nada. Sempre fresca.
Gina riu do comentário de Harry.
- Quero morrer sua amiga.
Harry abraçou Gina pelo ombro e os dois foram em direção a casa de Lily.
Na varanda da casinha azul ao lado apareceram na varanda Cho e sua pilha de amigas. Umas oito mulheres estavam ali. Pareciam fazer competição de quem tinha a menor roupa.
- Oi Harry. – disseram em coro, menos Cho.
- Olá – ele cumprimentou levantando a mão. – Vamos logo – ele comentou baixinho para a mulher – Ou é capaz delas me carregarem para aquele bordel.
Gina beliscou o marido ao mesmo tempo que ria.
- Bom dia mamãe – disse Harry cumprimentando a mãe, que acabara de abrir a porta.
- Bom dia querido. – ela abraçou o filho. – Bom dia Gina e netinho.
Gina riu ao abraçar a sogra.
- Passamos para comer um pedaço do seu doce – informou Harry, entrando na casa – Aonde esta o papai?
- Esta cuidando do jardim lá nos fundos. Chama ele para comer o doce.
- Não podemos demorar muito mamãe...
- Hoje é sábado Harry! – protestou a mãe enquanto o filho desaparecia na porta que ligava aos fundos da casa.
- Ele quer sair hoje – informou Gina. – Não me pergunte para aonde que eu nem fui informada disso!
Lily sorriu.
- Pode pegar o doce na geladeira que eu vou pegando os pratos e talheres. Ah, tenho aqui um café de agora de manhã também, mas eu vou preparar um chá para você. Não é que você não possa tomar café Gina – comentou ela, colocando os talheres e pratos na mesa – É só não exagerar na dose, entende?
- Não sou tão fã de café. Harry descobriu isso na primeira vez que me levou para casa – ela sorriu ao lembrar daquela noite com neblina. – Era no final do inverno, agora na primavera, tudo parece melhor. O inverno aqui é horrível.
- Nos primeiros dois meses que ficamos aqui a gente pegou o final do inverno mesmo, mas é tão ruim assim?
- Aqui é muito frio e chuvoso. Mas o verão e a primavera são lindos, as flores crescem muito rápido.
- Estou vendo – comentou Tiago, entrando dentro de casa com a calça um pouco suja de terra. – Minhas margaridas estão crescendo em uma velocidade estrondosa. Bom dia Gina e bebê – cumprimentou ele, beijando a testa de Gina. – Vamos comer?
- Claro – respondeu Lily, começando a servir os doces.
- Nossa, o doce estava muito bom – disse Gina, dentro do carro.
- Mamãe arrasa nos doces! E a sua nos salgados!
Eles riram.
Acabaram de passar pelo restaurante que Gina trabalhava.
- Vai sair da cidade? – ela perguntou, pois o restaurante era quase no limite de municípios.
- Aham.
- Vamos viajar?
- Sim.
Gina ficou olhando Harry por alguns instantes.
- Nem chance de me dizer para aonde vamos?
- Nenhuma!
Gina deu uma risadinha.
- Por isso que eu escutei uns barulhos no meu guarda roupas enquanto tomava banho.
- Claro, ou acha que você iria viajar sem uma mala?
Gina deu um tapinha no braço de Harry e depois abaixou um pouco do banco.
- Querida – chamou Harry.
- Hum... – ela abriu os olhos.
- Chegamos. Que tal irmos almoçar? Passa das duas horas da tarde.
- Ótima idéia. – ela bocejou abrindo os olhos. – Estamos aonde querido?
Ele ficou em silencio e sorriu.
- Esta com vontade de comer o que?
Gina pensou por alguns instantes.
- Molho de tomate.
Harry deu uma leve gargalhada.
- Restaurante Italiano está bom para você? – ele apontou com a cabeça para frente
Um lugar um tanto rústico. Bem caseiro e havia uma placa na frente, branca escrita em verde. A decoração do lugar era vista mesmo de fora, devido as janelas. Aquele dia tinha amanhecido nublado na cidade que o casal Potter morava, mas aquela cidade não era mesma. No céu, os raios de sol começavam a cortar a neblina, mostrando o dia lindo que faria.
- Pode ser meu amor.
Harry estacionou o carro e esperou Gina para poder descer.
Enquanto os dois iam para a porta do restaurante se abraçaram.
- Porque tudo isso? – perguntou ela.
- Nunca viajamos juntos, e sozinhos. A não ser para a nossa lua de mel. Quero fazer isso antes de viajarmos a três.
- Tecnicamente estamos viajando a três – ela colocou a mão em cima da barriga.
- Não temos que parar de comer para dar comida ao nosso filho ainda.
Gina segurou o riso.
- Isso tudo é fome?
- Acredite. O amendoim doce que tinha dentro do carro não serviu nem para enganar a fome.
Eles entraram no restaurante quase vazio.
Gina e Harry se sentaram em uma mesa perto da janela, aonde podiam ver o carro.
- Boa tarde – cumprimentou o garçom. – Os cardápios. – ele entregou aos dois.
- Eu quero Gnocchi com muito molho e queijo. – disse Gina olhando para a foto do cardápio.
Harry deu uma risadinha.
- Eu quero um Spaghetti com molho madeira.
- E.. – Harry levantou o olhar para a mulher, que começava a avaliar o cardápio – Tem como trazer uma porção pequena de lasanha a bolonhesa?
- Claro. Vinho para acompanhar?
- Não – protestou Gina, educada. – Obrigada. Eu vou querer um suco de laranja, e você querido?
- Um suco de limão.
O garçom recolheu os cardápios e saiu. Gina estava observando o lugar, quando a mão de Harry pousou sobre a sua.
- Fiquei orgulhoso de ver você pedindo bolonhesa.
Gina segurou a mão de Harry com suas duas mãos e as levou até os lábios.
- Eu não estou nutrindo só a mim agora. Eu estou fazendo o possível para o nosso bebe nascer o mais saudável possível Harry. – ela beijou a mão do marido.
Harry levou sua mão até o rosto dela.
- Quero que ele tenha seu jeito.
- Ele? – Gina perguntou sorrindo.
- O bebê.
- Da forma que você falou, parecia que estava se referindo ao um garotinho.
Eles ficaram se encarando por alguns instantes. Nunca haviam falado sobre isso especificamente: que sexo seria o bebê.
- Um garotinho... – Harry pensou alto.
- Seria lindo igual a você, tenho certeza.
- Se ele tiver o seu jeito, vai ser ótimo.
- Os sucos... – disse o garçom, chegando perto da mesa e depositando os copos em cima da mesa. – O almoço já está em andamento.
- Obrigada – Harry agradeceu.
Ele e Gina ficaram a se olhar por mais um tempo, mas nenhum dos dois parecia realmente estar ali. Ambos pensavam como seria um garotinho com as características dos dois.