O momento mais emocionante da cerimônia para Harry? O Sim de Gina.
O momento mais emocionante da cerimônia para Gina? O Sim de Harry.
O Sim era algo que importava para os dois.
Mesmo sempre fazendo juras de amor, tendo conversas sobre o futuro do casal, sobre família e fazendo planos, algumas malucos e impossíveis mas que mesmo assim eles perdiam tempo conversando sobre eles... O Sim era uma confirmação oficial, espiritual e formal do amor dos dois. Do futuro, da cumplicidade, do respeito, da paz, da harmonia e certeza do casal.
Uma cerimônia rápida, que durou em torno de trinta e sete minutos, fora bem objetiva.
Uma saída dos noivos tumultuada pela quantidade de arroz jogado.
Harry e Gina pareciam ter demorado séculos naquela chuva de arroz, mas felizmente encontraram o carro.
Gina respirou fundo e encarou a aliança de ouro em sua mão.
- Devo ter arroz até nos ouvidos – comentou Harry.
Gina sorriu.
Harry apertou as mãos de Gina, e ela entendeu que ele estava alivado.
- Minha mulher – disse ele, beijando as mãos dela.
Gina inclinou o corpo e beijou o marido. Marido. Essa palavra estava tão preparada em seu subconsciente para sair de seus lábios. Como se ela estivesse esperando esse momento desde o primeiro beijo dos dois, em uma madrugada fria, ela desejava chamar ele de marido.
- Meu marido – disse ela, passando a mão no rosto dele.
Ele sorriu.
- Para a festa – disse ele, para o motorista.
O campo escolhido para a festa era incrível. Mesas iluminadas por velas, a decoração em renda e flores, ambiente iluminado por algumas luminárias que lembravam aquelas antigas, que esteve presente no filme Dançando na Chuva.
Quando os noivos chegaram todos já estavam lá.
- Está lindo – disse Gina, pasma com a decoração.
- É, está tudo lindão – disse Harry, rindo.
Os dois falavam em tom baixo e sorriam para os presentes no local.
- Nossas mães são incríveis – disse Gina.
Harry sorriu.
Logo todos os convidados chegavam para cumprimentar os noivos, e desejar felicidades.
- Ai Gina – era Alice, em um pranto incontrolável e se jogando nos braços da amiga. – Você está linda.
Gina riu.
- Você me ajudou a escolher o vestido...
Mas não pareceu mudar alguma coisa. A amiga repetiu muitas vezes o quão Gina estava linda e a ruiva tentou agradecer de todas as maneiras.
Depois de cumprimentar todos os convidados, chegou Lily. Mas ela não estava com uma expressão muito contente...
- O que houve mamãe? – perguntou Harry, segurando a mãe pelos braços.
- Eu.. eu...
- Fala mamãe.
Lily encarou Harry.
- Seu pai está aqui.
Harry pensou em perguntar se a mãe estava brincando, mas a gravidade do estado da mãe o preocupou. Sua cabeça rodou a festa toda, e não conseguia achar o homem que ele evitava tanto.
- Deixa que eu levo a Lily para a mesa... – disse Gina abraçando Lílian pelo ombro.
Gina levou a sogra até a mesa e pediu para ela água. Enquanto isso, Harry caminhou a festa toda, tentando evitar os cumprimentos dos amigos e parentes.
Perto de uma luminária mais afastada estava um homem de terno igual ao da maioria, cabelos um pouco grisalhos e conversava com Sirius e Remo, tios de Harry.
Depois de alguns instantes os tios de Potter saíram da conversa e Tiago encontrou o olhar de Harry. Ambos sustentaram um olhar tenso e pesado por segundos. O moreno encontrou forças e caminhou até o homem.
- Harry...
Os dois ficaram se olhando, Harry percebeu que seu pai estava sem jeito.
- Me da um abraço – disse ele, indo para um abraço com o filho.
Harry deu um paço para trás antes do pai se aproximar.
- O que você quer?
- Não posso vir ao casamento do meu filho, lhe desejar felicidades?
- No convite estava claro que tinha que confirmar presença, e convidei você por educação, depois de Gina insistir muito.
Os olhos de Tiago desmoronaram até o chão.
- Como ousa aparecer nas nossas vidas depois daquilo? – disse Harry.
- Filho... – começou Tiago.
- Não me chame de filho. – pediu Harry. – Você traiu a mamãe!
Harry se controlou para não gritar.
- Eu já pedi desculpas milhares de vezes... – disse, piedoso. – O que eu tenho que fazer para ter a minha família de volta? – perguntou ele, um tanto desesperado.
Harry passou a mão na testa e suspirou.
Se lembrou do tanto que sua mãe sofreu.
Quanto tempo acompanhou o sofrimento de sua mãe. A dor que ele havia provocado na mulher que havia dado a luz a ele.
A mulher que o educou sozinha. A mulher que mesmo quando pequeno, ele esperava dormir e acalmar o choro, para descansar tranqüilo. Aquela mulher que ele admirava mais do que todas.
Ela que agüentou tudo aquilo sozinha. E mesmo assim, ele sabia que ela amava aquele que estava a sua frente, pedindo desculpas mais uma vez.
- Confiança, Tiago. – afirmou Harry.
Tiago abaixou a cabeça.
- Aproveite a festa. – disse Harry, dando meia volta.
Harry sentiu um alivio no peito, ele esperava falar isso para o pai há muito tempo.
Tantas vezes ele havia pensado como seria essa conversa. Havia formulado muitas vezes formas de xingar o pai. Mas só aquela resposta fora suficiente.
Confiança.
Uma pessoa certamente pode perdoar a outra, mas quando se perde a confiança, é difícil voltar a confiar em tal pessoa da mesma forma que antes. Na verdade... Isso é possível?
O pai de Harry aproveitou a festa com os tios de Harry, de longe. Lily ficou muito mais animada na hora do jantar. Mesmo sem Lily perceber, ela não estava nem aí para Tiago aquela noite.
Na hora das fotos, ela cumprimentou o ex-marido com educação e conversou apenas o básico. O buquê havia parado nas mãos de Alice, que estava muito “amiga” de Cedrico, um amigo de infância de Harry.
Em direção ao aeroporto em um táxi e o sol já começando dar as caras para a primeira manhã de “casados” de Harry e Gina
Gina estava ainda com a maquiagem e o cabelo que usou no casamento, não havia dado tempo de desmanchar o penteado.
- Nossa festa durou até perto do amanhecer – comentou Harry, deitando a cabeça de Gina em seu ombro.
- Errado – disse ela, bocejando. – Eles ainda devem estar fazendo folia.
Ele sorriu.
- Espanha – disse ele, olhando para o aeroporto que se aproximava. – Realmente, adoro esse país.
Gina sorriu.
- Minhas amigas sempre tiveram vontade de ir para a Disney, Califórnia, Hawaii ou Canadá. Eu sempre sonhei com Europa. Espanha, França e Portugal me fascinam.
Harry beijou a testa de Gina.
- Quem sabe em duas semanas de lua-de-mel não conseguimos conhecer algumas cidades de Portugal e da França?
- Você sonha de mais – disse ela, abrindo os olhos e passando as costas da mão nas maçãs do rosto do marido.
- Com você eu perco o limite de tudo. – sorriu o moreno, com os cabelos rebeldes e fora do lugar. |