O almoço tinha sido incrível, e realmente muito bom. Depois de muitas gargalhadas e conversas, Gina e Harry retornaram ao antigo quarto de Gina para terminar de arrumar as coisas da garota dentro de algumas caixas.
- Sem trabalho hoje a tarde? – perguntou Gina, desconfiada.
- Eles começaram a pintar o lugar lá – disse Harry, terminando de enrolar uns cobertores de Gina. – E me dispensaram por três dias.
- Ótimo começo de serviço. – disse ela, sorrindo
Ele jogou uma almofada nela, e os dois riram por alguns instantes.
- O que vai fazer agora a tarde? – perguntou ele.
- Estava pensando em ficar aqui terminando de arrumar as coisas. Não se importa se eu ver os preços dos moveis outro dia? – e ela apertou os lábios. – Queria me despedir logo disso.
Harry percebeu que Gina estava querendo dar um grande passo em sua vida: Sair dos cuidados dos pais e viver sua vida independente.
Realmente ,ela estava pronta!
Mas como quase tudo que passa um grande período com você, na hora de partir se deve dizer adeus.
- É até melhor – respondeu ele – Quero fazer isso com você.
Ela sorriu para ele, e apertou contra o peito o urso que ela dormia.
- E pode levar o amiguinho lá pra casa se você querer!
Gina riu e jogou o ursinho dentro de uma caixa.
- Ele faz parte do meu passado. Mas nada que a minha estante não goste de guardar. – e foi na direção do noivo. – Tenho alguém para dividir a cama comigo agora.
Harry riu enquanto a ruiva envolvia seus braços em torno do pescoço dele.
Ela o beijou de forma rápida.
- Tenho que fazer umas coisas agora a tarde – disse ele.
- Tipo? – perguntou ela, soltando ele.
- Trabalho. Me liberaram mas preciso pegar uns documentos no cartório.
- Entendo... Não esqueça que temos que levar Tom e sua mulher no orfanato...
- Claro que não – e ele beijou a testa dela. – Até mais tarde.
Perto das quatro horas, depois de ter tomado café com os pais, Gina recebeu uma ligação de Harry.
- Amor. Passo ai as seis... Pode cer?
- Aham. Tudo certo ai?
- Tudo...Mas tenho que lhe dizer: Você vai ter que tomar banho ai na casa dos seus pais.
- Porque? – perguntou ela.
- Faltou água.
Ela riu.
Eram seis hora da tarde, e Gina tinha recém terminado a ultima caixa quando Harry buzinou. Ela se despediu dos pais e foi correndo para o carro de Harry.
- Conseguiu os documentos? – perguntou ela, colocando o sinto.
- Tudo ok.
Chegando no restaurante, Tom e Victorie estavam prontos, e as caixas de pizza também.
- Tudo pronto – disse Tom. – Espero que valha a pena Gina!
- Tom.. Que modos são esses? – disse a mulher dele, o cutucando.
Gina sorriu.
- É melhor irmos. Liguei hoje a tarde para o local dizendo que iríamos... Peguem o carro de vocês e nos sigam, por favor.
Gina foi de volta para dentro do carro. O caminho até o orfanato era um pouco longo.
- Eles não conhecem mesmo?
- Tom nunca saiu do centro da cidade. Ele nem era daqui, veio para cá por causa de Victorie.
- Então ela deve conhecer!
- Não. – e a ruiva riu. – Realmente não. Ela tinha recém se mudado para cá, e Tom veio conhecer o lugar para abrir mais uma restaurante da franquia da família.
- Linda história. – comentou Harry, em um tom meio irônico.
Gina riu.
- Que lugar é esse? – perguntou Tom, saindo do carro.
- Um lugar especial – comentou Gina, ajudando ele com as pizzas.
Entrando no lugar, Tom e Victorie ficaram encantados com os desenhos das crianças, pendurados pelas paredes. Enquanto aguardavam na recepção, Harry foi ajudar as crianças com um teatro que eles haviam ensaiado há algumas semanas com o auxilio de Gina, e iriam apresentar para os dois.
O teatro tinha sido feito para o dia do professor, mas os alunos ficaram entusiasmados ao souber que apresentariam de novo.
Depois e tudo pronto, as pizzas já na cozinha e o teatro todo montado. Gina, Tom e Victorie foram para o refeitório do orfanato, que agora tinha um palco improvisado e alguns adolescentes sentados em bancos.
- O que está havendo? – perguntou Tom, em voz baixa.
- Olha – apontou Gina para o palco.
O teatro era da história infantil A Branca de Neve.
Victorie chorou ao ver as crianças interpretando o teatro. Tom sorriu de forma espontânea, e Gina chegou a conclusão que nunca tinha visto ele sorrir daquela forma. O homem sempre era tenso por causa do trabalho, e agora estava realmente feliz.
Após o termino do teatro, Tom e Victorie foram os primeiros a se levantar para bater palmas.
As pizzas foram servidas, e Tom e Victorie estavam brincando com as crianças antes disso. Tudo aquilo era mágico e parecia muito natural. Gina e Harry também brincaram com as crianças. Para acalmá-las para comer a pizza, fora preciso vinte minutos.
- Muito obrigada – disse pela milésima vez Victorie – Estamos encantados.
- De nada – respondeu Gina. – Sei o quanto vocês querem uma criança.
Victorie apenas sorriu, e depois se dirigiu as crianças.
- Melhor irmos – disse Harry, em voz baixa.
Gina se despediu de algumas crianças, de longe acenou para Tom e se foi para casa com Harry.
Chegando em frente a casa, Gina percebeu que Harry estava em um clima estranho. Certamente estava nervoso pelo trabalho ou coisa do tipo, mas, era muito estranho! Ele não estava agoniado! Dirigiu um pouco mais rápido do que o costume.
- Tudo bem Harry? – perguntou Gina, quando ele desligou o carro.
- Tudo – respondeu ele, sorrindo.
Mesmo com a resposta positiva, Gina estava desconfiada. E isso se confirmou quando ele a deu a chave da casa.
- Pode abrir a porta! – disse ele.
Gina apanhou a chave com desconfiada, e quando abriu a porta suas suspeitas estavam concretas:
A casa estava cheia de velas acesas e uma garrafa vinho estava ao lado do colchão dos dois.
- Você saiu do orfanato aquela hora para fazer isso? – perguntou ela, sem tirar os olhos do interior da casa.
- Sim.
Ela sorriu e entrou na casa, deixando em fechar a porta.
- Motivo? – perguntou ela, quando ele se aproximou.
Harry tirou do bolso de trás da calça um papel enrolado e entregou a Gina.
Sem voz baixa ela leu para si mesma o documento que dizia que a casa agora era dos dois!
- Harry... – sussurrou ela, com a mão nos lábios.
- Nossa casa. – disse ele, beijando a bochecha dela.
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