Depois de Harry ter tomado seu banho, e Gina ter relaxado um pouco na frente da “nova” televisão, o lanche dos dois havia chegado. Harry saiu do banho a tempo de entregar o dinheiro para Gina, e logo após os dois foram para o colchão comer.
- Tive que pedir duas latinhas de refrigerante – disse ele, tentando se explicar – Não temos nem copos!
Os dois riram.
- Amanhã eu não tenho provas – explicou Gina – Dia do professor. Então, vou sair pesquisando o preço de algumas coisas. – e ela bebeu um pouco do refrigerante.
- Amanhã de manhã então... – disse ele, pensativo – Você vai ficar fora de casa?
- Sim.... Ah, você falou com o dono da casa?
- Não – disse ele, e logo após metendo o hambúrguer na boca
Gina suspirou e foi lavar as mãos.
Alguns instantes depois, Harry apareceu no banheiro também com o propósito de lavar as mãos.
- Gosto de você com esse pijama – comentou ele, abrindo a torneira.
Gina, que secava as mãos na toalha, riu-se e virou para Harry.
- E... – disse ela, se encostando na parede do banheiro para encarar o marido.
Harry rodopiou e foi secar as mãos, demorou um pouco e logo envolveu Gina pela cintura.
- Ficaria linda em um vestido branco.
- Um vestido de noiva? – disse ela, sorrindo e passando a mão no pescoço de Harry.
- Exatamente!
Ela a abraçou e riu.
- Não acredito que isso está acontecendo – comentou ela.
- Muito menos eu! Ok, agora vamos porque parece que hoje vai ter jogo...
- O que? – disse ela, batendo nos ombros dele.
- O que eu disse de mais? – perguntou ele, quando ela se desvencilhou do abraço dele.
- Nós dois, aqui, em um momento super romântico e você quer assistir jogo?
Gina tentou projetar em seu rosto a cara mais brava que pode. Ela colocou as mãos na cintura e ficou bufando um tempo. Harry, a sua frente, estava com um olhar de desentendido.
Quando os dois se deram conta da situação, começaram a rir de forma descontrolada.
- Que ridículo – disse Gina, secando a lágrima que corria de seus olhos. – Nem estamos casados e já estamos discutindo por futebol.
- Ridículo da minha parte não querer ficar com você para ver futebol.
Ela sorriu para Harry.
- Eu te amo, sabia? – ela comentou, quando ele começou a se aproximar.
- Eu também. – e ele encostou ela de leve na parede e a beijou.
O beijo havia começado leve, mas segundos após o inicio, exigiu mais dos dois. Harry sentia seu sangue ferver de desejo, e Gina transmitia isso pela respiração forte.
Ao perceber que ela desejava o mesmo, e se dando conta que aquele lugar era muito mais “confortável e romântico” do que um carro, Harry pegou Gina no colo, não desgrudando os lábios.
Ao chegarem na “sala”, Harry deitou Gina com leveza no colchão. Ele continuou a beijar Gina, e conseguiu desligar a televisão com os pés. As mãos de Gina estavam pousadas no pescoço de Harry, e ela tentou se arriscar a encontrar as costas dele.
As mãos de Harry já haviam encontrado a barriga de Gina, e ela se arrepiou quando ele levantou a camisa dela e seus dedos um pouco gelados (devido ao tempo) encontraram sua pele quente.
- Tem certeza? – perguntou ele, ofegante.
- Toda.
- Eu te amo – disse ele, quando os lábios encostaram o pescoço dela.
- Eu te quero – confessou Gina, começando a sentir a magia naquela noite de sensações e prazer.
Na manhã seguinte, a ruiva acordou com os braços de Harry em sua cintura. Os corpos apenas com as vestes de baixo estavam alinhados e quente. Ela se espreguiçou um pouco e procurou o celular, apalpando o chão entorno da cama.
Quando o achou, ela procurou pelas horas. Já passava das sete e meia, e ela precisou esfregar os olhos duas vezes para ter certeza.
- Harry... – disse ela, se sentando na cama e passando a mão nos cabelos.
Harry resmungou.
- Harry, levanta. Já são sete e trinta e cinco e as oito você tem que trabalhar!
O moreno se espreguiçou e abriu os olhos de vagar. Devido a forma de se espreguiçar, Harry deixou o acolchoado descobrir o corpo. Gina encarou o corpo definido de Harry. Era difícil pensar que um garoto tão bonito havia se apaixonado por ela, e mais difícil de acreditar, era pensar que ela estava noiva dele!
- Bom dia – disse ele, se levantando e beijando o pescoço dela, e descendo até o ombro.
- Bom dia. – disse ela, um pouco envergonhada ao lembrar da noite passada, quando a mão de Harry encontrou sua cocha.
- Boa noite – comentou ele, rindo-se e levantando. – Vou passar de baixo da água, rádipidinho.
- Ok – informou ela, se levantando. – Estava pensando em ir tomar café com a mamãe.
- Ótima idéia – confirmou ele, e logo o barulho da água do chuveiro se formou.
Harry havia deixado Gina a duas quadras da casa de Molly e Arthur, pois não poderia se atrasar para o emprego. Gina caminhou e respirou profundamente o ar daquele bairro que tinha sido responsável por sua infância.
Ela encarou por longos minutos a rua que ela tanto brincava quando era pequena, e sorria para si mesma ao ver aquilo.
Quando o relógio marcou oito horas, ela bateu na porta da casa, era a hora que seus pais normalmente acordavam.
Demorado alguns instantes, Molly abriu a porta.
- Gina! – disse ela, como se não visse a garota a anos!
A mãe se jogou nos braços de Gina e a abraçou. Arthur apareceu na porta logo depois e ria da situação.
- Ora Molly, parece que não vemos ela a anos!
- Posso tomar café com vocês? – perguntou Gina, quando Molly resolveu soltar a filha.
- Claro querida! – e Gina percebeu uma pequena lágrima se formar no canto dos olhos da mãe.
Gina não conseguira se livrar da conversa empolgante da mãe sobre o casamento, agora, tudo o que era relacionado ao casamento era quase normal para si. Mas quando o assunto era o vestido dela, borboletas e passarinhos de todas as cores se formavam na barriga de Gina.
Ela não se via em um vestido branco, entrando na igreja.
Sim, era um de seus grandes sonhos: se casar em uma igreja com vestido e tudo! Mas agora, que tudo estava tão perto de se realizar e se concretizar... Parecia tão mais difícil!
A mãe comentava com ela que ela deveria começar a lista de convidados logo, pois ela já havia feito a da família.
- Sim mamãe – repetiu Gina, pela sexta vez.
Gina encarou o relógio: oito e dez.
Só podiam ter passado meia hora desde que ela chegara?
- Mamãe... Vou até o restaurante, ver com o Tom se a Alice não quer trocar comigo hoje. A tarde eu acho que vou ter mais tempo para olhar as coisas que estamos precisando lá em casa.
- Me diga, como estão vivendo sem nem ao menos um fogão?
- Improvisando! – e ela agarrou a bolsa.
- Vem almoçar conosco hoje? – perguntou Arthur, abaixando o jornal que lia.
- Pode ser.
- Espero que o Harry goste de panquecas de brócolis. – informou Arthur, abaixando o olhar para o jornal.
- Não acredito – disse Gina, indo na direção do pai e o abraçando pelo pescoço. – Meu prato favorito!
O pai riu.
- Melhor ir, ou vai se atrasar!
Gina sorriu mais uma vez para os pais, e saiu correndo pela porta da sala. Ela teve a impressão de ter escutado um “Ela não muda mesmo” vindo de seu pai, e ela sabia que era por causa da forma elétrica que havia saído da casa.
Caminhando em passos longos e algumas vezes até correndo, Gina chegou exatamente oito e quinze no trabalho.
- Bom dia – disse ela, abrindo a porta do restaurante.
- Você está ai, graças a Deus! – disse Tom, correndo na direção de Gina.
Gina riu.
- Vou precisar ir fazer as compras do mês para o restaurante, e a Victorie não vai poder ficar no caixa.
Victorie era a mulher dele.
- Tem como trocar seu turno hoje?
- Claro... Sem problemas.
De uma forma estranha, tudo parecia estar dando certo para Gina. Desde Harry, o casamento, o orfanato...
Algumas vezes, temos fazeis difíceis na nossa vida, tudo parece dar errado e o mundo parece estar contribuindo para isso. Sem quebrar as regras, fazer mal aos outros ou desejar isso...Logo , mesmo de demore um pouco, o mundo conspira para você ir bem em tudo o que deseja. Talvez seja intuição, mas para Gina, era assim.