Naquela noite, toda a família Weasley e Harry jantaram uma comida improvisada pela senhora Weasley, que estava ótima. Molly e Arthur comentaram que se casaram antes dos dois, e que apoiariam de qualquer forma.
Molly até confessou que sentiu algo diferente nos olhos da filha quando ela voltou do trabalho no dia que conhecera Harry, ou pelo menos o Harry “de antes”.
- Noivar por um ano? – perguntou Arthur sobre a afirmação do garoto. – Ótimo! – disse empolgado. – Vamos ter tempo de guardar dinheiro e fazer uma super festa, o que eu e a Molly não tivemos... Mas é claro, se vocês desejarem! – se explicou ele.
- Claro que queremos, não é Gina? – perguntou Harry, olhando o brilho e o sonho nos olhos da amada – Convidar toda sua família, que pelo que sei é grande. E claro, quero a noiva de vestido longo e tudo mais... A ansiedade de ficar no altar me mata, mas eu agüentarei...
Todos riram.
- Você tem vontade de se casar na igreja, então? – perguntou Molly.
- Sim. Gina também sonha com isso, e o que ela sonha, agora também faz parte dos meus sonhos.
Eles sorriram.
- Vejo que é tarde – disse ele, olhando para o relógio logo que o senhor Weasley bocejou. – Tenho que ir...
- Vai dormir sozinho? – perguntou a senhora Weasley.
- Consegui alugar a casa que eu e minha mãe estávamos por mais alguns dias... Não quero comprar uma casa ou apartamento que não seja para o “futuro” com a Gina. Seria desperdício de dinheiro.
Gina, que estava de mãos dadas com Harry, apertou de leve as mãos do garoto. O sonho de ter uma casa só sua a deixava entusiasmada.
- Mas é perigoso ficar em uma casa sozinho! – disse Molly. – Não quer ir dormir com ele Gina?
Gina engoliu seco.
Ao mesmo tempo que aquela situação era cômica, pois ela e Harry “dormiram” juntos na noite passada, para Molly seria a primeira vez.
- Não sei mãe... você...
- Você esta noiva minha filha – disse ela, rindo-se.
- Paai...?
Ele confirmou com a cabeça.
Gina agora olhou para Harry,que sorria com o olhar.
- Você tem roupas de cama lá? – perguntou ela.
- Ã? – e fez uma careta.
- Se acostume minha filha... homens... – disse Molly, rindo.
Gina girou os olhos e foi buscar as roupas de cama, seu pijama, escova de dentes....
- Já posso entrar? – gritou Gina, de dentro do carro.
- Espera mais um pouquinho – gritou Harry, de dentro da casa.
Gina estava de braços cruzados, Harry havia a proibido de entrar dentro da casa antes que ele a “arrumasse”. Gina consultou o relógio mais uma vez, já havia passado meia hora desde que eles tinham chegado na frente da casa. O carro estava dentro do pátio, na frente da porta da garagem.
Gina suspirou e resolveu sair do carro e esticar as pernas.
O garoto saiu de dentro da casa naquele instante.
- Trancou a porta? – perguntou ele, sobre o carro.
- Sim – respondeu ela, de forma fofa.
Ele ligou o alarme dali mesmo e a puxou pela cintura.
- O dono da casa tinha levado todos os móveis para uma outra casa de aluguel, tive que improvisar...
Quando ele abriu a porta da casa, Gina viu que ele havia acendido a lareira da sala e perto dela havia um colchão de casal. Ele havia feito a cama dos dois, os cobertores alinhados e os travesseiros um ao lado do outro.
Era complicado pensar que ela dormiria do lado de um homem, mas quando ela se lembrava de quem se tratava, seu coração acalmava e ela sentia tranqüilidade.
Certamente todos os moveis tinham sido tirados dali, e ela sabia que nos quartos também não havia nada... Nem mesa, nem sofá, nem cama, nem guarda-roupas.... Apenas o colchão, os cobertores, e ironicamente uma geladeira!
- A sorte foi que a geladeira ele não havia tirado, e o colchão eu tive que comprar...
Os dois se entreolharam e riram.
- Vamos estrear o colchão? – perguntou ele, fechando a porta.
- Tenho que botar meu pijama! – disse ela.
- Não falo em dormir – disse ele, pegando ela no colo e correndo até o colchão.
Ela gritou de forma espontânea e risonha. Harry se jogou contra o colchão, com Gina no colo.
Os dois rolaram um pouco e riram. Estavam deitados um ao lado do outro, apenas rindo.
- Pensei que você ia recusar se casar comigo – disse ele, encarando o teto.
- Porque? – perguntou ela, se deitando no ombro dele.
Os braço dele passou pelas costas dela e encontrou seu pescoço.
- Porque seria um passo precipitado... Nos conhecemos a três ou quatro dias...
- Eu sinto que nos conhecemos a anos! – confessou ela.
Ele beijou a cabeça dela e a apertou um pouquinho.
- Melhor você ir se deitar, tem escola amanhã!
- Ok mamãe! – disse ela, se sentando na cama e fazendo uma voz estranha.
Ele puxou ela pela cintura, rindo-se, e a beijou no pescoço.
- Eu deveria estar estudando. Essa é a ultima semana de aula, e só tem provas. Semana passada foi Física, Química, Biologia e Matemática. Amanhã tenho prova de História – e revirou os olhos.
- Posso lhe ajudar a estudar, antes de dormir.
Ela sorriu para Harry.
- Vou me trocar, rápido. Meus cadernos estão no bolso de fora da bolsa. – disse ela, apontando para uma bolsa.
Ela apanhou uma segunda bolsa e foi em direção ao banheiro.
Harry apanhou os cadernos e começou a folhear.
- Se interando da matéria professor? – perguntou ela, saindo do banheiro.
Ele apenas riu e levantou o olhar para Gina. Ela trajava um pijama rosa, com uns sapinhos verdes muito fofos.
Ela se sentou ao lado dele.
- Vamos começar? – perguntou ele.
No dia seguinte, Gina se acordou mais cedo de que Harry. Ela se trocou da forma mais silenciosa que pode. Ela correu até o restaurante do dia anterior e comprou seis pães de queijo, um café e um chocolate quente no copo térmico e uma fruta para os dois dividirem.
Quando ela abriu a porta de casa, o garoto estava do mesmo jeito, mas se incomodou com a luz do sol em seus olhos, e começou a se espreguiçar.
- Bom dia – disse ela, indo na direção dele.
- Comida – sussurrou ele, com o cheiro do pão de queijo.
Ela beijou o nariz de Harry em meio a um sorriso.
- Vamos tomar café juntos? – perguntou ela, olhando ele se sentar – Ou quer continuar a dormir?
Gina prezava a opinião de Harry, e se ele continuasse a dormir, ela entenderia. No dia anterior ele havia viajado para levar sua mãe na tal cidade e ainda tinha tido tempo de comprar uma aliança, um anel, um colchão e ir na sua casa.
- Ta ficando maluca? – perguntou ele, bocejando – Tenho que te levar para a escola.
Ela sorriu e pegou um pão de queijo, o dividiu no meio e um dos pedaços levou até a boca de Harry. Ele comeu o pão de queijo e ela comeu a outra metade.
- Preciso começar a procurar um emprego – disse ele, passando a mão no cabelo rebelde e todo revirado. – E uma casa para a gente morar! A propósito, você é a dona dessa casa por enquanto – e pegou um pão de queijo de dentro da caixinha.
Ela olhou para a casa.
Ela era a dona dali.
Como tinha sonhado, como tinha desejado ter uma casa só sua. Que pudesse decorar e comprar o que queria para ela. Ela suspirou.
- Que tal comprarmos essa casa? – perguntou ela, voltando o olhar para Harry.
- Não tinha pensado nisso.
- Ela é confortável, tem um jardim bonito e arrumado...
- Se você gosta, eu gosto. Mas antes de comprarmos os moveis, precisamos pintar por dentro e por fora. O que você acha? – perguntou ele, agora abraçando ela.
- Que cor você quer? – perguntou ela.
- Não acho que essa seria a pergunta certa.
- Como assim? – perguntou ela, tomando um pouco do seu chocolate.
Ele deu uma breve tossida, para ajeitar a voz, e disse com uma voz grave:
- Quantos filhos vamos ter? Acho que você tem que comprar uma tinta rosa para o quarto da nossa filha e uma azul para o dos meninos.
O corpo dela se tomou de uma alegria imensa e uma vontade de rir muito carismática. Os dois riram abraçados e os pensamentos sobre herdeiros daquele amor tão sublime foi algo que tomou conta dos dois até a hora de Gina ingressar para mais um dia de escola..
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