Voltando pra Toca – Parte III
Harry sentiu os raios de sol bater em sua nuca e se ajeitou sob os lençóis. Tivera um sonho maravilhoso: Gina entrava em seu quarto no meio da noite e beijara-o com paixão. Eles se tocavam como nunca antes e então... Não fora um sonho, seu cérebro percebeu inquieto. Nenhum sonho deixaria aquela fragrância em sua pele, em seu travesseiro.
Uma comichão percorreu seu corpo enquanto recordava a noite passada com Gina. Ela já havia voltado para seu próprio quarto e ele nem percebera. Sentou-se, murmurando um muxoxo. Queria que ela ainda estivesse ali, ao seu lado. E, a despeito de saber que estava na casa da família dela e que devia aos Weasleys todo o respeito possível, sentia-se um tanto egoísta. Queria Gina só para si; retomar o tempo que haviam perdido, ou melhor, que haviam lhes roubado.
Trocou de roupa e desceu as escadas em tempo recorde. Sentia uma urgência que só diminuiu quando, ao entrar na cozinha, encontrou Gina já à mesa conversando com Carlinhos e a senhora Weasley.
_ Bom dia, Harry – Molly cumprimentou-o com o sorriso de mãe com o qual estava se acostumando. – Carlinhos, meu filho, vá chamar o Rony, por favor.
O rapaz concordou com um aceno de cabeça, terminando de beber o café que tinha na xícara.
_ Bom dia. – A voz de Harry saiu cortada; sua garganta subitamente seca, os olhos imantados sobre a namorada.
_ O que houve, Harry? Está com uma cara engraçada... – Carlinhos comentou, fazendo Gina engasgar e derrubar leite na mesa.
Tentando desviar sua atenção para o cunhado e evitar que seu rosto ficasse vermelho, sem muito sucesso, Harry respondeu.
_ Nada... Acho que dormi bem, é só...
_ Está melhor, minha filha? – A senhora Weasley perguntou, olhando preocupada para Gina, cujo engasgo havia deixado seus olhos cheios de água além do rosto e o pescoço da cor dos cabelos e ainda lutava para respirar normalmente.
_ ´Tô sim, mãe, o-obrigada.
Foi mais o fato de Gina não olhar em sua direção – em nenhum momento desde que descera – do que a voz titubeante que fez com que Harry percebesse que ela estava diferente. Mas, no momento em que sentou ao seu lado e ela enterrou o cotovelo na manteiga, teve certeza.
_ Ginevra, o que você tem hoje? Nunca te vi assim tão estabanada! – Carlinhos perguntou, curioso, mordendo um pedaço de bolo.
_ Na-nada...
_ Carlinhos, você já foi chamar seu irmão, como eu pedi? – Molly reclamou, girando os olhos ao ver o filho enfiar o resto do bolo na boca e em seguida subir as escadas, correndo.
Harry segurou a mão de Gina por baixo da mesa e deu um beijo em seu rosto, quando a senhora Weasley voltou sua atenção novamente para os ovos que mexia no fogão, aproveitando para sussurrar em seu ouvido quando a viu ligar o rádio:
_Tudo bem?
Gina concordou rapidamente, sem tirar os olhos da xícara à sua frente. Franzindo o cenho diante dessa prova irrefutável, Harry olhou rapidamente para verificar se a senhora Weasley ainda estava prestando atenção à cantilena da Rádio Bruxa, antes de voltar a murmurar:
_ Essa noite foi tudo tão incrível, Gina!
Ao ouvir essas palavras, Gina sentiu-se relaxar. Estivera tão tensa desde que acordara que achara que ia ter uma síncope a qualquer momento. Quando decidiu ir ao quarto de Harry na noite passada, agira por impulso e não se arrependia. Mas, quando criou coragem de voltar para o próprio quarto, deixando Harry adormecido ao seu lado, foi tomada por uma onda de insegurança.
Mas, bastou olhar nos olhos verdes, sentir a presença e ouvir a voz de Harry – mesmo considerando as palavras nada românticas que ele usou – para acalmá-la.
Com um sorriso no rosto e o brilho sapeca voltando ao olhar, Gina beijou-o rapidamente nos lábios e respondeu:
_ É, até que não foi das piores.
Algumas noites depois, Gina mal havia entrado novamente em seu quarto quando Hermione bateu a porta atrás de si, com o rosto afogueado e a respiração ofegante.
_ Nossa, o que aconteceu?
_ Nada... Eu te acordei? Me desculpe... – mas as explicações de Hermione ficaram no ar ao perceber que Gina não estava com cara de recém-acordada, muito pelo contrário. – O que você...? Não vai me dizer que você estava com o Harry?!
_ Tudo bem, se você prefere assim, eu não digo nada – Gina retrucou com um sorriso travesso.
_ Gina!
_ Hermione! – a garota rolou os olhos antes de continuar. – Pare de fazer essa cara, senhora tenho-pesadelos-por-isso-durmo-com-meu namorado-quase-todas-as-noites!
_ É, mas... Você tem razão. Quem sou eu para falar alguma coisa, não é? – Um pequeno sorriso foi brotando nos lábios de Hermione enquanto ela se acomodava sobre a cama que ocupava e encarava Gina. – Eu fiz as pazes com o seu irmão.
_ Droga, eu apostei que vocês iam ficar de picuinha até amanhã! Não tem como vocês fingirem, pelo menos na frente do Carlinhos?
_ Acho difícil, ainda mais quando sua mãe acabou de nos flagrar no sofá da sala.
_ Sério?! Bem, lá se foram 5 nuques... – Gina deu de ombros, antes de começar a trocar de roupas. – Você e meu irmão vivem sendo flagrados, já percebeu?
_ Infelizmente, já – Hermione respondeu, sentindo o rosto voltar a esquentar. – Eu não sei o que acontece. Quando eu estou com o Rony, nada mais importa e a gente esquece de tudo...
Depois de alguns segundos de silêncio, nos quais Hermione parecia ter se transportado para outro lugar, Gina sentou-se de frente para a amiga e resolveu fazer a pergunta que tanto a inquietava.
_ Mione, você e o Rony, vocês já...
_ Nós?
_ Vocês já... transaram?
Hermione arregalou os olhos para a cunhada, um tanto surpresa pela pergunta, mas percebeu que não era apenas curiosidade que estava por trás daquelas palavras. Podia ver ansiedade e um tanto de aflição no rosto de Gina, enquanto esta a encarava. Estreitando os olhos, falou, cautelosa.
_ Ainda não... Mas, por quê? Você e Harry estão pensando em... – Observando o rosto de Gina tomar vários tons de vermelho e os olhos dela desviarem dos seus, Hermione obteve a resposta para sua pergunta. – Vocês já? Sério? – Vendo o pequeno gesto de concordância que a amiga fazia com a cabeça, ela continuou. – Mas, então, por que você me perguntou...?
_ Na verdade, eu queria saber o que você usava para, você sabe, não engravidar – Gina disse num sussurro aflito.
_ Ah, certo! Espera... Quer dizer que vocês não usam nada, nenhum feitiço, poção, nada? Pelas barbas de Merlin!
_ Bem, aconteceu apenas uma vez e desde então eu tenho tentado controlar a situação. Mas o Harry tem sido bastante convincente, entende?
_ Acho que sim – Hermione respondeu sorrindo. – Pelo menos eu sei bem como seu irmão sabe ser convincente quando quer.
_ Exatamente! E, para ser bem sincera, eu também queria repetir a dose, sabe. Porém, se eu aparecer grávida, mesmo o pai sendo o Harry, minha mãe vai ter um troço!
_ Então só nos resta é achar uma solução para o nosso problema.
_ Nosso? Eu pensei que você e o Rony não...
_ Ainda não, Gina – Hermione a interrompeu. – Mas eu acho que é apenas uma questão de tempo...
Gina sabia que a insistência de Harry para passearem pelo pomar era apenas um pretexto para ficarem sozinhos. O problema era que depois de terem passado a noite juntos, eles pareciam precisar cada vez mais um do outro; do beijo, do toque, do cheiro um do outro. E isso era um problema.
_ Espera, Harry – Gina pediu, percebendo que ele já havia começado a desabotoar sua blusa. – Agora não.
_ Por quê? – reclamou frustrado, mas ao olhar diretamente para ela, capitulou. – Ok, tudo bem...
_ Não faça essa cara de coitado, Harry James Potter. Você não me convence.
_ Tem certeza? – o rapaz perguntou baixinho, apertando-a entre seus braços e dando o sorriso enviesado que poucas vezes usara antes. – Nem se eu pedir com jeitinho?
_ Nem assim, pode aparecer alguém!
_ E se a gente for para o lago Ou, sei lá, eu impertubalizar o meu quarto?
_ Não, Harry.
_ Você vem me dizendo isso há dias! Me explique por que não? Eu achei que, depois daquela noite... Mas você não...
Gina olhou para aquele rosto que tanto amava, no momento parecendo mais jovem do que jamais vira, e sentiu o coração se apertar.
Eles eram ainda tão novos, mas, mesmo assim Harry sempre havia se preocupado, até mesmo se responsabilizado, com tanta coisa que chegava a ser estranho estarem prestes a ter aquela conversa. Segurou o rosto dele com carinho, fazendo com que seus olhos se encontrassem e sorriu.
_ Harry, eu não me arrependo de nada do que fizemos. Mas não podemos mais, você sabe, fazer... isso... por enquanto.
O rapaz franziu o cenho, procurando entender e tentou:
_ Você está naqueles dias? É isso?
_ Naqueles...? Ah, não, não é isso – Gina riu do pensamento dele e decidiu ser mais direta. – Ou melhor, quase. Certo, eu não vou ficar de rodeios, ok?
_ Ok?
_ Bem, é que... Naquela noite, quando eu fui ao seu quarto, eu não tinha idéia de que eu ia... que a gente ia... E nem você, eu acho...
_ Certo, eu não fazia idéia. Não que eu nunca tivesse pensado em... – Harry parou de falar, antes que desviasse do assunto. - Bom, vai, me diz o que está acontecendo.
_ Então, aconteceu tudo de repente, foi lindo...
_ Maravilhoso. – Harry rebateu, fazendo com que Gina enrubescesse e sorrisse.
_ Mas a gente não estava preparado, entende?
_ Para falar a verdade, não.
_ Harry, você não ajuda, hein? O que estou tentando dizer é que se nós não tomarmos nenhuma precaução eu posso ficar grávida.
_ Grávida?
_ É, por isso eu e a Mione estamos tentando encontrar alguma poção ou feitiço pra isso, mas está difícil. Eu não posso simplesmente perguntar para a...
_ Você pode estar grávida? – ele a interrompeu, parecendo não ter ouvido nenhuma palavra dita nos últimos segundos.
_ E-existe a possibilidade – a voz de Gina saiu baixa, quase um sussurro. Algo na expressão de Harry a deixou inquieta. Ele parecia nervoso e ao mesmo tempo ansioso.
_ Quando você vai saber?
_ Saber? Acho que daqui a uns dias. Por isso eu quero esperar, entendeu?
_ Claro. Daqui a alguns dias. Sem problema, Gin – Harry a abraçou forte, beijando os cabelos vermelhos.
- O que deu em você, Harry? – ela perguntou afastando o rosto para encará-lo.
_ Nada.
_ É por isso que eu não queria falar, sabia que você ia ficar preocupado!
_ Eu não estou preocupado. Juro.
Harry não teve coragem de contar que dentre os muitos sentimentos e pensamentos que o assolavam, preocupação era o menor deles. Imagens de uma Gina grávida, feliz ao seu lado; um bebê de cabelos vermelhos ou olhos verdes em seus braços; um passeio a três... Uma família que poderia estar se iniciando... A família que ele nunca teve e que sempre desejou... Talvez Gina pudesse terminar os estudos depois, ou McGonnagal abrisse uma exceção para que ela ficasse em Hogwarts durante... Não, ele ia querer ter sua esposa ao seu lado, todo o tempo. Esposa! Será que Gina ficaria chateada se ele a pedisse em casamento antes de comprar um anel? Talvez ele pudesse dar um pulo no Beco Diagonal e comprar uma aliança ainda naquela tarde...
_ E essa cara é de que então?
_ Cara? – Harry observou Gina e reprimiu o sorriso feliz que ia brotando. Conhecia a garota o suficiente para saber que ela não estava adorando aquela história toda, tanto quanto ele, e preferiu dar tempo ao tempo. – Foi só um pensamento que eu tive...
Na noite após o julgamento de Anthony Dolohov, a mente de Harry estava um turbilhão. Por mais que tentasse esquecer o assunto, a possibilidade de uma gravidez de Gina sempre voltava ao seu pensamento quando menos ele esperava. E mesmo buscando motivos para se preocupar, não conseguia. A cada dia que passava, apenas ficava mais ansioso.
_ Posso entrar? – Gina perguntou abrindo a porta do quarto de Harry, poucas noites depois.
_ Claro, - respondeu calçando os tênis. – Eu já ia descer para o jantar. Você está bem?
Gina olhou para ele com tristeza. Havia passado o dia em casa com sua mãe e Hermione e, mesmo após saber da condenação do Comensal seu ânimo não melhorara. Aliás, todos na Toca pareciam ter acabado de voltar do funeral de Fred e não do julgamento de seu assassino.
_ Mais ou menos. Só queria te contar que agora é oficial, eu não estou grávida.
_ Não? Tem certeza?
_ Tenho, Harry. Toda certeza. Pode ficar despreocupado.
_ Certo... – Harry tentou manter o tom casual, mas estava sendo difícil. Ele não estava preocupado, ele estava decepcionado. – ‘Tá tudo certo.
_ Harry? – Gina chamou-o, fazendo com que ele olhasse dentro de seus olhos. – O que você tem? Você não... Não me diz que você esperava... Ah, Harry!
_ O que? Eu não esperava nada. Eu só fiquei...
_ Decepcionado.
_ Não! Não, é só que... se você estivesse, não ia ser uma coisa ruim, seria? Quero dizer, eu sei que não é o momento, mas...
_ Ah, Merlim, você realmente pensou sobre isso, não foi? – Gina perguntou, acarinhando o rosto do namorado. – Harry?
_ Só um pouco, - admitiu relutante. – Você vai ficar uma grávida linda.
_ Espero que sim, mas não agora. Nós somos muito jovens ainda, tem os estudos, emprego...
_ Eu sei. Você está certa, mas é que... Eu me deixei levar, só isso, me desculpe.
_ Você não precisa pedir desculpas. – Gina enlaçou-o pelo pescoço e beijou-o rapidamente. – Eu te amo, sabia?
Já haviam quase esquecido do jantar quando o chamado da senhora Weasley os trouxe de volta ao presente. Estavam prestes a deixar o quarto de Harry quando este parou, segurando Gina pela mão.
_ Estava me esquecendo de contar uma coisa.
_ O que?
_ Quim me convidou para trabalhar na seção de aurores do Ministério.
Um sorriso de satisfação surgiu no rosto de Gina ao encarar os olhos verdes. Abraçando Harry, beijou-o demoradamente antes de dizer, levemente emocionada:
_ Eu sabia que você ia conseguir.
Os dias de verão estavam cada vez mais quentes e, preocupada com o depoimento que teria que dar sobre a morte de Belatrix Lestrange, a senhora Weasley não criou empecilhos para que Harry e Gina, junto com Rony e Hermione, fossem passar algum tempo se refrescando no lago da propriedade.
Os raios de sol brilhavam ao bater na superfície da água, o que chamou a atenção de Harry por alguns instantes. Um sorriso incrédulo se formou em seu rosto quando pensou em como sua vida tinha mudado nos últimos meses.
_ O último a mergulhar, paga um galeão!
O grito de Rony o tirou do devaneio e, apenas com alguns segundos de atraso, tentou alcançar o lago antes do amigo, aceitando a brincadeira. Como duas crianças, Harry e Rony tentavam afundar um ao outro, em meio a risos e falsas ameaças. Só pararam quando, olhando para a beira do lago Harry viu Gina e estancou, prendendo sem querer a cabeça de Rony embaixo d’água. Ouvindo o amigo engasgar e se debater, Harry acordou do devaneio e o soltou.
Os dois rapazes começaram a se aproximar de Gina e Hermione ao mesmo tempo. Agradeceu intimamente o fato da água do lago estar um pouco fria e por isso disfarçar seu “entusiasmo”. Ver a namorada dentro daquele maiô fez sua mente recordar de como ela ficava sem ele. E isso o fez perceber que, se não conseguisse tê-la novamente em breve, provavelmente ficaria louco.
Assim que surgiu uma oportunidade Harry foi se afastando de Rony e Hermione junto com Gina, conduzindo-a discretamente para um local mais afastado. Com sorte conseguiria descobrir um trecho em que ficassem longe dos olhos dos outros. Se bem que, pelo pouco que havia reparado, Rony tinha seus olhos grudados em Hermione, o que lhe dava alguma esperança.
Um pedaço de relva banhada pelo sol - e parcialmente escondido por alguns arbustos na margem do lago – parecia um lugar perfeito para namorarem um pouco. Deitaram-se sobre a grama, abraçados, deixando que a paixão levasse a melhor por alguns instantes.
Gina arfou quando Harry passou a beijar seu ombro e pescoço, sugando as gotas d’água que ainda restavam sobre seu corpo. Mal percebeu as alças de seu maiô descendo e seu corpo ficando à mostra. A sua sanidade certamente tinha ido dar uma volta bem longe dali, pois, somente desse modo ela esqueceria que ainda não podiam transar novamente.
Lutando contra seu próprio desejo, tentou afastar-se de Harry, pedindo.
_ Espera, Harry. A gente ainda não...
_ Ah, Gina... Só um pouco, vai.
_ Mas...
_ Eu prometo que não vou até o final – Harry pediu, mordiscando a orelha dela ao mesmo tempo em que um de suas mãos alcançava o meio de suas pernas, torturando-a. – ‘Tá bem?
_ ‘T-tá... Só mais um pouco...
Conforme havia prometido, Harry não fez tudo que desejava. Porém chegou bem perto. Não estavam totalmente satisfeitos, mas, com um pouco de criatividade e imaginação, conseguiram aplacar um pouco a vontade que sentiam.
O céu, na manhã de domingo, estava cheio de nuvens, o que só ajudou Rony e Harry. Os dois rapazes começariam na seção de aurores no dia seguinte e haviam resolvido treinar um pouco para “desenferrujar”.
Por sua vez, como Gui, Fleur e Percy também haviam ido até a Toca para almoçar, somente depois da refeição foi que as garotas tiveram um tempo à sós para conversar. Aproveitando que Harry e Rony estavam jogando xadrez no quintal, Hermione chamou Gina para irem se sentar num dos bancos mais afastados do jardim onde dificilmente seriam ouvidas.
_ E aí, perguntou pra ela? – Gina quis saber assim que sentaram.
Olhando por sobre o ombro para se certificar que não havia ninguém por ali, Hermione respondeu:
_ Aham. Ela disse que tem a receita em um dos livros de sua mãe. Um de capa roxa, bem velho. Fleur disse que da última vez que o viu, ele ficava junto com os outros na prateleira alta da cozinha.
_ Ela falou alguma coisa, você sabe, sobre o motivo da pergunta?
_ Não. Ela já tinha me perguntado se eu precisava de um pouco dessa poção quando aparecemos na casa dela, depois de fugir da mansão dos Malfoy... Ela achava que eu e o Rony, bem... Muita gente achava que eu e ele...
_ Pelo menos meia Hogwarts.
_ Gina!
_ É sério. Mas outra metade achava que você dormia era com o Harry.
_ De onde esse povo tira essas idéias, eu queria saber!
_ Não queria não, pode apostar – Gina brincou, incapaz de conter o riso.
Harry e Rony chegavam de seu primeiro e exaustivo dia de treinamento na seção de aurores quando, antes mesmo que eles chegassem à metade do jardim, Gina surgiu, vinda dos fundos da casa, e arrastou o namorado com ela.
_ Como foi seu primeiro dia? – a garota perguntou enlaçando-o pelo pescoço.
_ Cansativo, mas perfeito - os olhos de Harry brilharam. Ele começara a realizar o sonho de ser um auror, coisa que tivera que abandonar no último ano. Abraçou Gina com força, sentindo seu corpo reagir instintivamente ao dela, mais uma vez. – Acho que mereço uma recompensa, que tal?
_ Eu acho que a recompensa que o senhor quer, vai ter que ficar para outro dia.
_ E a senhorita sabe qual é a recompensa que eu quero?
_ Tenho uma leve idéia. Mas, se você aceitar alguns beijos em troca...
_ Só beijos? – ele perguntou, aproveitando para encostá-la na parede dos fundos da casa e mordiscar seu pescoço.
_ Eu posso pensar em uma ou outra alternativa...
A semana passou voando e quando o sábado amanheceu sem prenúncio de chuva, Gina achou que seria um bom dia para fazer uma surpresa para Harry. Trocou de roupa tendo o cuidado de escolher cada peça e trançou os cabelos.
_ Acho que duas gotinhas são o suficiente – Hermione sugeriu, entregando o frasco de perfume para a amiga.
_ Como eu estou?
_ Linda. E o Harry não vai perceber o que lhe espera, você sabe não é?
_ Sei... rapazes!
Gina e Hermione desceram para o café da manhã, ainda rindo e discutindo sobre as atitudes típicas dos rapazes. Um pouco depois Harry e Rony se juntaram a elas, interrompendo a conversa. Ao ver o irmão e Hermione se beijando apaixonadamente, Gina aproveitou para começar a por seu plano em prática.
_ Bom, eu acho melhor irmos dar uma volta lá fora, Harry. Se não, é capaz de por pra fora todo meu café, vendo esses dois! – Gina brincou, levantando-se e apanhando mais um pedaço de bolo.
_ Que tal um voo na Firebolt?
_ Perfeito!
_ Vocês vão sair? Sozinhos? – Molly Weasley perguntou, entrando na cozinha. O olhar perscrutador sobre os dois casais.
_ Nós pensamos só em dar umas voltas de vassoura, aqui pelo pomar mesmo, senhora Weasley. – Harry respondeu meio sem jeito.
_ Ahm. Acho que tudo bem, então... Só não demorem porque, como Arthur teve que resolver algumas coisas do Ministério hoje, eu vou precisar da ajuda de você e do Rony mais tarde, para buscarem algumas coisas que deixamos lá na casa da tia Muriel.
_ Pode deixar, mamãe. Antes do almoço nós estaremos de volta.
Com um sorriso sapeca, Gina beijou o rosto de sua mãe e acenou para o irmão e Hermione, antes de sair junto com Harry para o quintal, de onde ouviram claramente o rapaz convocar sua vassoura.
Harry não sabia, mas havia colaborado com o plano de Gina. Ela tencionava realmente sugerir um passeio de vassoura, e desse modo iria parecer que nada havia sido planejado, que tudo seria uma feliz coincidência.
Após voarem por alguns minutos, alcançaram uma pequena clareira perto das macieiras que parecia perfeita para alguns momentos a sós. Assim que alcançaram o solo, Gina desceu e apanhou a pequena bolsa que tinha escondido em seu bolso.
_ O que você tem aí? Isso me lembra aquela bolsinha que a Hermione usava...
_ O feitiço que tem nela é o mesmo, foi a Mione quem colocou.
_ Mas o que você... – Harry interrompeu a pergunta quando a resposta apareceu em forma de uma antiga colcha de retalhos que vira uma vez no quarto de Gina. – Para que isso, Gina?
_ Para o caso da gente querer se sentar, ora. Para o que mais seria?
_ Nada... – Harry respondeu cauteloso. Algo nos olhos castanhos da garota o fazia tremer, ansioso. – Você...?
As palavras fugiram da mente de Harry ao encarar Gina. Na verdade, todos os pensamentos pareciam embotados naquele momento. A garota o olhava intensamente enquanto desabotoava lentamente a blusa sem mangas que usava e deixava a mostra sua lingerie.
_ Está um pouco quente hoje, não acha?
_ Quente... é.
Gina revirou os olhos, sorrindo, ao ver a expressão aturdida de Harry. Como Hermione previra, ele estava demorando para entender o que ela pretendia.
_ Harry...?
_ Ahm? – ele respondeu como um autômato, seus olhos fixos nas mãos de Gina que agora alcançavam o cós da saia em busca do fecho.
_ Você pode me ajudar aqui?
Harry olhou para ela, sem compreender. Mais isso durou poucos segundos. O monstro em seu peito deu-lhe um solavanco e de repente tudo ficou óbvio. Com dois passos ele se aproximou o suficiente para que Gina sentisse a respiração dele tocando em sua pele quando, com gestos cuidadosos, Harry começou a despi-la.
Suas bocas se encontraram, sedentas, enquanto se tocavam apaixonados. Logo a colcha trazida por Gina mostrou sua serventia e o casal deitou-se sobre ela. Harry estava a meio caminho da loucura, com seus lábios cravados na pele clara do seio de Gina, ao decidir perguntar arfante:
_ Quando for para eu parar me avise, ok?
Com os olhos turvos de desejo, Gina levou um tempo para entender o que o namorado estava pedindo. Quando entendeu, puxou o rosto dele para junto do seu e confidenciou com um pequeno sorriso em seu rosto:
_ Não vai precisar.
_ Como
_ Eu estou tomando uma certa poção há uma semana...
_ E você não me contou?
_ Eu queria fazer uma surpresa – Gina sussurrou no ouvido dele, fazendo-o vibrar.
Sem conseguir encontrar uma resposta a altura, Harry a beijou. Suas mãos percorreram o corpo de Gina, excitando-a; deixando a garota preparada para recebê-lo. Ele queria agir com calma, mas seu corpo parecia não aceitar suas decisões, portanto, deixou que seus instintos os guiassem, tal qual a primeira vez. E como daquela vez, tudo foi maravilhoso...
N/B: Ai que delicia!!! Estava morrendo de saudades. Mas a espera valeu muito a pena. E pelo visto a do Harry tbm! Gina, garota esperta agüentou direitinho. E o Carlinhos lá, pegando no pé do Ron e da Mione rsrs sabe de nada! Que gostoso que ficou esse capitulo e as conexões com SMS estão ótimas. Eu amei! Parabéns e muito obrigada!
N/A: Sim, eu sei. Foram meses desde a última atualização. E por isso eu não posso fazer nada além de pedir desculpas e esperar que vvocês aceitem. Em minha defesa eu só posso dizer que era praticamente impossível pensar - quanto mais escrever - com o pedreiro aqui em casa martelando em meus ouvidos.
Bom, agora que a obra acabou, pretendo escrever logo os últimos capítulos de Voltando pra Toca e Satisfy My Soul, antes de me dedicar ao meu projeto pessoal. Obrigada a todos que leram, espero que todos gostem e aguardo comentários.
Um beijo especial para Tatiane Rocha, sophya black, Sah Espósito, Deborah Evelyn de Aquino Martins, Naty L. Potter, Tamy Black, CaroldoubleS, Grace Black e Hugh Black XD. Além de todo meu carinho para a minha beta Kelly.
Bjks da Pri.