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6. A little help from my friends


Fic: Sweet Disposition - JL - Cap 5 ON


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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Disclaimer: Harry Potter não me pertence.



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Sentindo seus músculos relaxados e ainda não prontos para a chegada da manhã, Lily lentamente acordou. Não ousou abrir os olhos, porém. Essa era a primeira vez, desde quando voltara à Hogwarts, que finalmente sentia que dormira bem. Sentia-se incrivelmente confortável e começou a pensar que havia sido realmente uma boba por pensar que seria ruim se mudar para o dormitório dos monitores. Afinal, o recinto agora lhe parecia extremamente aconchegante, quentinho e macio. Parecia até que o próprio quarto ressonava em um sono igualmente tranquilo...



Franziu o cenho. Quartos ressonantes não lhe parecia uma definição muito correta. Forçou-se a abrir os olhos e viu um braço ao seu redor. Um braço. Quartos não tinham braços.



Com muita calma, segurando a vontade de simplesmente pular para fora de sua cama, Lily forçou sua memória. Era óbvio quem estava ali, mas ela não ia olhar para cima. Não, não iria. Não até achar um motivo plausível para aquilo ter acontecido. James Potter aninhado com ela durante a noite. Em sua cama. Como, para começo de tudo, ele subira aquelas escadas? Motivo plausível. Vamos lá, Lily, vamos lá.



Até então achara que finalmente não tivera pesadelo algum durante a noite. Mas sabia, no fundo, que não era verdade. Seu corpo podia estar relaxado e tranquilo – não pense no porquê, Lily, agora não –, mas sentia-se quente, levemente febril, como se sentia sempre após sua tormenta noturna. Aos poucos, conseguiu lembrar-se do terror e do desespero, do abismo, da dança, de um clarão verde... de Potter. Lembrava agora de Potter ali, ao seu lado, dizendo que ia ficar tudo bem. Lembrava de finalmente dormir ao ouvir isso.



Reuniu coragem e remexeu-se, sentando-se. O mundo girou e ela apertou os olhos.



— Lily? – Uma voz rouca veio de algum lugar a sua frente, mas ela não conseguiu abrir os olhos. – Está se sentindo bem? Acho que você levantou muito rápido, vem cá, eu... – E tentou fazê-la deitar novamente, mas ela esticou sua mão aberta para frente, parando-o, e piscou algumas vezes antes de encará-lo. James Potter a encarava, sem óculos, com os olhos semicerrados.



Ele passou a mão pelos cabelos, parecendo momentaneamente desconcertado e tateou a mesa de cabeceira, procurando seus óculos. Quando os colocou, arriscou um sorriso.



— Bom dia. Dormiu bem? – E imediatamente se alarmou. – Quer dizer! Não sei se você lembra ou não, mas você estava dormindo. E gritando. E parecia um pesadelo horrível, então eu tentei subir as escadas para te ajudar, mas essa droga inútil continuava a virar um escorregador, mas aí então você... bem, você gritou por mim e eu pude subir. Me desculpa se eu acabei dormindo também, mas eu não... queria te deixar sozinha. E você não está falando nada, isso está me assustando um pouco... – James suspirou, balançando a cabeça para si mesmo, obrigando-se a pensar direito e parar de se comportar como um bobo na frente da mulher da sua vida.



 Lily percebeu a confusão em seus olhos e palavras e meneou a cabeça, permitiu-se rir. Afinal, dado todo o histórico de James Potter e Lily Evans, era uma situação engraçada.



— Agora você está rindo. Ok. Lily, por favor, me diga que eu não devo me assustar.



Ela balançou uma mão.



— Desculpe, haha. É só que... olha isso. Que raios de situação é essa? Eu não sei nem o que dizer, acho que só... – Deu de ombros. – Obrigada por ter cuidado de mim. Mesmo.



O Potter finalmente relaxou e sentou-se melhor na cama, afastando por um momento todos os pensamentos sobre o cheiro de Lily que, mesmo com tão pouco tempo de habitação, já pairava por ali.



— Você sabe que não precisa agradecer. – E num velho e eterno hábito, passou a mão pelos cabelos arrepiados, piorando ainda mais a situação. – Mas... posso te perguntar uma coisa? – Não havendo objeções, prosseguiu. – É isso que vem te atormentando? Esses... pesadelos? Eu sempre estou neles ou...?



A Evans arregalou os olhos verdes por um momento e desviou o olhar. Por que James sempre precisava ser assim tão grifinório?



— Bem, sim... Eu venho tendo esses pesadelos desde que cheguei aqui e isso vem me cansando imensamente, mas eu não... Eu não sei do que se trata, nunca consigo me lembrar direito. – Mentiu. – Só tenho uma grande sensação de medo. M-mas não creio que você esteja neles, pode ficar tranquilo, eu só normalmente acordo chamando alguém que possa me ajudar, um pouco inconsciente. Na torre, eu chamava pelas meninas, então... – Mentiu mais e não soube o porquê. Não tinha nada demais contar ao Potter o que sonhara. Até porque não significava nada, significava? Mas não contou e apenas deu de ombros.



James, por um momento, não soube se deveria sentir-se aliviado por não ser o causador de estresse da ruiva ou decepcionado por não estar entre os sonhos da ruiva. Nossa, o que você está pensando, é claro que você não quer estar nos pesadelos dela! Ela chamou por você, contente-se com isso!



— Entendo. Você sabe que pode contar comigo, não sabe? Sei que não sou sua escolha número um, mas você sabe que eu tento ser. Então pode me chamar sempre que precisar, ao menos... ao menos enquanto estivermos aqui no dormitório, certo?



Lily desviou o olhar mais uma vez, sentindo o seu rosto esquentar levemente. Pela febre, só poderia ser pela febre!



— Tudo bem, ahn... obrigada. Agora acho que vou tomar um banho e ir comer alguma coisa.



— Você tem certeza?! Não, nada disso, é melhor você deitar. Eu trago comida. Você fique aí descans-



— Potter. Eu estou bem. É sério. Eu disse que você me ajudou, então isso quer dizer que eu dormi bem, certo? Agora eu só preciso de um bom banho. – E levantou-se, dando-lhe as costas com as orelhas pegando fogo.



James piscou algumas vezes, sem mover-se do lugar, um tanto abobado.



— Certo...



Lily suspirou satisfeita, mas assim que começou a pegar o necessário para o banho, virou-se e viu que James encontrava-se no mesmo lugar.



— Potter! – Gritou. – Eu disse que vou tomar banho, não ouviu? Dê o fora daqui!



O próprio pareceu pular com o grito e se alarmou, correndo para sair da cama, mas imediatamente sorrindo enquanto o fazia. Fechou a porta com muita gentileza para não estragar o humor da ruiva.



::



— Os turnos de monitoria estão bem mais pesados, vai ser difícil eu conseguir burlar todos eles durante uma semana para conseguir ir... – James sussurrou, olhando atentamente para um calendário marcado pelos seus horários.



— Mas sem você... Eu não sei vamos conseguir sem você, Prongs. – Peter sussurrou de volta, temeroso. Ele, Remus e Sirius estavam sentados em volta de James perto da lareira do salão comunal. – O Moony pode estar domado agora...



— Obrigado, Wormtail... – Remus cochichou.



— Desculpe. Mas de qualquer forma, Prongs, você é o maior, então em algum momento...



— Pode dar errado. Eu sei, eu acho o mesmo. – Remus suspirou. – Talvez seja mais seguro ficarmos apenas dentro da Casa dessa vez...



— Não… Moony! Voltar pra estaca zero agora que já tivemos tanto progresso não seria justo com você! – Sirius resmungou, recebendo vários ‘shh’ dos outros. Ele baixou o tom. – E, além disso, perderíamos toda a diversão. – E deu um de seus sorrisos tão conhecidos. Era tão irritantemente contagiante que todos sorriram junto. – Agora eu não sei o que Dumbledore tinha na cabeça pra te indicar como monitor-chefe...



— Eu também não. Bem, talvez... – James começou, olhando com hesitação para Remus. – Talvez se a gente falar com Dumbledore com jeitin-



— Prongs... James! Não. Eu estou... traindo toda a confiança que ele depositou em mim. Vocês sabem disso. Podem me chamar de covarde, mas eu nunca teria... coragem de contar isso a ele. Não. Isso está fora de cogitação. Vamos pensar em outra coisa.



— Tudo bem, eu imaginei. Mas se lembre que a gente tem grande culpa no cartório, não leve esse fardo sozinho. – O Potter sussurrou, no que Remus concordou com a cabeça, sem muita convicção. – Ok. Sem envolver Dumbledore. Ah, bem... Eu sei que já temos problemas demais, mas deixa eu acrescentar mais um que é o fato de que a Lily com certeza vai perceber se eu passar sete noites seguidas sumido do dormitório dos monitores. Quer dizer... Eu espero que ela note.



— Ela vai, cara. – Peter afirmou, levantando um punho fechado num gesto de apoio.



— Bem. Contando com o fato de ela notar... E que não iremos contar com Dumbledore para acobertar... Será que... Bem... – Prongs passou a mão pelos cabelos, arrepiando-os um tanto quanto mais. – Não poderíamos contar para ela?



— O quê, contar pra Lily?! Das trezentas mil regras que estamos quebrando? – Wormtail exclamou, no que os outros três imediatamente fizeram vários ‘shhhhh’. – Desculpa. Mas cara, não.



— É, eu não sei, Prongs. É a Lily. Ela com certeza vai morrer de preocupação com o Remus. Talvez ela acabe contando à McGonagall ou ao próprio Dumbledore... Não por ser metida ou algo assim, mas porque ela provavelmente vai achar que a gente pode estar em perigo por fazer isso ou algo assim. Sem falar, como o Worm disse, das trezentas mil regras quebradas. – Sirius argumentou, soltando discretamente um olhar para o outro canto da sala comunal, para ter certeza de que as meninas não haviam voltado ainda do jantar.



— Mas Pads... O Prongs tem razão em pensar assim. Sim, eu sei, Remus Nervoso Lupin está dizendo isso. Mas é que Lily poderia realmente ser a melhor cobertura para James, já que eles fazem a ronda juntos e todas as outras atividades de monitores juntos. Eles até dormem juntos! – James imediatamente arregalou os olhos, corado, pensando se Remus de alguma louca forma sabia da primeira noite no novo dormitório, há uma semana. – Digo. Ah, vocês entenderam. E... bem, se querem saber, eu acho que Lily já sabe. Ou tem fortes desconfianças. No quarto ano, ela me fez várias perguntas estranhas, e só parou quando eu enfiei Dumbledore no meio. Ela parou de perguntar, principalmente no quinto ano, quando Prongs e ela estavam em pé de guerra, mas ano passado ela soltava umas frases... compreensivas demais, quando eu dava minhas desculpas por ter que sumir. Claro, pode ser só ela pensando que é minha mãe doente, mas eu não sei. Mas ah, bem, o que estou dizendo. Se ela soubesse, ela não falaria comigo como se eu fosse normal, não é mesmo?



— Moony! Escute o que você está dizendo! É da Lily que estamos falando. Ela mais morreria de preocupação do que teria qualquer outra reação. Você sabe disso. E eu acho que nós três somos mais do que provas de que você é o mais normal daqui. – Remus meneou a cabeça, rindo.



— Eu sei, Prongs. Desculpe... Eu sei que Lily nunca me trataria diferente, é que... É difícil acreditar. Nem todo o mundo é feito de Jameses, Siriuses e Peteres, que vão ver num amigo com problemas lunares a oportunidade de uma semana noturna de pura diversão.



— Aw, Moony, assim você me deixa emocionado! – Sirius exclamou, fingindo enxugar lágrimas ao passar um braço ao redor dos ombros de Remus.



— Moony. Então você vai mesmo falar com a Lily? Você tem poucos dias...



Remus concordou com a cabeça após Peter falar, mas antes que pudesse responder, a própria ruiva entrou pelo salão com Sofia e Dorcas e os marotos rapidamente se dispersaram, antes que elas pudessem notar suas atividades estranhas.



::



Regulus encarava seu pulso direito com olhos fixos. Um mundo de pensamentos corria pela sua mente, em sua maioria repletos de frases com que não concordava, rostos de pessoas que não gostava e regras que insistiam que ele deveria seguir. Suspirou, lembrando-se da carta que recebera de sua mãe naquela manhã de domingo, mas que deixara em seu dormitório numa forma um tanto ingênua de fugir do problema.



A carta falava de várias coisas, mas a principal era de como ela se sentia orgulhosa por ele, de como ele era tão melhor que o imprestável do seu irmão – porque Sirius, desde que fugira para a mansão dos Potter, ou até antes, virara apenas o imprestável do seu irmão e nunca o filho dela – e, o principal, de que estava muito feliz com as amizades que Regulus andava fazendo, bem como ela e seu pai pediram. Também dizia que, se os burburinhos estivessem certos – e, ah, como os burburinhos que sua mãe ouviam sempre estavam certos –, logo, logo ele poderia chegar a ser agraciado com um cargo de prestígio no grupo do Lorde.



—Regulus...



E era tudo o que as famílias mais nobres de puro-sangue falavam, não é mesmo? Como queria mandar seus filhos para um cargo de prestígio ao lado do Lorde das Trevas, que era como o chamavam por debaixo dos panos. Afinal, o Lorde também não achava certo misturar sangue tão puro com trouxas nojentos. Não achava certo essas... aberrações que apareciam para roubar sua magia. Deixar seus pobres filhos estudarem com esse tipo de gente? Ainda mais sob a supervisão de um velho gaga? Não. Impossível. E era por isso que estavam tão ávidos em seguir o Lorde. Ele lhes daria os direitos que mereciam.



— Regulus...



Regulus meneou a cabeça, enojado. Se o que Avery, Lucius e Snape lhe diziam estivesse correto, atacar nascidos-trouxa era a menor das coisas que faziam sob o comando do Lorde. E se ele seguisse o que sua mamãe e toda sua família queriam, logo, logo, seria ele executando seus comandos... Arrepiou-se, como num presságio ruim.



 — REGULUS! – O próprio sobressaltou-se, ao encarar uma intrigada Midred a sua frente. Ela trazia os livros que fora pegar para que prosseguissem com os estudos. – Finalmente! Nossa, onde você estava?! Eu te chamei três vezes e nada. – Ela olhou para o braço meio erguido dele com curiosidade e uma leve preocupação. – O que foi? Machucou o braço?



Regulus imediatamente abaixou o braço, envergonhado e emburrado por ter sido pego naquela situação.



— Não foi nada... Só pensando. Então, pegou os livros? Acho que fazendo a redação de Feitiços e a de História da Magia ficamos em dia com as tarefas, certo? – Ele desconversou, espalhando os livros na mesa. Estavam numa mesa afastada da biblioteca, onde tinham menos alunos e eles poderiam estudar em paz. Isso, e ficar longe dos olhares dos outros sonserinos, claro.



Midred o olhou desconfiada por um momento, mas suspirou.



— Hm... É, peguei sim. E fale só por você... Mcgonagall passou um trabalho extra pra turma da Lufa-Lufa... Eu não sei o que ela tinha contra a gente naquele dia, mas ninguém podia olhar para a própria mão.



— Você não dormiu na aula dela ou algo assim, dormiu?



— O quê? – Ela lhe deu um leve tapa no braço. – Era a aula da Minerva, não do Binns. Eu não sou louca.



— Certo... – Regulus meneou a cabeça, dando de ombros, os pensamentos anteriores guardados em algum canto obscuro, já obsoletos diante da presença da garota.



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Naquela noite de domingo, a ronda pela ala leste do castelo estava sendo a mais silenciosa de toda aquela semana que se passara. Remus estava profundamente imerso em sua batalha interna entre vencer ou não seus medos e contar sobre seu probleminha lunar para Lily, enquanto Liv notara seu cenho franzido e imersão em pensamentos e resolvera não o perturbar. O fato de não serem os parceiros designados inicialmente para ronda em conjunto há muito já havia sido esquecido. Remus fizera uma troca para o resto do ano escolar com Carter – uma troca de favores aqui e ali e tudo certo – e agora era o companheiro oficial de Liv Baudelaire durante horas animadas de ronda.



Remus sentira-se envergonhado no início, por demonstrar tamanho interesse e iniciativa em se aproximar da garota, mas ela era sempre tão... fácil e leve de se lidar com, e ela nunca parecia achar que qualquer ação dele tivesse muitos significados profundos, como Sofia e Sirius achavam, então ele mesmo acabara por não se importar mais. E essa fora uma de suas melhores decisões, sinceramente. Com a vergonha de lado, Remus descobrira o quanto podiam conversar e o quanto Liv, apesar de parecer um tanto distante, gostava de conversar. Os assuntos eram variados, mas ele conseguia perceber um certo interesse de Liv pelos temas mais desconhecidos e incertos da magia e ela parecia gostar exatamente disso – de não se ter certeza sobre nada daquilo que ela falava. Fora curiosidade que o levara até a corvina, e parecia ser exatamente essa curiosidade que a movia.



James e Lily perguntaram brevemente porque a ronda de Remus era agora com uma corvina e ele apenas desconversara e dissera que pediram para trocar com ele. Ele não sabia bem o porquê, mas por enquanto, só durante aquele início, ele não queria ninguém em seu ombro fazendo gracinhas ou o pressionando ou qualquer coisa que seus amigos pudessem fazer – por mais boas intenções que tivessem. No momento, ele queria apenas conseguir ser amigo de Liv e sair da sua própria órbita por um tempo.



Por todos esses motivos, Remus tinha certeza que Liv estava achando seu silêncio incomum. Ele olhou para o lado e percebeu que entre aquele mar de cabelos negros – quase azulados – ela o estivera observando. Sorriu, desajeitado.



— Hã, então, como... como foi seu domingo? – O que era o equivalente a perguntar sobre como estava o tempo, mas era o melhor que a cabeça cheia de pensamentos de Remus podia fazer.



Pareceu o bastante para Liv.



— Atarefado, principalmente. Eu tive trabalho prático extra de Feitiços, porque... bem, você sabe. Desculpa. De novo. E além disso fiz a redação que ele passou pra todos. Deve estar toda errada, de qualquer forma, mas fiz. – E meneou a cabeça, andando com as mãos apertadas uma na outra, em suas costas. Algo que Remus viera notar que ela fazia sempre que se sentia desconfortável.



— Não precisa se desculpar de novo, haha. E vamos, não deve estar tão ruim assim, mesmo você não gostando tanto assim dessa matéria. Se eu tivesse acabado a minha, nós poderíamos comparar... Mas só fiz metade de manhã com Peter. – Remus, respondeu, pensativo, e Liv parou de andar por um momento. – O-o que foi?



Ela meneou a cabeça e voltou a andar ao seu lado.



— Eu só fiquei... nossa. Você faz seus deveres com seus amigos. Digo, você realmente tem amigos para fazer deveres com. Digo. Uau. Que sorte você tem, Remus. Você é realmente uma ótima pessoa. – Liv falou, em um turbilhão de pensamentos que foram se transformando em frases. Mas ela não podia esconder como aquilo de repente despertara seu interesse. Ela sabia que Remus tinha amigos, claro que sabia, vira isso por todos os cinco, agora seis, anos em que estava ali, não era um grupo desconhecido. Mas de repente ela percebeu que ele tinha amigos. Não colegas de classe e casa. Que davam oi, ou bom dia. Ou o diretor da escola, pelo qual ela tinha profunda admiração e lhe dava bom dias animados e parava sempre no Natal para conversas igualmente animadas. Ele tinha amigos para fazer deveres. E conversar. E reclamar sobre como Feitiços era ruim. E nos quais ele podia confiar. E. Uau.



Liv levantou o olhar e percebeu que Remus a olhava de sobrancelhas erguidas. Pousou a mão nos lábios, percebendo que alguns pensamentos haviam lhe escapado e sido ditos em voz alta. Sentiu as orelhas queimarem um pouco e escondeu-se mais por trás de seus cabelos.



Remus continuou a andar, estranhamente mais silencioso do que quando começaram e Liv estava um pouco nervosa com a falta de reação do rapaz. Mas ele não conseguia acreditar como fora tão... burro.  Olha o que Liv estava falando. Enquanto ele estava se mergulhando em seu medo, tinha uma garota ali que estivera por cinco anos assim, porém por cinco anos, estivera só. Era... inaceitável que isso tivesse acontecido, mas era ainda mais inaceitável que ele estivesse com medo de falar com Lily, quando ele passara seis, quase sete anos, sendo mais do que mimado por todos em sua vida. Ele tinha pessoas que o amavam e em quem ele podia confiar e isso era incrível. E óbvio para até mesmo uma pessoa que mal o conhecia.



Ele esticou seu braço e segurou o pulso de Liv, de repente, que pareceu ainda mais confusa e ainda mais enterrada em seus cabelos.



— Desculpa se falei coisas estranhas demais. Mas é que eu achei legal. E eu gostaria de ter pessoas em quem confiar. Era pra ser como um elogio.



— Não, ei, não precisa se desculpar. Na verdade, você acabou de me ajudar imensamente com algo que eu estava me corroendo um pouco para decidir. Sério, Liv, você é incrível. Obrigado. – Ele sorriu e foi a vez de Liv arquear as sobrancelhas. Nunca ninguém a chamara de incrível antes. – Ah e bem, hã, eu sei que não da para competir com o professor Dumbledore, mas você pode confiar em mim. O-ou pelo menos fazer os deveres de Feitiço comigo, digo. Ou qualquer outro dever, porque não quer dizer que você seja ruim em Feitiços, só... É, isso.



E Remus se achou um pouco ridículo por dizer tranquilamente que Liv era incrível, mas se atrapalhar todo para dizer que ele queria fazer a tarefa de casa com ela.



Como esperado de Liv Baudelaire, ela de repente pareceu como uma vela que acabara de se acender, seus grandes olhos brilhando como nunca, mesmo que a iluminação do corredor não tivesse mudado. Desvencilhou-se da mão de Remus só para segurá-la com suas duas mãos, um sorriso enorme e radiante em seu rosto normalmente aéreo.



— Você faria isso?! Faria mesmo? Eu... Muito obrigada, Remus Lupin! Eu realmente tinha certeza que você era uma boa pessoa! Você é amigo de James Potter, claro que deveria ser, mas... Muito obrigada! Você... você não irá se arrepender, eu prometo!!



Remus não pode evitar, mas sorrir enormemente de volta, mas antes que pudesse falar, os quadro ao seu redor começaram a reclamar que eles estavam de conversinha e não fazendo o seu trabalho, no que os dois baixaram a cabeça, arrependidos, e voltaram a suas tarefas, muito mais barulhentos do que antes.





N/A: Novamente uma louca atualização aaaaaa



Espero que alguém ainda leia isso aqui e que goste hehe.


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