Parou o cavalo ao lado dela, puxando o freio selvagemente. O olhar de Hermione se dirigiu para o americano, esperando que protestasse, mas nem um lampejo de oposição perpassou pelo seu rosto. O braço que rodeou sua cintura tirou-a da paralisia que a dominava.
- Não! Não!
Hermione foi arrancada da sela, esperneando e gritando.
Ninguém ligou para os gritos, enquanto era colocada de lado sobre a sela. A faixa de ferro do braço dele apertou ainda mais a cintura dela, quase espremendo-a ao meio. Ele esporeou o cavalo, que se lançou para diante, jogando Hermione contra seu peito. A cada passada do cavalo, o arção dianteiro da sela cutucava a sua coxa.
O assassino riu ao vê-la debater-se, sabendo como a castanha também sabia, que ela não poderia soltar-se e que estava apenas desperdiçando energia na tentativa. Prendendo um soluço de frustração e auto-piedade, ela parou de se debater e manteve o corpo rígido contra o peito dele.
O cavalo agora trotava agitadamente. Os olhos de Hermione, acusadores e mal-humorados, percorreram o bando que começava o êxodo da cena do crime. Dois retardatários vinham a meio galope para se reunir ao grupo meio disperso. O fogo em seus olhos refletiu seu ressentimento quando o americano de olhos verdes passou. Ele nem sequer olhou para ela enquanto dirigia o cavalo para postar-se ao lado do chefe.
As mãos amarradas e a posição lateral sobre a sela forçavam Hermione a se apoiar no braço e no peito do homem. Seu ombro roçava no peito dele, e o tecido áspero do poncho a arranhava, através da fazenda fina da blusa. Ele tinha um tremendo mau hálito.
O couro das selas rangia enquanto o bando aumentava a distância entre si e a estrada de terra batida. O caminho que seguiam pelo terreno irregular era paralelo à imensa cordilheira. Uma ordem invisível pareceu correr pelo grupo. Quase simultaneamente todos diminuíram o trote.
O arção fazia uma pressão constante, o que não machucava mais sua coxa. O homem lhe falou qualquer coisa em espanhol, o tom de voz baixo e sugestivo, o bafo quente tocando-lhe o rosto. Hermione lhe lançou um olhar venenoso, e ficou tensa ao ver os olhos brilhantes se voltarem para baixo.
A posição encurvada de Hermione contra o peito dele fizera com que a parte da frente da blusa abotoada se estofasse, enquanto os braços juntavam os seios, formando um rego profundo. A castanha ergueu os antebraços para fazer que os pulsos amarrados ocultassem protetoramente o vinco entre os seios.
- No, no, señora - protestou ele, com um sorriso obsceno, e agarrou a corda para baixar as mãos dela.
Torcendo-se na sela, ele enfiou o cotovelo entre os pulsos dela, fazendo pressão no nó e mantendo afastados os braços. Logo que ele roçou os dedos no tecido acetinado que lhe delineava os seios, Hermione recuou, forçando o corpo para trás, por cima do braço dele, para fugir do contacto obsceno. O gesto fez que os seios redondos se empinassem contra o tecido fino.
A mão dele cobriu um dos fartos seios.
- Tire as mãos de cima de mim! Seu monstro feio e nojento! - xingou a castanha, furiosa.
Ele riu de novo e espremeu o seio, como castigo. Dois cavaleiros se aproximaram para olhar, oferecendo palavras de encorajamento e sugestões baixas ao homem a quem chamavam de Juan. Hermione tentou chutar a perna dele, os pés balançando no ar, no esforço de alcançar o alvo. Os pés atingiram o estribo do cavalo.
Os dedos dele moveram-se para a frente abotoada da blusa, puxando-a com impaciência, até que os botões foram arrancados. Quando os fartos seios foram revelados, ele gritou para os que estavam olhando, como que a exibir a excelência da sua presa.
Indescritivelmente envergonhada e degradada, Hermione agora se debatia mais desesperadamente do que antes. As mãos do homem examinaram e exploraram a presa, o dedo calejado acariciando rudemente a sua pele, até que a castanha teve ânsias de vômito, de tanto nojo.
- Meu pai não vai lhes pagar um centavo! - falou, sufocada de humilhação. - Nem um centavo! Estão ouvindo!
Berrou a sua advertência para o homem que ia na frente, e para o americano ao lado dele.
O cavalo corcoveava para o lado, sob o inquieto par em seu lombo, sacudindo a cabeça e bufando nervosamente. Hermione se deu conta de que não haveria salvação. Fora dada a esse animal que se fazia passar por homem, e sabia que preferiria morrer a ser usada novamente.
O cavalo empinou de novo, numa agitação assustada. Só havia uma maneira de fugir àquelas mãos repulsivas, e a castanha começou a golpear com os pés os ombros e o pescoço do animal. Relinchando pelo inusitado do ataque, o cavalo se empinou ligeiramente. contido pelo súbito repuxão das rédeas cutucão forte com as esporas. Mas Hermione continuou a dar chutes, ofegando e soluçando com a determina são de salvar-se.
O cavalo ameaçou disparar em pânico. O cavaleiro usava toda a sua habilidade para conter o animal. Com os outros rindo da sua situação difícil, a castanha podia ver o rosto dele começar a ficar com manchas vermelhas de raiva.
O calcanhar de Hermione enganchou-se numa rédea retesada. Ela deu um chute, fazendo a cabeça do animal virar bruscamente. Os cascos nervosos e inquietos tentaram acompanhar o movimento, mas a súbita mudança de direcção foi impossível. A castanha sentiu as patas do cavalo cederem antes que ele caísse ao chão pesadamente. Soltou-se do braço que a prendia enquanto caíam, e livrou-se, cambaleante, dos cascos desnorteados do animal.