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3. Capítulo Três


Fic: Regras do Jogo


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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— Certo, Linda, tente parecer como se estivesse gos­tando disso. — Gina deu uma olhada para seu dire­tor de iluminação e recebeu um gesto de cabeça como resposta, assentindo. — E.J., filme de baixo para cima, começando pelos pés... demore-se nas pernas.


E.J. deu um sorriso brilhante, os dentes brancos contrastando com a pele morena.


—     Com prazer — disse ele afavelmente, e focou sua câmera nas unhas pintadas de cor-de-rosa da atriz.


—     Está muito calor — reclamou Linda, mexendo na tira de seu biquíni minúsculo. Ela estava estendida sobre uma toalha na areia... esbelta, loura e linda, com um rico bronzeado que venderia um bronzeador po­pular. Tudo que Linda precisava fazer era parecer exu­berante e preguiçosa, e falar que tinha um bronzeado Paradisíaco. O biquíni faria o resto.


—     Não transpire — ordenou Gina. — Sua pele tem de parecer brilhante, não molhada. Quando filmarmos, conte até seis, então levante seu joelho direito... devagar. Depois conte até 12 e respire fun­do, passe sua mão direita pelos cabelos. Diga a sua fala olhando diretamente para a câmera e pense em sexo.


—        Dane-se o sexo. Estou fritando.


—   Então vamos fazer isso numa única tomada. Tudo bem. Velocidade. Rodando, e... ação!


E.J. moveu a câmera dos dedos dos pés pintados, subindo pelas pernas longas e delgadas, passando pe­los quadris arredondados, barriga dourada e seios pequenos. Fechou a câmera no rosto de Linda... boca carnuda, dentes claros e olhos azuis... então voltou para focá-la por inteiro.


—     Tenho um bronzeado Paradisíaco — declarou Linda.


—     Corta. — Gina passou uma das mãos sobre a testa. Embora ainda fosse de manhã, a praia estava mui­to quente. Pensou que podia sentir a areia queimando através da sola de seus tênis. — Vamos colocar um pou­co de vida nisso — sugeriu. — Você tem de vender o produto com uma única fala e com seu corpo.


—     Por que você não tenta? — questionou Linda, deitando-se de costas.


—     Porque você está sendo paga e eu não — repli­cou Gina e cerrou os dentes. Sabia que não podia perder o controle, especialmente com Linda. O pro­blema era que, desde sua noite com Harry, estava ner­vosa e impaciente. Respirando fundo, lembrou a si mesma que sua vida pessoal, se é que Harry Potter fazia parte dela, não poderia interferir com seu trabalho. Deu alguns passos e se abaixou ao lado da modelo zan­gada. — Linda, sei que está um calor insuportável aqui hoje, mas trabalho é trabalho. Você é profissional ou não estaria aqui.


— Você sabe quão arduamente trabalhei no meu bronzeado para conseguir fazer esta propaganda de quinta categoria?


Gina deu-lhe um tapinha no ombro, demons­trando empatia, compreensão e autoridade, tudo ao mesmo tempo.


—   Bem, então vamos tornar esta propaganda um clássico.


Passava do meio-dia quando conseguiram guardar o equipamento. E.J. foi para a caçamba da caminho­nete que usava e pegou dois drinques de uma geladeira portátil.


—     Aqui está, chefe.


—     Obrigada. — Gina pressionou a garrafa fria contra a testa antes de girar a tampa. — O que havia com Linda hoje? — perguntou. — Ela pode ser um problema, mas nunca foi tão difícil tirar uma fala dela antes.


—     Brigou com o namorado na semana passada — E.J. a informou antes de dar um grande gole em seu refrigerante de uva.


Sorrindo, Gina sentou-se sobre a porta traseira aberta da caminhonete.


—     Alguma coisa que você não saiba, E.J.?


—     Nada. — Ele se apoiou no carro ao seu lado, um dos poucos funcionários da Granger que não era cauteloso com a "Tigresa", como Gina era apelida­da. — Você vai àquela festa chique dos DeMarco esta noite?


—     Sim. — Ela deu um sorriso lento e estreitou os olhos de uma maneira que nada tinha a ver com o brilho ofuscante do sol. A festa seria sua chance de se vingar um pouco de Harry. Ainda podia se lembrar de como ficara parada na varanda, tremendo à luz da lua depois que o barulho do motor dele desaparecera.


—     Vai ser excitante trabalhar com Harry Potter. — E.J. bebeu o resto do refrigerante de um gole só.— O homem tem a melhor luva da liga e um taco que não vai lascar nunca. Conseguiu mais dois RBIs ontem à noite.


Gina inclinou-se à frente e fez uma careta.


— Bom para ele.


—  Você não gosta de beisebol? — E.J. sorriu, jo­gando a garrafa vazia na caçamba da caminhonete.


— Não.


— É preciso ter um pouco de espírito de equipe — murmurou ele e lhe apertou o joelho de maneira amigável. — Quanto melhor ele se sair, melhor será a nossa campanha. E se ele entrar na World Series.


—     Se ele entrar na World Series — interrompeu Gina —, teremos de esperar até outubro antes de começar a filmar.


—     Bem — E.J. coçou o queixo —, isso é o show business.


Gina tentou olhá-lo com seriedade, então riu e se levantou.


—     Vamos voltar. Tenho uma filmagem no estúdio esta tarde. Quer que eu dirija?


—     Não. — E.J. fechou a porta traseira da caminhonete e se dirigiu para o assento do motorista.


— Gosto de viver.


—     Você é tão medroso, E.J!


—     Sei disso — concordou ele alegremente.


— Tenho certo receio de viajar na velocidade da luz. — Depois de colocar os óculos de lentes espelhadas no rosto, ligou a caminhonete, que falhou de maneira temperamental enquanto ele murmurava para o carro.


 


—   Por que não compra um carro novo? — per­guntou Gina. — Você ganha um bom salário.


Ele bateu no painel da caminhonete quando o mo­tor pegou.


—   Lealdade. Venho rodando com esta queridinha há sete anos. Ela ainda estará por aqui quando aquela sua máquina exibida estiver caindo aos pedaços.


Gina deu de ombros e inclinou a cabeça para trás para beber o resto de seu drinque. E.J. era seu único subordinado com quem ousava ter alguma intimidade, o que era provavelmente a razão pela qual ela não apenas permitia, como gostava dele por isso. Também o consi­derava o melhor homem com uma câmera na Costa Oeste. Ele vinha de São Francisco, onde o pai era diretor de um colégio, e a mãe possuía um salão de beleza po­pular. Ela os encontrara uma vez, e se perguntara como duas pessoas tão meticulosas haviam criado um homem tão espontâneo e sem regras, com um gosto para mulhe­res voluptuosas e filmes de orçamento barato.


Mas então, pensou Gina, ela nunca fora capaz de entender famílias. Sempre as via com perplexidade e nostalgia, como somente uma pessoa do lado de fora podia entender por completo. Acomodando-se no as­sento remendado, começou a planejar sua estratégia para a sessão da tarde.


—     Eu soube que você foi a um jogo dos Wizards uma noite dessas. — E.J. percebeu o olhar rápido e penetrante dela, e começou a assobiar sem afinação.


—     E daí?


—     Encontrei Brighton Boyd numa festa algumas noites atrás. Trabalhei com ele em um especial de tevê no ano passado. Bom sujeito.


Gina lembrou-se de ter visto o ator sentado per­to dela e de Hermione no estádio. Colocou sua garrafa vazia no chão já cheio de lixo.


—     E daí? — repetiu friamente.


—     Um grande torcedor dos Wizards — continuou E.J., aumentando tanto o volume do rádio que tinha de gritar sobre o som de rock. — Falou freneticamen­te sobre o homer de Potter... num arremesso de dois strikes. O homem rebate incrivelmente quando os cor­redores estão na base. — Enquanto Gina permane­cia silenciosa, E.J. batia as mãos no volante ao ritmo da música no rádio. Havia o brilho de ouro de um anel em seus dedos longos e morenos. — Brighton disse que Potter olhou para você como um homem que foi atingido com um taco de beisebol. Este é Brighton, com seu estilo próprio de frasear as coisas.


—     Hmm — Gina começou a achar o cenário do lado de fora da janela fascinante.


—     Disse que ele foi direto para o seu assento, atrás de uma bola que saiu do campo. E falou alguma coisa com você.


Gina virou a cabeça e olhou para os óculos espe­lhados de E.J.


—     Você está me sondando, E.J.?


—     Como se fosse possível tirar alguma coisa de você, Gina. Com toda sua astúcia...


Sem poder evitar, ela riu. Sabia que se não fizesse nenhum comentário apenas causaria a especulação que gostaria de evitar. Em vez disso, estendeu as per­nas à frente e tratou o assunto com leveza.


—     Ele só queria saber meu nome.


—     E?


 


—     E nada.


—     Para aonde você foi com ele? Gina franziu o cenho de leve.


—     Eu não disse que fui a algum lugar com ele.


—   Ele não pediu seu nome porque estava fazendo um recenseamento.


Gina lhe deu um olhar frio e arrogante, que teria desencorajado qualquer outra pessoa.


—     Você parece uma velha fofoqueira, E.J.


—     Sim. Vocês saíram para jantar?


—     Exatamente — admitiu ela com um suspiro resignado. — E isso é tudo.


—     Ele não é tão inteligente quanto parece ser, en­tão. — E.J. sorriu. — Ou talvez ele tenha achado es­tranho sobre começar alguma coisa com uma mulher que vai dirigi-lo.


—     Ele não sabia — Gina se ouviu falando antes que pudesse se conter.


—     Oh?


—     Não contei a ele.


—     Ooooh... — Desta vez, a sílaba foi prolongada e irônica.


—     Não achei que fosse necessário — disse ela, ir­ritada. — Foi um encontro estritamente social, que me deu a oportunidade de planejar a melhor maneira de filmá-lo.


—     Hã-hã.


Ela se virou no assento e cruzou os braços.


—     Cale a boca e dirija, E.J.


—     Claro, chefe.


— Por mim, ele pode pegar aquela Gold Glove e aquele bastão e...


E.J. assentiu com um gesto de cabeça, divertindo-se.


—     Você é quem sabe.


—     Ele é arrogante, frio e não tem consideração.


—     Deve ter sido uma noite e tanto — observou E.J.


—     Não quero falar sobre isso. — Gina chutou a garrafa vazia no chão.


—     Tudo bem — disse ele amavelmente.


—     Ele é aquele tipo de homem — continuou ela — que acha que as mulheres estão esperando para cair aos seus pés, apenas porque é razoavelmente atraente, bem-sucedido e com inteligência mediana.


—     Para alguém que ganhou uma bolsa de estudos em Oxford — disse E.J. enquanto diminuía a veloci­dade para pegar uma saída.


—     O quê?!


—     Ele ganhou uma bolsa em Oxford. Perplexa, Gina abriu a boca. E a fechou com força.


—     Não é verdade.


E.J. deu de ombros com prazer.


—     Bem, é isso que foi dito no Sports View. Supos­tamente, este é o motivo principal pelo qual ele não começou a jogar beisebol profissionalmente até estar com 22 anos.


—     Provavelmente é apenas um exagero publicitá­rio — murmurou ela, mas sabia que não acreditava nisso. Permaneceu silenciosa e pensativa durante o res­to do trajeto para o estúdio.


 


O palacete  DeMarco na Califórnia era deslumbran­te. Gina decidiu que a propriedade tinha a dupla habilidade de fazer a mansão de Hermione parecer simples e discreta. Era enorme, ofuscantemente branca com dois pátios internos. Um deles continha uma piscina em forma de gruta, completa, com uma cachoeira em miniatura, o outro era um jardim coberto, com aro­mas ricos e exóticos.


Quando Gina chegou, pôde ouvir o som de har­pas misturado com conversas. Pessoas estavam espalha­das pela casa, saindo ao ar livre e agrupadas em cantos. Passando pelo salão em tom dourado, ela sentiu o aro­ma de perfumes caros misturados e comida temperada. Havia o brilho de diamantes, o farfalhar de sedas e fla­shes de peles bronzeadas e bem-cuidadas.


Gina ouviu retalhos de conversas enquanto an­dava e procurava pelo bufê principal.


—     Mas querida, ele simplesmente não pode con­tinuar fazendo o seriado. Você o viu em Ma Maison a semana passada?


—     Ele vai cantar. Depois daquele fiasco na Ingla­terra, está louco para retornar a Hollywood.


—     Ele nunca se lembra de uma fala, nem que você o alimente com o texto por via intravenosa.


—     Deixe-a com a pessoa responsável pelas roupas da filmagem.


—   Minha querida, você já viu um vestido assim?. Hollywood, pensou Gina com indiferença en­quanto se servia do que restara do patê.


—   Eu sabia que a encontraria aqui.


Gina virou a cabeça enquanto espetava uma fatia de rosbife.


—   Olá, Hermione — conseguiu falar com a boca cheia. — Festa boa.


—     Suponho que sim, uma vez que você sempre as julga pelo cardápio. — Hermione a estudou longamente. Gina usava um macacão de camurça, suave e macio, com um cinto azul-acinzentado grosso na cintura. Ela trançara os cabelos nas têmporas e os puxara para trás, deixando as mechas longas caírem nas costas, e algu­mas sobre as orelhas. Porque estivera distraída enquan­to se arrumava, negligenciara a maquiagem e apenas se lembrara de escurecer os olhos. Como resultado, eles dominavam seu rosto pálido e de feições fortes.


—     Como você pode usar as roupas mais estranhas e ainda ficar maravilhosa?


Gina sorriu e engoliu em seco.


—   Eu gosto da sua — disse ela, notando que Hermione estava, como sempre, vestida com estilo num traje de voai azul-claro. — O que eles têm para beber neste lugar?


Com um suspiro, Hermione gesticulou para um gar­çom de uniforme vermelho que passava e escolheu duas taças de champanhe.


—     Tente se comportar. Os DeMarco são muito antiquados.


—     Serei uma honra para a companhia — prome­teu Gina e ergueu uma das mãos, acenando em re­conhecimento para um comediante que dirigira no comercial de um carro. — Você acha que posso conse­guir um prato?


—     Coma mais tarde. O empresário do Sr. Potter está aqui. Quero que você o conheça.


—     Detesto falar com empresários de estômago va­zio. Droga! Ali está Fleur. Eu deveria saber que ela esta­ria aqui.


 


Gina respondeu ao sorriso gelado da modelo de cabelos cor de mel, que era a personificação atual da aparência americana. O caminho das duas se cruzara mais do que uma vez, profissional e socialmente, e a antipatia mútua fora imediata.


—     Guarde suas garras — aconselhou Hermione. — DeMarco vai usá-la.


—     Não comigo — disse Gina imediatamente. — Aceito o jogador de beisebol, Hermione, mas uma ou­tra pessoa terá de frear Fleur. Não gosto do meu vene­no em pequenas doses.


—     Nós discutiremos isso — murmurou Hermione, então sorriu. — Rony, estávamos justamente procuran­do por você. Rony Dutton, esta é Gina Weasley. Ela vai dirigir Harry. — Ela colocou a mão maternal no braço de Gina. — Minha melhor diretora.


Gina arqueou uma sobrancelha irônica. Hermione era sempre muito generosa com elogios em público... e sovina atrás de portas fechadas.


—   Olá, Sr. Dutton.


Sua mão foi apertada com força, mas ligeiramente. Distraída, Gina flexionou os dedos enquanto o es­tudava. Ele era mais baixo que ela, e mais rechonchu­do, com cabelos ralos e impressionantes olhos azuis. Uma criatura de primeiras impressões, ela gostou dele imediatamente.


—     Um brinde a um relacionamento longo e de su­cesso — anunciou Rony, e bateu a taça contra a dela de maneira exuberante. — Harry está ansioso para começar.


—     Está? — Gina sorriu, lembrando-se da des­crição de Harry sobre sua aventura em comerciais. — Também estamos ansiosas para tê-lo conosco.


Hermione lhe lançou um breve olhar de aviso enquan­to enganchava o braço no de Rony.


—     E onde ele está? Gina e eu estamos ansiosas para conhecê-lo.


—     Ele tem dificuldade em se livrar das mulheres. — Rony deu um sorriso orgulhoso e apologético de um tio coruja. Mas os olhos em Gina eram perspicazes.


—     Que embaraçoso para ele... — murmurou ela, com a boca dentro do copo. — Mas suponho que ele consiga viver com isso.


—     Gina, você realmente deve experimentar o patê. — Hermione sorriu-lhe através de dentes cerrados.


—     Já experimentei — replicou Gina com facili­dade. — Conte-me mais sobre Harry, Sr. Dutton. Não imagina como sou fã dele.


—   Oh, você acompanha jogos de beisebol? Gina inclinou sua taça novamente.


—     Bem, estávamos no estádio algumas semanas atrás, não é, Hermione?


—     E verdade. — Hermione não se incomodou em tentar encarar Gina desta vez, mas voltou-se para Rony. — Você vai a muitos jogos?


—     Não o bastante — admitiu ele, sabendo que um jogo estava prestes a acontecer. — Mas, por acaso, tenho alguns ingressos para o jogo de domingo — acrescentou, fazendo uma anotação mental para con­seguir alguns. — Eu adoraria levar vocês duas.


Antes que Gina pudesse abrir a boca, Hermione a puniu sutilmente.


—   Não há nada de que gostaríamos mais.


Ele viu a rápida expressão mal-humorada de Gina antes que ela suavizasse as feições.


—   Bem, lá está Harry agora. — Rony o chamou em voz alta, fazendo cabeças se virarem antes que as con­versas retornassem.


A primeira reação de Harry quando viu Gina pa­rada ao lado de seu empresário, e da mulher que co­nhecia como a dona de Granger Productions, foi de surpresa. Então experimentou a mesma onda de dese­jo que sentira nas outras duas ocasiões em que a vira. Havia propositadamente deixado os dias passarem an­tes de contatá-la de novo, esperando que o poder do desejo diminuísse. Uma olhada para ela o informou de que não tinha funcionado.


Aparentemente sem pressa, passou pela multidão, parando para trocar algumas palavras quando alguém lhe tocou o braço, depois se afastando com gentileza. Ele aprendera, desde cedo, como evitar ser encurrala­do em uma ocasião social. Em menos de dois minu­tos, estava parado diante de Gina.


Muito bem, pensou Gina. Ela respondeu ao sor­riso de Harry cautelosamente, perguntando-se como seria a reação dele quando fossem apresentados. Sen­tiu um pequeno desconforto, mas o reprimiu. Afinal de contas, tinha sido ele quem a acordara de madruga­da e a convidara para sair.


—     Harry, quero que conheça Hermione Granger, a pessoa que vai produzir seus comerciais. — Rony colo­cou uma das mãos sobre a de Hermione, num gesto in­conscientemente possessivo, notado apenas por Harry e Gina. Harry achou aquilo divertido, Gina achou irritante.


—     Muito prazer, Sra. Granger. — Ele queria dizer que tinha esperado uma mulher mal-humorada pelo que lera a seu respeito profissionalmente, e não uma mulher atraente de feições suaves e olhos castanhos-claros. Em vez disso, sorriu e aceitou a mão de Hermione.


—     Estamos ansiosas para trabalhar com você. Eu estava justamente dizendo ao Sr. Dutton o quanto Gina e eu apreciamos o seu jogo contra os Valiants, algumas semanas atrás. — Lembrando que ele per­guntara o nome de Gina no estádio, Hermione esperou pela reação.


—     Oh? — então aquela era a amiga dela, pensou ele, virando-se para Gina. Com um rosto tão único, concluiu, deveria fazer muitas propagandas para Granger. — Olá novamente.


—     Olá — Gina descobriu que sua mão estava sendo reivindicada e a estendeu. Dando um gole apres­sado no champanhe, esperou a bomba cair.


—     Hermione me garante que a Srta. Weasley é a me­lhor — disse Rony para Harry. — Uma vez que vocês vão trabalhar juntos, provavelmente querem se conhe­cer melhor.


—     Nós vamos? — Harry deslizou o polegar ao longo da palma de Gina.


—     Eu só poderia colocar a minha melhor diretora num projeto dessa importância — murmurou Hermione, observando-os de perto.


Gina sentiu o polegar interromper sua carícia ca­sual, então os dedos dele se apertaram. Não houve mudança no rosto de Harry. Para conter um gemido de dor, ela engoliu o resto do champanhe.


—   Então você dirige propagandas — disse ele sua­vemente.


—     Sim. — Ela tentou liberar a mão, mas ele a apertou ainda mais.


—     Fascinante. — Casualmente, Harry tirou o copo vazio da outra mão dela. — Com licença. — Gina se descobriu sendo arrastada através da multi­dão de jóias e sedas. Imediatamente, acelerou os pas­sos, de modo que parecesse estar andando com ele, em vez de sendo conduzida.


—     Solte-me — sussurrou ela, sorrindo e gesticu­lando com a cabeça para um outro diretor. — Você está quebrando a minha mão.


—     Considere isso uma prévia do que está por vir. — Harry a puxou, passando pelas portas francesas, es­perando encontrar um lugar tranqüilo. Havia uma banda formada por três pessoas no jardim, tocando música suave e romântica. Pelo menos uma dúzia de casais estava dançando. Harry praguejou, mas, antes que pudesse levá-la para um lugar mais privado do jar­dim, ouviu alguém chamar o nome dela. Imediata­mente, a puxou para seus braços.


O contato com o peito sólido dele roubou o fôlego de Gina, o braço forte ao redor de sua cintura a im­pediu de respirar. Ignorando o pequeno gemido de choque dela, Harry começou a balançar o corpo ao rit­mo da música.


—   Apenas acene para ele — ordenou contra o ou­vido de Gina. — Não quero ser interrompido por nenhuma conversa fútil.


Querendo respirar novamente, Gina obedeceu. Já estava planejando sua vingança. Quando o aperto dele se afrouxou um pouco, ela respirou fundo, e exa­lou o ar com raiva.


—     Seu... Não pense que pode me arrastar por aí só porque é o herói americano deste ano. Só vou aceitar uma vez, e só vou lhe avisar uma vez. Nunca mais me agarre desse jeito. — Gina pisou no pé dele com força e foi recompensada por uma nova perda de fôlego.


—     Você dança divinamente, Srta. Weasley — sus­surrou Harry em seu ouvido. Mordiscou-lhe o lóbulo não muito gentilmente. Entre fúria e dor, Gina sen­tiu um frio na barriga. Oh, não, pensou, ficando ten­sa. Não novamente. A banda mudou para um ritmo mais agitado, mas ele continuou abraçando-a e dan­çando.


—     Você terá de dar muitas explicações quando eu desmaiar por falta de oxigênio — ela conseguiu dizer. Quem diria que aquele corpo esbelto seria tão rígido, ou os braços flexíveis tão fortes?


—     Você não vai desmaiar — murmurou ele, len­tamente conduzindo-a para a extremidade do jardim. — E é você quem precisa dar explicações.


Ela foi liberada abruptamente, mas, antes que pu­desse respirar, ele a estava puxando através de um gru­po de pés de azaléia.


—   Ouça, seu tolo... — E então ela estava no meio de luzes brilhantes e risadas. Sem pausar, Harry a levou para o centro do parou e para o pátio adjacente.


Não havia música ali, exceto o som da água caindo na gruta, e somente alguns casais mais concentrados em si mesmos do que em um homem puxando uma mulher furiosa. Harry a arrastou para perto da piscina e para as sombras atrás de um muro alto. Gina foi efetivamente prensada entre ele e as pedras lisas.


—   Então você gosta de fazer jogos — murmurou Harry.


Pela primeira vez, ela foi capaz de levantar o rosto e fitá-lo. Os olhos de Gina brilhavam à luz da lua.


—     Não sei do que você está falando.


—     Não?


Ela esperara que ele ficasse irritado, mas não uma fúria tão ardente. Uma fúria que estava nos olhos, nas linhas rígidas do rosto, na postura ereta do corpo. Quando Gina sentiu seu coração acelerar desconfortavelmente, apenas se tornou mais defensiva.


—   Você tomou todas as iniciativas — acusou ela. — Exigiu que eu lhe desse meu nome. Ligou para mim às seis horas da manhã e me convidou para sair. Tudo que fiz foi deixar Hermione me arrastar para um jogo de beisebol.


Ela fez uma tentativa de empurrá-lo e viu-se pres­sionada contra o muro por uma das mãos dele firme em seu peito.


—   Você estava me avaliando — disse ele lenta­mente. — No jogo, no jantar. Diga-me, como eu me saí?


Gina colocou uma das mãos sobre o pulso dele, a fim de afastar-lhe a mão de seu peito, e ficou surpre­sa quando Harry permitiu. Ela começou um discurso descuidado, que sabia que o irritaria.


—   Você se move mais como um dançarino do que como um atleta... isso será um fator positivo no filme. Sua constituição física é boa, e vai vender roupas. Você pode ser charmoso às vezes, e seu rosto é atraente sem ser bonito. Um rosto que poderia vender qualquer coi­sa. Possui certa sexualidade que atrairia mulheres que gostam disso nos homens. Elas são o alvo principal, uma vez que o sexo feminino ainda é a maioria que compra roupas de grife.


O tom de voz dela fora estudado para irritar. Mes­mo assim, Harry não pôde evitar sentir-se enfurecido.


—   Eu ganho uma classificação?


—     Naturalmente. — As palavras ditas entre den­tes deram um imenso prazer a Gina. Aquilo era uma pequena vingança pela cena na varanda, mas era um pagamento, de qualquer forma. — Seu quociente de popularidade está bom no momento. Deve aumentar depois que a primeira propaganda for ao ar. Hermione pa­rece pensar que se você for para a World Series e fizer alguma coisa extraordinária, poderia ajudar.


—     Verei o que posso fazer — disse ele secamente. — Agora, por que você não me contou quem era?


—   Eu contei.


Harry se inclinou para mais perto. Ela sentiu o aro­ma picante da colônia sobre o cheiro de folhas de ve­rão molhadas.


—     Não, você não contou.


—     Eu lhe disse que fazia propagandas.


—    Sabendo que eu concluiria que você era atriz.


—     Suas conclusões são problemas seus. — Gina falou e deu de ombros. — Eu nunca disse que era atriz. — Ela ouviu a risada abafada de uma mulher à distância e o barulho da água na piscina ao seu lado. As vantagens, pensou, não estavam a seu favor no mo­mento. — Não vejo que diferença isso faz.


—     Não gosto de jogos — disse Harry, de maneira precisa —, a menos que eu conheça os jogadores.


—   Então não vamos jogar — retrucou Gina. — Seu trabalho é fazer o que eu lhe disser... Nem mais, nem menos.


Harry controlou uma onda de fúria e assentiu.


—     Na filmagem. — Ele pegou os cabelos na cin­tura de Gina e os deixou deslizar através de seus de­dos. — E fora dela?


—     E fora, NADA. — Gina colocou mais ênfase na última palavra do que pretendera. O que mostrava uma fraqueza que podia apenas esperar que ele não notasse.


—     Não. — Harry deu um passo à frente, de modo que ela teve de inclinar a cabeça para manter os olhos no nível dos dele. — Não acho que gosto dessas re­gras. Vamos tentar as minhas.


Gina estava pronta desta vez para se esquivar do ataque aos seus sentidos. Não permitiria que ele a se­duzisse, que a fizesse tremer com aqueles beijos leves e provocativos em sua pele. Com o olhar frio e duro, desafiou-o a tentar.


Ele retornou o olhar enquanto os segundos se ar­rastavam. Ela viu o brilho de desafio nos olhos de Harry, mas não viu a leve curva dos lábios. Homem algum jamais fora capaz de sustentar seu olhar por tanto tempo. Pela primeira vez em anos, sentiu uma fraqueza em sua defesa principal.


Então, ele fez o que vinha querendo fazer desde o momento em que a vira. Entrelaçou as mãos nos cabe­los ruivos exuberantes, deslizando-as ao longo dos fios macios antes de puxá-la contra si. Eles se entreolharam por mais um momento, mesmo enquanto Harry abai­xava os lábios e saboreava os dela.


A visão de Gina nublou. Ela se esforçou para recu­perar o foco, para se concentrar no sentido visual a fim de impedir que os outros fossem vencidos. Lutou para não sentir o ardor dos lábios dele, a mordida rápida e quase violenta de dentes que a tentariam a entreabrir os lábios. Não queria ouvir seu próprio gemido indefeso. Então a língua dele estava provocando, incitando a sua a responder, numa sedução totalmente diferente dos to­ques gentis da primeira vez. Gina lutou contra ele, mas seus movimentos apenas causaram mais calor com a fricção de seu corpo contra o de Harry.


Gradualmente, a característica do beijo mudou. A pressão rude tornou-se doce. Ele lhe mordiscou a boca como se a estivesse saboreando, com gentileza, embora os braços continuassem a prendê-la com força. Gina perdeu até mesmo a visão nublada, e sua determina­ção para resistir desapareceu.


Harry sentiu a mudança, a súbita docilidade dela. Aquela rendição o excitou. Gina não era uma mulher que abrisse mão do controle facilmente. Entretanto, nas duas vezes em que ele a abraçara, tinha conseguido fazê-la se render. Com gentileza, de súbito percebeu-se cien­te de que a raiva havia esvaíra de seu corpo e sua boca. Era a gentileza que a seduzia, enquanto a força encon­traria apenas uma força contrária. Agora ele não queria pensar... nem por um momento. Queria apenas se per­der naquele corpo suave, no aroma delicioso que ema­nava dela, e no sabor ardente da boca maravilhosa. Tudo isso fazia parte da sedução feminina, apenas intensifica­da pela rendição de Gina.


Ela sentiu o peso de seus próprios membros, a pulsa­ção insistente entre as coxas, antes que os músculos relaxassem. Correspondeu ao beijo com paixão, desejando mais daquela mágica que a dança gentil de línguas e den­tes proporcionava. As mãos másculas começaram a ex­plorar seu corpo, sentindo-a por sobre o tecido macio. Ao senti-lo abrir o zíper estreito que corria de seu pescoço até a cintura, Gina se forçou a protestar:


—   Não... — As palavras saíram com a respiração ofegante quando os dedos dele deslizaram ao longo de sua pele.


Harry lhe segurou os cabelos em uma das mãos, inclinando-lhe a cabeça para trás, de modo que seus olhares se encontrassem novamente.


—   Preciso tocar você. — Observando-a, ele desli­zou os dedos sobre os seios, pausando brevemente em um dos mamilos enrijecidos, antes de descer a mão para o abdome reto e trêmulo. — Um dia, vou tocar você inteirinha — murmurou. — Centímetro por centímetro. Vou sentir sua pele esquentar sob as mi­nhas mãos. — Os dedos retornaram aos seios de Gina, arrepiando-lhe a pele no caminho. — Vou observar seu rosto quando fizer amor com você.


Abaixando-se, ele lhe tocou os lábios com os seus novamente, saboreando a respiração entrecortada de Gina em sua boca. Muito lentamente, subiu o zíper, deixando seus dedos roçarem ao longo da pele delica­da. Posicionou as mãos nas costas dela até que os cor­pos de ambos se unissem de novo.


—   Beije-me, Gina. — Ele roçou o nariz contra o dela. — Beije de verdade.


Com o corpo formigando pelos toques de Harry, excitada pelas palavras sussurradas, ela o beijou. Sua língua procurou a dele, sedenta pelos sabores que já se haviam infiltrado nela. Ele esperou pelas exigências de Gina, pela excitação, sentindo-as crescer enquanto o corpo dela ficava tenso contra o seu. Com um gemido de prazer, Gina entrelaçou os dedos nos cabelos dele, querendo trazê-lo para mais perto. Quando Harry soube que seu controle estava no fim, a afastou. Conhecera mais sobre ela, mas não o bastante. Ainda não. E não esqueceria que tinha algumas contas a acer­tar com Gina.


—   Quando eu estiver diante da câmera, é o seu jogo, as suas regras. — Ele lhe segurou o queixo na mão, perguntando-se quantas vezes seria capaz de se afastar dela quando seu corpo estava doendo de vontade de tocá-la. — Quando não — continuou —, as regras são minhas.


Gina respirou profundamente.


—   Eu não faço jogos.


Harry sorriu, deslizando a ponta do dedo sobre a boca inchada de Gina.


—     Todos fazem — corrigiu ele. — Alguns fazem disso uma carreira, e nem todos estão num campo de beisebol. — Abaixando a mão, deu um passo atrás. — Nós dois temos um trabalho a fazer. Talvez não estejamos muito empolgados com isso no momento, mas tenho a impressão de que não vai fazer muita di­ferença em quão bem você trabalha.


—     Não — concordou Gina brevemente. — Não vai. Posso detestá-lo e ainda assim fazê-lo parecer magnífico na tela.


Ele sorriu.


—   Ou me fazer parecer um tolo, se isso for conve­niente para você.


 


Gina não pôde evitar um pequeno sorriso.


—     Você é muito perspicaz.


—     Mas você não vai fazer isso porque é profissio­nal. Qualquer coisa que aconteça entre nós pessoalmen­te não vai mudar seu modo de dirigir o comercial.


—     Farei o meu trabalho — declarou Gina quando o rodeou. — E nada vai nos acontecer pessoalmente. — Ela olhou para cima quando uma amigável mão repousou sobre seu ombro.


—     Suponho que teremos de esperar para ver quanto a isso. — Harry lhe deu um outro sorriso ami­gável. — Você já comeu?


Gina franziu o cenho, desconfiada.


—   Não.


Ele lhe apertou o ombro de maneira fraternal.


—   Vou pegar um prato para você.

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