Capítulo 20
A Verdade
Syndia estava sentada na cama da mãe quando a curandeira responsável pelo cuidado de seus pais entrou no quarto.
- Boa noite, Srta. Vechten.
- Boa noite, Srta. Johnson.
Embora se tenha mostrado surpresa ao ver Draco no quarto, Angelina Johnson nada disse. Pediu apenas que Syndia se afastasse da cama para efetuar seus feitiços a fim de verificar os pontos vitais dos seus pacientes.
Syndia sentiu-se um pouco ansiosa ao afastar-se da cama, mas quando Draco passou o braço por sua cintura e lhe deu um leve sorriso, acalmou-se.
- Como eles estão? – ela perguntou, embora Angelina não tivesse terminado seus exames.
- Espere ela terminar os exames, Syn – Draco disse baixo. Ele vislumbrou a sombra de um sorriso nos lábios da ex-colega de escola. Mordeu a língua para não dizer nada deseducado, afinal não iria discutir com a Johnson enquanto a situação estivesse tão delicada, principalmente para Syndia.
Demorou ainda cinco minutos para Angelina virar-se para o casal que a encarava de pé. Seus olhos demoraram-se um pouco mais no braço de Draco envolto na cintura de Syndia. Com certeza ela achava a situação singular.
- Eles vão ficar bem, Srta. Vechten. Acho que sua mãe acordará amanhã, ao fim do dia, mas seu pai ainda não apresentou muitas melhoras. Como eu já disse, ele foi o que sofreu maior dano.
- Você acha que ele... Que eles vão ter alguma seqüela?
- Somente quando acordarem para sabermos.
Syndia suspirou, aconchegando-se um pouco em Draco.
- Srta. Vechten, por que não vai para casa? A senhorita está aqui desde a madrugada. Vá para casa, tome um banho, coma alguma coisa e procure dormir. Se algo mudar, avisaremos.
- Não, eu quero ficar.
Como se quisesse mostrar que não sentira os efeitos da vigília, Syndia endireitou o corpo, não demonstrando o cansaço que sentia. E por estar concentrada em olhar os pais não percebeu Draco e Angelina trocando um olhar sério. Mesmo não sendo amigos, Draco entendeu o que a mulher quis dizer. Ficando de costas para Angelina, falou:
- Syn, vá para casa. Ao menos para comer alguma coisa e tomar banho.
- Não, Draco, eu quero ficar aqui.
- Mas não vai adiantar nada você estar aqui. A Johnson disse que eles estão melhorando, e sua mãe deve acordar amanhã, também.
- Não, eu...
- Apenas um banho, então. Vai te descansar. Eu vou com você.
Syndia mordeu o lábio, pensando. Sabia que eles tinham razão, mas deixar o hospital parecia ser falta de consideração com os pais. Eles precisavam dela, de sua presença. Sabia disso. Porém, também era irracional estar ali sem comer nada decente ou morrendo de cansaço.
- Tudo bem. Mas vai ser rápido – decidiu, por fim.
Com isso, ambos foram embora, porém não sem antes Angelina prometer a Syndia de que, caso algo mudasse nesses minutos, eles não esperariam que ela retornasse; dariam um jeito de avisá-la o mais rápido possível. Com essa promessa, Syndia foi para sua casa, Draco a acompanhando.
Ele subiu junto de Syndia, esperando ela no quarto enquanto a moça tomava um banho. No entanto, achou melhor ver se havia algo para ela comer. Vinte minutos depois, voltou com um sanduíche e um copo de suco que encontrara na geladeira.
- Syn, eu trouxe para você comer, já que falaram que você não havia comido nada.
Assim que entrou no quarto, entretanto, Draco colocou a refeição de lado. Syndia havia deitado na cama, porém não como quisesse realmente dormir, uma vez que deitara aos pés da mesma. Talvez pensara que descansaria por apenas quinze minutos antes de voltar ao hospital. Mas, vendo o rosto cansado da moça, Draco percebeu que aquele sono ainda duraria algumas horas. Com isso, ajeitou-a melhor na cama cuidadosamente e colocou um cobertor por cima. E, sem nem pensar, deitou-se ao lado dela. Syndia nem acordou, nem mesmo quando se ajeitou melhor a Draco, abraçando-o.
Embora estivesse cansada, acordou cedo no dia seguinte. Ainda sonolenta, arrumou-se e desceu para a cozinha. Contudo, não pode deixar de parar à porta ao vislumbrar Draco apanhando de seu fogão. Ele tentava acender o fogo, porém não obtivera sucesso, e Syndia duvidava que o tivesse, uma vez que era um eletrodoméstico trouxa.
- Algum problema, Draco? – ela perguntou, sorrindo.
- Como se acende isso?
Rindo, Syndia acendeu o fogo e colocou água para ferver para fazer o chá.
- Por que você tem um fogão trouxa em sua casa? – Draco perguntou como se fosse culpa de Syndia o seu insucesso.
- Porque ele é mais prático – ela deu de ombros.
Mesmo com pressa, preparou a mesa do café da manhã com torradas e geléia. Foi ver a água em seguida, mas ela nem começara a ferver. Suspirando, pegou a varinha, fazendo um rápido aceno para a água começar a ferver. Apenas o fogão, demoraria. Guardou a varinha e se virou para pegar as ervas a fim de fazer o chá, as quais estavam na parte inferior de seu armário. Mas, quando se levantou após abaixar-se, sentiu uma forte tontura, só não caindo por Draco tê-la amparado, segurando-a pelos ombros.
- Ei, acalme-se.
Syndia olhou para ele e em seguida suspirou mais uma vez, encostando-se ao armário e passando a mão pelo rosto cansadamente.
- Eu só quero ir logo para o hospital.
- Eu sei. Mas você também precisa comer algo. Não vai parar em pé se continuar tão preocupada com seus pais a ponto de esquecer-se de si mesma.
Respirando fundo, Syndia encarou Draco e sorriu sem graça como se fosse uma criança pega numa leve travessura.
- Tudo bem. Vou preparar o chá.
- Eu mesmo prepararia se soubesse como fazer isso – riu Draco.
- É só ferver água e depois colocar as ervas e esperar um pouco – replicou Syndia enquanto o fazia.
- Eu nem consegui ferver a água, ou você não percebeu?
Syndia riu. Assim que terminou o chá, levou a bebida até a mesa, mas Draco não permitiu que ela se sentasse. Tão logo ela se livrou do bule quente, virou-a para si e passou seus braços em volta da cintura de Syndia, beijando-a com paixão. Ela correspondeu ao beijo sem pestanejar, elevando seus braços e envolvendo o pescoço de Draco. O beijo durou até que respirar fosse necessário.
Separaram-se apenas alguns centímetros e ofegantes. Syndia abriu seus olhos devagar e encarou Draco, sentindo-se um pouco mole.
- O que vem a ser isso? – perguntou. – Não que eu esteja achando ruim – ela riu –, mas tão...tão intenso...
- Eu ainda estou aproveitando o que não consegui admitir a você ontem à noite – Draco falou encarando os lábios de Syndia. Não conseguiria olhá-la nos olhos. – E percebi que beijar você era tudo o que eu queria quando acordei, só que não tive a oportunidade. Então a criei.
Syndia apenas sorriu e passou os dedos pelo rosto de Draco, o qual lhe deu um beijo suave e então a soltou.
- A que horas você vai ao Ministério? – Syndia perguntou quando começaram a comer.
- Assim que terminar de me arrumar. – Ele pareceu pensar, então perguntou: – Você quer que eu vá com você ao hospital?
- Não precisa. Estou mais calma, hoje, e tenho a esperança que minha mãe acorde. Além disso, preciso passar no banco para dizer que hoje não vou trabalhar. Sei que Gui o fará, mas é melhor eu ir e dizer por mim mesma.
Eles terminaram de comer e deixaram a casa. Seguiram para uma rua sem saída a duas quadras dali e se despediram antes de aparatarem.
Syndia foi até o hospital, mas não tinham nada de novo a informar-lhe. Durante a noite, seus pais tinham mostrado que melhorariam logo e Angelina reafirmou que provavelmente Lyx acordaria ainda àquele dia. Portanto, um pouco antes da hora do almoço, Syndia foi até o banco Gringotes, pois precisava informar a Kito o que acontecera e que não trabalharia naquele dia.
Seu chefe não foi problema, uma vez que os relatórios que Syndia entregou sobre Starta não eram satisfatórios a ponto de pensar em estratégias para procurar algo mais na cidade. Mas o duende foi bem firme ao dizer que a moça deveria ir na quarta-feira, quando lhe daria um novo trabalho. Com isso, ela saiu do banco e estava pensando em comer algo rapidamente no Caldeirão Furado, quando topou com Luna no Beco Diagonal.
Desde o casamento de Ron e Hermione que ela não via a amiga. E embora quisesse voltar logo ao hospital, foi impossível não parar para ao menos cumprimentá-la.
Educadamente, Luna perguntou da saúde dos pais de Syndia, que passou o que Angelina havia dito.
- Ah, é Angelina quem está cuidando de seus pais? Bem, não fui amiga dela em Hogwarts, mas Gina sempre falou bem dela.
- Sim, ela está cuidando muito bem dos meus pais.
- E Starta? Conseguiu algo da cidade fantasma, mesmo com os pergaminhos desaparecidos?
- Na verdade, conseguimos, sim, encontrar algumas informações e até fomos à cidade. Mas não havia tesouro.
- Vocês encontraram informações? – perguntou Luna, espantada. – Mas, como, se os pergaminhos da história da cidade estavam desaparecidos?
- Como você sabe que estavam desaparecidos?
- Bem, é que dizem que alguém da Ordem de Starta, um tipo de conselho que controlava a cidade, os traiu. Então, essa pessoa pegou os pergaminhos e sumiu com o que conseguiu.
- Como você sabe disso tudo, Luna? – estranhou Syndia, pois ela apenas sabia dos pergaminhos desaparecidos por ter sido seu avô quem os guardava. Já Shady fazer parte da Ordem de Starta, aí já era algo totalmente infundado. Talvez ele deva ter encontrado esses papéis, ou alguém dado a ele...
A moça deu de ombros.
- Eu gosto de pesquisar essas coisas, mas sobre o traidor foi meu pai quem descobriu em uma de suas viagens. Ele disse que o traidor era daqui da Inglaterra e que morava numa mansão em Londres. Mas nunca soubemos quem era. Provavelmente deve ter sido morto.
- Bem, independentemente do futuro ou passado desse traidor, não podemos fazer mais nada. O único lugar que poderia existir alguma coisa naquela cidade é totalmente impenetrável. Eu e Gui tentamos de tudo, mas nada deu certo.
- Então não se esqueça de que, caso consiga algo, me diga. Seria interessante publicar uma história desse tipo n’O Pasquim.
- Claro – sorriu Syndia. – Até mais, Luna.
- Até, Syndia. E melhoras aos seus pais.
- Obrigada.
Finalmente, antes de o sol se pôr completamente, Lyx acordou. Syndia estava ao seu lado, e embora a mãe parecesse desnorteada, logo perguntava da filha e Oren.
- Estou aqui, mamãe – Syndia respondeu aliviada –, e o papai está ao seu lado.
- Oren?
- Ele ainda não acordou. Parece que sofreu mais o que quer que tenha acontecido a vocês. Espere, vou chamar a curandeira.
Rapidamente Angelina fez alguns exames em Lyx quando chegou ao quarto, constatando que a mulher sofrera apenas um dano físico intenso, mas nada cerebral. E embora Lyx precisasse descansar, não conseguiu fugir das perguntas da moça.
Porém nada foi dito. Lyx apenas falou que algumas pessoas entraram em sua casa, provavelmente assaltantes, e como não encontraram o que queriam torturaram a ela e ao marido. Angelina preferiu acreditar, mas disse à Lyx que teria que chamar Harry e Rony, pois eram eles quem cuidavam desse caso. Depois, deixou mãe e filha a sós.
- Estou tão feliz que você esteja acordada, mamãe! – sorriu Syndia. – Fiquei tão preocupada.
- Eu estou bem, querida. Mas você está horrível, Syn.
- Não estou horrível – resmungou.
Lyx suspirou, fechando os olhos.
- Você está bem? Algo doendo? – Syndia preocupou-se.
- Estou bem. Eu apenas preciso pensar sobre o que aconteceu.
- Mamãe...
- Agora não, Syndia – Lyx falou firmemente. – Amanhã, querida.
- Tudo bem.
Syndia permaneceu ao lado da mãe, mesmo ela tendo adormecido em seguida. Cogitou ir até a lanchonete comer algo, mas achou melhor não. Lyx acordou novamente algumas horas depois e viu a filha na mesma posição de antes.
- Ainda aqui? Não me admira que seu rosto esteja tão cansado.
- Estou bem. Mas estou seriamente pensando em ir para casa tomar um banho rápido. Fiquei aqui o dia todo. Gui veio ver vocês, mais cedo. E também Draco.
- Você ainda está saindo com Draco Malfoy?
- Sim, por quê? – Syndia estranhou o tom de voz de sua mãe. Ela sempre apoiou seu relacionamento com Draco, afinal, fora justamente Lyx quem iniciara tudo isso quando o convidara para o aniversário da filha.
- Eu não sei, você disse que não gostava dele, só me pergunto por que continua com ele.
Syndia sorriu. Mas o que quer que fosse dizer teve que ser esquecido, pois um curandeiro apareceu no quarto, fazendo os feitiços de praxe para verificar tanto Lyx quanto Oren.
- Como está meu marido?
- Está bem, senhora. Logo deve estar acordando também.
Lyx respirou profundamente, mostrando alívio.
- Senhora, há dois aurores do lado de fora.
- Eu não quero falar com ninguém – Lyx retrucou.
- São Harry e Rony? – Syndia perguntou.
- Sim.
- Mamãe, está tudo bem. Harry e Rony são amigos. Eles não forçarão nada. Só querem saber alguma coisa.
- Eu estou cansada – resmungou Lyx.
- Tudo bem, Sra. Vechten – falou o curandeiro. – Mas eles terão que vir amanhã, pois a senhora estará melhor.
Lyx apenas meneou a cabeça afirmativamente ao que o curandeiro saiu em seguida.
- Por que isso, mamãe? Até parece que você não quer contar o que houve!
- Syndia, por favor. Eu pedi amanhã. Preciso organizar meus pensamentos.
- Tudo bem. Amanhã bem cedo venho aqui. Consegui dispensa no Gringotes até amanhã mesmo...
- Que bom. Agora, querida, por favor, vá para casa. Ela ainda continua protegida com feitiços, não?
- Claro que sim. Eu deveria temer alguma coisa?
- Não sei, Syndia. Não sei.
- Mamãe, por favor...
- Amanhã você terá suas respostas, Syndia. – Lyx suspirou e fechou os olhos.
Quando Draco chegou na casa de Syndia – a moça enviara-lhe uma coruja dizendo que sua mãe acordara e pedindo para ele ir até sua casa –, viu que havia algo errado com ela. Ele percebera tanto pelas feições de Syndia quanto por ela não ter retribuído o beijo como sempre fazia.
Eles estavam deitados no sofá da sala, Syndia tomando uma xícara de chá enquanto Draco preferia uma taça de vinho. Ela, quieta, aproveitava o carinho que Draco fazia em seus cabelos, muito embora sua cabeça estivesse um pouco longe.
- Você vai me contar o que está acontecendo? – ele perguntou depois de um tempo de longo silêncio.
- Se eu soubesse o que está acontecendo, te contaria com prazer – ela suspirou.
Draco ergueu-se levemente, pois queria olhar para o rosto de Syndia. Ela, sendo pega desprevenida pelo movimento, agitou o braço mais do que deveria e bateu o cotovelo na taça de vinho, derramando a bebida na camisa de Draco.
- Merda!
Syndia riu ao ouvir o palavrão. Suas mãos começaram a tirar a camisa de Draco apressadamente.
- Dê-me ela. Vou limpar para você.
- Você é boa com feitiços domésticos?
- Draco, se eu não fosse boa nisso, você acha que minha casa seria tão organizada assim? Eu moro sozinha e não tenho elfos domésticos. – Ela pegou a camisa e apontou sua varinha para onde estava a mancha. - Minha mãe bem que queria me enviar a Lillu, mas eu disse não. Eleonora vem muito aqui em casa.
- Você viver numa vizinhança trouxa dá nisso. Não tem como possuir elfos, limita-se em feitiços...
- Eu gosto daqui. – Syndia deu de ombros.
Depois disso, concentrou-se no que fazia. Draco a observou quieto por alguns minutos.
- Pronto. – Ela mostrou-lhe a camisa inteiramente branca.
- Pois é, você é boa nisso.
- Eu disse que sim – ela respondeu presunçosa, no entanto, Draco também percebeu que havia algo errado com a animação dela.
Não se importando em colocar a camisa de volta, Draco ergueu a mão e fez um leve carinho no rosto de Syndia.
- Você vai volta ao hospital hoje? – perguntou.
- Não. Minha mãe me expulsou de lá.
- Como?
Syndia rolou os olhos, aborrecida.
- Ela disse que queria pensar em algumas coisas. Não sei o que minha presença influenciaria, mas ela não me quis lá. Ela estava estranha...
- Ela só devia estar um pouco desnorteada. Foi muito tempo dormindo, Syndia.
- Pode ser.
Sentindo a mão de Draco fazendo uma carícia reconfortante em seu braço, Syndia virou-se para encará-lo e sorriu. O sorriso não saiu de seu rosto enquanto o assistia fazendo-lhe carinho nos cabelos. Draco então se incomodou ao ver o olhar dela tão enternecido.
- Que foi? Por que você está me olhando assim?
- Você mudou. Não que eu esteja reclamando, mas... Mudou.
- Eu não mudei. Continuo o mesmo, Syndia.
Um pouco aborrecido, pegou a camisa que estava no chão, mas antes que a vestisse, Syndia segurou-lhe as mãos.
- O que foi?
- Nada.
- Draco...
- Só não diga essas coisas ao seu amiguinho Weasley, ok? – falou um pouco irritado e a encarando.
- Por que não? Gui adoraria saber que você mudou. Não é mais um “biltre arrogante”.
- Ele dizia isso de mim? – ele perguntou indiferentemente.
- Ele, sim. Já o irmão dele, Rony, e o Harry diziam coisas piores – ela falou tentando conter um sorriso.
- Aposto que sim – Draco falou com desprezo. - O Potter Perfeito e o Weasley Bobão.
Levantando-se do sofá, pegou a taça de vinho e a garrafa que estavam em cima da mesa e dirigiu-se à cozinha. Syndia sorriu e foi atrás dele, a camisa de Draco em suas mãos.
- Ei – ela o chamou quando o encontro na cozinha. – Se eu levasse em consideração tudo o que eles falam de você, você nem estaria aqui hoje, Draco. Agora coloque sua camisa.
- Te incomoda me ver assim?
Syndia rolou os olhos e sorriu. Abriu a camisa, ajudando-o a vesti-la. Quando foi ajeitá-la nos ombros de Draco, entretanto, parou.
- O que é isso? – ela perguntou, curiosa, passando seu dedo indicador por sobre uma pequena marca que Draco tinha no ombro direito. – Não havia reparado nessa marca antes. É alguma cicatriz?
- Não. – Draco deu um sorriso torto. – Como você não reparou antes se essa não é a primeira vez que me vê sem camisa?
- Das outras vezes que você estava sem camisa, eu estava mais preocupada em olhar para outras coisas, não para seu ombro.
- Hum... Quer dizer que apenas uma parte de meu corpo te interessa?
- Com certeza...
- E eu posso saber qual parte é essa? – Draco perguntou virando-se para encarar Syndia.
Ela sorriu e deslizou sua mão a partir do pescoço de Draco, para baixo, logo parando no peito dele.
- Essa é a parte do seu corpo que mais me interessa, Draco - ela falou com um sorriso simples. - Seu coração.
Intensamente, Draco retribuiu o olhar de Syndia. Sentia que seu coração batia um pouco mais rápido, então tratou de tirar a mão da moça de lá. Por mais que soubesse que o que sentia por Syndia era muito mais que atração física e uma simples consideração, ainda não estava pronto para admitir. Nem para si mesmo.
Fechando os olhos, respirou profundamente antes de falar:
- Você está cansada. Não é melhor tomar banho e dormir?
- Tudo bem. Quem sabe não consigo tirar essas coisas que estão em minha cabeça.
- Syndia, sua mãe ficará bem. Como eu disse, ela só deve estar desnorteada. Quer colocar os pensamentos em ordem. Pare de ser tão preocupada com algo que não é necessário, ok?
- Estou me preocupando com meus pais, Draco – Syndia irritou-se, soltando-se dele e cruzando os braços. – E não acho que isso seja desnecessário.
A vontade de Draco foi de dar uma resposta deseducada, uma autodefesa que sempre o cercaria, ou simplesmente a arrogância que adquirira por ser criado por Lúcio. No entanto, ele estava tentando ser uma nova pessoa para Syndia. E isso ainda estava sendo difícil para ele.
- Não foi isso que quis dizer – ele resmungou. – Olha, Syndia, eu entendo sua preocupação e estou tentando te ajudar a passar por isso. Só que não sou um expert em empatia, sabe? Faço o possível, mas se não é bom o bastante, sinto muito – completou um pouco amargo.
- Não jogue a culpa de você ser arrogante em cima de mim, Draco.
- Claro, não é culpa sua, é culpa do imbecil do meu pai, que por sorte está morto – ele retorquiu friamente.
Ficaram se olhando por alguns segundos, até que Syndia fechou os olhos e suspirou, meneando a cabeça. Por que raios eles estavam brigando?
Draco quis se chutar.
- Desculpe – ele falou, parecendo sincero. – Isso tudo é muito novo pra mim, Syndia e... E por mais que eu tente, ainda há uma parte de mim que só quer que eu me afaste. Durante toda a minha vida eu fui ensinado a não me envolver sentimentalmente com as pessoas. É difícil afirmar que eu não... não consigo lidar com alguma coisa que sempre menosprezei.
Syndia o olhou, enternecida, e permitiu-se um leve sorriso.
- Se a Johnson está otimista com sua mãe, por que você está tão preocupada? – ele perguntou por fim.
- Eu sei que ela está fisicamente bem, Draco, mas... Não sei. Conheço minha mãe muito bem para pensar que ela está apenas desnorteada. Ela está... Acho que receosa é a palavra certa. Ou medo. Ela disse que foram assaltantes que entraram na casa deles, mas sei que tem algo mais. E ela também perguntou sobre os feitiços que cercam minha casa.
- Como assim? Ela pensa que eles podem vir aqui?
- Se eu não a conhecesse, diria que foi apenas uma preocupação pós-trauma, mas... Não sei – frustrou-se. – E como se não bastasse todo esse problema pessoal, eu me encontrei com a Luna hoje de manhã.
- A Lovegood? O que ela te disse que a fez ficar frustrada?
Abotoando a camisa de Draco para ocupar-se com outra coisa que não os olhos dele, como se o que ela fosse dizer fosse algo insensato e não quisesse ver zombaria nos olhos cinza, Syndia falou:
- Lembra daquela investigação, no trabalho? O lugar que Gui e eu fomos visitar, depois do Natal? – Draco apenas fez um sinal afirmativo com a cabeça em resposta. – Então... Parece que tem algo mais nisso também, mas não consigo entender o que é. Eu consegui uns papéis que meu avô guardava no sótão da casa dos meus pais. Dei apenas uma olhada por cima, mas é realmente sobre a cidade de Starta, onde Gui e eu fomos. Uma cidade fantasma. Só que parece ter segredos demais.
Syndia parou de falar, respirando fundo, seu olhar longe.
- O que mais você está pensando, Syndia?
- Pode ser loucura da minha parte, Draco, mas acho que tudo isso está conectado.
- Conectado como? O que o ataque aos seus pais...
- É que meu avô guardava documentos sobre essa cidade, entende? E eles ficavam no sótão da casa dos meus pais.
- Syndia, isso não tem nada a ver.
- Será que não, Draco? – retorquiu, sua frustração quase virando desespero. – No início, quando comecei a cogitar essa possibilidade, achei que não tinham nada a ver, mas, depois, sinto que tem. A Luna disse que houve um traidor que fazia parte do conselho dessa cidade, Starta. Então, por que meu avô estava com esses papéis? Será que ele fazia parte de tudo isso? E as pessoas que atacaram meus pais, será que eles não queriam esses papéis?
- E onde estão esses papéis?
- Aqui, comigo. Guardados dentro do meu guarda-roupa.
- Por que esse lugar?
Syndia sentiu suas bochechas corarem.
- Bem... É um lugar seguro, eu acho.
- E você acha que alguém vai roubar esses papéis – ele sorriu.
- Draco, não zombe de mim. É como eu disse, não sei por que estou pensando assim, só penso!
- Eu acho que você está viajando demais, se quer saber.
- OK, pense como quiser. Amanhã minha mãe irá falar o que aconteceu e então veremos quem está viajando.
Syndia parecia realmente irritada pela descrença de Draco. Ele, portanto, controlou o máximo que conseguiu seu sorriso e impediu que ela saísse da cozinha, como era sua intenção quando se soltou dele.
- Você acredita mesmo nessa teoria louca?
- Você diz isso por que não leu os pergaminhos, Draco! Nem o diário de meu avô!
- Então pegue esses papéis, vamos ler isso agora.
- Estão tudo em códigos.
- Códigos?
- Isso. Na verdade, uma linguagem diferente. Eu custei a entender alguma coisa. E isso me frustra tanto... Sinto-me como se estivesse deixando uma informação passar, uma importante! Sinto que tem algo mais nisso além do ataque aos meus pais. Luna vindo com essa história de traidor, os documentos de meu avô, o ataque aos meus pais. Ainda por cima, aquela cidade que me provocava calafrios com dois homens a protegendo de uma maneira estranha...
- Olhe, se você receia que alguém faça mal aos seus pais, que os ataque novamente, fique tranquila que isso não irá acontecer. O pessoal do hospital está de olho neles.
- Eu sei.
- Quanto a você surtar – Draco fez com que Syndia o encarasse. – Eu não quero que você fique inventando coisas, está bem? Apenas amanhã você terá alguma resposta quando falar com tua mãe. Procure dormir, você está precisando. Aproveite que sua mãe te expulsou do hospital.
- Tudo bem – Syndia suspirou. – Você vai ficar?
- Se você quiser.
Ela deu um meio sorriso para Draco.
- Sabe, até que você está fazendo bem o papel de alguém compreensivo. – Ela podia jurar que ele corou quando deu de ombros e sorriu ironicamente.
Assim que chegaram ao quarto de Syndia, logo se aconchegaram um nos braços do outro. No entanto, mesmo cansada, Syndia custou a dormir. Sua mente trabalhava freneticamente tentando achar uma ligação entre todas as questões que levantara para Draco, na cozinha. Era estranho que ela soubesse da existência dessa conexão, uma vez que os papéis que tinha sobre Starta, bem guardados em seu guarda-roupa, não diziam muita coisa por estarem numa linguagem desconhecidas. Ela distinguira apenas algumas por conterem traduções no diário de seu avô Shady. Mas o contexto ainda lhe era desconhecido.
Finalmente o cansaço venceu e ela adormeceu.
xxx
Lyx pensara bastante depois que Syndia a deixara até o momento em que vira a filha no dia seguinte. Sabia que haveria muitas coisas a serem ditas e explicadas, assim como também sabia que não seria fácil para Syndia entender e perdoá-la por seu silêncio. Contudo, não se arrependia por ter mantido tal silêncio por tanto tempo. Era a segurança e a felicidade de Syndia que estava em jogo, e nunca tiraria a tranquilidade de sua menina com histórias que ela tinha tido a esperança de terem se perdido.
Quando Syndia chegou e perguntou como sua mãe acordara, Lyx dissera que bem, que essa manhã estava mais lúcida e certa de seus atos. Syndia não respondeu nada, embora tivesse estranhado. Lyx aproveitou o silêncio da filha e começou a dizer-lhe o que ocultara de Syndia até então.
- Você se lembra, quando tinha onze anos, de ter me perguntado o que significava essa marca que você tinha na base da coluna?
- Sim... É apenas uma mancha qualquer. Por que isso agora, mamãe? – Syndia não entendeu.
- Não é uma marca qualquer, Syndia. Ela é a razão por seu avô ter morrido e por pessoas terem aparecido em nossa casa ontem.
- Mamãe, do quê...
- Eu vou explicar, querida – a voz de Lyx era sofrida. – Seu avô sempre me educou, dizendo que a superioridade bruxa estava no sangue. Eu acreditava nele, afinal, como não poderia por ter crescido com algo tão intensamente pregado em minha educação? Para meu pai, o sangue ser puro era um privilégio, e manchá-lo com a ausência de magia era o maior dos pecados.
- Manchá-lo com ausência de magia, você quer dizer casar-se com um trouxa? Ter filhos com trouxas? – Syndia perguntou devagar. Não fazia idéia de onde sua mãe queria chegar.
- Isso. Mas também incluía relacionar-se com mestiços. Só que quando você nasceu, as crenças dele pareceram oscilar. Eu percebi isso. Na verdade, eu notei uma oscilação dele quando comecei a me relacionar com Oren. Seu pai é sangue-puro, não entenda errado. A situação é que eu percebi que ele gostou por eu ter escolhido me casar com um auror, embora ele quisesse mesmo que eu me casasse com um homem milionário.
- Mamãe, não entendo...
- Sim, eu sei, querida, mas estou chegando lá. Seu avô fazia parte de um grupo de pessoas que acreditavam piamente que a descendência bruxa deveria ser protegida com todo o rigor. Eles faziam parte de uma organização, cujos interesses eram buscar a superioridade bruxa.
- E... O que minha marca tem a ver com isso? Por que você disse que ela tinha algo a ver?
- Porque você, Syndia, é a escolhida para governar esse grupo de bruxos que querem a superioridade da pureza.
Por um momento, Syndia oscilou. Na verdade, pensou que sua mãe enlouquecera. Como seu avô, o doce e engraçado Shady Goldstein, poderia ser alguém tão preconceituoso? Ele nunca lhe dissera uma palavra sobre a ideologia de sangue-puro antes de morrer. Muito menos sua avó Glacière. Contudo, como as coisas poderiam, ainda assim, fazer algum sentido para Syndia?
- Mamãe, o que o vovô tem a ver com o ataque que você e o papai sofreram?
Lyx suspirou, cansada. Olhou para filha com cuidado ante de responder.
- Ele fazia parte dessa organização, como te disse, que estavam a espera de uma mulher que poderia tomar o lugar de deusa. E você foi marcada para ocupar esse espaço. Seu avô viu sua marca quando você nasceu, o olho de Hórus.
Syndia riu.
- Deusa? Olho de quem?
- Hórus. – Lyx suspirou. – É muita informação, Syndia.
- Bem, acho que temos o dia todo, não?
Lyx respirou fundo. Sim, tivera razão ao pensar que Syndia não seria fácil. Porém era exatamente por isso que admirava sua filha. Tudo o que ela ensaiara durante a noite na ausência da filha parecia uma fraca tentativa de se redimir. Mas ao menos ajudou para saber verdadeiramente o que diria a ela. Sem mentiras ou fatos ocultos dessa vez, no entanto.
- Houve um grupo de bruxos – Lyx começou, a voz suave –, há muito tempo, que pensavam em ser superiores às pessoas comuns. Esse grupo queria, de todas as maneiras, demonstrar esse poder, essa superioridade, então se reuniu e fundaram uma organização. Não havia nome, a princípio. Eles então procuraram um lugar para se reunirem, pesquisar e analisar todo o tipo de informações que poderiam conseguir para alcançar essa superioridade. No lugar que eles escolheram, formaram uma cidade. Essa cidade, embora escondida, existe até hoje. Não duvido que seja guardada fortemente, mesmo sem uma única alma morando lá. Os seus moradores saíram da cidade no começo do primeiro milênio cristão.
Syndia absorvia cada palavra que sua mãe dizia. Seu cérebro, de maneira alguma, querendo processar as informações e relacioná-las com o que a atormentara na noite anterior.
- Mas a elevação do sangue-puro não deu certo – Lyx continuou. – Houve falhas, o ritual não estava completo. Há pouco mais de dois séculos eles descobriram como finalizá-lo, porém não havia nascido a escolhida. A mulher que guiaria a todos na purificação mágica junto de seu companheiro. Seu avô foi chamado para fazer parte dessa organização. Ele tinha muitos recursos, então não foi difícil correr o mundo a procura da escolhida. Mas então você nasceu. Tão linda, pequena e frágil, mas marcada. Você tinha o olho de Hórus.
Syndia ofegou, levando a mão inconscientemente à base de sua coluna.
- Mas não tem formato de um olho – falou num sussurro.
- Tinha quando você nasceu. Agora é apenas um formato um pouco oval com um leve traço em volta. – Lyx suspirou. – Seu avô ficou louco quando viu. Mesmo tendo suas crenças de sangue-puro, os papéis prontos para iniciar o ritual de sua purificação, ele não tinha mais certeza se era isso mesmo que queria para você. Havia riscos. Houve mortes no passado. Ele estava com medo, pois te amou desde o momento em que olhou para você. Foi então que ele começou a procurar algum meio de que você não fosse necessária. Ele encontrou esse meio, mas mostrou-se falho.
- Quando foi isso? – Syndia perguntou num sussurro.
- Não sei com certeza, acho que há dez anos. Sua busca foi profunda, pois ele conseguiu até mesmo colocar Você-Sabe-Quem no meio disso tudo.
- O que...
- Meu pai não o quis, é claro, pois sabia de sua origem impura. Mas a Ordem foi quem deu a cartada final. No dia seguinte, houve um grande ataque e muitos guardiões foram mortos.
- Mamãe, um momento. Que ordem é essa? E guardiões?
- Os homens que faziam parte dessa organização que tinha Hórus como reverenciado chamavam-se guardiões, pois eles eram os guardadores da soberania bruxa. E Ordem é porque assim eles se autodenominavam: Ordem de Starta.
Syndia levantou-se da cama, suas pernas e mãos tremendo. Como isso tudo era possível? Depois de tanto tempo, ela finalmente estava tendo informações sobre a cidade fantasma que tanto pesquisara em seu trabalho? E informações nada bem-vindas, valia ressaltar. Como ela poderia estar ligada a essa cidade, a essa ordem estranha? Como seu avô poderia ser um desses guardiões que foram procurados até mesmo por Voldemort?
- Por que vocês foram atacados? – ela perguntou de repente, mas sem olhar para a mãe.
- Os guardiões queriam os papéis que seu avô roubara. Ele tinha conseguido encontrar os papéis do ritual que haviam sido perdidos há muito tempo. O ritual completo para te purificar e torná-la a deusa da cidade de Starta.
- Isso... Isso é insano! Como você me diz esse tipo de coisa? É completamente desvairado, horrível... repugnante! – Syndia não percebia que estava gritando.
- Querida, por favor, se acalme! – pediu Lyx, angustiada. Esticou sua mão, pedindo que a filha se aproximasse. Ela sentou-se na cama, mas continuava nervosa. – Eu sei que não mereço sua compreensão, Syndia, mas me perdoe. Eu deveria ter te protegido melhor ou então explicado de maneira mais suave, só que... Seu envolvimento com Draco Malfoy me assustou!
- Meu envolvimento... O quê? Como assustou, se foi você quem armou para ficarmos juntos no meu aniversário?
- Eu não sabia que ele fazia parte disso tudo. – Lyx tentou segurar seu desespero, mas ele começava a se mostrar em suas lágrimas. – Eu não sabia que Lúcio Malfoy havia criado o filho para fazer o que ele não fora capaz.
- Do que você está falando? – Syndia perguntou com a voz fraca.
- Foi a esposa de Lúcio que morreu dez anos atrás quando seu avô falhou na procura. Eles acharam que apenas uma mulher de sangue-puro seria o necessário e Lúcio ofereceu a própria esposa para o sacrifício, já que ele fazia parte da Ordem. Claro que ele ser pai do companheiro da deusa ajudou muito. – Depois de uma pausa, Lyx completou. – Draco também é marcado. Vocês nasceram para governar juntos.
- Não... Como você sabe de Draco?
- O pai dele disse na noite do ataque.
Por um breve momento, Syndia pensou que sua mãe estava apenas delirando. Lúcio Malfoy estava morto e enterrado. Ele nunca poderia estar no ataque de seus pais, nunca poderia dizer à sua mãe que ele era pai do companheiro da deusa.
Como se lesse os pensamentos da filha, Lyx suspirou.
- Lúcio Malfoy não está morto. Ele está vivo e disse que o filho não vai opor-se a nada. Eu ouvi a conversa que ele tinha com Alexander Malcom. Ele também faz parte da Ordem de Starta.
- Isso é impossível!
- Sinto muito, Syndia! Ah, querida, como eu gostaria que realmente fosse, mas não é, é a pura verdade! Alexander Malcom e Lúcio Malfoy estão juntos nisso. E Lúcio disse que Draco também.
- Draco não pode!
Lyx sentiu tristeza por sua filha, e as palavras de Lúcio e Alexander, que ela escutara enquanto era torturada por não encontrar os papéis de seu pai, pareceram voltar à sua memória...
- Você acha que Draco irá se opor, Lúcio? Ele está envolvido com Syndia Vechten.
- Eu o vi com ela – dissera Elliot. – Ele facilmente será convencido.
- Bem, se não for – completara Lúcio –, temos como fazer com que seja. Temos um trunfo, e Draco não será problema.
- “Draco não será problema”, foi isso que Lúcio disse – Lyx ecoou as palavras de sua mente.
Syndia não conseguia pensar em mais nada. Como Draco poderia estar no meio de toda essa bagunça, essa insanidade? Sim, ele tinha a concepção de que sangue-puro era superior aos mestiços ou nascidos trouxas. Mas, a esse ponto? Ele realmente seria capaz de aproveitar-se de alguém para fins sórdidos?
Se não fosse pelos conselhos de Gui durante o tempo em que ele lhe dissera para não se envolver com Draco Malfoy ou a antipatia que seus amigos sentiam sobre o rapaz, ela responderia facilmente essa pergunta: não, Draco não tinha relação alguma com tudo isso. Porém, tudo parecia tão confuso...
- Syndia – Lyx chamou, mas a filha não deu mostras de reagir. – Filha, por favor, diga alguma coisa! – implorou.
- Eu... Eu preciso ir. Tenho que pensar, eu...
- Syn...
- Eu vou ficar bem. Vou pra casa – falou monotonamente. – Venho mais tarde.
Então saiu do quarto, nem sequer reparando nos dois aurores que estavam a cinco metros dela e prestes a entrar no quarto com Angelina. Harry e Rony apenas se olharam antes de seguir a curandeira para dentro do quarto do casal Vechten. Agora era a vez de eles fazerem questionamentos a Lyx.
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NB: Você terminou... Assim... DE NOVO!!!! *respira, expira, respiiiiiiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... - Tem dó da sua Beta velha de guerra, Lív! Você quer que eu tenha um troço!!! =D - Uuuuaauuuu! Este foi esclarecedor! Tudo bem que eu estava meio grogue com a imagem de um Draco seminu passeando pelo capítulo, mas, mesmo assim consegui captar a complexidade da situação.
Pobre Syn! Além de tudo, novamente a fé dela em Draco será colocada à prova... - Por falar em Draco, boa tentativa Lív, mas eu não vou achar ele fofo! Nananinanão! Nem sendo todo compreensivo e "abraçante"... - ;D - Bom, nem vou colocar a chibata fora da gaveta. Porque você VAI escrever logo o próximo. Nem seja doida de tentar demorar ô.O -
Beijos muitos, Betinha! Parabéns pelo capítulo supimpa! To esperandooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!
N/A – Livinha: Eu sei que disse que este capítulo se chamaria “Estranha aliança” no capítulo passado, porém este capítulo se desenvolveu de tal maneira sem meu controle que acabou se estendendo e tive que cortar e, então, mudar o nome.
Eu espero sinceramente que todos tenham gostado deste capítulo! Muitas coisas ruins tornando a acontecer, o que praticamente é impossível não fazer quando a fic está em sua reta final e há o mistério e suspense em seu conteúdo. =D
E sim, estou conseguindo até minha Beta perder-se em pensamentos com um Draco seminu..hahahaha.. isso é algo que faz meu dia valer a pena, com certeza! Sei que estou contentando até mesmo os anti-Draco’s..rsrs..
E não, o próximo capítulo não demorará... E, ele sim, se chamará “Estranha Aliança” – e agora é certeza, uma vez que está quase terminado. =D
Um beijo especial à minha amada beta! Às vezes ausente, mas por força maior, porém sempre disposta. O que seria de mim sem você, hã? Amocê, mana!! *afofa e amassa de tanta saudade, porém um tiquinho diminuída apenas por ouvir sua voz de novo*
Beijos a todos que acompanham a fic, especialmente minha querida irmãzinha Kelly e meu adorado picolé Paty Black!! Adoro muitão!!
Até mais,
Livinha