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11. CAPÍTULO XI


Fic: Beijos de fogo


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CAPÍTULO XI
 
Sábado: Qualquer coisa pode acontecer em um casamento Potter
 
Harry, acorde! Está me ouvindo? — Gina olhou para o relógio, pulou da cama e tentou encontrar algum sinal do vestido no chão.
Normalmente odiava acordar cedo, e depois da noite repleta de eventos, não se sentia exatamente com a melhor das disposições. Que confusão. Estava atrasada. Ele estava atrasado. E onde diabos fora parar o vestido?
— Graças a Deus! Aqui está. — Depois de arrancá-lo de debaixo da cama, havia terminado de colocá-lo pela cabeça quando Harry começou a mover-se. Rápida, passou a mão pelos cabelos de forma a não parecer horrível na primeira manhã com o homem trazido pelo destino.
— Droga! — ele resmungou.
— Que bom! Estou feliz por constatar que também não é uma pessoa de hábitos matinais. A coincidência será muito útil no futuro. Odiaria saber que acorda cantarolando, comendo panquecas com geléia ou alimentando passarinhos. Ah, o destino!
— Do que está falando?
— Do amanhecer.
— Mas por quê? Não prefere dormir, em vez de discutir o começo do dia?
— Na verdade, adoraria dormir até a hora do almoço. Especialmente depois da noite passada.
— Oh, sim. — Sorrindo, cruzou os braços atrás da cabeça. — Ontem à noite. Tem certeza de que não quer voltar para cá e tentar alguns truques novos?
— Não posso. Tenho de me apresentar para o café da manhã comemorativo dentro de trinta minutos, e jamais conseguirei se deitar-me a seu lado. Onde estão meus sapatos? Lembra-se de onde os deixei?
— Na sala. Você os tirou quando decidiu seduzir-me. Esqueceu que acariciou minha perna com o pé?
— Eu... sim, acho que me lembro disso.
— Que bom.. Afinal, por que estamos acordados à esta hora?
— Já disse, Harry. O café da manhã. Todos nós, felizes integrantes do cortejo nupcial, participaremos de uma alegre refeição matinal para celebrar mais uma vez o casamento. E depois de ontem à noite... Meu Deus! Chegou a ver Storm dançando em cima do bolo, ou Genevieve cantando "Stop! In the Name of Love"?
— Está brincando, não é?
— Infelizmente não. Todos ficaram malucos ontem à noite. Luna e Zurik estavam rolando no chão da sala da suíte, Neill Potter invadiu a festa parecendo a criatura do Lago Negro, Storm saiu do bolo todo pintado de dourado, fez um strip-tease e ficou usando apenas um tapa-sexo, Gen, Viv e Nana imitaram as Supremes, e depois... bem, nós dois...
Sentia calor só por lembrar tudo que acontecera. Era excitante. Inquietante. Assustador. Era melhor sair dali antes que fizesse algo realmente perigoso.
— Por causa de tudo isso, por não poder estar aqui com você, ainda não, pelo menos, tenho de me apressar para chegar ao tal café da manhã. Receio sofrer as conseqüências do comportamento insano de Storm, e acho melhor estar lá para me defender de todas as acusações.
Harry bocejou.
— Tomar café com um bando de milionários azedos e de ressaca? Não, obrigado.
— Bem, pensando por esse ângulo... — Ela estendeu a mão. — Esperava poder contar com sua presença. Estou precisando de apoio.
— Bem, pensando por esse ângulo... — Sorriu. — Estarei lá. Até mais tarde.
— Até já. — Temendo mudar de idéia e atirar-se na cama com ele, Gina desceu a escada correndo, agarrou os sapatos e voltou ao quarto.
Harry a encarou com ar surpreso.
— Esqueceu alguma coisa?
— Eu... — Era estranho. — Queria dizer que... Bem, achei que devia saber...
— O que é?
— Harry, só quero que saiba que não vou para a cama com todos os homens que conheço, especialmente como... você sabe, como aconteceu aqui. Tomei o assunto em minhas mãos e... — Um rubor violento tingiu seu rosto. Tomei o assunto em minhas mãos. Havia mesmo dito isso?
— Gina, eu sei...
— Não, não sabe. Com aquela confusão dos rapazes andando nus pela suíte e tudo o mais, pode ter tirado conclusões erradas a meu respeito. — A última coisa que queria era que Harry pensasse ter sido apenas mais uma conquista, mas um nome no caderninho de bolso de Gina Weasley, a Mulher Escarlate.
— Gina, nunca pensei que você...
— O que quer que tenha ou não pensado, a verdade é que nunca tive mais que rápidas conversas com Storm e Zurik, e lamento tê-lo colocado nessa posição delicada. Agora as pessoas podem pensar que está envolvido com uma mulher que mantém dois noivos trancados em sua suíte. Sei que preza a honra e a dignidade, e não quero embaraçá-lo com meus atos.
— Não estou preocupado. Só precisamos dizer a verdade, e tudo estará resolvido.
— Sim, normalmente concordaria com você, mas se contar a Budge e Genevieve que Luna e eu os fizemos de tolos, eles retirarão o capital que investiram na Figo de Veludo.
— E esse dinheiro vale tantas mentiras?
— Harry! Já conversamos sobre isso ontem à noite. Tem idéia do que são setenta e três empregados? Dick, o fraudulento, Oliver, o dorminhoco, Gigi, a disléxica, Yvonne, a hipocondríaca, e ainda nem falei sobre Esmie, que precisa de seis meses de férias por ano para acompanhar a mãe doente em diversos cruzeiros e tirar a filha problemática da cadeia.
— Chega! Gina, eu me lembro de tudo que disse, mas ainda acho que tem de parar de permitir que as pessoas tirem proveito de sua generosidade. Já pensou que Ivan, Donald e todos os outros poderiam estar melhores se os deixasse cuidar de suas vidas?
— Não tenho tempo para discutir isso agora.
— Encare a realidade! Você é uma bisbilhoteira que usa essa mania de ajudar para envolver-se em assuntos que não são de sua conta. E nem consegue ajudar de verdade. Precisa pensar que...
— Agora não, Harry. Prometo que vou pensar em tudo que está dizendo, mas não agora. Preciso ir. Vejo você no restaurante, está bem? — Debruçou-se sobre a cama e beijou-o, tentando expressar com os lábios o que não conseguia explicar com palavras.
Você é meu destino, Harry. E pode estar certo sobre mim. Mais do que eu gostaria de admitir.
As palavras que não dissera em voz alta ecoaram em sua mente enquanto atravessava o gramado e, furtivamente, olhava em volta tentando certificar-se de que estava sozinha.
Você é meu destino, Harry. E talvez meu destino seja aprender a não ser tão necessária.
Mais tarde. Pensaria nisso mais tarde. Não agora, quando queria entregar-se às lembranças da noite anterior e tirar delas o entusiasmo necessário para enfrentar mais um dia em Lago Genebra.
Contendo um bocejo, decidiu entrar pela biblioteca, mantendo-se atenta aos madrugadores que poderia considerar estranho encontrá-la vagando pelos corredores no vestido que usara na noite anterior.
— Caminho livre — murmurou, atravessando a biblioteca escura. — Mais alguns passos e chegarei ao elevador.
Gina apertou o botão várias vezes, como se isso pudesse fazer o equipamento se mover mais depressa. Céus, estava exausta. E não tinha tempo para descansar agora. Dispunha apenas de alguns minutos para uma ducha rápida antes de apresentar-se para o estúpido café.
Ainda resmungava sobre um final de semanas cheio de compromissos quando ouviu vozes se aproximando na direção do restaurante. O som era inconfundível: Budge Potter. O pior cenário possível.
Gina esmurrou o botão.
— Chegue logo, carroça maldita!
Não conseguiria alcançar a escada antes de ser vista.
E não havia um único lugar onde pudesse esconder-se. O elevador era sua única esperança.
— Papai, quero ir alimentar os patos! — gritou uma voz fina e petulante. — Existem patos no lago. Eu vi. Dê-me pedaços de pão. Agora!
Os passos e as vozes soavam mais próximos. Quando Gina já começava a pensar em que desculpa daria para estar parada no corredor às sete da manhã usando um vestido de noite, as portas do elevador se abriram.
Aflita, atirou-se para dentro da cabine alguns segundos antes de Budge e a filha passarem falando sobre os patos.
— Escute, querida, deve haver um pedaço de pão velho na cozinha. Iremos buscá-lo e logo você estará alimentando os patos.
— Fico me perguntando se não seria melhor voltar e preveni-los — ela resmungou quando o elevador começou a subir. — Afinal, são cisnes, não patos, e podem ser perigosos. Uma criança dessa idade não deve aproximar-se muito das aves.
Mas a cabine havia parado, sinal de que chegara ao andar onde ficava sua suíte.
— Gina Weasley, deixe de pensar nos outros e preocupe-se mais com você — censurou-se. — Budge Potter é a pior pessoa que pode encontrar neste momento, e quer agarrá-lo pela manga do paletó e oferecer conselhos sobre segurança e educação?
Talvez fosse o cansaço. Ou talvez Harry estivesse certo. Era realmente uma bisbilhoteira e um fracasso no campo dos resgates.
Palavras a serem ponderadas.
Ao entrar na suíte, rezou para que ninguém houvesse acordado, pois assim poderia tomar banho e vestir-se com maior facilidade. Mas a esperança logo provou ser vã.
O lugar parecia uma casa de loucos. Zurik atravessou a sala para um lado, Storm para o outro, enquanto Luna saía da cozinha bocejando. Alguém pedira o café da manhã no quarto, e havia toalhas molhadas, pratos sujos e peças de roupa jogadas por todos os cantos. O cenário lembrava um filme de horror.
— Foi por isso que deixei uma cama quente no chalé Thistle?
— Não fale tão alto — Luna pediu irritada. Os cabelos normalmente encaracolados lembravam um ninho de palha, e ela segurava uma bolsa de gelo sobre a cabeça. — Fomos dormir muito tarde.
— Sim, eu sei. Vi você e seu amigo pintor rolando no chão ontem à noite. Creio que estavam ocupados demais para notar, mas Harry e eu entramos no meio da noite e fomos surpreendidos por aquela cena grotesca.
— O quê? Oh, não! Eu não percebi que estiveram aqui.
— Pois eu percebi você e Zurik. — Seguindo a sócia até o quarto, que parecia ainda pior que a sala, Gina sentiu que a voz ganhava volume e expressão. — Vi mais do que gostaria de recordar. E também vi mais do que gostaria do Garoto Cueca. Sabe que ele passou parte da noite anterior exibindo-se com um tapa-sexo de lamê dourado? Seu irmão fez um show de strip-tease, Luna!
— Sério? Mas... isso é estranho? Por que Storm faria tal coisa?
— É só isso que tem a dizer? — disparou, jogando no chão um pacote vazio de batatas fritas e duas latas amassadas de cerveja para poder sentar-se na beirada da cama. — Tenho me esforçado muito para colaborar com essa farsa dos noivos, deixando meus planos de lado e adiando pretensões, mentindo para Harry, e odiando cada minuto disso. E Storm estraga tudo saindo de um bolo no meio da despedida de solteiro de Cho, usando apenas um tapa-sexo sobre o corpo pintado de dourado! Lamento, minha amiga, mas acabou.
— Acabou? O que está dizendo?
— Acabou. Tudo.
— Hum?
— Luna, se olhar para mim com esse ar idiota mais uma vez, juro que jogarei você e seu irmão pela janela! — E respirou fundo. — Mande-o para casa, ouviu bem? Acabou. Ele tem de ir embora.
— Storm?
— Sim, Storm! Você pode ficar, por enquanto, mas é melhor ficar fora do meu caminho, porque não quero vê-la. Seu comportamento tem sido lamentável. Pior do que o do idiota do seu irmão, que já é horrível!
— Gina! — Luna exclamou surpresa. Mas Gina estava decidida.
— Oh, e Lu, para sua informação, Zurik também está de saída. — E voltou à sala, de onde passou ao outro dormitório. Furiosa, encostou o dedo indicador no peito do pintor e disparou: — Não quero nem saber se terminou o quadro, porque você vai sair daqui agora. Pegue suas coisas e desapareça!
— Não pode fazer isso. Eu...
Mas Gina já havia saído espirrando. Era estranho. Sentia-se triunfante!
— Talvez haja mesmo algum benefício em explodir de vez em quando.
Se todos gritavam quando estavam nervosos, por que não podia fazer o mesmo?
Depois de desmontar uma pilha de sapatos e roupas para encontrar sua mala, ignorando as lágrimas de Luna, Gina foi para o banheiro disposta a recuperar o controle.
O telefone em um dos quartos estava tocando, mas ela se recusou a atendê-lo. A sua volta, podia ouvir os sons dos falsos noivos se preparando para partirem, e o ruído era música em seus ouvidos.
Estava tão feliz que até cantou no chuveiro. "Embraceable You", o que a levou a lembrar os momentos que passara dançando com Harry. Teve a impressão de detectar um brilho novo em seus olhos quando parou diante do espelho.
— Talvez seja o brilho de quem encontrou e agarrou o próprio destino — disse sorrindo.
Depois de vestir uma camiseta simples e um jumper preto de corte reto, sentiu-se orgulhosa por ter conseguido colocar as coisas em seus devidos lugares no último momento.
A caminho do restaurante, decidiu que precisava reencontrar Harry o mais depressa possível. Queria contar a ele sobre como expulsara os falsos noivos e dissera algumas verdades a Luna. Ele ficaria impressionado.
Tudo ia muito bem, até que passou pela porta do salão e viu o pobre Dino. Ele estava encolhido perto da entrada, sozinho, olhando para as pessoas que desfilavam satisfeitas diante do bufe.
— Olá — disse ao vê-la, assumindo a aparência de um personagem retirado de um daqueles deprimentes filmes suecos.
Havia algo errado ali. Gina sempre imaginara Dino saindo de um filme glamouroso, daqueles nos quais as pessoas bebem champanhe em Monte Carlo e andam em carros luxuosos. Ele devia conjurar imagens de Cary Grant, não de Ingmar Bergman.
— Você parece péssimo — disse, fitando seu belo rosto com preocupação. Dino sempre se apresentava impecável, mas naquela manhã usava uma camisa amarrotada, e seus olhos estavam vermelhos e fundos, cercados por sombras escuras. — O que fez ontem à noite? Atirou-se na frente de um trem?
—Antes fosse. Estive na festa de despedida de solteiro.
— Sempre achei que esse tipo de festa acabava mal. Agora estou certa disso. Parece que metade dos seus convidados acabou ensopada, enquanto a outra metade se encharcava de álcool. Cho já o viu? Ela não vai ficar nada feliz.
— E quando é que Cho está feliz?
— Oh, Dino! — Olhando em volta para certificar-se de que ninguém da família Chang podia ouvi-los, murmurou: — Já falamos sobre isso antes, e por isso sabe qual é meu conselho. Se o casamento o deixa infeliz, então não devia continuar com esse circo.
— Gina?
— Sim? — Olhou para Dino, pensando que em algum momento do passado, estar perto dele teria sido suficiente para fazê-la tremer. Agora, sentia apenas pena dele. Que diferença fazia um encontro com o destino. Agora que sabia qual era seu lugar no mundo, e com quem, via Dino com uma nitidez impressionante. Ele era um homem doce, adorável, mas alguém que ainda precisava tomar uma importante decisão. — O que é?
— Gina...
— Sim?
— Atrás de você. Meu irmão... Harry está tentando lhe dizer alguma coisa.
— O quê? — Ela se virou. Harry estava do outro lado do restaurante, sua silhueta recortada pela luz do sol que se infiltrava pelos vitrais coloridos. Quando chegara não notara sua presença porque Budge e sua esposa, Candy-Wanda-Brenda, haviam estado entre ele e a porta, mas não sabia se o teria visto, mesmo com o caminho livre, porque estava muito preocupada com Dino. Mostrando os dentes numa careta ameaçadora, Harry parecia furioso. Com ela?
— Eu não fiz nada — comentou em voz alta Mas quando ele fez um sinal exagerado, entendeu perfeitamente. O velho gesto de passar o indicador pela frente do pescoço.
Harry não havia gostado de vê-la conversando com Dino.
Gina colocou as duas mãos na horizontal e passou uma por cima da outra duas vezes; realizando o gesto conhecido em todo o mundo como você não sabe o está dizendo.
Mas Harry persistiu. Diga a eles os lábios repetiam em movimentos silenciosos. A verdade. Chegou a hora.
Isso foi seguido por uma série de gestos bizarros cujo significado era claro para Gina. Ou era melhor do que pensava no jogo da mímica, ou a versão de Harry para Diga a essas pessoas que não está noiva nem vivendo em pecado com alguém e aproveite para deixar Dino em paz enquanto isso era muito bem feita Qualquer que fosse o caso... havia entendido a mensagem.
— Não posso __ respondeu em voz baixa, fingindo fechar um zíper sobre os lábios. Deus! Como se todos aqueles gestos não fossem suspeitos!
— Estamos enviando sinais? — Budge trovejou. — Onde está aquele seu noivo, Weasley? Preciso conversar com ele.
A mentira brotou de seus lábios com facilidade espantosa.
— Ele foi embora. Negócios.
Budge baixou as sobrancelhas e balançou a cabeça, virando-se para ir atormentar a vida de outro convidado qualquer.
Gina sabia que devia ter contado a verdade. Mas quando olhou em volta, viu Luna choramingando sobre o copo de suco de laranja, enchendo os ouvidos de Winnie Chang e lamentando a perda do amigo pintor; Genevieve e Anne, sua secretária, pareciam ter voltado a pé da Sibéria naquela manhã, e Dino continuava cercado por uma nuvem de infelicidade.
O padre que deveria estar abrindo oficialmente o café da manhã com uma prece pela felicidade dos noivos ainda não chegara, e Bianca e Neill não estavam no restaurante. Uma dama de honra e um padrinho desaparecidos. O que podia ser pior?
Não tinha o direito de tornar o panorama ainda mais confuso com um anúncio como o que pretendia fazer. Podia esperar por um momento mais oportuno. Não sabia se era realmente sua consciência social, aquela necessidade imperiosa de ver todo o mundo feliz, ou simplesmente covardia, mas sabia que tinha de adiar a confissão por mais algum tempo.
Tudo bem, sabia que Harry estava zangado, e preferia que não estivesse, mas não havia outra solução.
Resolveria o impasse mais tarde. Afinal, ele prometera esperar. No momento tinha algo mais importante a fazer.
Mordendo o lábio, olhou para Dino. Seu humor não havia melhorado nos últimos três segundos. — Escute, o que acha de nos sentarmos? O padre ainda não chegou, e dispomos de alguns minutos. Por que não me conta o que o está incomodando?
Ele não disse muito. Bebericando o café, falou sobre a revista e contou uma história confusa sobre Cho estar sempre atrás dele e Genevieve ter contratado alguém para segui-lo.
— Ela fez isso? Mandou alguém segui-lo?
Dino respondeu com outra pergunta.
— Já contei como fiquei noivo?
— Não.
— Cho cansou-se de esperar que eu a pedisse em casamento e simplesmente anunciou o noivado. O que poderia ter feito? Tive de confirmar tudo.
— Sabe de uma coisa? A experiência me ensinou que aceitar os planos de outra pessoa quando não concordamos com eles é uma péssima idéia. Temos de estar sempre do lado da honestidade.
— E só agora você diz isso?
Estou dizendo a mim mesma.
— Dino, sei que não é da minha conta, mas está apaixonado por alguém? Alguém que não seja Cho?
Estava pensando em Bianca e no bebê misterioso. Tinha um estranho pressentimento de que Dino não estaria confuso se não houvesse outra mulher em cena.
— Não direi nada a ninguém, mas você precisa reconhecer a verdade, nem que seja só para si mesmo. Existe outra pessoa?
— Sim. Talvez. Não tenho certeza.
Não gostava nada do som daquilo.
— Se não quer se casar com Cho, se não tem certeza absoluta do passo que vai dar, se não consegue imaginar-se dormindo e acordando ao lado dela pelo resto de sua vida, então não tem escolha, por mais que ela faça anúncios surpreendentes e inesperados. — Gina levantou-se, sentindo-se mais forte e determinada. Acabara de esclarecer para si mesma o que sentia por Harry. Dormir e acordar ao lado dele pelo resto da minha vida... Não era uma escolha. Era o que devia acontecer. — Se não tem essa certeza sobre Cho, é melhor acabar com tudo agora, enquanto ainda há tempo.
Dino gemeu e enterrou a cabeça entre as mãos.
— Vamos lá, não é tão terrível quanto parece. — E abaixou-se para cochichar em seu ouvido.,-— Aqui entre nós, acho que será muito mais fácil abandonar Cho no altar do que ter de encará-la todos os dias à mesa do café.
Dino reagiu com um misto de espanto e horror.
— Foi só uma brincadeira. — E abraçou-o, segura de que não sentia mesmo mais nada por ele além de uma forte e bela amizade. — De qualquer maneira, espero sinceramente que encontre a felicidade... seja com quem for.
— Obrigado.
Pela primeira vez, Dino Potter, o sonho de sua juventude, podia vê-la exatamente como era.
— Por nada — respondeu sorrindo.
Quase não percebeu Harry passando por ela, deixando o restaurante apressado. Mas aquela mesma consciência física, aquela familiar conexão que misturava química e karma, alertou-a sobre seus movimentos.
— Com licença, Dino, mas há algo que preciso resolver. — E saiu atrás de Harry, trocando a atmosfera tensa do restaurante pela luz clara do dia ensolarado e quente.
Quando o alcançou, ele atravessava o terraço para a ala oeste. Lá embaixo, perto do Folly, operários ajeitavam as cadeiras para a cerimônia daquela noite, e havia muita atividade e comoção.
— Parece que seu joelho melhorou — disse. — Além de não estar mancando, tive de correr para alcançá-lo.
— Foi o exercício. Ontem à noite fiz algumas horas de ginástica.
— É esse o nome que costuma usar para...
— Refiro-me ao mergulho do iate e às braçadas para alcançar a terra firme — ele cortou com tom seco.
— Entendo. Harry, por favor, não fique zangado comigo. Pretendo contar a todos sobre os falsos noivos assim que o casamento terminar. Prometo. Eu disse que não queria causar tumulto. Pensei que houvesse entendido minha posição.
— Não importa. Está metida nessa confusão porque permitiu que Luna, Zurik e Storm tirassem proveito de você. A verdade é que não passa de um capacho.
— Capacho? Mas eu... — começou, ansiosa para contar sobre como expulsara os dois rapazes da suíte naquela manhã.
— Não estaria aqui se houvesse mandado Cho para o inferno quando ela a convidou para ser dama de honra. Não gosta dela. Está apaixonada pelo noivo. É ridículo participar do cortejo.
— Apaixonada por Dino? Não pode estar falando sério!
Harry continuou andando com passos firmes, quase furiosos. O joelho machucado não suportaria toda aquela pressão.
— Não acha que pode voltar a sentir dores depois de todo esse exercício que está fazendo?
A pergunta o fez parar. Impaciente, ele a agarrou pelos ombros.
— Mesmo com sua vida mergulhada no caos, talvez por causa disso, continua tentando interferir nos assuntos de outras pessoas. Como Dino e o que quer que o tenha feito perder seu precioso sono de beleza! Quem se importa? Ele é capaz de resolver os próprios problemas. E se não for, os problemas continuam sendo dele, não? E agora meu joelho. Gina, vou lhe dizer uma coisa, e espero que preste muita atenção. Não quero mais nada com você enquanto não decidir parar de tentar ajudar os outros e começar a cuidar de si mesma!
— Ah, é? — respondeu irritada, apesar de Harry estar se afastando. — Quem pensa que é para dar-me conselhos, Sr. Bombeiro? Quem destruiu o próprio joelho salvando crianças indefesas e idosos frágeis? Quem pôs em risco a própria integridade física para carregar-me para longe do salão de baile, onde eu poderia ter sido humilhada e ridicularizada?
Ele não respondeu, e Gina não soube o que pensar.
Perturbada, impotente, furiosa, chutou o chão da varanda com a ponta do tênis.
— Ai! Ai!
Agora estava perturbada, impotente, furiosa e dolorida. Era tudo de que precisava.
Mancando, voltou ao hotel sem saber o que fazer. A necessidade de auxiliar outras pessoas era parte de sua natureza, e duvidava de que pudesse anulá-la, como Harry esperava que fizesse. Além do mais, considerava muito egoísmo da parte dele fazer esse tipo de exigência.
— Entendo sobre a necessidade de estabelecer limites, mas o que há de errado em ser útil? Só queria ajudar Dino. E por que o destino está fazendo isso comigo, colocando Harry no meu caminho para transformá-lo subitamente nesse maníaco obcecado e teimoso?
Estava atravessando o saguão para voltar ao restaurante, quando encontrou Anne Crumrh, a secretária de Genevieve Chang, que parecia apressada e aflita como sempre. Talvez mais. Anne era gentil e simpática, mas vivia ocupada com as exigências despóticas da patroa. Vendo-a tão agitada, Gina sentiu-se tentada. Oh, o que tinha a perder? Não havia mais ninguém para zangar-se com seu comportamento, havia?
— Anne, não quero ser indelicada ou inoportuna, mas há algo que posso fazer para ajudá-la?
— Sim. Irei ao casamento esta noite, e estou farta de usar estes vestidos escuros e sem graça. Ouvi Lilá Thorpe falando sobre as roupas que trouxe para cá, mercadoria que costuma vender através de catálogos e... bem, tive a impressão de que cria um estilo bem diferente e ousado. Tem alguma coisa que possa servir em mim?
— Uau! — Uma reforma? Bancar a fada-madrinha para a doce e dominada jovem que sonhava ser Cinderela por uma noite? — Sim, é claro que tenho! Venha comigo.
Enquanto conduzia Anne até sua suíte, Gina pensava em todas as opções de que dispunha para realçar a beleza tímida da secretária da Sra. Chang. Seria uma experiência divertida.
— E mostraremos a Harry Potter quem é incapaz de ajudar o próximo — resmungou.
— O que disse?
— Nada. — Sorriu. — Sabe de uma coisa, Anne? Tenho algumas coisas que ficarão encantadoras em você...

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