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18. Capítulo 18


Fic: Êxtase Mortal - Concluída


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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Capítulo 18
 
Andava pelo tapete macio do escritório elegantemente decorado da doutora Minerva com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa como um touro pronto para investir. 
- Não o entendo. Como é possível que não coincida seu perfil? Posso encerrá-lo por acusações menos graves. Esse bastardo tem jogado com os cérebros de outras pessoas, sentido prazer com isso.
- Não se trata de coincidências, Gina, sim de probabilidades.
Paciente e com expressão serena, Minerva se achava sentada em sua confortável poltrona adaptável ao corpo, bebendo um chá ao jasmim. Precisava daquilo, murmurou para si mesma. O ambiente estava carregado demais da frustração e energia que emanavam de Gina.
- Você tem sua confissão e provas de que ele experimentou introduzir influências por meio de ondas cerebrais individualizadas. E eu concordo que tem muitas perguntas a responder. Mas no que se refere à acusação de coação ao suicídio, não posso colaborar de um modo decisivo em sua suspeita, de acordo com minha avaliação. 
- Bem, isso é estupendo. - Gina se voltou. O tratamento de Reeanna e um cochilo de uma hora a tinham restaurado. Tinha a face rosada e os olhos brilhantes - Sem sua colaboração Lupin não engolirá o assunto, o que significa que o promotor também não o fará.
- Não posso ajustar meu relatório a seu gosto, Gina.
- Quem pediu que o fizesse? - levantou as mãos, depois voltou a metê-las nos bolsos – Por que não se encaixa, pelo amor de Deus? Esse homem acredita que é Deus e até uma pessoa cega, antes de uma cirurgia de recuperação de visão, pode perceber isso.
- Concordo que sua personalidade se inclina para um excesso de amor próprio e que seu temperamento recorda a de um artista atormentado. - Minerva suspirou - Eu gostaria que você se sentasse. Você está me cansando.
Gina se estendeu numa cadeira e franziu o cenho. 
- Já estou sentada. Explique-se.
Minerva não pôde evitar o sorriso. A incrível energia e infinita capacidade de concentração de Gina eram admiráveis. 
- Sabe Gina, posso nunca conseguir explicar por que a impaciência é tão atraente em você. E como, com tão elevada dose dela, continua sendo meticulosa em seu trabalho. 
- Não estou aqui para que me analise, doutora.
- Eu sei. Só gostaria de convencê-la de assistir a sessões regulares. Mas este é outro assunto que deixaremos para outra hora. Já tem meu relatório, mas para resumir minhas conclusões, o sujeito é um homem egocêntrico, que se congratula a si mesmo e costuma explicar seu comportamento anti-social como uma arte. Também é brilhante. - A doutora suspirou levemente, depois mexeu a cabeça - Tem uma mente realmente ativa. É quase um super dotado segundo os clássicos testes de Trislow e Secour.
- Alegro-me por ele. – Gina murmurou – Deixe-nos por seu cérebro num disco e submete-lo a várias sessões de sugestão.
- Sua reação é compreensível. - respondeu Minerva suavemente - A natureza humana se resiste a qualquer classe de controle da mente. Os viciados geralmente enganam a si mesmo dizendo que estão no controle. - Encolheu os ombros - Em todo caso, o sujeito tem uma admirável e inclusive assombrosa aptidão para a visualização e a lógica. Também é muito consciente e convencido, por assim dizer, de sua aptidão. Sob sua aparência encantadora é, utilizando um termo não científico, um idiota. Mas não posso em consciência catalogá-lo de assassino. 
- Não estou preocupada com sua consciência. - replicou Gina apertando os dentes - É capaz de desenhar e fazer funcionar um equipamento que pode influenciar no comportamento de outras pessoas. Eu tenho quatro mortos que eu acredito, perdão, sei que foram influenciados para o suicídio.
- E, logicamente, deve haver uma conexão. - Minerva se recostou, estendeu a mão e programou um chá para Gina – Mas você não prendeu um sóciopata, Gina. – Passou para Gina uma fragrante e fumegante xícara que ambas sabiam que ela não queria - Até esta data não existe uma razão clara para essas mortes, e se foram realmente compelidas, em minha opinião o responsável é um sujeito anti-social.
- Assim o que o diferencia?
- Ele gosta de pessoas. - explicou Minerva – E quer, desesperadamente e completamente, ser adorado por eles. É manipulador, é verdade, mas ele acredita que fez uma grande descoberta para a humanidade. E quer se beneficiar disso, certamente.
- Quer dizer que talvez ele apenas se deixou levar? - Não era como ele tinha explicado ao refere-se ao uso do console em Harry na noite anterior? perguntou-se. Tinha apenas se deixado levar - E talvez não controle tanto seu equipamento quanto pensa. 
- É possível. Por outra parte, Jess aprecia seu trabalho e precisa ver os resultados dele. Seu ego requer que veja e experimente ao menos parte do que criou.
Ele não estava no maldito armário conosco, pensou Gina, mas temeu ter compreendido o que Minerva queria dizer: o modo como Jess a tinha procurado com o olhar quando voltara para a festa, seu jeito de sorrir.
- Isso não é o que quero ouvir. 
- Eu sei. - Minerva deixou a xícara a um lado - Escuta-me, esse homem é um menino, um sábio emocionalmente atrofiado. Sua visão e sua música são mais reais e mais importantes, para ele, do que as pessoas, mas não descarta a humanidade. Em uma palavra, não encontro nenhuma evidência que arriscaria sua liberdade de expressão para matar.
Gina bebeu um gole de chá, mas por reflexo do que por vontade.
- E se tivesse um sócio? - especulou, recordando a teoria de Neville.
- É possível. Não é um homem que compartilharia alegremente seus lucros, mas sente uma grande necessidade de adulação e de sucesso financeiro. Pode ser que, em um ponto determinado do projeto tivesse necessitado de auxílio e tenha procurado um sócio.
- Então por que não confessou? – agitou a cabeça - É um covarde; o teria delatado. Não teria carregado sozinho a culpa. - Voltou a beber uma porção do chá, deixando seus pensamentos fluírem - E se estivesse geneticamente marcado para uma conduta sociopatológica? É inteligente, e bastante astuto para mascará-la, mas é só parte de sua maquiagem. 
- Marcado ao nascer? - quase bufou - Não assino tal hipótese. A família, o meio ambiente, a educação, as escolhas tanto morais como imorais que tomamos nos convertem no que somos. Não nascemos monstros ou santos.
- Mas há experientes que acreditam que sim. - E tinha uma a sua disposição, Gina murmurou para si mesma. 
Minerva leu-lhe tão facilmente o pensamento que não pôde evitar se sentir atingida em seu orgulho. 
- Se deseja consultar a doutora Ott sobre esse assunto, é livre de fazê-lo. Estou segura que ela ficaria excitada com a possibilidade.
Gina não sabia se fazia uma careta ou sorria. Minerva raramente falava com irritação. 
- Não era minha intenção insultar suas habilidades, doutora. Mas preciso de algo com que golpear, e você não pode fornecê-lo. 
- Deixa-me dizer o que penso sobre o fato de sermos codificados ao nascimento, tenente. Acredito que é uma forma simples de conceituar algo complexo. Uma muleta. Não consegui evitar incendiar aquele edifício onde 100 pessoas morreram queimadas. Conclusão: nasci piromaníaco. Não pude evitar matar a pauladas aquela anciã por um punhado de créditos. Conclusão: minha mãe era ladra.
A deixava furiosa imaginar que poderia ser usado esse argumento para se justificar um crime e simplesmente fugir das responsabilidades, além de deixar marcado para sempre uma pessoa que não tinha culpa de ter nascido de um monstro.
- Essa teoria nos exime de humanidade, de moralidade. – continuou - De distinguir o bem do mal. Permite-nos dizer que fomos marcados no útero materno e nunca teremos uma oportunidade. – negou com a cabeça - E você deveria sabê-lo melhor do que ninguém. 
Gina deixou a xícara com brusquidão. 
- Não estamos falando de mim. - apertou seu copo de encontro à superfície da mesa - Não estamos falando sobre de onde vim ou em que me transformei, e sim de quatro pessoas que, estou ciente, não tiveram uma escolha. E alguém tem que responder por isso. 
- Uma coisa. – adicionou quando Gina se levantou – Você tem se concentrado nesse sujeito pelos insultos que fez a você e aqueles que você ama, ou pelos mortos a que representa? 
- Talvez por ambos. - admitiu Gina após um momento.
 
Não contatou Reeanna em seguida. Não ainda. Queria um pouco de tempo para deixá-lo repousar na mente. E se viu obrigada repensar o assunto ao encontrar a Nymphadora Tonks em seu escritório. 
- Como passou pelos dispositivos de segurança?
- Oh, tenho meus métodos. - Tonks balançou a perna e lhe dedicou um sorriso amistoso - E a maioria dos policiais daqui sabem que você e eu nos conhecemos a um longo tempo. 
- O que quer?
- Não diria não a um café. 
De má vontade, Gina virou-se para o Autochef e ordenou duas xícaras. 
- Seja breve, Tonks. O crime está se espalhando por esta cidade.  - E isso nos mantém nós duas ocupadas. O que lhe fez sair ontem à noite, Weasley? 
- Desculpe-me?
- Vamos, eu estava na festa. Luna esteve incrível, com certeza. Primeiro você e Potter desaparecem. - bebeu um gole com delicadeza - Não é preciso ser uma repórter esperta como eu para imaginar do que se trata. – Uniu as sobrancelhas e soltou uma risada leve ao ver que Gina a olhava fixamente - Mas sua vida sexual não é notícia, não na minha área.
- Estávamos ficando sem croquetes de camarões, desse modo descemos até a cozinha e fizemos mais. Seria constrangedor.
- Claro, claro. - Tonks fez um gesto com a mão e se concentrou no café. Nem nos mais altos degraus do canal 75 raras vezes se tinha acesso a tão poderosa bebida - Então percebi, sendo a observadora que sou, que ao fim do número levou Jess Barrow dali. E não voltou mais. Nenhum dos dois. 
- Estamos tendo um caso ilícito. - respondeu Gina secamente – E é livre para noticiá-lo na seção de fofocas.
- E eu estou me envolvendo com um andróide sexual de um só braço. 
- Sempre gostou de explorar. 
- Na verdade eu experimentei uma vez... mas estamos nos afastando do tema. Potter, com seu estilo encantador, conseguiu guiar os convidados retardatários e os conduzir até a sala de recreação, com um grande equipamento de holograma, certamente, e nos comunicou seu pesar. Uma chamada do dever? – Inclinou a cabeça - Que interessante. Nada consta no meu scaner policial, pelo menos nada que tiraria nossa brilhante detetive de homicídios as altas horas da noite de uma festa.
- Em seu scaner não aparece tudo, Tonks. E eu sou um soldado. Vou quando e a onde me mandam. 
- Conte outra. Sei o quanto gosta de Luna. Apenas algo grande teria feito você perder o seu grande momento. - Inclinou-se para frente - Onde está Jess Barrow, Weasley? E que, inferno ele fez?
- Não tenho nada para lhe dizer, Tonks. 
- Vamos, Weasley, já me conhece. Guardarei para mim até que me dê a luz verde. Quem ele matou? 
- Troque o disco. – Gina recomendou. Depois tirou seu comunicador quando este soou - Só visualizar, desconectar áudio.
Leu a transmissão de Hermione, e pediu usando o teclado que se reunissem, incluindo Neville, em vinte minutos. Deixou o comunicador na escrivaninha e se voltou para o Autochef para ver se tinha batatas de soja. Precisava comer algo para contrabalançar a cafeína. 
- Tenho trabalho, Tonks. - disse, depois de descobrir que não tinha nada salvo um sanduíche de ovo irradiado - E nada para aumentar seu índice de audiência.
- Você está ocultando algo de mim. Sei que Jess está sob custódia. Tenho informantes em Detenções. 
Aborrecida, Gina se voltou. Em Detenções sempre tinha filtragens. 
- Não posso ajudar.
- Do que vai acusá-lo?
- As acusações ainda não podem ser divulgadas.
- Maldita seja, Weasley. 
- Eu estou na beira de um precipício aqui. - replicou Gina - Posso cair em qualquer direção nesse momento. Não me empurre. E quando eu estiver autorizada para falar com os meios de comunicação, você será a primeira a saber, certo? Vai ter que se conformar com isso. 
- Não diga que tenho que me conformar com nada. - Tonks se pôs de pé – Você deve estar trabalhando com algo grande, ou não estaria tão alterada assim. Estou pedindo somente... - Interrompeu-se quando Luna se atirou para dentro do escritório.
- Por Deus, Weasley, como pode prender Jess? O que pensa que está fazendo?
- Maldita seja, Luna. - Gina podia perceber as orelhas de Tonks se tornando mais longas e mais afiadas- Sente-se. - ordenou apontando a cadeira com um dedo e virou-se para Tonks – Você, fora daqui. 
- Tenha compaixão, Weasley. - Tonks uniu-se a Luna - Não percebe que ela está alterada? Deixe-me trazer-lhe um café, Luna. 
- Eu disse: fora daqui, e falo sério. - Gina passou a mão pelo rosto no limite de sua paciência – Retire-se daqui, Tonks, ou a colocarei na lista negra.
Aquela ameaça teve o efeito desejado. Estar na lista negra da informação significava não ter um só policial na brigada de homicídios que informasse a Tonks a hora correta, e muito menos os protagonistas de uma notícia. 
- Certo. Tudo bem. Mas eu não vou esquecer esse assunto. – Havia outras maneiras de escavar, pensou, e outros métodos.
Arrematou a bolsa de cima da mesa e depois de lançar um olhar fulminante para Gina saiu.
- Como pode? - perguntou Luna - Weasley, como pode fazer isso comigo?
Para assegurar certa privacidade Gina fechou a porta. A dor de cabeça tinha traçado um círculo completo e agora latejava atrás de seus olhos. 
- É meu trabalho.
- Seu trabalho? – seus olhos eram azul laser aquele dia, e vermelhos de tanto chorar. Era tocante a maneira que se contrastavam com as mechas azul cobalto de seu cabelo vermelho - E a minha carreira? Quando finalmente chega a oportunidade que eu estava esperando e pela qual trabalhei duro, você coloca meu sócio atrás das grades? E por que? – sua voz estremeceu – Por que se insinuou para você e isso aborrece Harry?
- Que? - Gina abriu a boca e fez um esforço por articular as palavras - De onde, demônio, tirou essa idéia? 
- Acabo de falar com ele. Está destroçado. Não posso acreditar que tenha feito isso, Weasley. - Começou a chorar aos berros novamente - Sei que para você a prioridade é Harry, mas nos conhecemos há muito tempo.
Nesse momento, com Luna chorando ruidosamente, Gina teria estrangulado alegremente Jess Barrow. 
- Sim, faz muito tempo que nos conhecemos, e deveria saber que não estou brincando. Não detenho ninguém só por um desentendimento pessoal. Por que não se senta? 
- Não quero sentar! - lamentou Luna. 
Gina fez uma careta de dor quando o som penetrou em seu cérebro como a ponta de uma faca. 
- Pois eu sim. – deixou-se cair na cadeira. Quanto podia contar a um civil sem cruzar a linha? E até que ponto dessa linha estava disposta a chegar? Voltou a olhar a Luna e suspirou. Quanto fosse necessário - Jess é o principal suspeito de quatro mortes. 
- Como? O que aconteceu com você ontem à noite? Jess jamais...
- Basta. - replicou Gina - Ainda não tenho provas, mas estou trabalhando nisso. No entanto tenho outras acusações, e sérias. Agora, se parar de choramingar e se sentar eu explicarei tudo.
- Nem sequer ficou até o final da apresentação. - Luna deixou-se cair em uma cadeira, mas não deixou de seguir resmungando.
- Oh, Luna. Sinto muito. – estendeu uma mão através de seus cabelos. Era péssima para consolar as pessoas. - Não pude... não havia nada que eu pudesse fazer, Luna. Jess está envolvido no controle da mente. 
- O que? - Era uma afirmação tão fora da realidade vindo da pessoa mais sensata que conhecia, que Luna deixou de chorar e fungou o nariz, boquiaberta. 
- Desenvolveu um programa para ter acesso ao padrão das ondas cerebrais e influenciar no comportamento das pessoas. E o utilizou em mim, em Harry e em você.
- Em mim? Não... não. Você está enganada. É muito “Frankenstein” para meu gosto. Jess não é um cientista louco. É um músico.
- É engenheiro e musicólogo, mas também é um bastardo.
Gina respirou fundo, depois lhe explicou mais do que acreditava ser necessário. As lagrimas de Luna secaram e seu olhar se tornou duro. Seus lábios tremeram uma vez mais.
- Usou-me para chegar até Harry e você. Fui apenas um trampolim. Então uma vez que conseguiu. Fudeu com a mente de vocês.
- Não foi culpa sua. Pare com isso. - ordenou Gina quando os olhos de Luna começaram a brilhar novamente. – Falo sério. Estou muito cansada e minha cabeça parece que vai estourar a qualquer momento. A última coisa que preciso agora é de suas lágrimas. Não foi culpa sua. Utilizou-a e fez o mesmo comigo. Esperava que Harry apoiasse seu projeto. Isso não me faz menos polícia e nem a você menos artista. Você é boa e será ainda melhor. Sabia do que você era capaz e por isso a usou. É arrogante demais em relação ao seu próprio talento para se ligar a uma inútil. Queria alguém que poderia brilhar. Você.
Luna esfregou a mão sob seu nariz. 
- Está falando sério? - disse com uma esperança tão tímida em sua voz que a fez perceber como seu ego tinha estado ferido.
- Claro. Você é genial, Luna. Você é grande. Isso é uma certeza. 
- Está bem. - secou os olhos - Suponho que meus sentimentos tenham sido feridos pelo fato de você não ter ficado até o fim. Leonardo me chamou de tonta por isso. Que você não teria ido embora se não precisasse. – respirou fundo erguendo os ombros magros, mas em seguida os deixou cair novamente - Então Jess me chamou e me soltou todo esse conto. Não devia ter acreditado.
- Não importa. Resolveremos tudo mais tarde. Tenho muito que fazer, Luna. Não tenho tempo que perder.
- Acha que ele matou pessoas? 
- Isso é o que tenho que averiguar. - Gina se voltou ao ouvir as batidas em sua porta.
Hermione entrou vacilante. 
- Desculpe-me, tenente. Espero fora? 
- Não, já estou saindo. - Luna fungou mais uma vez, levantou-se e sorriu com tristeza – Sinto muito pelo mar de lágrimas e tudo o mais. 
- Já está esquecido. A chamarei quando tudo estiver resolvido. Não se preocupe por nada.
Luna assentiu, e baixou as pálpebras para ocultar o fogo que jogava pelos olhos. Pretendia fazer algo mais do que se preocupar.
- Tudo bem por aqui, tenente? - perguntou Hermione quando Luna as deixou sozinhas. 
- Na verdade, Hermione, tudo está um maldito inferno. - Gina sentou-se e esfregou os dedos contra as têmporas para aliviar a dor – Minerva não acredita que nosso suspeito tenha o perfil do assassino e a insultei por que disse que iria trazer outra perita no assunto para a avaliação. Nymphadora Tonks está chegando muito perto do nosso caso e, além disso, parti o coração de Luna e deixei seu ego ali no chão.
Hermione esperou uns instantes. 
- Bem, aparte disso, como vão as coisas?
- Ótimas. - Gina sorriu - Maldição, prefiro mil vezes um bonito e claro assassinato que esta porcaria psicológica. 
- Esses eram bons tempos. - Hermione deu um passo para o lado e Neville entrou - Bem, a banda já está completa.
- Então comecemos a trabalhar. O que temos? – perguntou Gina a Neville.
- A equipe de procura de provas encontrou mais discos no estúdio do suspeito, mas até as datas não correspondem às vítimas. Mantém um registro de seu trabalho. - Incomodado, Neville mudou de posição. Jess tinha sido muito explícito ao especular sobre os resultados, incluindo o impulso sexual que tinha dado a Gina e a Potter - Anotava nomes, horas, ah, e as sugestões. Não há nenhuma menção dos quatro mortos. Revisei seus sistemas de comunicações. Não há nenhuma transmissão para as vítimas e nem delas para ele.
- Bem, isso é fabuloso.
Neville voltou a mudar de posição e seu rosto começou a adquirir um tom vermelho. 
- Selei o registro dos trabalhos apenas para você averiguar.
Ela franziu o cenho.
- Porquê?
- Bem... fala muito de você. A nível pessoal. - Fixou o olhar além da cabeça de Gina – Novamente, ele é muito explícito em suas especulações.
- Certo, deixou claro que estava bem interessado em minha mente.
- Não estava interessado apenas nesta parte de sua anatomia. - Neville deixou a respiração sair devagar - Considerava que seria uma experiência interessante tentar... 
- O que?
- Influenciar seu comportamento para ele... de maneira sexual.
Gina bufou. Não tinha sido apenas as palavras, e sim a forma tão formal de pronunciá-las por parte de Neville.
- Acreditava que poderia utilizar seu brinquedo para me levar para cama? Genial. Podemos acusá-lo de outro crime. Intenção de assédio sexual.
- Diz qualquer coisa sobre mim? - quis saber Hermione e recebeu um olhar fulminante de Gina.
- Você é doente, oficial. 
- Só queria saber.
- Estamos aumentando seu tempo atrás das grades, - continuou Gina - mas não temos provas do assunto grande. E a análise de Minerva vai à contramão do que queremos. 
Hermione respirou fundo e tentou a sorte. 
- Já pensou que ela poderia ter razão? Que ele poderia não ser o culpado?
- Sim, já pensei. E me aterroriza a idéia. Se ela tem razão, então há alguém lá fora com um brinquedo para manipular cérebros. E nós não estamos nem perto de pegá-lo. Então toda nossa esperança está em nosso prisioneiro.
- Falando de nosso homem - interrompeu Neville – tem que saber que ele chamou advogados. 
- Imaginei que ele faria isso. Alguém que conheço?
- Leanore Bastwick.
- Inferno, esse mundo é pequeno. 
- Essa mulher quer ganhar pontos a sua custa, Weasley. - Neville tirou um pacote de frutos secos e ofereceu a Hermione – Está ansiosa para por mãos a obra. Quer fazer uma coletiva de imprensa. Corre a voz de que cobra os honorários mínimos, que só o faz para pegar você, e que para isso organizou a coletiva.
- Já pode atacar. Podemos impedir a coletiva de imprensa por vinte e quatro horas. Vamos confiar que até lá consigamos encontrar algo consistente. 
- Averigüei algo que poderia levar-nos a alguma parte. - comentou Hermione - Mathias assistiu dois semestres ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Por desgraça, isso foi três anos depois de que Jess obtivesse sua licenciatura, mas Jess utilizou sua categoria de aluno para conseguir dados dos arquivos. Também ensinou musicologia através de um programa optativo classe E que a universidade carregou nas ofertas da biblioteca. Mathias fez esse curso durante seu último semestre.
Gina sentiu uma subida de tensão. 
- Que é algo a se pensar. Bom trabalho. Uma conexão. Talvez temos estado procurado no lugar errado. Pearly foi a primeira vítima que conhecemos. E se é o único que estava em contato com os demais? Poderia tratar-se de algo tão simples como seu interesse pelos jogos eletrônicos. 
- Já procuramos nessa direção. 
- Pois volte a fazê-lo. - ordenou Gina a Hermione - E mais a fundo. Nem todos os circuitos são legais. Se Mathias foi utilizado para desenvolver esse sistema, devia estar orgulhoso disso. Os hackers aficionados utilizam toda classe de computadores pessoais. Podes averiguar o seu? 
- Com tempo. - concordou Neville.
- Entre em contato com Jack Carter. Era seu colega de quarto no Olympus. Talvez possa ajudá-lo. Hermione, chame o filho de Devane e veja o que pode conseguir sobre o assunto com ele. Eu me centrarei em Fitzhugh. - Deu uma olhada ao relógio - Mas primeiro farei uma visita. Pode ser que eu consiga poupar alguns passos.
Gina tinha a sensação de ter retrocedido no ponto de partida na procura de uma conexão. Tinha que ter alguma, e teria que envolver Harry para encontrá-la. Chamou-o do tele-link do carro. 
- Oi, tenente. Como foi seu almoço? 
- Menor do que eu preciso e maior do que eu queria. Em quanto tempo estará no escritório?
- Algumas horas. Por que?
- Eu gostaria de passar por ai. Agora mesmo. Pode me encaixar uma hora? 
Ele sorriu. 
- Sempre. 
- Assunto de trabalho. - disse Gina, e cortou a comunicação sem devolver o sorriso. A seguir arriscou-se a e programar seu destino no carro. E depois voltou a utilizar o tele-link.
- Tonks.
Tonks inclinou a cabeça para um lado lançando uma mirada gélida em sua direção. 
- Tenente.
- As nove em meu escritório.
- Devo levar um advogado?
- Traga sua gravadora. Terá seu furo de reportagem antes da coletiva da imprensa amanhã.
- Que coletiva? – melhorou sua imagem e Tonks passou para o áudio privativo e colocou os fones - Não há nenhuma programada.
- Haverá. E se quiser ser a primeira a ter o relatório oficial esteja aqui às nove horas. 
- Qual é a armadilha?
- O senador Pearly. Traga-me tudo. Não os dados oficiais, e sim o que ocultaram. Passatempos, lugares de recreio, suas conexões no submundo.
- Pearly estava limpo como um coro de igreja.
- Não precisa estar na sujeira para jogar na clandestinidade, tem apenas que ser curioso.
- E o que a faz pensar que posso acessar dados confidenciais a respeito de um servidor público do governo?
- Porque é você, Tonks. Envia-me os dados ao terminal de casa e nos veremos às nove. Você conseguirá duas horas de vantagem, pense nos índices de audiência.
- Estou pensando. Negócio fechado. - replicou, e cortou a comunicação.
Enquanto Gina introduzia com suavidade o veículo no estacionamento do escritório de Harry situado na periferia do centro da cidade, começou a pensar com mais benevolência no departamento de manutenção de veículos.
Sua vaga VIP a esperava, e desceu a tela de segurança quanto desligou o motor.
O elevador aceitou sua leitura de mão e a levou ao terceiro andar em um silencioso e decorado trajeto. Nunca se acostumaria a isso.
A secretária pessoal de Harry lhe sorriu radiante, deu-lhe as boas vindas e a conduziu através dos escritórios externos e pelo corredor de desenho funcional que levava ao elegante, mas eficiente sala privativa de Harry.
Mas não estava sozinho. 
- Desculpe-me. - Gina fez um esforço por não demonstrar seu aborrecimento a Reeanna e William. – Estou interrompendo.
- Em absoluto. - Harry se aproximou e a beijou - Já terminamos.
- Seu marido é um escravizador. - William estreitou afetuosamente a mão de Gina - Se não tivesse chegado, Reeanna e eu nos teríamos ficado sem o jantar.
- Isso é Willian. - Reeanna riu – Ou está pensando em eletrônicos ou em seu estômago.
- Ou em você. Quer nos acompanhar? - perguntou William a Gina – Estávamos pensando em provar o restaurante francês do corredor aéreo.
- Os policiais nunca comem. - respondeu Gina tratando de adaptar-se ao tom ameno da conversa - Mas obrigada.
- Você necessita de combustível regular para acelerar o processo de cicatrização. - observou Reeanna. E estreitou os olhos ao fazer-lhe um rápido e profissional exame - Alguma dor?
- Pouca coisa. Agradeço seus serviços. Poderia falar com você alguns minutos sobre um assunto oficial? Se tiver tempo depois da refeição.
- Certamente. - Reeanna a olhou intrigada - Posso perguntar de que se trata?
- Da possibilidade de fazer uma consulta sobre um caso em que estou trabalhando. Se estiver disposta, precisarei de você amanhã cedo.
- Uma consulta sobre um ser humano real? Ali estarei.
- Reeanna está farta de máquinas. - comentou William - Há semanas está ameaçando voltar a montar um consultório particular.
- Realidade virtual, hologramas, autotrônica. - Reeanna revirou seus belos olhos - Morro de vontade de trabalhar um pouco com pessoas de carne e osso. Harry acaba de instalar-nos no andar 32, ala oeste. Dentro de uma hora terei terminado minha refeição com William. Encontre-me lá. 
- Obrigada.
- Oh, e Harry... - adicionou Reeanna enquanto se encaminhava com William para a porta – Ficaríamos encantados de nos dar sua opinião sobre a unidade nova assim que tiver experimentado.
- E depois me chama escravagista. Darei uma olhada essa noite, antes de sair. 
- Maravilhoso. Até depois, Gina.
- Comida, Reeanna. Estou sonhando com uma coquille de Saint Jacques. - dizia Willian enquanto a puxava para fora da porta e ria.
- Não era minha intenção interromper sua reunião. - se desculpou.
- Não o fez. E me deixe respirar um pouco antes de me afundar nessa montanha de relatórios e processos. Fiz que lhe transmitissem todos os dados sobre essa unidade de realidade virtual que a preocupa. Dei uma olhada superficial, mas não encontrei nada de extraordinário por enquanto. 
- Isso é algo. - Gina respiraria mais calma quando pudesse deixar de lado aquela possibilidade. 
- William sem dúvida perceberia o problema mais rapidamente. – acrescentou ele - Mas como ele e Ree estiveram envolvidos no desenvolvimento, pensei que você não gostaria que passasse por ele.
- Não. Prefiro que não os envolva nessa análise.
- Reeanna estava preocupada com você. Assim como eu. 
- Esteve me examinando. É boa.
- Sim é. No entanto... – tocou sua nuca com um dedo – Está sentindo dor de cabeça. 
- Por que utilizar scaners cerebrais ilegais quando pode ver dentro de minha cabeça? – Gina segurou seu pulso antes que ele se afastasse - Eu não consigo ver dentro da sua. É insultante. 
- Eu sei. - Harry sorria enquanto seus lábios tocavam sua testa – Amo você. Desesperadamente.
- Não vim aqui para isso. - murmurou ela quando ele a rodeou com os braços. 
- Só um momento. Preciso-o. – podia sentir a ondulação do diamante que usava em seu pescoço, a princípio relutante, e agora de forma habitual - Está bom. – Soltou-a satisfeito por ela ter-se deixado abraçar. - O que tem em mente, tenente?
- Hermione encontrou uma fraca conexão entre Barrow e Mathias e quero ver se é possível fortalecê-la. Seria muito complicado acessar as transmissões clandestinas, utilizando os serviços do Instituto de Tecnologia de Massachusetts como ponto de partida? 
Os olhos de Harry se iluminaram. 
- Eu adoro um desafio. - Rodeou a escrivaninha, ligou o computador e, depois de abrir um painel escondido sobre a mesa, apertou manualmente um interruptor.
- O que é isto? - Gina apertou os dentes - Um sistema de bloqueio? Você está impedindo o acesso da Compuguardia?
- Isso seria ilegal, não? - replicou ele alegremente. Deu uma palmadinha na mão que estava sobre seu ombro: - Não faças perguntas, tenente, se não gostar de ouvir as respostas. Vejamos, qual é o período que particularmente lhe interessa? 
Com expressão mal humorada, Gina tirou seu cartão-registrador e conferiu as datas da assistência de Mathias ao ITM.
- Estou pesquisando Mathias especificamente. Ainda não sei que nomes que utilizava, Neville está pesquisando.
- Hum... acredito que posso averiguar isso para você. Por que não se ocupa da comida? Não precisamos passar fome.
- Coquille de Saint Jacques? - perguntou secamente.
- Um bife querida. - puxou o teclado e começou a trabalhar manualmente.
 
 
 
 

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