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13. Capítulo 13


Fic: Êxtase Mortal - Concluída


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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Capítulo 13


 


Nos dias que seguiram, Gina deu cabeçadas contra a parede de cada beco sem saída que encontravam. Quando precisava de uma mudança de ritmo para desanuviar a mente, utilizava a cabeça de Hermione. E pressionou Neville para dedicar todo seu tempo disponível para encontrar algo, o que quer que fosse.


Rangia os dentes quando outros trabalhos apareciam sobre sua mesinha já lotada e fazia horas extras para compensar.


Quando os rapazes do laboratório seguiam a passos de tartaruga, ela chutava seus traseiros e os pressionava sem piedade. Até o ponto do laboratório começar a evitar seus telefonemas. Para impedir aquilo solicitou que Hermione a acompanhasse ao laboratório para tratar de persuadi-los pessoalmente. 


- Não tente fazer-me engolir a MVM da cópia de segurança, Quin.


Quin Shackebolt, conhecido em privado como Quined, parecia magoado.


Na qualidade de técnico principal do laboratório, deveria ser capaz de ordenar a meia dúzia de subalternos que o protegessem de uma confrontação direta com uma detetive de homicídios mal-humorada, mas todos o tinham desertado.


Cabeças vão rolar, pensou com um suspiro. 


- O que quer dizer com MVM?


- A Mesma Velha Merda, Quin. Sempre é a MVM no que diz respeito a você. 


Ele a olhou com cenho franzido, mas decidiu apropriar-se das siglas.


- Escute Weasley, conseguiu toda a informação disponível, não foi? Enviei-lhe pessoalmente como favor.


- O inferno que foi de favor. Subornei-o com lugares no camarote para os play-offs de Arena Ball. 


Quin adotou uma expressão compungida. 


- Achei que era um presente. 


- Não era. E não penso suborná-lo de novo. - Gina afundou um dedo em seu esquelético peito – O que há com os óculos de realidade virtual? Por que não recebi seu relatório? 


- Porque não tinha nada que informar. É um programa meio picante... - Fez um sugestivo movimento com as sobrancelhas - Mas está limpo e sem defeitos. Igualmente como todas as demais opções dessa unidade... está limpo e cumpre os requisitos. Ou, melhor que isso. - adicionou sorrindo ligeiramente - Quem dera tivéssemos tão bons. Fiz que Sheila desmontasse a unidade e voltasse a montá-la. É uma equipe incrível, de primeiríssima qualidade, a melhor. A tecnologia supera qualquer escala. Mas não poderíamos esperar outra coisa tratando-se de um produto de Potter. 


- É um... - Gina se interrompeu, esforçando-se para não deixar entrever sua surpresa ou consternação ante essa nova informação - Que empresa o fabrica?


- Merda, Sheila tem esses dados. Interespacial, tenho certeza. A mão de obra é mais barata lá. E esta criatura acaba de ser lançada. Não está há nem um mês no mercado. 


O estômago de Gina se encolheu. 


- E não é defeituosa? 


- Não; é uma maravilha. Eu já encomendei uma. - Quin enrugou a testa, esperançoso - Claro que seguramente você poderia conseguir-me uma a preço custo. 


- Consiga para mim o relatório com todos os detalhes e me devolva a unidade, que pensarei em seu caso. 


- Sheila tirou o dia livre. - justificou ele fazendo um muxoxo para inspirar Compaixão - Mas terá o relatório em sua escrivaninha amanhã ao meio dia. 


- Amanhã? Vamos, Quin. - Um bom policial conhecia o ponto fraco da presa – Tentarei lhe dar um de presente. 


- Bem, nesse caso... espere-me aqui. - Esta vez com alegria, Quin se aproximou do computador no canto de um dos cubículos do laboratório de diversas repartições.


- Weasley, uma dessas unidades deve custar pelo menos dois mil dólares. - Hermione olhou a Quin em desagrado - É muito.


- Quero o relatório. – Gina imaginou que Harry tinha em algum lugar, uma gaveta cheia dessas unidades para fazer distribuições promocionais. Agrados para políticos, empregados e cidadãos destacados, pensou com um desagradável nó no estômago – Restam-me três dias e não tenho nada. E não vou conseguir que Lupin os prolongue. 


Quin saiu do cubículo.


- Sheila o tinha deixado marcado. - Entregou um disco etiquetado e selado - Dê uma olhada nisso. São partes segmentadas do desenho do último programa. Sheila assinalou alguns defeitos. 


- O que quer dizer? Está com defeitos? - Gina arrancou a folha de sua mão e estudou o que parecia uma série de raios e redemoinhos. 


- Não posso dizer com segurança. Provavelmente se trata de relaxamento subliminar, ou neste caso, de uma opção de subestimulacão. Alguns dos modelos mais inovadores estão oferecendo vários pacotes mensagens subliminares ampliados. Pode-se notar como se adaptam ao programa, aparecendo a cada poucos segundos. 


- Sugestão? - Gina sentiu que recobrava a energia - Quer dizer que introduziram no programa mensagens subliminares para o usuário?


- É uma prática bastante comum. Utilizou-se para abandonar maus costumes, melhorar as relações sexuais ou ampliar a mente. Há décadas é usado. Meu velho deixou de fumar com subliminares irá fazer cinqüenta anos. 


- O que quer dizer que pode implantar desejos... Suicidas?


- Olhe, as mensagens subliminares podem abrir seu apetite ou incitá-la a comprar certos artigos de consumo, ou até podem ajudá-la a eliminar um mau costume ou vício. Mas este tipo de sugestão direta... – Apertou os lábios e meneou a cabeça – Teria que ser mais profundo do que isso, e em minha opinião iria requerer longas sessões para conseguir que a sugestão surtisse efeito em um cérebro normal. O instinto de sobrevivência é arraigado demais. - Voltou a mexer a cabeça - Analisamos esses programas repetidas vezes.


Sobretudo as seqüências de fantasias sexuais, pensou Gina. 


- Os testamos em uma pessoa e em um andróide, e nenhum deles saltou do telhado. De fato, não observamos nenhuma reação anormal nem no cidadão nem no andróide. É de primeira categoria, e isso é tudo. 


- Quero uma análise completa das mensagens subliminares. 


Ele já contava com isso. 


- Então devo ficar com a unidade. Sheila já começou a analisá-las, como pode ver, mas leva tempo. Tem que executar o programa, extrair o RV evidente e suprimir os mensagens subliminares. Então o computador entra neste momento para testar, analisar e informar. Uma boa mensagem subliminar, e lhe garanto que este é o caso, é algo sutil. Estabelecer suas coordenadas não é o mesmo que interpretar o resultado de um detector de mentiras.


- De quanto tempo estamos falando? 


- Dois dias, um e meio se tivermos sorte. 


- Pois que a tenha. - sugeriu ela, e entregou a papelada a Hermione.


 


Gina tentou não se preocupar pelo fato que a unidade de realidade virtual fosse um dos brinquedos de Harry, nem das conseqüências que podia ocorrer se descobrisse, realmente, que fazia parte da coação. Mensagens subliminares. Essa podia ser a conexão que tinha estado procurando. O próximo passo era codificar as unidades de RV que tinham estado em poder de Fitzhugh, Mathias e Pearly no momento de sua morte.


Apressou-se a descer pelo corredor aéreo com Hermione caminhando a seu lado. Seu veículo continuava em manutenção e não valia a pena a incrível dor de cabeça que seria solicitar um substituto para percorrer a distância de três quarteirões.


- Se aproxima o outono.


- Eh? 


Intrigada ao ver que Gina parecesse alheia ao ar mais fresco e ao aroma balsâmico da brisa do leste, Hermione se deteve para respirar fundo. 


- Nota-se no ambiente. 


- Sobre o que está falando? - perguntou Gina - Está louca? Está inalando muito ar de Nova York e terá que passar um dia no centro de desintoxicação. 


- Esqueça-se das fumaças dos transportes e dos cheiros corporais e é maravilhoso. Pode ser que nestas eleições aprovem o novo projeto de limpeza do meio ambiente. 


- Voltou para a comunidade Free Age, Hermione? 


- Não há nada de mal em se ter preocupações ecológicas. Se não fosse pelas plantas, todos usaríamos máscaras e óculos de sol o ano inteiro. - Hermione olhou nostálgica para um aerodeslizador repleto de gente, mas acelerou o passo para seguir as longas passadas de Gina - Não quero lhe desanimar, tenente, mas terá que fazer malabarismos ainda mais sofisticados para conseguir a essas unidades de RV. Segundo o procedimento operante padrão, a esta altura elas foram devolvidas aos familiares dos mortos.


- Cuidarei deles, e quero que isto não se espalhe e apenas pessoas estritamente necessárias devem se inteirar de tudo até que tudo esteja resolvido.


- Entendido. - respondeu Hermione e aguardou uns momentos antes de adicionar - Posso dizer que Harry tem tantos tentáculos que é impossível não se inteirar de quem faz algo num momento dado. 


- É um conflito de interesses, e ambas o sabemos. Estou pondo em perigo seu traseiro. 


- Lamento não estar de acordo, tenente. Eu sou a única responsável pelo meu traseiro e este só fica em perigo quando eu o ponho.


- Está anotado e agradeço. 


- Então anote que eu também sou uma grande admiradora dos Areia Ball, tenente


Gina se deteve e a olhou fixamente, depois pôs-se a rir. 


- Uma ou duas entradas? 


- Duas. Pode ser que eu tenha sorte. 


Sorriram enquanto o estridente barulho de uma sirene cortou o ar. 


- Oh, merda, mais cinco minutos em qualquer direção e estaríamos longe daqui. 


Gina desembainhou a arma e girou sobre seus calcanhares. O alarme que soava procedia do escritório de troca de créditos que se situava bem na frente de onde estavam. 


- Tem que ser um imbecil para dar um golpe num escritório de troca há dois quarteirões de uma delegacia. Evacue a zona, Hermione, e depois cubra a porta dos fundos. 


A primeira ordem foi quase desnecessária já que os pedestres já tinham se dispersado, brigando entre si para subirem nas passarelas aéreo deslizantes e corredores aéreos procurando se colocarem em segurança. Gina tirou seu comunicador e pediu reforços antes de cruzar as portas automáticas.


O vestíbulo era o caos. A única vantagem era que a massa de gente saía quando ela entrou, oferecendo-lhe certa proteção. Como a maioria dos escritórios de troca, era pequeno e sem janelas, cheia de altos balcões que permitiam a privacidade. Apenas um dos balcões de serviço tinha um ser humano atendendo, nos outros três trabalhavam andróides que tinham ficado automaticamente paralisados pelo controle de pânico.


O único ser humano era uma mulher de uns vinte e cinco anos, com o cabelo negro cortado quase no couro cabeludo, um arrumado e conservador macacão branco e uma expressão de terror em seu rosto enquanto agarravam-na pela garganta do outro lado da porta de segurança. 


O homem que a segurava estava atarefado asfixiando-a e agitando com a mão livre o que lhe parecia um explosivo de fabricação caseira.


- A matarei. Enfiarei isso pela sua garganta.


Gina não se preocupou tanto com a ameaça, o que a fez ficar alerta foi a forma calma com que a pronunciou o sujeito. Descartou que se achasse sob o efeito de substâncias ou que se tratasse de um profissional. A julgar pelo aspecto de suas calças sujas e camisa, e o rosto cansado e sem barbear, Gina tinha diante de si um dos pobres desesperados da cidade. 


- Ela não lhe fez nada. - disse aproximando-se devagar - Não tem a culpa de nada. Por que não a solta? 


- Todos têm culpa. Todos fazem parte do sistema! - gritou ele, arrastando à desafortunada empregada um pouco além da porta de segurança. Ela tinha adquirido uma cor azulada - Não se mova. Não tenho nada a perder nem um lugar aonde ir.


- Está a está sufocando. Mate-a e não terá mais sua proteção. Acalma-se um pouco. Como se chama? 


- Os nomes valem uma merda. - Mas o homem afrouxou um pouco o braço, o suficiente para que a jovem empregada fizesse um ruído sibilante ao inspirar - O dinheiro é a única coisa que conta. Se saio com uma bolsa de créditos, ninguém ficará ferido. Merda, se limitarão a fazer mais. 


- Não é bem assim que são as coisas. - Cautelosa, Gina deu outros três passos sem tirar os olhos de cima dele - Sabe que não vai sair daqui. A esta altura a rua está isolada e as unidades de segurança já se deslocaram. Vamos amigo, esta área está lotada de policiais a qualquer hora do dia e a noite. Poderia ter escolhido melhor. 


Com o canto do olho, Gina viu Hermione entrar discretamente pela entrada de serviço e tomar posição. Nenhuma das duas poderia correr o risco de abrir fogo enquanto o sujeito estivesse com suas mãos ocupadas pela empregada e pelo explosivo.


- Se deixar isso cair, ou se a balançar demais, pode explodir. Então todos aqui morrerão.


- Pois morreremos todos. Já não importa.


- Solte a trabalhadora. É uma civil. Ela só quer cuidar de sua vida.


- Eu também. 


Viu em seu olhar, mas era tarde demais: o profundo desespero. O homem jogou o explosivo para o alto e para sua direção. Gina reviveu toda sua vida enquanto dava um salto e mergulhava no solo. Não o pegou por alguns centímetros.


Enquanto aguardava o estrondo da explosão, a esfera de fabricação caseira rolou até um canto, balançou e quedou imóvel.


- É das que não estouram. - O aspirante a ladrão deixou escapar uma risada – Não parece justo? - Então, ao ver que Gina se punha de pé, lançou-se sobre ela. 


Ela não teve tempo de apontar e muito menos disparar sua arma. Ele a golpeou, a jogou de costas contra um balcão de auto-atendimento. E desta vez veio a explosão, mas dentro de sua cabeça, ao mesmo tempo em que seu quadril atingia dolorosamente a quina do balcão. Mas não soltou a arma.


Esperou que o estalo que tinha escutado procedesse do barato material e não de seus ossos. 


O homem a mantinha cativa num patético abraço que parecia surpreendentemente eficaz, já que lhe impedia de usar a arma e a mantinha imobilizada contra o equipamento, de maneira que se viu obrigada a mudar o peso do corpo em lugar de voltar-se. 


Caíram ao solo, e desta vez ela teve a má sorte de aterrissar primeiro, de maneira que o pesado e aterrorizado corpo do homem caiu sobre ela. Bateu o cotovelo contra o chão e torceu dolorosamente o joelho.


Então, com mais entusiasmo do que sutileza, acertou sua têmpora com sua arma. 


O golpe teve um resultado tão efetivo quanto o choque e o homem revirou os olhos antes que o afastasse com um empurrão e se pusesse de joelhos. 


Ofegando, contendo a náusea que tinham causado os ossos do homem ao fincar-se em seu estômago, Gina afastou o cabelo dos olhos com um sopro. Hermione também estava de joelhos com o explosivo em uma mão e a arma na outra.


- Não podia apontar, assim fui para o explosivo. Pensei que poderia cuidar dele. - deu os ombros - É apenas uma imitação.


- Estupendo. – O corpo de Gina doía inteiro e seu coração começou a martelar com força ao ver sua ajudante com o explosivo na mão - Não se mova.


- Não estou me movendo. Só respiro.


- Chamarei o maldito departamento anti-bombas. E procurarei um recipiente blindado.


- Ia fazê-lo eu... - Hermione se interrompeu e empalideceu - Oh, merda, Weasley, está esquentando.


- Atira-a! Atira-a e se proteja! - Gina arrastou consigo o homem inconsciente até detrás do balcão se posicionou sobre ele e cruzou os braços atrás da nuca.


A explosão veio, seguida de uma onda de calor, e fazendo chover Deus sabe que em sobre eles. O extintor de incêndios começou a trabalhar esguichando água gelada e conectando um alarme para advertir aos empregados e clientes que deviam abandonar o edifício com calma e de forma ordenada.


Gina agradeceu a quem estivesse a escutando por não sentir dor demais e pelo fato de, ao que parecia, ainda conservava unidas todas as partes de seu corpo. 


Tossindo por causa da espessa nuvem de fumaça, saiu se arrastando de trás do balcão em ruínas.


- Por Deus, Hermione. - Voltou a tossir, esfregou os olhos irritados e continuou se arrastando pelo úmido e agora imundo solo. Algo fumegante lhe tocou a mão e a fez soltar uma praga - Vamos, Hermione, onde demônios está você?


- Aqui... - chegou a fraca resposta, seguida de um acesso de tosse - Estou bem, eu acho. 


Uniram-se as mãos através da cortina de fumaça e água, e se olharam, os rostos enegrecidos. Então Gina estendeu a mão e deu alguns suaves tapas na cabeça. 


- Está com faíscas no cabelo. - explicou com delicadeza. 


- Oh, obrigada. Como está o idiota?


- Continua inconsciente. - Gina sentou sobre os calcanhares e fez um exame de si mesma. Não sangrava, e conservava a maior parte da roupa, ainda que destroçada - Sabe, Hermione? Acredito que este é um edifício de Harry.


- Então provavelmente se aborrecerá. A fumaça e a água causam grandes estragos.


- É o que dizem. Digamos que foi um dia cheio. Podemos dar um jeito na situação. Há uma festa esta noite lá em casa.


- Sim. - Hermione torceu o nariz ao arrancar uma manga esfarrapada de seu uniforme – Tenho muita vontade de ir. - Depois se voltou e revirou os olhos - Weasley, quantos pares de olhos possuía quando entrou aqui? 


- Só um.


- Merda, pois agora tem dois. Imagino que uma das duas tem um problema. 


Não teve tempo para se limpar. Depois de tirar Hermione dos entulhos e deixá-la nas mãos dos enfermeiros, Gina teve que dar um relatório oficial ao comandante da equipe de segurança, e repetiu os mesmos dados à brigada de desativação de explosivos. Entre ambos informes encheu os enfermeiros com perguntas sobre o estado de Hermione e impediu suas tentativas de examinar-lhe os ferimentos.


 


Harry já estava vestido para a festa quando ela cruzou correndo a porta. Interrompeu sua conversa com Tokio e fez sair à equipe de floristas que colocavam hibiscos rosas e brancos no vestíbulo. 


- Que diabos aconteceu? 


- Não faça perguntas. - Passou por ele e subiu as escadas correndo. Tinha tirado as tiras de sua camisa quando ele entrou no dormitório e fechou a porta. 


- Penso em fazê-las.


- A bomba não era uma imitação pelo jeito. - Para não se sentar e manchar os móveis com o que quer que fosse que tivesse nas calças, se equilibrou sobre um pé tratando de descalçar as botas. 


Harry respirou fundo. 


- Que bomba?


- Bem, era um explosivo de fabricação caseira. Muito pouco confiável. - Conseguiu tirar a segunda bota, depois passou a tirar os restos enegrecidos das calças - Um sujeito assaltou um escritório de trocas a dois quarteirões dá delegacia. Rapaz idiota. - Jogou os farrapos no chão já se encaminhando para o banheiro quando Harry a pegou por um braço. 


- Pelo amor de Deus! - A virou em sua direção para examinar o hematoma que se espalhava pelos quadris. Era maior do que sua mão aberta. Tinha o joelho direito ralado e mais alguns ferimentos nos braços e ombros – Está um caco, Gina.


- Você tinha que ver o sujeito. Bem, pelo menos ele vai desfrutar de meio metro quadrado e um teto por alguns anos, cortesia do Estado. Tenho que me arrumar. 


Ele não a soltou e a olhou aos olhos.


- Imagino que você nem se importou de deixar a equipe médica examiná-la.


- Aqueles açougueiros?  - Sorriu - Estou bem, só um pouco dolorida. Posso cuidar disso amanhã. 


- Terá sorte se amanhã conseguir andar. Vamos. 


- Harry... - Mas Gina se interrompeu com uma careta de dor e gemeu, enquanto ele a sentava na banheira.


- Sente-se e fique quieta.


- Não há tempo para isto. – Se acomodou e revirou os olhos - Vou demorar algumas horas para tirar da minha pele essa sujeira e este odor. Deus, como fedem esses explosivos. – Cheirou seus ombros e fez uma careta de desgosto - Enxofre.  - Depois olhou a Harry – O que é isso? 


Ele se aproximava com uma gorda compressa impregnada de algo rosa. 


- O melhor do que podemos fazer neste momento. Pare de se mexer. - Colocou-lhe a compressa no joelho ferido sem fazer caso de suas maldições.


- Escute. Por Deus, ficou louco? 


- Começo a acreditar que sim. - Com a mão livre, Harry segurou seu queixo e examinou o rosto enegrecido – Correndo o risco de soar repetitivo. Você está um caco. Segure esta compressa no joelho. – Apertou ligeiramente o queixo e adicionou -: Falo sério.


- Está bem, está bem. - Gina respondeu e o fez enquanto ele regressava ao armário de primeiros socorros. A ardência se amenizava a cada segundo e não queria admitir que a intensa dor no joelho estava cedendo – O que é esta mistura?


- Uma mistura disto e daquilo. Aliviará o inchaço e anestesiará a ferida por algumas horas. – Voltou para seu lado com um pequeno copo de algo líquido - Beba isto. 


- Eh, drogas não. 


Ele colocou uma mão em seu ombro. 


- Gina, se não está sentindo dores neste momento é apenas pela adrenalina. Vai doer, e muito, em pouco tempo. Sei o que ser atingido por todas as partes. Agora, beba isso. 


- Estarei bem. Não quero... - Interrompeu-se quando ele lhe tampou o nariz, empurrando sua cabeça para trás e verteu o líquido pela garganta - Bastardo... - conseguiu dizer, afogando-se e golpeando-o.


- Boa garota. Agora ao chuveiro. - Harry se aproximou da banheira de vidro e ordenou um jorro de média intensidade e a trinta graus de temperatura.


- Me vingarei disto. Não sei como nem quando, mas o farei. - Gina disse entrando aos gemidos no chuveiro. - O filho de uma cachorra me obrigou a tomar drogas. Trata-me como uma maldita imbecil. - ainda murmurava. Mas gemeu de alívio quando a água cobriu seu corpo ferido.


Ele sorriu ao vê-la apoiar ambas mãos contra a parede e pôr a cabeça embaixo do jorro. 


- Vai querer vestir algo bem leve e solto. Um longo. Prove o vestido azul que Leonardo desenhou para você. 


- Oh, vai para o inferno! Posso me vestir sozinha. Por que não me deixa em paz a vai distribuir ordens aos seus subalternos? 


- Agora são os nossos subalternos, querida. 


Ela conteve uma risada e deu uma palmada no painel do chuveiro para ter acesso ao tele-link embutido. 


- Centro médico Brightmore. – ordenou – Atendimentos do quinto andar. - Esperou a conexão enquanto conseguia ensaboar com uma só mão o cabelo – Aqui é a tenente Gina Weasley. Vocês estão com minha auxiliar, a oficial Hermione Granger, e quero saber seu estado. - Escutou a enfermeira de plantão pronunciar as típicas frases cinco segundos antes de interrompê-la – Pois eu já sei sobre o que lhe ocorreu. Quero saber o seu estado e é melhor que me informe. 


 


Em questão de uma hora a dor tinha desaparecido, tinha que admitir. O que quer que fosse que Harry tivesse lhe dado para beber não a deixou com aquela sensação de impotência e nem com a de que flutuava, o que detestava.


Ao invés disso, sentia-se muito desperta e só um pouco mareada. Talvez foi a droga o que a fez admitir, ao menos tentou se convencer disso, que ele tinha razão em relação ao vestido. Este lhe caía leve sobre o corpo, ocultando elegantemente as contusões com sua gola alta, mangas compridas e justas e a saia que chegava até os tornozelos. Completou o traje com o diamante que a havia presenteado como uma desculpa simbólica por tê-lo amaldiçoado, ainda que ele tivesse merecido. 


Menos zangada do que de costume, maquilou-se e brigou alguns momentos com seu cabelo. O resultado não estava nada mau, decidiu, examinando-se no espelho triplo do armário. E supôs que estava quase tão elegante quanto podia ficar. Quando entrou na sacada aberta do telhado aonde ia se dar à atuação, o sorriso de Harry lhe deu a razão. 


- Aqui está ela. - murmurou e se aproximou para pegar suas mãos e levá-las aos lábios. 


- Ainda não estou lhe dirigindo a palavra. 


- Muito bem. - Ele se inclinou e, sem fazer caso dos ferimentos, beijou-a com delicadeza - Melhor assim?


- Talvez. - Gina não tentou afastar suas mãos e suspirou - Suponho que terei que suportá-lo já que está fazendo tudo isto por Luna. 


- Estamos fazendo por Luna. 


- Eu não fiz nada. 


- Casou-se comigo. - respondeu ele - Como está Hermione?Ouvi você ligar para o centro médico do chuveiro.


- Uma ligeira concussão cerebral, contusões e hematomas. Sofreu um ligeiro choque, mas já voltou a si. Foi pelo explosivo. - Ao recordar esse momento, Gina completou - Começou a esquentar em sua mão. Não vi um modo de me aproximar dela. - Fechou os olhos e balançou a cabeça – Eu quase morri de susto. Pensei que encontraria pedaços dela por todas as partes. 


- É uma mulher dura e inteligente, e está aprendendo com a melhor. 


Gina revirou os olhos


- Seus elogios não irão conseguir meu perdão por drogar-me.


- Já, já vou pensar em algo. 


Ela o surpreendeu segurando seu rosto entre as mãos e dizendo:


- Falaremos disto, logo. 


- Quando quiser, tenente. 


Mas ela se limitou a olhá-lo com seriedade. 


- Há algo mais que tenho que discutir com você. Algo grave. 


- Isso eu já percebi. - Preocupado, Harry deu uma olhada aos eficientes encarregados do serviço de comida e bebida, e aos garçons já em fileira à espera das últimas instruções - Moody pode ocupar-se de tudo isto.


Podemos utilizar a biblioteca. 


- É um mau momento, eu sei, mas não pode esperar. - Gina pegou sua mão num instintivo gesto de apoio enquanto saíam da habitação e percorriam o amplo corredor em direção à biblioteca. 


Uma vez dentro, Harry fechou a porta, ordenou que as luzes se acendessem, servindo uma água mineral para Gina. 


- Terá que passar algumas horas sem álcool. – disse - O analgésico não combina muito com bebidas.


- Imagino que poderei agüentar. 


- Sou todo ouvidos. 


Gina deixou o copo de lado sem ao menos tocá-lo e passou as mãos no cabelo. 


- Bem, você tem um novo modelo de realidade virtual no mercado. 


- É verdade. - Ele se sentou no braço do sofá de couro, tirou um cigarro e o acendeu - Saiu há um mês, seis semanas dependendo da região. Melhoramos muitas as opções e programas. 


- Com mensagens subliminares. 


Ele exalou a fumaça, pensativo. Não era difícil ler os pensamentos de quando a compreendia. Estava preocupada e estressada, e o efeito sedativo do fármaco não podia fazer nada nesse sentido. 


- Com certeza. Vários dos pacotes de opções incluem uma gama de subliminares. São muito populares. - Sem deixar de observá-la, assentiu com a cabeça - Suponho que Cerise tinha um de meus modelos novos e era o que estava utilizando antes de saltar. 


- Sim. O laboratório ainda não pôde identificar as subliminares, e pode ser que não seja nada, mas... 


- Você não acredita. - concluiu ele. 


- Algo a instigou a fazer aquilo. A ela e a todos os demais. Estou tentando confiscar os aparelhos de realidade virtual dos demais indivíduos. Acontece que todos tinham esse novo modelo... a investigação envolverá a sua companhia. E a você. 


- Por que eu iria ter um desejo repentino de incentivar o suicídio? 


- Sei que não tem nada que ver com isto. - se apressou a dizer - E vou fazer de tudo para mantê-lo fora disso. Só quero... 


- Gina... – interrompeu-a baixinho, girando o corpo para apagar o cigarro – Não tem que justificar sua conduta para mim.  - Tirou do bolso seu cartão-agenda e digitou um código – As pesquisas e desenvolvimento desse modelo se realizaram em duas localidades: Chicago e Travis II. A fabricação foi realizada por uma de minhas filiais, de novo em Travis II. Da distribuição e do transporte, dentro e fora do planeta, encarregou-se Fleet. O empacotamento se fez através de Trilliym, e o marketing através de Top Drawer aqui em Nova York. Posso enviar todos esses dados ao terminal de seu escritório, se achar isso oportuno.


- Sinto tanto.


- Não se preocupe. - Ele guardou a agenda e levantou-se - Nessas companhias há centenas, talvez milhares de empregados. Certamente que posso conseguir uma lista, se servir para algo. - Fez uma pausa e acariciou o diamante que ela carregava consigo - Tem que estar ciente que trabalhei e aprovei pessoalmente o desenho, e fui eu quem pôs em andamento o projeto desde o rascunho. Estamos aperfeiçoando esse modelo há mais de um ano, e durante esse tempo revisei cada fase num momento ou outro. Encontrará minhas mãos por todas as partes. 


Gina o tinha imaginado. Tinha-o temido. 


- Pode que não seja nada. Quin diz que minha teoria de incitação subliminar ao suicídio risca no impossível.


Harry esboçou um sorriso.


- Como vai fazer caso de um homem com esse nome? Gina, você mesma testou a nova unidade. 


- Sim, o que faz fraquejar minha débil hipótese. Tudo o que consegui na verdade foi um orgasmo. - Gina tentou sorrir – Quem me dera estar equivocada, Harry. Eu queria estar equivocada e fechar todos esses casos como suicídios. Mas se não... 


- Nós lidaremos com isso. Será a primeira coisa que faremos amanhã de manhã. Eu mesmo pesquisarei. - Ela começou a negar com a cabeça, mas ele pegou sua mão - Gina, conheço o assunto melhor que você. Conheço o meu pessoal ou ao menos o chefe de departamento de cada etapa. Já trabalhamos juntos antes. 


- Eu não gosto disso. 


Harry voltou a brincar com o diamante pendurado entre seus seios. 


- É uma lástima, porque acho que eu sim.


 


 


 


 


 

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