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5. CAPITULO V


Fic: Beijos de fogo


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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— Não realmente — respondeu Gina.
— Parece que seu namorado está se divertindo. Com tia Viv.
— Ele não é meu namorado.
— Oh, é verdade. Você é noiva do outro. O pintor — Harry apontou com tom seco.
— Não exatamente.
— Então o garoto músculos é o verdadeiro noivo? — perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Não exatamente — repetiu ela, notando que Luna acenava do outro lado de uma mesa repleta de bolos recheados. — Talvez. Quero dizer, não. Oh, eu não sei.
Para sua desgraça, Harry gargalhou.
Budge aproximava-se com ar furioso. Ao mesmo tempo, Viv e Storm fugiam em direção oposta. Os dois esconderam-se atrás de uma árvore e Luna os seguiu.
— Weasley! — Budge gritou sem tirar o cigarro da boca. — Por que não põe uma coleira no pescoço daquele seu namorado?
Quase perguntou qual deles antes de lembrar que Budge era do time de Storm. Se alguém tivesse uma caneta, talvez pudesse fazer anotações rápidas.
— E então, o que tem a dizer? Há dois minutos aquele imbecil estava piscando para minha esposa.
— Ele estava? — A situação se tornava cada vez mais confusa. — Refere-se a Brenda? Wanda?
— Rhonda! — ele rosnou. — Não, refiro-me a Viv, minha ex-esposa. A primeira. Bem, primeira e terceira, para ser mais exato. Ou seria primeira e quarta? Não importa. Todos nós sabemos o que Viv pretende, não é? Ela quer convencer o garoto a posar para ela. Pelado! É isso que quer? Espera que o homem que ama seja imortalizado com seus particulares à mostra?
Enquanto Gina era sacudida por um súbito e violento ataque de tosse, Harry tentava ajudá-la batendo em suas costas. Mas ele não precisava ser tão violento.
— E então, Weasley? — insistiu Budge. — Vai dividir com Viv o sujeito com quem pretende se casar?
— Não, mas... — Mas era difícil vislumbrar Storm como seu futuro marido. Na verdade, era impossível. Finalmente, teve uma inspiração. — Ele é um homem adulto. Tem o direito de tomar as próprias decisões sem minha interferência.
— Ah... — Harry interferiu. — Um relacionamento aberto. Que interessante!
— Eu não disse...
— Não sei se aprovo esse tipo de coisa na companhia onde invisto meu capital. Vamos ter de conversar sobre moralidade, ou sobre a falta dela.
Esse era o último assunto que Gina desejava discutir. Felizmente Budge foi interrompido por um grito estridente.
— Lambie! Meu bebê! Para onde ele foi?
— Lilá — ela concluiu. — Talvez precise de ajuda.
Harry encolheu os ombros.
— É fácil encontrar um garoto como aquele. Ele parece deixar um rastro de devastação por onde passa. — E indicou uma mesa com pratos contendo pilhas de delicados sanduíches. — Se não houvesse impedido o diabinho de chutar a perna da mesa, aqueles pratos teriam se transformado em milhares de cacos. É claro que ele chutou a minha canela como vingança, e depois tentou levantar a saia de Winnie.
Lilá, a mais odiosa de todas as damas de honra do universo, aproximou-se gritando e gesticulando.
— Lambie, meu amor, onde está você? Onde está o bebê da mamãe?
Quando ela parou para respirar, Gina ouviu o eco de um gemido fraco.
— Socorro...
Enquanto tentava decidir de onde viera o pedido aflito, Harry partiu apressado, mancando por entre as mesas, atravessando o jardim de roseiras, correndo na direção das pitorescas ruínas que todos chamavam de Folly.
— Harry, não devia estar correndo!
Ele não parou, o que a deixou com uma única alternativa. Segui-lo até o lago dos cisnes do outro lado das ruínas.
Lambie estava mergulhado até o pescoço na água cristalina, mantendo erguida uma pequena e pálida mão. Com o coração aos saltos, Gina chegou à margem do lago no exato instante em que Harry mergulhava para salvar o garoto.
O que não sabiam era que a profundidade não ultrapassava meio metro.
Harry caiu de maneira assustadora. Gritando de dor, agarrou o joelho ferido enquanto tentava apoiar-se sobre um lado do corpo.
Uma garota com cabelos cacheados, aparentemente a cúmplice de Lambie na brincadeira perigosa, ria e rolava na grama sem se importar com o vestido de babados cor-de-rosa, e o garoto saía do lago por conta própria.
— Ha, ha! Enganei um bobo! — ele gritava.
— Vocês estão encrencados. Podiam ter matado alguém! Afastem-se do lago imediatamente!
Gina sentia vontade de esganá-los, mas a prioridade era Harry, que mais uma vez fora de encontro ao perigo sem levar em conta a própria segurança. Uau! Que homem!
— Harry? — chamou, hesitando antes de aproximar-se da água. — Você está bem?
A resposta foi uma careta furiosa. Dois cisnes aproximavam-se furiosos e, sem pensar em mais nada, ela entrou no lago para ajudá-lo.
A água estava gelada, e apesar de mal atingir seus joelhos, o vestido ficou encharcado até a metade das coxas antes que houvesse dado dois passos. A barra de crochê pesava uma tonelada e provocava um enorme desconforto a cada movimento que fazia. Como se não bastasse, o fundo do lago era escorregadio e difícil de percorrer. Ela se livrou dos sapatos e continuou caminhando.
— Xô, xô! — gritava para os cisnes, movendo os braços para espantá-los. Era bizarro. As aves voltaram para o outro lado da lagoa. Seria ótimo se as crianças, obedecessem com a mesma facilidade.
Harry estendeu a mão em sua direção.
— Gina...
— Não se preocupe. Vou tirá-lo daí — garantiu, puxando-o sobre o colo para manter sua cabeça fora da água enquanto pensava em uma solução.
— Não corro o risco de afogar-me — ele protestou com ar aborrecido, embora não tentasse afastar a cabeça de seu corpo.
A mandíbula era rígida sob seus dedos, e os lábios estavam muito próximos dos dela. Próximos e sensuais, apesar de apertados em sinal de contrariedade. Tinha a estranha sensação de que tudo pareceria muito melhor se o beijasse. Um beijo longo e sensual... Lambie e sua amiguinha aplaudiam na margem.
— Vejam, vejam, eles vão se beijar! — o menino berrava.
Envolvendo Harry em um abraço protetor, Gina afagou seus cabelos enquanto encarava os pequenos diabos com ar ameaçador.
— Escute, aprecio sua ajuda, mas não quero ser tratado como um animal de estimação. Só quero sair daqui.
— É claro. Veja se consegue apoiar-se em mim. Se passar um braço em torno do meu pescoço, talvez...
Quando Harry transferiu o peso do corpo para os ombros de Gina, ela teve a sensação de estar tentando impedir o naufrágio do Titanic. Desequilibrada, caiu e o arrastou novamente para a água. Harry aterrissou de costas, enquanto ela caía sobre o peito musculoso.
Agora estava completamente molhada. Se o vestido absorvesse mais um pouco de água, não restaria nada no lago.
Tonta, levantou a cabeça e fitou os olhos verdes e bem-humorados. Céus! Apesar de toda a água que a cercava, podia sentir o rosto quente.
A situação era provocante. Enquanto tentavam encontrar um ponto de apoio para se levantarem, o vestido enroscou-se em suas pernas e a mão de Harry fez contato com uma de suas nádegas.
— Espere — sugeriu ofegante, tentando afastar-se no mesmo instante em que ele se sentava, o que o levou a tornar o contato ainda mais firme e puxá-la de encontro ao peito. Os seios encontraram o nariz dele.
A voz de Harry era rouca.
— Fique quieta, está bem?
Oh, não pretendia sair dali. Como poderia se mover naquela posição? Com um vestido ensopado e um homem atraente e arfante colado aos seios, o melhor que tinha a fazer era permanecer imóvel.
— Harry... — Sua voz também soava estranha, tremula. — Será que pode afastar sua... Bem, você sabe...
— Minha mão?
— A que está no meu...
Ele a removeu. Com delicadeza, Gina conseguiu desgrudar de Harry. Depois de uma longa pausa para recuperar o ritmo dos batimentos cardíacos, decidiu fazer uma nova tentativa.
Abaixou-se ao lado dele, desajeitada, sim, mas determinada a evitar um novo round de luta greco-romana no lago do Swan's Folly.
— Agora vou puxá-lo, e você deve fazer força com a perna saudável. Tenho certeza de que assim conseguiremos sair daqui.
Não era exatamente elegante, mas funcionou.
— Con... se... guimos. — Quando o tirou do lago, sua respiração era difícil e ofegante, e Gina praticamente caiu contra o peito amplo e musculoso.
Harry rangia os dentes com tanta intensidade que poderia ser ouvido em todo o hotel.
— É bem provável que nunca mais possa utilizar esta perna.
Uma gargalhada ameaçava sacudi-la. Era totalmente impróprio, mas inegável. Devagar, inclinou a cabeça até apoiá-la em seu ombro, e os braços a enlaçaram numa resposta automática.
— Gina — ele sussurrou, erguendo o joelho sadio para apoiá-la. — Mais um resgate? — Com um dedo, afastou as mechas molhadas que caíam sobre sua testa. — O que vou fazer com você?
— Bem, você poderia...
Beijar-me, acrescentou em silêncio.
Harry inclinou-se, aproximando os lábios dos dela. Quentes, macios, molhados... Gina fechou os olhos e preparou-se para o beijo.
— Maldição!
O grito de Budge Potter destruiu o clima de sedução.
Gina saltou para trás, Harry gritou aflito.
— Ai! Você está sobre o meu joelho!
E o momento perdeu-se para sempre. Sim, era Budge, e ele marchava para o lago em companhia de sua mais recente esposa, Brenda, Wanda, ou qualquer que fosse seu nome. A jovem levou a mão à boca.
— Olhe só para aquilo, Budge! E na frente das crianças! Fawn, venha já aqui. — Puxou a menina no vestido cor-de-rosa pelo braço e cobriu seus olhos com uma das mãos, como se quisesse protegê-la de um cenário pornográfico.
— Mamãe, mamãe — Fawn gritava —, Lambie fingiu que estava se afogando e aquele homem pulou no lago para ajudá-lo, mas ele caiu ao mergulhar e começou a gritar de dor. Foi muito engraçado. Lambie fugiu, mas eu fiquei.
— Tudo bem, minha querida, agora você está com a mamãe.
Por que tratavam a garota como se ela fosse uma vítima na situação? Então não percebiam que sua preciosa filhinha participara do plano maquiavélico do demônio que chamavam de Lambie? Mas Gina manteve a boca fechada. Com aquele vestido de seda e crochê grudado em seu corpo como um macacão de mergulho, não estava em posição para chamar a atenção de ninguém. Portanto, limitou-se a buscar refúgio atrás de Harry, tentando desgrudar o vestido e sacudi-lo ao vento.
— Harry, estou surpreso com você — Budge trovejou. — Afaste-se dessa garota. Não sabe que ela é comprometida? E você, Weasley, agora entendo porque seu namorado anda batendo as asas por aí como uma borboleta histérica. Escute o que vou dizer, mocinha: é mau negócio trair um sócio.
Vinda de um homem que se casara tantas vezes, a admoestação soava como piada de mau gosto.
— Tente abandonar Storm — Budge continuou —, e ele irá embora levando metade da sua empresa.
— Eu... vou tentar me lembrar disso — Gina respondeu com tom seco.
Harry encarou-a com ar de censura. Não entendia por que, mas tinha a impressão de que seu aborrecimento estava relacionado a Storm e aquela confusão envolvendo os noivos falsos.
— Venha, Budge. O vestido de Fawn está imundo. Vamos voltar ao quarto e trocá-la — decidiu Sandy, ou Linda, ou qualquer que fosse seu nome.
Ainda resmungando sobre a imbecilidade de certas mulheres, Budge permitiu que a esposa o afastasse do lago.
Gina sentia vontade de gritar de raiva e frustração. Em vez disso, praguejou em voz alta enquanto se levantava e depois estendeu a mão para Harry.
Ele a aceitou.
— Você está bem? — perguntou preocupada, notando os sinais de tensão e dor.
Harry ficou quieto por alguns instantes, como se quisesse testar seu equilíbrio, e depois começou a desabotoar a camisa.
— O que está fazendo?
— Não pode voltar ao hotel com esse vestido transparente.
Devagar, ela abaixou a cabeça para verificar a própria roupa.
— Meu Deus... — Cruzou os braços sobre o peito numa tentativa inútil de preservar alguma decência.
— Onde estão seus sapatos?
— No lago.
— Nesse caso, acho melhor esquecê-los.
— Não gostava muito deles.
Harry ofereceu a camisa e ela a vestiu sem protestar. Aquele não era o momento de fazer cerimônia. Além do mais, o peito musculoso era digno de ser exposto em público, talvez até em um museu. Os olhos deviam tê-la traído, porque de repente Harry aproximou-se e segurou-a pelos braços, puxando-a para mais perto.
—Não há nada capaz de me convencer sobre sua paixão por aquele monte de músculos sob uma cabeça vazia.
— Está falando de St... — começou. Mas foi interrompida por um beijo.
Era ríspido, furioso e até um pouco frio, graças ao tecido molhado que os cobria, mas Gina não se incomodava. Passou os braços em torno do tronco nu e segurou-se como se ali estivesse sua única chance de sobrevivência. E quando ele a soltou, lamentou não poder recomeçar imediatamente.
Sem uma única palavra, Harry virou-se, contornou a obra denominada Folly e afastou-se mancando na direção oposta à do edifício.
— Aonde vai? — ela gritou. — O hotel fica do outro lado.
— Estou hospedado em um dos chalés. Thistledown ou algo parecido. Fica na parte posterior da propriedade.
— Entendo. Bem, nos vemos mais tarde... não?
Harry não respondeu.
Não há nada capaz de convencer-me sobre sua paixão por aquele monte de músculos sob uma cabeça vazia.
E por que o comentário a deixara tão satisfeita?
Tremendo sob a camisa de Harry e o vestido ensopado, Gina aproximou-se do jardim onde a festa continuava.
Escondida atrás de um imenso carvalho, tentou chamar a atenção de Luna, que vagava pelo gramado como se procurasse alguém.
— Psiu! Aqui, Lu!
Ela arregalou os olhos ao vê-la atrás do tronco.
— Gina, o que aconteceu com você? — perguntou, empurrando-a para a sombra da árvore como se temesse ser vista em sua companhia. — Não posso deixá-la sozinha por cinco minutos, que você cai no lago? E de quem é essa camisa que está usando?
Gina levantou a cabeça, jogando os cabelos para trás.
— Eu não caí no lago, mas pulei nele. Para salvar Harry. E a camisa é dele.
— Oh-oh! Você o salvou? De quê? Meio metro de água? Talvez de um cisne assassino?
— Na verdade, eu o salvei daquele pequeno marginal chamado Lambie, que fingiu estar se afogando. Juro que ficaria feliz se pudesse afogá-lo de verdade!
— Não acredito no que estou ouvindo. Gina Weasley ameaçando afogar uma criança de quatro anos de idade! Tem certeza de que não pode recuperá-lo através de uma dieta macrobiótica? — Luna provocou.
— Sim, acredito que até o horrível Lambie pode ser salvo sob uma supervisão adequada. Mas, a curto prazo, prefiro espancá-lo.
— Estou chocada. Isso não combina com você.
— O que posso fazer? Sempre fico perturbada quando minha melhor amiga obriga-me a mentir para grupos compostos por mais de dez pessoas. — E respirou fundo. — A charada acabou, Lu. Preciso saber por que disse a todos que sou noiva de seu irmão. E quero uma resposta agora!
Luna abriu a boca, fechou-a e começou a se afastar.
— Acho melhor ir procurar Storm. Nunca se sabe...
— Ele vai sobreviver. — Decidida, segurou-a pelo braço e obrigou-a a enfrentar a conversa. — Que mal pode haver em ficar de cueca, flexionando os bíceps para deleite de Viv?
— Gina! Isso arruinaria tudo!
— Devia ter pensado nessa possibilidade antes de pôr em prática seu plano absurdo.
— Vai me manter prisioneira no meio da floresta? — Luna fingiu estar ofendida. — Não podemos pelo menos subir? É melhor trocar de roupa antes de me atirar na fogueira.
— Boa idéia. A de atirá-la na fogueira, quero dizer. Gostei. — E virou-se para alcançar a entrada dos fundos do hotel.
Luna não estava satisfeita, mas decidiu segui-la.
— Se eu concordar com uma conversa franca e honesta, promete manter a mente aberta, livre de preconceitos?
— Não prometo nada.
Gina subiu pela escada dos fundos, olhando em volta como se fosse o criminoso que Winnie mencionara antes. Deus a livrasse de ser vista por alguém naquele estado, ou de ser questionada sobre sua vida amorosa com Storm, Zurik, ou Harry, o toureiro.
Era tudo muito cansativo.
Depois de agradecer à sorte por encontrar a chave do quarto no bolso do vestido, apesar do mergulho no lado, indagou:
— Por que temos uma suíte, afinal? Também teve participação nesta pequena surpresa?
— Confesso que sim. Quando telefonei na semana passada para saber sobre as acomodações, decidi mudar as reservas originais. E também pedi champanhe e chocolate. Achei que tudo seria mais fácil se tivéssemos algum conforto. — Sorriu.
— Entendo. — Gina fechou a porta e olhou em volta pronta para mais surpresas. Podia ouvir Zurik no quarto, praguejando e derrubando diversos objetos numa seqüência rápida. Pelo menos esperava que fosse Zurik. Depois de uma rápida verificação, tranqüila com a ausência de novos imprevistos, abriu a mala em busca de uma roupa limpa e seca. — Espere aqui. Vou trocar de roupa em meu quarto e voltarei em seguida.
— Seu quarto? Mas este é o meu...
Uma vez no interior do segundo dormitório, Gina logo percebeu que algo não estava certo. O aposento era espaçoso, elegante, com duas camas de casal, um grande armário, um closet e um banheiro, e o mesmo luxo encontrado no restante da suíte. E também estava lotado de malas e baús.
Luna costumava viajar com excesso de bagagem, mas aquilo era ridículo.
— De quem é tudo isso? — perguntou em voz alta.
— São minhas malas. E as de Storm. É preciso contar com muita variedade para enfrentar um final de semana como este.
— E onde Storm pretende dormir? — inquiriu Gina, fazendo uma conta rápida para comparar o número de camas ao de pessoas na suíte Príncipe Siegfried.
— Aqui. — Luna encolheu os ombros. — Existem duas camas, e ele é meu irmão. Não me incomodo.
Gina cruzou os braços sobre o peito e identificou um terrível sentimento, uma espécie de premonição.
— E eu?
— Hmm... Oh, sim, refere-se a Zurik no outro quarto, não é? Sim, vejo que temos um dilema. Já sei! Pode dormir no sofá-cama da sala.
Era uma convidada no casamento do milênio, uma das damas de honra, estava pagando pela luxuosa suíte de dois dormitórios, e teria de dormir no sofá da sala?
— Por que Storm não fica com o sofá? — argumentou. — Nós duas dividiremos o quarto.
— Gina, Gina, Gina... Sabe que Storm gosta de andar usando apenas suas roupas íntimas. E ele tem o hábito de dormir nu. Sou irmã dele, estou acostumada, mas duvido que fique a vontade com ele esparramado no sofá da sala e...
— Céus! — Podia imaginar Storm e sua famosa cueca, ou, pior ainda, com suas particularidades a mostra, como Budge colocara, enquanto Viv, Genevieve e Winnie invadiam a suíte em busca de luvas, bolsas e outros acessórios, ou enquanto Harry entrava para procurá-la e... Não. Era melhor nem pensar nisso. — O que fiz para merecer este castigo?
— Oh, vamos lá, vai ser divertido — Luna indicou entusiasmada. — Como uma pequena festa do pijama. Foi sorte ter mudado as reservas, não?
— Sorte? Chama isso de sorte? Pois eu acho que é insanidade!
— Quer fazer o favor de se acalmar? Tire essa roupa molhada e escove os cabelos. Vai sentir-se melhor.
— Melhor? Você enlouqueceu? — Respirou fundo, mas foi inútil. — Estou participando das comemorações de um casamento ao qual preferia nem comparecer, o único homem que amei em toda minha vida vai se unir a uma esnobe antipática dentro de dois dias, todos os investidores de minha modesta companhia estão observando meus passos, conheci um homem interessante que pensa que sou maluca, e todas as outras pessoas acreditam que sou noiva de três sujeitos diferentes! Como posso me sentir melhor?
— Se estiver seca, talvez?
Murmurando um palavrão realmente horrível, Gina entrou no banheiro e despiu as roupas molhadas.
Sentia-se mesmo melhor. Harry havia sido um verdadeiro cavalheiro oferecendo sua camisa. E depois, quando a beijara como se não houvesse amanhã...
— Gina? Pretende ficar morando aí dentro? — Luna gritou. — Preciso terminar de guardar meus cremes e perfumes no armário deste banheiro!
Foi o suficiente para que Gina voltasse ao mundo real. Luna e seus cremes, Storm e suas cuecas, Zurik e suas tintas... Deixou escapar um gemido. Tinha de esclarecer a situação, e depressa, porque em seguida iria procurar por Harry no tal chalé Thistledown para explicar tudo.
Protegida por roupas secas, saiu do banheiro com ar determinado.
— Esqueça seus cremes, Luna. Vamos conversar agora!
— Sobre o que quer falar?
— Não tente fazer piadas com esse assunto. Vamos, fale! Storm, o falso noivado... Quero saber tudo e agora!
— Gina, não posso falar. — Luna deixou uma enorme bolsa de cosméticos sobre a cama e sentou-se no colchão.— Você vai ficar furiosa.
— Já estou furiosa.
— Vai me odiar — choramingou, escondendo-se atrás da cortina de cachos loiros.
— Já odeio você.
— Verdade? Mas... só fiz tudo isso para ajudá-la.
— Oh, Lu... — Gina sentou-se na outra cama. —-Fez toda esta confusão só para que eu pudesse impressionar Dino Potter? E eu nem tenho visto Dino. Por outro lado, todas as outras pessoas estão impressionadas com as coisas estranhas que acontecem comigo.
— Não, Gi. Não foi por causa de Dino. — O rosto normalmente pálido de Luna estava ainda mais branco, apesar das duas manchas rosadas nas faces. — Só inventei aquela história sobre impressionar os noivos como um disfarce, porque estava desesperada.
— Você, desesperada? Não entendo...
Luna suspirou com um misto de ansiedade e apreensão, e depois enterrou o rosto entre as mãos. Gina não sabia o que pensar. Conhecia a sócia havia anos, e jamais testemunhara aquele tipo de comportamento. Nada era capaz de deprimir ou desanimar Luna.
— O que pode ser? — insistiu, imaginando dívidas de jogo ou chantagem. Mas era impossível. Ridículo até. — O que pode ser tão sério?
— A Figo de Veludo — disparou Luna.
Aquela era uma opção que Gina não havia considerado. Que relação os falsos noivos podiam ter com sua empresa?
— Tudo bem, desisto. O que tem a Figo de Veludo?
— Você era a pessoa criativa, e eu devia cuidar da administração. Lembra-se?
— É claro que me lembro. Mas o arranjo não funcionou muito bem porque...
— Porque não fui capaz de encontrar investidores. Você redigiu uma lista de nomes, gente com potencial para investir em nós, e eu fui procurá-los.
— Sim, é verdade. Foi conversar com as únicas pessoas ricas que conhecíamos: Budge e Viv Potter, Genevieve Chang e Nana Lambert. E deu certo. Todos investiram na nossa companhia. Já conheço a história. Vá direito ao ponto, por favor.
— Estou chegando lá. — Luna levantou-se e começou a andar pelo quarto, transbordando de energia. — Tudo bem, a princípio todos se negaram a nos ajudar. Mas eu estava determinada. Procurei por Budge novamente, mas sabe como é aquele urso machista e grosseirão. Ele disse na minha cara que não acreditava que duas mulheres pudessem administrar uma companhia.
— É mesmo? Devia tê-lo mandado para o inferno!
— Não havia mais ninguém a quem pudesse recorrer. Precisávamos do capital inicial, ou não existiria uma Figo de Veludo. E sabia que só precisava da assinatura de Budge em um contrato para convencer Viv, Genevieve e Nana a participarem da empreitada. Mas, para isso, teria de inventar um sócio. Um homem competente e discreto o bastante para jamais aparecer em público. Então disse a ele... — Luna abriu os braços. — Disse que seu noivo também fazia parte do grupo de sócios, que era formado em administração de empresas, possuía um MBA é poderia nos tirar de qualquer confusão, caso acabássemos encrencadas.
Gina gemeu. Luna aproximou-se.
— Foi ainda mais fácil repetir a mentira quando fui procurar por Genevieve. Ela estava desconfiada e submeteu-me a um verdadeiro interrogatório sobre você e Dino, como se suspeitasse da existência de um romance clandestino e temesse que você roubasse o precioso noivo da filha. Sei que as suspeitas eram ridículas e sem fundamento, mas não consegui convencê-la do contrário.
— Não estou surpresa. Desde que a conheço, Genevieve sempre teve essa paranóia sobre alguém poder roubar Dino, o mais disputado solteirão do mundo, de Cho. Ela seria capaz de qualquer coisa para mantê-los juntos.
— Inclusive investir na Figo de Veludo. Desde que, e somente se, você estivesse realmente noiva de outro homem.
— Oh, meu Deus! Tudo isso é muito triste. — Gina deitou-se e pôs as mãos sobre os olhos.
— Não há nada de triste no que acabei de contar. Quero dizer, todos ficaram felizes, e nós pudemos abrir nossa companhia. Foi fácil inventar o noivo adequado para você. Não tínhamos o hábito de encontrar nossos investidores todos os dias. E eu nunca disse quem era o homem encantador que havia conquistado seu coração. Apenas o descrevia como alguém especial, inteligente e sensato, uma grande aquisição para a equipe de administradores da Figo de Veludo.
Gina sentou-se e sorriu com ironia.
— E esse gênio da administração seria Storm?
— Não devia ser ninguém! — Luna repetiu nervosa. — Quem poderia imaginar que você viria a esse estúpido casamento e encontraria todos os investidores de uma só vez?
— Agora não importa. Temos de contar a verdade. Afinal, a Figo de Veludo é uma companhia lucrativa, e Cho vai se casar com Dino. Sendo assim, não há mais nenhum problema com relação ao meu estado civil.
— Francamente, Gina! O que acha que eles dirão quando souberem que foram enganados? Retirarão o capital que investiram tão depressa, que não teremos tempo para identificar o que nos atingiu. Então não haverá mais a oferta de ações no mercado, nem dinheiro para pagar as dívidas, nem Figo de Veludo. Tudo que conseguimos com nosso trabalho irá por água abaixo.
Gina não sabia o que pensar. Lu ajoelhou-se na cama e assumiu um ar mais animado.
— Havíamos combinado que colocaríamos nossas ações no mercado em janeiro. Seis meses! Ainda podemos realizar nossos planos. Tudo que tem de fazer é sustentar esta farsa por mais algum tempo, pelo bem da Figo de Veludo.
Gina odiava mentir. Se a companhia fosse só dela, correria todos os riscos para viver de acordo com seus princípios.
Mas Luna era dona de parte da empresa, uma parte pequena, era verdade, mas não podia jogar a amiga na rua sem pensar nas conseqüências. E quanto aos empregados? Nenhum deles encontraria emprego em outro lugar. O que aconteceria com Esmie, que precisava de muito tempo livre para acompanhar a mãe doente em cruzeiros pelo mundo e tirar a filha problemática da cadeia? Ou com Gigi, a recepcionista, uma jovem doce e educada, porém incapaz de distinguir entre as palavras figo e bico? Que outra empresa daria uma chance a Dick depois de todos aqueles processos por fraude e desvio de verbas? Ou a pobre Yvonne, hipocondríaca e incapaz de operar um simples interfone? Ou até mesmo a Oliver, o velho vigia noturno que tinha uma forte tendência a adormecer no meio de uma frase?
Para salvar Luna e todas aquelas pessoas, sabia o que tinha de fazer.
Tinha de sustentar a farsa criada pela melhor amiga.

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