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7. Capítulo 7


Fic: Êxtase Mortal - Concluída


Fonte: 10 12 14 16 18 20
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Capítulo 7
 
Era um pouco antes da seis da manhã quando, um bocado dolorida e ainda um pouco atordoada, Gina sentou-se na mesa de seu escritório.
Realmente considerava o apartamento que Harry tinha construído para ela mais um santuário do que um escritório. Seu projeto era similar ao apartamento onde tinha vivido antes de conhecê-lo e que tão relutante tinha abandonado.
Ele o havia feito de modo que pudesse ter seu próprio espaço, suas próprias coisas. Mesmo depois de todo aquele tempo vivendo ali, raramente dormia em sua cama quando ele se ausentava. Em vez disso, se enrodilhava na cadeira de relaxamento e cochilava. Os pesadelos vinham menos freqüentemente agora, mas rastejavam de volta a sua mente em momentos ímpares. Podia trabalhar ali quando era conveniente, fechava as portas se quisesse privacidade. E pelo fato de possuir uma cozinha completa, escolhia freqüentemente seu AutoChef a Moody, quando estava sozinha na casa.
Com o sol fluindo através da janela atrás dela, reviu seus casos em aberto, e reorganizou seu trabalho de campo. Sabia que não tinha o luxo de se limitar exclusivamente ao caso Fitzhugh, ainda mais estando catalogado como um provável suicídio. Se não conseguisse uma evidência forte em um ou dois dias, não teria nenhuma escolha a não ser colocá-lo em uma posição de menor prioridade. Às oito horas, batidas soaram na porta.
- Entre, Hermione.
- Eu nunca vou me acostumar a este lugar. – Hermione disse enquanto entrava - É como algo tirado de um velho filme.
- Você deve pedir a Moody para levá-la em uma excursão. - Gina disse distraída. – Eu estou certa que há quartos que eu nunca tomei conhecimento. Há café. - Gina gesticulou na direção da cozinha e continuou a olhar sua agenda com o cenho franzido.
Hermione andou pelo aposento, olhando as unidades de entretenimento que se alinhavam à parede, querendo saber como seria poder ter recursos para todo o divertimento disponível: música, arte, vídeo, hologramas, Realidade Virtual, câmaras de meditação e jogos. “Jogue uma partida de tênis com o mais recente campeão de Wimbledon, dance com o holograma de Fred Astaire, ou faça uma excursão virtual ao palácio dos prazeres de Regis III.”
Sonhando acordada entrou na cozinha. O AutoChef já  tinha sido programado para o café, assim requisitou dois, carregado às canecas fumegantes de volta ao escritório. Esperou pacientemente enquanto Gina continuava a murmurar. Hermione experimentou seu café.
- Deus. Oh Deus. É real. - Piscando em choque, ela segurou a caneca com ambas as mãos reverentes. - Este café é real.
- Sim, aqui você acaba se acostumando. E difícil suportar aquilo que eles chamam de café lá na central de polícia.
Gina olhou de relance para cima, fixou-se na expressão de prazer de Hermione, e sorriu. Não havia sido a muito tempo atrás que tivera uma reação similar ao café de Harry. E a Harry.
- Incrível, huh?
- Eu nunca tinha tomado café real antes. É como se bebesse ouro líquido. - e com a destruição das florestas e a escassez de chuvas era igualmente caro. Hermione bebeu lentamente.
- É surpreendente.
- Você tem meia hora para apreciá-lo antes de começarmos a decidir a estratégia de hoje.
- Eu posso repetir? - Hermione fechou os olhos e inalou o aroma. - Você é minha heroína, Weasley.
Com um sorriso curto, Gina estendia a mão em direção ao tele-link quando este soou. 
- Weasley. - disse, a seguir seu rosto se iluminou com um sorriso. – Neville.
- Como é a vida de casada, pequena?
- É tolerável. É meio cedo para a equipe de investigação digital, não?
- Começou quente o trabalho hoje. Algum engraçadinho entrou no computador do chefe e fritou quase o sistema inteiro.
- Entraram dentro do sistema? - Os olhos de Gina se alargaram de surpresa.
Não tinha certeza nem se Neville, com seu toque mágico, pudesse quebrar a segurança do sistema da Polícia Central.
 
- Pelo que parece sim. Aqui está tudo uma loucura de merda, um inferno. Eu estou ajeitando as coisas. - ele disse alegremente. – Eu só pensei em verificar como você está, já que não tenho tido muitas notícias suas.
- As coisas estão meio corridas para mim.
- Você não sabe andar em outro ritmo. Está com caso de Fitzhugh?
- Estou. Algo que eu deva saber?
- Não. Seu dinheiro o matou, e ninguém aqui está muito sentido com sua morte. Aquele tipo seboso adorava espremer os polícias no banco de testemunhas. Eu estava pensando em algo interessante, é o segundo suicídio grande, em um mês.
Gina se interessou.
- Segundo?
- É. Oh, aquele é certo. Você estava em sua lua de mel revirando os olhos com seu marido. - Ergueu suas sobrancelhas vermelhas. - Um senador do leste, Washington, há algumas semanas atrás. Pulou a janela do edifício do capitólio. Políticos e advogados, todos estão loucos.
- É o que parece. Tem como você mandar os dados desse caso? Transfira para minha unidade do escritório.
- Por que, vai começar a colecionar recortes?
- Apenas me interessou o caso. - Gina sentia um certo pressentimento. - Da próxima vez que nos encontrarmos no restaurante eu pago a conta.
- Sem problema. Assim que eu desembolar este sistema, vamos combinar. Não seja tão difícil de encontrar. - disse-lhe e desligou.
Hermione continuava dando goles miseráveis no café. 
- Está achando que pode haver uma conexão entre Fitzhugh e o senador que se jogou da janela?
- Advogados e políticos, - Gina murmurou. - e coordenadores de auto-eletrônico.
- Como?
Gina agitou sua cabeça. 
- Eu não sei. Desconectar. -requisitou a sua unidade, colocou a bolsa sobre o ombro dizendo: - Vamos.
Hermione esforçou-se para não se aborrecer pela falta da outra xícara de café.
- Dois suicidas em duas cidades diferentes no intervalo de dois meses não é uma coisa tão rara. - ela disse, alongando seus passos para alcançar Gina.
- Três. Havia um jovem em Olympus que se pendurou quando nós estávamos lá. Mathias, Drew. Quero ver se consigo uma conexão entre eles, qualquer coisa que os una. Amigos, lugares, hábitos, instrução, passatempos. - Apressou-se escada abaixo.
- Eu não sei o nome do político. Eu não prestei atenção aos relatórios do suicídio em Washington. - Ocupada, Hermione pegou seu computador de bolso e começou a procurar por dados. 
- Mathias ia fazer vinte e dois anos, coordenador de auto-eletrônicos. Trabalhou para Harry. Merda. - Teve um mau pressentimento que acabaria tendo que arrastar mais uma vez Harry para dentro seu trabalho. - Se você tiver alguma dificuldade, pergunte a Neville. Pode conseguir os dados, mesmo estando bêbado, mais rapidamente do que qualquer uma de nós.
Gina abriu a porta e franziu o cenho quando não viu seu carro parado na entrada. 
- Maldito Moody. Eu sempre falo para ele deixar o carro onde eu estaciono!
- Eu acho que ele fez isso. - Hermione colocou seus óculos de sol. - Está ali, obstruindo a entrada, vê?
- Oh, sim.
Gina limpou sua garganta. O carro estava justamente onde o tinha deixado, e balançando na brisa suave, podia-se ver alguns farrapos de roupas. 
- Não faça perguntas. - murmurou e começou a descer o caminho.
- Eu não ia fazer. - A voz de Hermione era suave como seda. – Especular é mais interessante.
- Bico fechado Hermione.
- Sim senhora, tenente.
Com uma expressão compenetrada, Hermione entrou no carro e engoliu uma risada quando Gina girou o veículo e caminhou para a saída.
 
Arthur Foxx estava suando. Era apenas um sutil brilho no lábio superior, mas para Gina já era o bastante. Não tinha se surpreendido ao saber que o representante que tinha escolhido era um dos sócios de Fitzhugh, um jovem entusiasta do trabalho, que exibia um traje caro com medalhões à moda vigente nas delgadas lapelas.
- Meu cliente está compreensivelmente aborrecido. - O jovem advogado franziu o rosto - O funeral do senhor Fitzhugh está previsto para as treze horas desta tarde. Escolheu um momento inoportuno para interrogá-lo.
- A morte é que escolhe o momento, senhor Ridgeway, e costuma ser inoportuna. Interrogatório de Arthur Foxx, em relação a Fitzhugh, caso número 30091, conduzido pela tenente Weasley, Gina. Data: 24 de agosto de 2058, hora 9.36. Pode dizer seu nome para que conste no registro? 
- Arthur Foxx. 
- Senhor Foxx, você está ciente que este interrogatório está sendo gravado? 
- Estou.
- Exerceu seu direito a ser representado por um advogado e compreende seus direitos e responsabilidades adicionais?
- Sim.
- Senhor Foxx, você já fez anteriormente uma declaração sobre seus movimentos na noite da morte do senhor Fitzhugh. Deseja revisá-la?
- Não é necessário. Já lhe expliquei o que aconteceu. Não sei o que mais espera de mim. 
- Para começar, diga-me onde esteve entre as dez e meia e onze horas na noite do incidente.
- Já disse. Jantamos, vimos uma comédia, nos deitamos e assistimos as últimas notícias. 
- Ficou em casa durante toda à noite? 
- É o que eu disse.
- Sim, senhor Foxx, foi o que você disse, é o que consta no registro. Mas não é o que o senhor fez.
- Tenente, meu cliente está aqui voluntariamente. Não vejo...
- Poupe-se. - sugeriu ela - Saiu do edifício aproximadamente as dez e meia e regressou trinta minutos mais tarde. Aonde foi?
- Eu... - Foxx afrouxou o nó da gravata - Saí por alguns minutos. Tinha esquecido.
- Você esqueceu.
- Minha mente estava confusa. Eu estava em choque. - A gravata rangia enquanto os dedos de Foxx brincavam com ela - Me esqueci de algo tão irrelevante, quanto eu ter dado uma rápida caminhada.
- Mas está lembrando agora, não é? Aonde foi?
- Dar uma volta em torno do quarteirão.
- Voltou com um pacote. O que tinha?
Gina percebeu por fim quando ele deu-se conta que as câmaras de segurança o tinham filmado. Olhou além dela e seus dedos ficaram mais ocupados na gravata. 
- Parei numa loja vinte e quatro horas e comprei cigarros. De vez em quando preciso fumar um. 
- É algo fácil verificar com o estabelecimento e determinar o que comprou exatamente.
- Tranqüilizantes. - cuspiu ele -. Queria dormir bem e decidi fumar erva. Não há nenhuma lei que o proíba.
- Não, mas há uma lei contra dar falsos depoimentos numa investigação policial.
- Tenente Weasley. - interveio o advogado com tom ainda sereno, mas com uma nota de irritação, o que deu a entender a Gina que Foxx não tinha sido mais comunicativo com seu representante que com a polícia - O fato do senhor Foxx ter saído do edifício por um curto tempo, dificilmente tem relação com sua investigação. E descobrir o corpo de um ser querido é uma desculpa mais do que razoável para não recordar um detalhe ínfimo.
- Ínfimo... talvez. Você não mencionou Sr. Foxx, que você e o senhor Fitzhugh tiveram uma visita na noite de sua morte.
- Leanore não é uma visita. - replicou Foxx com rigidez - Ela é... era sócia de Fitz. Pelo que entendi tinham um certo assunto para discutir, o que é uma das razões pela qual sai para uma caminhada. Queria dar-lhes alguns momentos de privacidade para que discutissem o caso. – engoliu em seco. - Achei que era mais conveniente para todos.
- Entendo. De maneira que, agora afirma que deixou o apartamento para que seu marido e sua sócia tivessem privacidade. Por que não mencionou a visita da senhorita Bastwick em sua declaração anterior?
- Não pensei nisso.
- Não pensou nisso. Declarou que jantaram, viram uma comédia e se deitaram, mas se esqueceu de acrescentar esses outros eventos. Que outros acontecimentos esqueceu de dizer, senhor Foxx? 
- Não tenho nada mais que acrescentar. 
- Por que estava aborrecido quando saiu do edifício, senhor Foxx? Irritou-se por uma mulher bonita, uma mulher com quem o senhor Fitzhugh trabalhava, aparecer na sua casa assim, tão tarde da noite? 
- Tenente, não tem nenhum direito de insinuar...
- Não estou insinuando.  -replicou ela mal olhando o advogado - Apenas perguntando, de maneira muito direta, se o senhor Foxx estava aborrecido e com ciúmes quando saiu como um furacão de seu edifício.
- Não saí como um furacão. Eu apenas sai. - Foxx fechou um punho sobre a mesa - E não tinha nenhum motivo para estar aborrecido ou com ciúmes de Leanore. Apesar da freqüência de vezes que ela o assediava, ele não estava interessado nela nesse sentido. 
- A senhorita Bastwick assediava o senhor Fitzhugh? - Gina arqueou as sobrancelhas - Isso devia aborrecê-lo Arthur. Sabendo que seu amigo não tinha preferências sexuais entre homens e mulheres, sabendo que passavam horas juntos, todos os dias durante toda uma semana de trabalho, e que ela vinha se exibir diante dele em sua própria casa... Não é uma surpreendente que não estivesse irritado. Eu teria vontade de voar para cima dela.
- Ele se divertia. - deixou escapar Foxx - Parecia muito lisonjeado que alguém muito mais jovem e tão atraente se jogasse assim para cima dele. Ria quando eu me queixava sobre ela. 
- Ria de você? - Gina sabia jogar o jogo. Uma nota de compaixão se transmitiu em sua voz - Isso deve tê-lo enfurecido, não? Consumia-o por dentro, não é assim, Arthur? Imaginá-lo com ela, acariciando-a e rindo de você. 
- Eu a teria matado! - estourou Foxx, afastando o advogado que o segurava enquanto enrijecia de ira - Ela pensava que iria conseguir afastá-lo de mim, que conseguiria seduzi-lo. Não era importante para ela que estivéssemos casados, comprometidos um com o outro. Tudo o que queria era triunfar. Advogados fudidos.
- Não gosta muito de advogados, não é verdade? 
Foxx ofegava e conteve a respiração até conseguir mantê-la uniforme de novo.
- Não. Regra geral não gosto. Eu não pensava em Fitz como um advogado. Eu pensava nele como meu marido. E se eu estivesse disposto a cometer um assassinato àquela noite, tenente, teria matado Leanore. - Abriu os punhos e voltou a fechá-los - Agora, não tenho nada mais para dizer. 
Decidindo que era o bastante até o momento, Gina deu por finalizado o interrogatório e se levantou. 
- Voltaremos a nos falar, senhor Foxx.
- Queria saber quando irão liberar o corpo de Fitz. - disse ele, levantando-se com rigidez - Decidi não postergar o funeral, ainda que não seja muito próprio já que seu corpo continua retido.
- É a decisão da equipe forense. Seus testes ainda estão incompletos.
- Não basta que esteja morto? - A voz de Foxx tremeu - Não é bastante que tenham lhe tirado a vida, você tem que arrancar cada pequeno detalhe sórdido de nossas vidas pessoais?
- Não. - Ela caminhou até a porta e digitou o código - Não é bastante. - Vacilou e decidiu dar um tiro no escuro - Suponho que o senhor Fitzhugh tenha ficado muito impressionado e afetado com o recente suicídio do senador Pearly.
Foxx assentiu com um gesto formal. 
- Sim, ficou muito chocado, ainda que mal se conhecessem. - De repente um músculo se contraiu em seu rosto - Se estiver insinuando que Fitz tirou sua vida influenciado por Pearly, é ridículo. Tiveram apenas um rápido encontro e raras vezes se falavam. 
- Entendo. Obrigada por seu tempo. - Gina os acompanhou à porta e deu uma olhada à sala contígua. Leanore já devia estar lá dentro, esperando.
Gina andou com tranqüilidade, percorreu o corredor até a máquina de petiscos e estudou as opções enquanto fazia soar os créditos soltos em seu bolso. Decidiu-se por uma guloseima e um tubo de Pepsi. A máquina lhe serviu os produtos, pediu com voz monótona que reciclasse os vasilhames e a preveniu contra o consumo de açúcar.
- Ocupe-se de seus próprios negócios. - Gina sugeriu. Inclinou-se para trás de encontro a parede, comeu seu snak e despejou o lixo na rampa de reciclagem. Andou calmamente pelo salão, estimou uma espera de vinte minutos cozinhando Leanore. Iria direto no alvo.
A mulher andava de um lado para o outro como um gato engaiolado. As elegantes pernas em passos rápidos. Voltou-se imediatamente quanto Gina abriu a porta. 
- Tenente Weasley, meu tempo é muito valioso, ainda que o seu não seja. 
- Depende do ponto de vista. Eu não cobro dois mil dólares a hora, elementar.
Hermione pigarreou. 
- Para a gravação: Tenente Gina Weasley entrou na sala de interrogatório C para continuar com o procedimento. A interrogada foi informada de seus direitos e optou por representar a si mesma. Todos os dados constam no registro. 
- Bem. - Gina sentou e indicou a cadeira diante dela - Quando terminar de passear pela sala, senhorita Bastwick, poderemos começar.
- Estava preparada para começar o procedimento na hora combinada. - Leanore sentou-se cruzando as pernas acetinadas - Com você, tenente, não com sua subordinada.
- Ouviu, Hermione? É minha subordinada.
- Constará na ata, tenente. - respondeu Hermione secamente. 
- Ainda considero este interrogatório insultante e desnecessário. - Leanore passou as mãos por seu traje negro - Devo assistir ao funeral de Fitz dentro de algumas horas. 
- Não estaria aqui sendo insultada desnecessariamente se não tivesse mentido em sua primeira declaração.
Leanore lhe lançou um olhar glacial.
- Imagino que possa provar essa acusação, tenente.
- Declarou que tinha ido à casa da vítima a noite passada por um assunto profissional. Que permaneceu ali discutindo um caso por vinte a trinta minutos.
- Mais ou menos. - respondeu Leanore com frieza. 
- Ora senhorita Bastwick, sempre leva com você uma garrafa de vinho caríssimo há uma reunião de negócios e se arruma para a tal reunião no elevador como uma rainha para o baile da formatura? 
- Não há nenhuma lei que proíba uma boa aparência, tenente Weasley. - Olhou para Gina de cima abaixo com expressão desdenhosa, desde o cabelo despenteado até suas botas gastas - Você mesmo poderia tentar. 
- Agora é você quem está ferindo meus sentimentos. Arruma-se, abre os três primeiros botões da blusa e leva uma garrafa de vinho caríssimo. Parece preparada para uma sedução, Leanore. - Gina fez uma careta - Vamos, está entre mulheres. Sabemos do que se trata. 
Leanore mostrou-se tranqüila, estudando um ligeiro defeito em sua unha perfeita. Fazia Gina pensar em um iceberg. Diferente de Foxx, não começou a suar.
- Passei aquela noite por sua casa para conferir um assunto profissional. Tivemos uma breve reunião e em seguida fui embora.
- Esteve sozinha com ele durante esse tempo. 
- Sim, foi. Arthur teve um de seus ataques de mau gênio e foi embora.
- Ataques?
- Era típico dele. - disse Leanore - Tinha muito ciúmes de mim. Estava convencido de que eu tentava afastar Fitz dele.
- E era verdade?
Um sorriso felino curvou os lábios de Leanore. 
- Ora tenente, se eu estivesse realmente empenhada em seduzir um homem, acha que eu já não teria conseguido?
- Eu diria que você se dedicou a fundo. E não conseguir poderia tê-la enfurecido.
Leanore encolheu os ombros.
- Reconheço que estava considerando. Fitz estava se desperdiçando com Arthur. Fitz e eu tínhamos muitas coisas em comum, e eu o achava muito atraente. Eu gostava muito dele. 
- O que ocorreu aquela noite foi de acordo com o afeto que sentia por ele?
- Digamos que deixei bem claro que estava aberta a uma relação mais íntima. Ele não se mostrou receptivo primeiramente, mas era só questão de tempo. - Leanore moveu os ombros num gesto rápido e seguro - Arthur devia saber. - Seu olhar se tornou de novo glacial - Por isso acredito que o matou.
 
- Que figura, heim? - murmurou Gina ao terminar o interrogatório - Não enxerga nada de mau em conduzir um homem ao adultério e romper uma relação de anos. Além disso, está certa que não há homem no mundo que lhe resista. – Suspirou - Cadelinha. 
- Vai acusá-la? - perguntou Hermione.
- Por ser uma cadela? - Com uma risada, Gina negou com a cabeça - Poderia tentar processá-la por falso depoimento, mas ela e seus amigos advogados resolveriam o assunto num abrir e fechar de olhos. Não vale a pena. Não podemos colocá-la no lugar do acontecimento na hora da morte, nem lhe atribuir um bom motivo. E não imagino essa mulher se lançando sobre um homem de cento e dez quilos para cortar suas veias. Não iria querer manchar de sangue seu bonito traje.
- Então voltamos a Foxx.
- Estava com ciúmes e aborrecido, e vai herdar todos os brinquedos. - Gina levantou e passeou pelo lugar - No entanto seguimos sem nada. - Apertou os olhos - E tenho que concordar com o que disse ao perder os estribos durante o interrogatório: teria matado a Leanore, não a Fitzhugh. Vou revisar os dados sobre os dois suicídios anteriores. 
- Ainda não tenho grande coisa. - Desculpou-se Hermione saindo da sala de interrogatório atrás de Gina - Não tive tempo.
- Agora há tempo. E Neville provavelmente já me enviou os seus dados. Passe-me o que tem e continue procurando. - pediu Gina entrando em seu escritório - - Conectar. - ordenou ao computador enquanto se deixava cair na cadeira diante dele - Mostrar as novas mensagens. 
O rosto de Harry apareceu na tela. 
- Suponho que tenha saído para erradicar o crime. Estou indo para Londres por um problema técnico que precisa de uma atenção pessoal. Não acredito que demore muito tempo. Estarei de volta antes das oito, o que nos deixa tempo de sobra para voar a New Los Angeles para a premiere.
- Merda, esqueci. 
Na tela Harry sorriu. 
- Imagino que deve ter esquecido oportunamente o encontro, assim quero que considere isso um lembrete. Cuide-se, tenente.
Voar para a Califórnia para passar a noite conversando com famosas estrelas da televisão, comendo os elegantes e minúsculas legumes que aquelas pessoas consideravam comida, deixando que os jornalistas se aproximassem para gravar seu rosto e fazer perguntas estúpidas não era sua idéia de uma noite divertida.
A segunda mensagem era do comandante Lupin ordenando-lhe que preparasse uma declaração para os meios de comunicação sobre vários casos em andamento. 
- Maldito seja, mais jornais. - disse com amargura.
A seguir os dados de Neville apareceram na tela. Gina encolheu os ombros, afundou na poltrona e dedicou-se a estudá-los.
 
Ás duas da tarde entrou no Village Bistro. Tinha a camisa colada às costas porque o controle de temperatura de seu veículo tinha voltado a morrer de morte não natural. No elegante restaurante o ambiente era tão fresco como a brisa do oceano. Suaves e encantadores céfiros acariciavam as ligeiras palmeiras que cresciam em enormes vasos de louça branca. As mesas de vidro estavam dispostas em dois níveis, estrategicamente situadas em torno de uma pequena lagoa de água negra, ou diante de uma ampla tela que projetava uma praia de areia branca. As garçonetes levavam uniformes curtos de tons tropicais e abriam espaço entre as mesas carregando bebidas coloridas e pratos artisticamente apresentados.
O maitre era um andróide vestido com um jaleco branco e programado com um altivo acento francês. Ao ver os jeans gastos e a camisa amassada de Gina, enrugou seu proeminente nariz. 
- Madame, receio que não tenha mesas livres. Talvez prefira o estabelecimento do próximo quarteirão ao norte.
- Certamente que sim. - Irritada ante a atitude do andróide, Gina colocou o distintivo na cara dele - Mas vou comer aqui. E não me importa nem um pouco se isso põe seus chips num embrulho, amigo. Qual é a mesa da doutora Minerva?
- Guarde isso. - sussurrou ele, olhando para todas as partes ao mesmo tempo e agitando as mãos - Quer que meus clientes percam o apetite?
- O perderão de verdade se eu pegar minha arma, e é o que vou fazer se não me mostrar à mesa da doutora Minerva e se encarregar de que me sirvam um copo de água mineral nos próximos vinte segundos. Programou isso?
O andróide apertou os lábios e aquiesceu. Com as costas rígidas, conduziu-a por um trecho de escadas de imitação de pedra até o segundo andar, e a seguir a um recanto decorado como uma sacada com vista para o oceano.
- Gina. - Minerva se levantou de sua bonita mesa e lhe segurou ambas as mãos - Tem um aspecto excelente. - Para a surpresa de Gina, Minerva a beijou na face - Percebe-se que está descansada e feliz.
- Suponho que estou. - Depois de uma breve hesitação, Gina se inclinou e roçou sua face com os lábios. 
- A acompanhante da doutora Minerva deseja uma água mineral. - ordenou o andróide à garçonete. 
- Gelada. - acrescentou Gina, sorrindo ao maitre. 
- Obrigada, Armand. - Minerva tinha brilhantes e serenos olhos azuis - Em seguida faremos o pedido. 
Gina deu outra olhada ao elegante restaurante e mudou de postura em sua cadeira.
- Poderíamos ter ficado em seu escritório. 
- Queria convidá-la para almoçar. Este é um de meus lugares favoritos.
- Esse andróide é um imbecil.
- Bem, talvez programaram Armand excessivamente altivo, mas a comida é extraordinária. Tem que provar os molucos Maurice. Não se arrependerá. - Recostou-se na cadeira enquanto serviam a água de Gina - Diga-me, tudo correu bem na lua de mel?
Gina bebeu todo copo de uma vez e voltou a se sentir um ser humano. 
- Diga-me, até quando devo esperar que a pessoas me façam esta pergunta?
Minerva se pôs a rir. Era uma mulher atraente, com o cabelo negro azeviche recolhido para trás num rosto de serena beleza. Vestia um de seus elegantes trajes amarelo pálido. Tinha um aspecto asseado e polida. Era uma das principais psiquiatras comportamentais do país, e a polícia freqüentemente lhe pedia opinião a respeito dos mais perversos crimes. Ainda que Gina não tivesse consciência disso, Minerva sentia por ela muito afeto e um forte sentimento maternal. 
- Você se sente embaraçada.
- Bem, já sabe. Lua de mel, sexo... É pessoal. - Gina rolou seus olhos - Soa estúpido, mas imagino que não esteja acostumada a estar casada. E a Harry. A toda essa coisa. 
- Vocês se amam e fazem um ao outro felizes. Não é preciso se acostumar a isso, só desfrutar. Está dormindo bem?
- No geral sim. - E recordando que Minerva conhecia seus mais profundos e escuros segredos, Gina baixou suas defesas - Continuo tendo pesadelos, mas não com tanta freqüência. As recordações vão e vêm. Nenhuma é tão dolorosa quanto a que superei.
- Você superou mesmo?
- Meu pai me violentava e me maltratava. - disse Gina categoricamente - Matei-o. Tinha oito anos. Sobrevivi. Quem quer que eu tenha sido antes de me encontrarem naquele beco, já não importa. Chamo-me Gina Weasley. Sou uma boa policial. Fiz-me sozinha.
- Bom. - Mas teria mais, pensou Minerva. Os traumas como os de Gina tinham ressonâncias que nunca desapareciam por completo - Você segue pondo diante de tudo a polícia. 
- Sou policial antes de qualquer coisa.
- Sim, e suponho que sempre o será. - Minerva esboçou um sorriso - Por que não fazemos o pedido e você me explica a razão de seu telefonema?
 
 
 
 
 
Agradecimento especial:
 
Bianca: nem me fale sobre sufoco, porque eu passei o maior nas ultimas três semanas e somente agora que eu estou de férias na faculdade é que consegui respirar um pouco e arranjar tempo... Sobre  o funcionário que morreu, não precisa se preocupar que a Gina não o esqueceu, ela apenas ainda não tem certeza de que os casos se tratam de homicídios ou não e eu adianto que não são... sobre o que você falou sobre a vitima ter sido forçado a cometer o suicídio já digo que é mais ou menos por ai, quando ao borrão no cérebro é uma queimadura eletrônica, muita coisa ainda vai acontecer e a Gina vai precisar quebrar a cabeça para desvendar esse mistério. Concordo com você sobre correr atrás do que queremos, afinal se ficarmos parados o que iremos conseguir não é mesmo? Mais uma vez boa sorte com o curso. Beijos.
 
 

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