- Sirius...
- Confesso que fiquei surpreso quando me ligou. - se encontravam em meio a uma praça pública de Manchester, pessoas alimentavam pombos com pedaços de pães, crianças corriam brincando. Tudo que se encontravam em um lugar comum.
- Soube que anda dinheiro seu rolando por aí, Lílian.
- Suas fontes estão corretas. Natalie me roubou. - o homem fechou a mão batendo automaticamente no banco.
- Vadia desgraçada de duas caras. - a mulher enfiou as mãos no bolso do sobretudo protegendo-se do frio.
- Concordo com você. Mas ela foi roubada, o que foi merecido. Ela não esta mais com meus 150 milhões.
- 150? Achei que eram 75. - a face deformou-se, deixando mais claro sua idade. A surpresa foi compartilhada com a mulher.
- Do que você está falando? Foram 150 milhões que sumiram.
- Não sei o que aconteceram com os outros 75 mas Natalie só roubou metade.
- Quem te contou isso?
- Sabe que não posso dar nome. Basta saber que foi de fontes seguras. - respondeu hesitante. - Você sabe quem procurar, não é?
- Claro. Parece que eu vou ter que fazer uma visita de cortesia para o Malfoy... Vem comigo? - Sirius adiantou-se até o porshe preto estacionado a alguns metros dos dois. Abriu a porta, dando passagem a mulher que sorriu em resposta.
- Eu vou adorar arrancar isto de Lucius Malfoy... Até aprendi uns novos métodos de tortura a algum tempo.
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A arma em mão, o dedo no gatilho balançando nervosamente. Olhou de um lado para o outro, vendo se a casa continuava segura. Não sabia que seria a última coisa que viria, não teve a certeza nem quando uma bala silenciosa perfurou de surpresa sua nuca. O corpo tombou no chão ensangüentado e imóvel.
- Lucius tem que começar a contratar seguranças melhorezinhos. Um bando de idiotas de terno e com armas. - ia sorrir, mas desistiu quando ouviu um barulho de uma arma sendo engatilhada. O cano frio encostado em sua cabeça.
- O Senhor Malfoy vai adorar saber que eu peguei um vagabundo tentando invadir sua casa e que matou um de seus homens. - outro segurança aparecera sorrateiro por trás de Sirius. Mas o homem também não vira que alguém se aproximara por suas costas. Lílian segurou o topo de sua cabeça e a sua mandíbula, girando seu pescoço de uma vez, quebrando-o.
- Um não, dois de seus homens. - encarou o morto no chão com desprezo.
- How, não precisava. Eu já ia dar um jeito. Só estava pensando nos vários jeitos que eu podia matá-lo. - a cara deslavada, junto com um sorriso maroto.
- Mas é claro, Black. Depois você me conta, agora vamos continuar ok?
Passaram por mais dois corredores, do qual mais três seguranças foram assassinados. Os chãos de madeira bem lustrados por todos os ambientes, a casa que ele usava apenas para seus negócios tinha uma decoração elegantemente sombria.
Finalmente acharam o escritório de Lucius, que por julgar pelos passos que vinham por detrás das imensas portas, Malfoy realmente estava lá. Sirius aproximou-se animado, faltava-lhe apenas um sorriso em seu rosto. Levou a mão a tranca com a pistola em outra, girou a maçaneta e empurrou a porta.
- Você está muito ferrado Malfoy. - mirou a arma diretamente para sua cabeça. Lucius tinha o semblante tranqüilo. Tinha um copo de whisky em mãos. Estava em pé na frente de seu gabinete, encarando-os
- Seus modos deixam muito a desejar... Black. - a entonação serena, sem falhas. O que de certa maneira irritava Sirius. Lílian postou-se ao seu lado.
- É melhor você começar a se apavorar. Ou vai esperar a diversão começar realmente... Ah, não esqueça de mandar nossos cumprimentos para seus seguranças quando estiver no inferno.
- Black. Ou será que posso lhe chamar de Sirius? Hum.. Que seja. Acho mesmo que alguém vai para o inferno hoje, mas com toda certeza não sou eu. - Lílian engatilhou a pistola, ainda com a mão abaixada. Ao seu lado o homem mostrou os dentes em um sorriso falho.
Um calafrio subiu vigorosamente sua espinha quando viu uma pistola prateada reluzindo contra sua cabeça.
- Lílian?
- Vejo que escolhe bem suas companhias, Black. - disse Malfoy ironicamente. Tomou mais um gole do whisky que desceu rasgando por sua garganta. - Single malt, muito bom. Até lhe ofereceria, mas acho que está muito ocupado.
- O que ele te ofereceu, Lílian? - neste momento ele já havia largado a arma o chão, já que continuar com ela em mãos, raspava seu cérebro na parede.
- 10 milhões. Sinto muito querido, mas você estava morto assim que atendeu a minha ligação. Achei que por ser irmão de Regulus seria um pouco mais esperto, mas sabe? Você decepciona sua família. - Lílian viu dois homens aparecerem armados no escritório, os revólveres apontados fatalmente para Sirius. E honestamente ela não sentiu nenhum remorso. - Nunca imaginei que um Black como você seria tão valioso para mim...
- Mas que diabos, seja racional. - um grito furioso travando nas paredes. Era imobilizado brutalmente pelos homens de Lucius que apenas observava tudo como se fosse um belo espetáculo digno de ser acompanhado com seu melhor whisky.
- O que falta em mim é compaixão e piedade, não racionalidade. - voltou-se andando até a saída. Guardou sua arma no bolso do sobretudo, baixou-se para pegar uma bolsa largada no chão. Segurando a maleta prata que estava no canto do escritório, saiu, mas não sem antes cumprimentar Lucius. - Parabéns, conseguiu finalmente um Black. E só para constar, Regulus virá atrás de você. Assim como eu, se assim for necessário.
- Muitos vão vir... E todos irão morrer. Então digo logo agora, boa sorte na busca por seu dinheiro. Porque muito provavelmente você não irá encontra-lo.
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Silêncio. Cheiro de ferrugem. Sangue. Cadáver. Foi assim que os dois encontraram a entrada do escritório de Lucius.
- Só pode estar de sacanagem! - James disse em um sussurro raivoso. Apertou o cabo da arma, com uma força esmagadora, suspeitou por instantes que a mesma ira ceder.
- Isto se chama carma, meu amigo. - deu um tapinha amigável no ombro do outro antes de continuar o caminho. Que foi repetitivo por sinal. Silêncio. Cheiro de ferrugem. Sangue. Cadáver. - Já esta na hora de você chamar um especialista, James.
- Especialista? Se você quer dizer chamar Sirius, esqueça. Ele está morto para mim.
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A sala estava mal iluminada. Um cheiro de mofo por todo o ambiente, a pequena janela ao alto de nada adiantava. Podia-se ouvir o som repetitivo de uma goteira no canto. Mas de todo o lugar era ele, amarrado a uma cadeira no centro do lugar, que se encontrava mais decadente.
Seus corpo parecia enferrujar mais a cada soco. Sangue escorria livremente por seu nariz, este qual teve os ossos destroçados. O seu olho esquerdo tiverá a pálpebra cortada, uma roxidão inflamada nos arredores.
- O senhor Malfoy queria muito estar presente, mas tem alguns compromissos pendentes. - um homem alto e de porte físico exagerado era o autor de seus hematomas. - Mas ele lhe mandou cumprimentos, junto com um presente.
Um homenzinho baixo e gordo, seus dentes em frente ao lábio inferior o que o comparava a um rato. Deixou-se mostrar. Sua aparência inofensiva escondia uma fama. Peter Pettigrew era o melhor torturador do estoque de Malfoy. Era usado em casos especiais.
- Devo me sentir honrado? Afinal o grande Pettigrew esta aqui apenas para mim. Bastante sugestivo. - se o estado de Sirius não fosse tão deprimente o seu sorriso ensaguentado chegaria a ser cômico.
- Black. - andou até uma bancada equipada de armas, perfeitas para a ocasião. Escolheu uma adaga prateada. - A tempo que espero por um da linhagem... Acho que já esta na hora de começarmos. Por favor, estire seus dedos.
Sirius obedeceu hesitante. Ele já sabia o que iria acontecer, e já podia sentir falta de seu dedo. Era a marca de Pettigrew, cortar um dedo de todas as pessoas que torturava. Alguns diziam que ele guardava todos em sua casa, como troféus.
Não tardou a acontecer. A lâmina capaz de cortar o ar, foi pressionada contra seu polegar. Sentiu sua carne sendo perfurada o sangue escorrendo em formas de lágrimas já que seus olhos estavam machucados de mais para chorarem. O osso apesar de resistente não foi forte o bastante para resistir ao corte. Seu dedo foi-lhe arrancado e o que lhe sobrara foi apenas uma dor lacerante, mas que ele era capaz de aguentar já que seu orgulho poderia se sobrepor.
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O puxou pelo pescoço, jogando sua cabeça contra parede. Comprimiu a mão sufocando-o. Os olhos saltaram um centímetro de suas órbitas. O que para James era pouco, apenas afrouxou o suficiente para não matá-lo porque precisava que o segurança falasse.
- Resistente você rapaz. Mas é melhor começar a falar, acredite você não vai querer me irritar, não hoje. - o homem forçou as cordas vocais, entre engasgos e tosses desistiu de sua lealdade um tanto quanto falsa para com Malfoy.
- Ei, ei cara. Pega leve ai. Não sei direito onde o patrão ta não ô, deve ta la no galpão dos mortos. Ta mó galera lá.
- Caro colega, você poderia nos guiar até este local? - Remus tinha a entoação educada e cortês. O outro não tinha opções, obviamente. Apenas escolheu o lhe parecia ter menos chance de sair morto.
Seguiram por um corredor tenébrio. As paredes por fazer, tendo seu reboco caído ao chão. Não parecia nem de longe um lugar que Lucius Malfoy freqüentaria. A classe das salas anteriores foram esquecidas pelo forte cheiro de enxofre queimado que cortava-lhe o pulmão.
Pararam em frente a uma porta de ferro, a tintura manchada pela ferrugem. Tétano era o menor dos problemas ali. Principalmente quando descobriram que estavam em um esgoto.
- Pronto Chefe, ta todo mundo ai. Tô liberado? - a pergunta amenizava a situação já que a certa deveria ser, 'posso viver?'.
- Vai logo, sai daqui. - deixou-se cair no chão, para em seguida arrastar-se ou correr, não sei ao certo, para longe daqueles dois loucos. E não era leal suficiente a Malfoy para enfrentar dois loucos, principalmente armados. Ele sim possuía toda sua sanidade no lugar. Poucos segundos depois ele não era mais que uma mera lembrança.
- Então, vamos entrar atirando? - Você é uma droga sabia James? - um sorriso nervoso no rosto enquanto engatilhavam as armas. Postaram-se na frente da porta, acomodaram as armas firmemente em mãos, cortando o suspiro jogou a perna direita, a sua mais forte, contra a porta. Mostrando a fragilidade do metal que foi arrombado facilmente.
Dois segurança postados numa sala vazia, protegendo o que seria uma outra porta. Estavam armados o que dificultava os movimentos que agora tinham que ser pensados. Não precisaram, antes mesmo deles concluírem de onde viera o barulho já havia tomados dois tiros certeiros, em meio a testa.
Uma dor perfurou a cabeça de James atravessando todo seu corpo, quando teve seu rosto jogado contra uma instalação de cano. Uma mão desconhecida segurou fortemente e sem gentileza seu ombro direito. Em seguida foi ao chão caindo de joelhos, por culpa de um chute aplicado habilidosamente. Não havia como reagir, então apenas esperou a dor a qual não chegou. Abriu os olho levantando-se com dificuldade, com o ombro deslocado e as pernas vacilantes viu seu agressor caído, morto.
Não precisou de muito para concluir que quem o salvará havia sido Lupin. Levou a mão ao ombro numa tentativa automática de amenizar o estrago. Chegou a pensar que tiverá seu membro triturado.
- Que porra foi essa?
- Bom, acho que foi eu salvando seu traseiro... Mais uma vez. - falou a última parte monotonamente. Manteve seu olhar firme, livre de culpa.
- E porque demorou tanto? - os olhos arregalados, inconformados. Enrugava a testa em intervalos pequenos, formando uma expressão de dor. O que definitivamente não comoveu o outro a julgar por sua pose.
- Esta com dor? Ótimo. Esta era a intenção. - esqueceu-se do ombro por segundos, emitindo alguns ruídos por uma boca semi aberta, sua cabeça rodava em dúvidas, mas não tinha tempo para respondê-las. O que não foi preciso. - Você não é o Wolverine, James. Um dia vai se machucar e pelo tempo que te conheço você não é capaz de cuspir balas.
Formou-se um sorriso vacilante, mas ainda sim satisfeito no rosto do moreno. Ele mesmo conhecia sua impulsividade e até agora era uma aliada. Mesmo machucado tratou de firmar a pistola na mão esquerda, não era sua preferida, mas bem... Ele era ótimo com qualquer uma. Ambos estranhavam ninguém ter aparecido depois do barulho que fizeram.
Queriam realmente parar e descobrir o motivo da falta de vigilância, mas definitivamente não tinham tempo. Parados em frente a mais uma porta, a arrombaram... Mais uma vez.
N/A: Obrigada a quem comentou. Não tenho o que escrever aqui, depois faço uma nota, decente. Beijo-