Descrição:
Eu nunca pensei muito sobre como eu iria morrer (mesmo com motivos suficientes nos últimos meses), mas mesmo que não os tivesse, eu nunca iria imaginar assim. Todos nossos esforços de proteção tinham sido em vão.
Eu sabia que se não confiássemos tanto nos amigos que tínhamos, não estaríamos encarando a morte agora. Mas, aterrorizada como eu estava não podia me fazer lamentar a decisão.
- Lílian, pegue o Harry e vá! É ele! Vá! Corra! Eu o atraso...
Com gelo em meu coração, eu o assisti preparar-se para me defender. Sua intensa concentração não traia sinais de dúvida. E eu sabia que não podíamos esperar por ajuda.
Eu me sentia como se estivesse presa em um daqueles terríveis pesadelos, onde você precisa correr, correr até seus pulmões estourarem, mas você não pode fazer seu corpo se mover rápido o suficiente. Minhas pernas se moviam muito devagar.
Vi o clarão verde e um baque surdo no chão e senti meu coração destrinchar de dor. Esforcei-me mais para chegar ao fim do corredor, mas meu coração não reduzia a velocidade. Com implacável e insensível força, meus batimentos decididamente iam em direção ao fim. O fim de tudo.
Mas isso não era um sonho, e, ao contrário de um pesadelo, eu não estava correndo pela minha vida. Eu estava correndo para salvar algo infinitamente mais precioso. Minha própria vida já não importava tanto. E ainda assim, eu não podia correr rápido o suficiente...
Eu já tivera mais do que uma quota justa de experiências de quase morte, e isso não é algo com que você se acostuma. Mas parecia estranhamente inevitável enfrentar a morte outra vez. Como se eu estivesse mesmo marcada para o desastre. Eu havia escapado repetidas vezes, mas ela continuava me rondando, então, se não fosse por Harry, não me importaria de estar encurralada por nosso inimigo extraordinariamente poderoso.
Assim que ouvi os passos na escada, eu soube que estava sem saída e me alegrei que algo sanguinário iria me matar, afinal se tudo desse errado, eu perderia qualquer vontade de viver.
Os passos pararam à porta do quarto em que eu estava que, com uma explosão foi arrombada. Eu encarei sem respirar através do cômodo, dentro dos olhos vermelhos do assassino e ele olhou agradavelmente de mim para Harry. Aqueles olhos, loucos com sua ânsia pela morte do meu pequeno, vista no momento em que minha atenção desviasse. O momento em que certamente não teria mais meu filho em meus braços.
Deixei Harry no berço às minhas costas e abri os braços para protegê-lo. Não era mais um dos pesadelos em que eu acordava à noite, então o homem de preto avançou para nós em meio à bagunça que deixei pelo caminho.
- O Harry não, o Harry não, por favor, o Harry não!
Vamos morrer, pensei em pânico. Eu estava desesperada por causa da preciosidade que protegia, mas pensar nisso já era um lapso de atenção a que eu não tinha direito.
- Afaste-se, sua tola... afaste-se agora...
- Harry não, por favor, não, me leve, me mate no lugar dele...
Com certeza essa seria uma boa forma de morrer. No lugar de outra pessoa. Outra pessoa que eu amava incondicionalmente.
- Este é meu ultimo aviso...
- Harry não! Por favor... tenha piedade... tenha piedade... O Harry não! Harry não! Por favor... farei qualquer coisa....
- Afaste-se... Afaste-se garota...
Ele se aproximou como um fantasma, o manto escuro ondulando com o movimento. Vi sua mão cor de ossos segurar a varinha firmemente. Ele deu mais um passo em minha direção. Eu estava sozinha e sem varinha. Estava acabado.
Então, ouve uma explosão de luz verde e, antes que a maldição chegasse até mim, a cena toda fiou diferente, apesar de nada ter mudado. Um flash passou por mim e, antes de cair morta no chão, pela primeira vez vi minha vida passar à minha frente, como num filme à partir dos meus 17 anos, quando toda essa guerra começou...
N/A: Adaptação de The Vampire Diaries
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